Entrevista com os coordenadores do novo mestrado em Geologia

Novos desafios sociais, económicos e ambientais, com reflexos no mercado de trabalho

saída de campo da Geologia

O novo mestrado harmoniza a duração do ciclo de estudos com outros ciclos de estudos congéneres, permitindo assim uma maior permeabilidade entre os diversos cursos na mesma área oferecidos por outras instituições

DG Ciências ULisboa
Três professores
Raul Jorge, Rui Taborda, Maria do Rosário Carvalho
Fonte DQ Ciências ULisboa

"Este novo mestrado foi concebido de modo a garantir que os alunos consolidem a formação base que habilita ao exercício da profissão em contextos diversos, de modo a resolverem problemas associados às Ciências da Terra, aos recursos geológicos e hídricos e ao ambiente e satisfazerem as necessidades profissionais do mercado de trabalho para geólogos."

A Faculdade tem um novo ciclo de estudos acreditado pela  Agência e Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), para substituição dos mestrados na área da Geologia com 90 ECTS. O novo mestrado em Geologia tem a duração de dois anos, com 120 ECTS. Em entrevista, os coordenadores do novo mestrado em Geologia - Rui Taborda, Raul Jorge e Maria do Rosário Carvalho – identificam as principais mudanças do programa de estudos, o que o diferencia e as expetativas que o Departamento de Geologia tem para o futuro, na sequência da implementação destas alterações. Um dos objetivos do Departamento é que os estudantes que escolham esta área científica possam ajudar a resolver os problemas associados às Ciências da Terra, aos recursos geológicos e hídricos e ao ambiente, satisfazendo as necessidades profissionais do mercado de trabalho para geólogos.

Sedimento e régua
Não existem dados oficiais específicos sobre a empregabilidade dos mestrados anteriores na área da Geologia da Faculdade, no entanto, de acordo com dados agregados da ULisboa a taxa de emprego na área das Ciências Físicas e da Terra era de 87%, mais de metade na sua área da formação
Fonte DG Ciências ULisboa

Quais são as razões que motivaram esta alteração?

Coordenadores do mestrado de Geologia (CMG) - As principais razões que motivaram a mudança estão relacionadas com a evolução do conhecimento científico e tecnológico e a existência de novos desafios sociais, económicos e ambientais, com reflexos no mercado de trabalho na área da Geologia. Estas mudanças conduziram à reorganização da estrutura global (1º e 2º ciclos) da oferta formativa, das unidades curriculares e dos seus conteúdos programáticos. Nesse sentido, o novo mestrado foi estruturado de forma a alinhar de forma mais consistente a componente letiva com a relevância social e económica das Ciências da Terra, nomeadamente na resolução de problemas relacionados com a gestão ambiental, adaptação às consequências das alterações globais e exploração sustentada de recursos geológicos, energéticos e hídricos.

Em que consistem estas principais mudanças?

CMG - O novo mestrado em Geologia consolida a oferta formativa de 2º ciclo na área da Geologia, que era constituída por quatro mestrados (Geologia, Geologia Económica, Geologia Aplicada, Geologia do Ambiente, Riscos Geológicos e Ordenamento do Território). A nova configuração curricular assenta num tronco comum sólido onde se desenvolvem competências transversais e que está orientado para aquisição dos conhecimentos essenciais para o exercício da profissão de geólogo. Esta formação é complementada por conteúdos que permitem a especialização em três domínios fundamentais da Geologia: Geodinâmica e Recursos Geológicos, Paleoambientes e Mudanças Globais, e Geologia Aplicada e Ambiental. A especialização é ainda aprofundada através da escolha de um grupo alargado de disciplinas opcionais e das unidades curriculares de Estudo Orientado, de Projeto de Campo e Experimental e da Dissertação/Estágio. O novo mestrado harmoniza a duração do ciclo de estudos com outros ciclos de estudos congéneres, permitindo assim uma maior permeabilidade entre os diversos cursos na mesma área oferecidos por outras instituições.

"A nova configuração curricular assenta num tronco comum sólido onde se desenvolvem competências transversais e que está orientado para aquisição dos conhecimentos essenciais para o exercício da profissão de geólogo."

saída de campo geologia
Os futuros  alunos que optem por este curso têm uma maior capacidade de adaptação às alterações cíclicas do mercado de trabalho nacional e internacional
Fonte DG Ciências ULisboa

O que distingue este mestrado de outros na mesma área?

CMG - Como já se referiu, a estrutura do novo mestrado assenta em três eixos fundamentais: 1) a pertinência e atualidade dos conteúdos programáticos ministrados, 2) a aposta clara na componente prática do curso de mestrado e 3) o vasto leque de disciplinas de opção que permite uma correta e fácil adaptação aos interesses específicos de cada aluno. A conjugação destes três eixos permite ainda aos futuros alunos, que optem por este curso de mestrado, uma maior capacidade de adaptação às alterações cíclicas do mercado de trabalho nacional e internacional. O plano curricular simultaneamente coerente e flexível conjuga de modo equilibrado componentes nucleares transversais e opções especializadas. Estas características fazem seguramente deste mestrado uma singularidade no plano nacional e permitem antever uma boa aceitação junto das entidades empregadoras públicas e privadas.

Leia o artigo de opinião do Departamento de Geologia sobre o novo mestrado que tem como objetivo formar profissionais com uma formação sólida em áreas chave das Ciências da Terra e que possam responder aos desafios da sociedade do século XXI.

Quais são as expetativas que têm para o futuro?

CMG - Este novo mestrado foi concebido de modo a garantir que os alunos consolidem a formação base que habilita ao exercício da profissão em contextos diversos, de modo a resolverem problemas associados às Ciências da Terra, aos recursos geológicos e hídricos e ao ambiente e satisfazerem as necessidades profissionais do mercado de trabalho para geólogos.

"As alterações propostas no novo ciclo de estudos, que acrescentam componentes de formação nas áreas da Sustentabilidade e Competências Digitais, sem colocar em causa uma sólida formação nas áreas fundamentais da Geologia que caracterizavam os ciclos de estudos precedentes, permitem prever uma melhoria considerável na inserção dos mestres em Geologia no mercado de trabalho."

Quantos alunos concluíram com sucesso os mestrados na área da Geologia desde 2018 até agora?

CMG - No mestrado em Geologia 23 alunos, no de Geologia Económica - 27 alunos, no de Geologia Aplicada oito alunos e no de Geologia do Ambiente, Riscos Geológicos e Ordenamento do Território 17 alunos.

Pedreira
As principais razões que motivaram a mudança do curso estão relacionadas com a evolução do conhecimento científico e tecnológico e a existência de novos desafios sociais, económicos e ambientais
Fonte DG Ciências ULisboa

Quais são os indicadores de empregabilidade do curso?

CMG - Não existem dados oficiais específicos sobre a empregabilidade dos mestrados anteriores na área da Geologia da Faculdade, no entanto, de acordo com dados agregados da ULisboa a taxa de emprego na área das Ciências Físicas e da Terra era de 87%, mais de metade na sua área da formação.

As alterações propostas no novo ciclo de estudos, que acrescentam componentes de formação nas áreas da Sustentabilidade e Competências Digitais, sem colocar em causa uma sólida formação nas áreas fundamentais da Geologia que caracterizavam os ciclos de estudos precedentes, permitem prever uma melhoria considerável na inserção dos mestres em Geologia no mercado de trabalho.

Ana Subtil Simões, Gabinete de Jornalismo Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
O novo mestrado em Geologia
Pedreira

O mestrado em Geologia tem como objetivo formar profissionais com uma formação sólida em áreas chave das Ciências da Terra e que possam responder aos desafios da sociedade do século XXI. Artigo de opinião do Departamento de Geologia a propósito deste novo plano de estudos.

Mesa com vários oradores no grande auditório da Faculdade

A sessão de abertura do 30th International Carbohydrate Symposium foi antecipada e presencial, tendo sido gravada em Ciências ULisboa, para ser apresentada internacionalmente a 10 de julho, primeiro dia do simpósio. A cientista Amélia Pilar Rauter, nesta crónica, descreve o que aconteceu nessa sessão, o antes e depois… O simpósio termina a 15 de julho e segundo a presidente da International Carbohydrate Organisation  serão apresentadas as invenções e descobertas mais recentes, muitas delas relevantes para a sociedade.

dois alunos no laboratório

Doze alunos do Clube Ciência Viva da Escola Secundária Padre António Vieira visitaram um dos laboratórios da Faculdade. A visita foi organizada pelo professor Octávio Paulo, orientada por dois alunos da Faculdade.

Imagem do palco do evento com oradores em destaque

“A iniciativa alcançou o sucesso científico desejado, prontamente reconhecido pela maioria dos seus participantes, (...) o que confirma o interesse crescente que os temas dos riscos urbanos têm vindo a suscitar, no seio da comunidade técnica e científica internacional”, escreve Paula Teves-Costa, presidente da Comissão Organizadora da ICUR2022.

evento da ECFS com pormenor para sigla da sociedade

Carlos M. Farinha, professor do Departamento de Química e Bioquímica da Ciências ULisboa e investigador do Grupo de Investigação em Fibrose Quística, incluído no Grupo de Genómica Funcional e Proteostase do BioISI, foi eleito membro do Conselho de Direção da Sociedade Europeia de Fibrose Quística (ECFS sigla em inglês).

Dua jovens observam espécies no campus da Faculdade

"O BioBlitz é uma metodologia para realizar uma avaliação rápida da biodiversidade de um local num determinado período de tempo", escrevem Patrícia Tiago e Sergio Chozas, coordenadores do +Biodiversidade @CIÊNCIAS. Há cerca de um mês dinamizaram um BioBlitz no campus da Faculdade. Leia a crónica dos cientistas sobre o assunto.

Imagem de satélite da erupção do vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha'apai

Estudo publicado na Nature e liderado por investigadores do Instituto Dom Luiz da Ciências ULisboa e do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) explica o mecanismo por detrás da geração e propagação do tsunami incomum, ocorrido após a explosão colossal do vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha'apai, em Tonga.

Imagens relacionadas com o mestrado em Bioquímica e Biomedicina

"Há importantes mudanças no plano de estudos. Simplificámos o percurso formativo, abolindo áreas de especialidade, mas dando grande liberdade aos alunos para a escolha das optativas que mais lhes interessam e ampla escolha", escrevem Cláudio M. Gomes, Margarida Gama Carvalho e Carlos Cordeiro, membros da Comissão de Coordenação do Mestrado em Bioquímica e Biomedicina.

Imagens do campus, laboratórios e salas de aula

Entrevista com os professores Cláudio M. Gomes, Margarida Gama Carvalho e Carlos Cordeiro - membros da Comissão de Coordenação do Mestrado em Bioquímica e Biomedicina -, sobre o mestrado em Bioquímica e Biomedicina. Até maio de 2022, cerca de 165 alunos concluíram com sucesso este mestrado, criado em 2009.

bioplásticos

O BioLab Lisboa é palco do evento Young Creators – BioLab Edition, que se realiza entre 4 e 8 de julho e cujas inscrições terminam a 2 de julho. O programa destina-se a pessoas com mais de 12 anos. O objetivo desta iniciativa é incentivar a criatividade e o desenvolvimento de novas ideias, através do acesso a equipamentos e ao conhecimento na área da Biotecnologia.

Jovem em frente ao computador

A 1.ª fase de candidaturas aos mestrados da Faculdade decorre até 11 de julho. Esteja atento às redes sociais da Faculdade e conheça os testemunhos de quem frequenta estes cursos. Para Fernanda Oliveira, subdiretora da Direção, “a Faculdade tem uma oferta formativa muito diversificada”.

Complexo não covalente de composição [KrSF5]+ (Fig. 1), que provem duma molécula estável, [KrSF6]+ (Fig. 2), em resultado da reação direta de hexafluoreto de enxofre com crípton ionizado

Este ano comemora-se os 60 anos da descoberta da reatividade dos gases nobres nomeadamente do xénon. Nuno A. G. Bandeira, investigador do Departamento de Química e Bioquímica e do BioISI Ciências ULisboa, escreve sobre os gases nobres, suas aplicações e um estudo recente da sua autoria e de cientistas do Centro de Química Estrutural e que apresenta um novo composto de crípton.

Logotipo GMC

A primeira fase de decisões da primeira volta do Global Management Challenge 2022 terminou no passado dia 14 de junho. Em competição estiveram 206 equipas a nível nacional - compostas por estudantes, quadros de empresas ou mistas -, duas delas incluem estudantes da Ciências ULisboa.

Grande auditório da Faculdade com pessoas

Vale a pena recordar os 111 anos comemorados no grande auditório da Faculdade no canal YouTube, numa viagem imaginária a Marte, com a tradicional entrega de prémios e distinções e outros momentos singulares, assim como conhecer a opinião daqueles que participaram no evento.

sao jorge ao fundo e logotipo da iniciativa

“Andamentos da Ciência” é o novo ciclo de conferências da Ciências ULisboa que arranca no próximo dia 22 de junho. Nesta iniciativa, especialistas de diferentes áreas do conhecimento vão partilhar o saber sobre os temas mais atuais da sociedade, na forma de comunicações inspiradas nas palestras TED.

quatro estudantes

O Departamento de Geologia atribuiu 14 cartas de reconhecimento de mérito aos melhores alunos da licenciatura em Geologia de 2019/2020 e de 2020/2021. O Gabinete de Jornalismo entrevistou alguns dos estudantes distinguidos na ocasião. Saiba o que pensam sobre o curso que frequentaram na Faculdade e o que estão a fazer neste momento.

conjunto de pessoas no palco

Numa cerimónia realizada durante a Feira Nacional da Agricultura 2022, em Santarém, foi apresentado e contratualizado o projeto AdaptForGrazing, inscrito no Plano de Recuperação e Resiliência. O projeto é coordenado por Cristina Branquinho, professora do Departamento de Biologia Vegetal da Faculdade e investigadora do cE3c.

Praia

No próximo dia 17 de junho, na praia de Albarquel, em Setúbal, decorrem as atividades “Ida à Maré e Festa na Praia”, promovidas pelo projeto bLueTIDE. Estas atividades contam com a participação de investigadores do MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, polo da Ciências ULisboa, com o apoio da Incubadora do Mar & Indústria da Figueira da Foz.

Ato solene da atribuição do título no Centro Cultural Alcazaba de Mérida

Ricardo Trigo, professor do Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia e investigador do Instituto Dom Luiz, recebe título doutor honoris causa da Universidade da Extremadura, numa cerimónia que teve lugar no Centro Cultural Alcazaba de Mérida, em Badajoz, Espanha, no passado dia 1 de junho.

Galardoados com os Prémios Verdes

O COVIDETECT é o vencedor dos Prémios Verdes na categoria investigação. “É uma distinção que muito nos honra e que reforça o caráter inovador e visionário do projeto”, diz Mónica Vieira Cunha, professora do Departamento de Biologia Vegetal da Ciências ULisboa, investigadora do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c) e coordenadora científica do consórcio.

lancha hidrográfica leva os alunos para o rio

Durante o mês de maio, uma turma de alunos do 3.º ano, finalistas do curso de Engenharia Geoespacial deslocou-se em trabalho de campo até à Praia de Santo Amaro, em Oeiras, para realizar um levantamento topo-hidrográfico da praia. O trabalho constitui o projeto final da disciplina de Hidrografia, ministrada pelo professor Carlos Antunes.

Anfiteatro com os participantes da homenagem

Este ano a celebração do Dia Mundial da Terra no Departamento de Geologia foi ainda mais especial:organizaram a conferência “A evolução da Geologia costeira em Portugal e principais desafios futuros” com o objetivo de surpreender e homenagear César Andrade, professor na Faculdade há 43 anos. A reportagem inclui vários testemunhos de colegas e antigos alunos.

Joana Ribeiro, Bárbara Henriques e Filipa Carvalho no simpósio

A Sociedade Portuguesa de Doenças Metabólicas (SPDM) atribuiu uma bolsa de apoio à investigação Dr. Aguinaldo Cabral, no valor de 10.000€, a Bárbara Henriques, investigadora do Departamento de Química e Bioquímica e investigadora principal do Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas (BioISI), polo da Ciências ULisboa. É a primeira vez que um investigador da Ciências ULisboa recebe este prémio.

Cinco alumni e logotipo da rubrica

Esta foi a pergunta feita a cinco alumni da Ciências ULisboa durante o mês de maio. A primeira série de lives transmitidas em direto no Instagram também está disponível no canal YouTube da Faculdade. Estas primeiras cinco conversas descontraídas e enriquecedoras contaram com a presença de Eduardo Matos, Dário Hipólito, Ana Prata, Margarida Ribeiro e João Graça Gomes.

Planta de tomate

“O efeito da competição e simbiose na virulência de um parasita de plantas" - um projeto coordenado pelas cientistas Alison Duncan e Sara Magalhães - é um dos quatro projetos vencedores da 1.ª edição do Prémio Tremplin Mariano Gago.

Páginas