Nova espécie de dinossáurios carnívoros

Lusovenator santosi

Descoberta em Portugal antecipa a origem dos carcharodontossáurios na Europa

Interpretação do aspeto em vida de Lusovenator santosi

Carlos de Miguel Chaves
. José Joaquim dos Santos, o responsável pela descoberta dos fósseis junto de um modelo de um fémur de saurópode.
José Joaquim dos Santos, o responsável pela descoberta dos fósseis junto de um modelo de um fémur de saurópode
Imagem cedida por EM

Os carcharodontossáurios estão bem representados no Cretácico Inferior (há aproximadamente 130 milhões de anos) da Europa por espécies de porte médio. Contudo, as formas de maior tamanho são abundantes no final do Cretácico (há aproximadamente 100 milhões de anos) em diferentes áreas do hemisfério sul, como por exemplo Carcharodontosaurus em África ou Giganotosaurus na Argentina. Na Península Ibérica o grupo estava representado apenas pela espécie Concavenator corcovatus, identificada na jazida de Las Hoyas, em Cuenca, na Espanha, por alguns membros responsáveis agora por esta descoberta em território português.

A fauna de terópodes do Jurássico Superior de Portugal está composta maioritariamente por formas aparentadas com espécies contemporâneas e bem conhecidas da Formação de Morrison, na América do Norte, incluindo Ceratosaurus, Torvosaurus e Allosaurus. Contudo, não se conhecem carcharosontossáurios na América do Norte até ao Cretácico Inferior. Esta situação poderia explicar-se pela existência de uma barreira geográfica no Jurássico Superior e o posterior estabelecimento de uma rota de dispersão entre as terras emersas de ambos lados do proto Atlântico Norte, no final deste período.

Lusovenator significa “caçador da Lusitânia”. Esta nova espécie pertence ao grupo dos carcharodontossáurios - dinossáurios carnívoros, alguns dos maiores predadores do planeta Terra -, e habitou a Bacia Lusitaniana (oeste de Portugal) há aproximadamente 145 milhões de anos. A sua descoberta mostra que estes dinossáurios carnívoros estavam presentes no hemisfério norte 20 milhões de anos antes do que indicava o registo conhecido.

Uma equipa de paleontólogos portugueses e espanhóis identificou esta nova espécie de dinossáurios carnívoros no Jurássico Superior de Portugal. A descrição do Lusovenator santosi acaba de ser publicada na conceituada revista científica Journal of Vertebrate Paleontology. O estudo foi liderado por Elisabete Malafaia, investigadora do Instituto Dom Luiz (IDL), polo da Ciências ULisboa e contou com a colaboração de paleontólogos ligados ao IDL, ao Grupo de Biologia Evolutiva da UNED, em Madrid, na Espanha, à Sociedade de História Natural, em Torres Vedras e ao Natural History Museum of Los Angeles County, na Califórnia, nos EUA.

Esta descoberta reforça a posição da Península Ibérica como uma região fundamental para compreender o processo de dispersão dos carcharodontossáurios no hemisfério norte durante o final do Jurássico, vários milhões de anos antes destes dinossáurios se tornarem os maiores predadores terrestres no hemisfério sul, no final do Cretácico.

Para Elisabete Malafaia esta investigação representa um elemento significativo para entender a história evolutiva destes dinossáurios, por isso destaca o papel fundamental que a Península Ibérica teve durante o final do Jurássico na dispersão de vários grupos de dinossáurios, alguns dos quais muito relevantes nos ecossistemas que se desenvolveram posteriormente durante o Cretácico.

A identificação desta nova espécie amplia a diversidade de dinossáurios terópodes conhecidos no Jurássico Superior português que constitui um dos melhores registos fósseis para este intervalo de tempo na Europa.

O registo de carcharodontossáurios mais antigo conhecido procedia da Tanzânia, em África. A nova espécie identificada em Portugal é sensivelmente da mesma idade que os fósseis africanos e constitui a primeira evidência deste grupo de dinossáurios no Jurássico Superior do hemisfério norte.

O "caçador da Lusitânia"

O nome genérico, Lusovenator, significa “caçador da Lusitânia” e o nome específico, santosi, é uma homenagem a José Joaquim dos Santos, um aficionado da Paleontologia, que durante mais de 30 anos descobriu um grande número de jazidas com dinossáurios na faixa costeira do oeste de Portugal, em colaboração com os grupos de investigação que trabalham na região.

A nova espécie foi identificada a partir de restos recolhidos nas duas últimas décadas nas jazidas das praias de Valmitão, na Lourinhã e de Cambelas, em Torres Vedras.

Atualmente, a coleção de restos fósseis descobertos por José Joaquim pertence à Câmara Municipal de Torres Vedras e é gerida pela Sociedade de História Natural de Torres Vedras. Esta coleção é um importante espólio para o conhecimento das faunas de vertebrados do Jurássico Superior da Bacia Lusitânica, tendo permitido nomeadamente a descrição de diversas novas espécies de dinossáurios, incluindo o saurópode Oceanotitan dantasi e o pequeno ornitópode Eousdryosaurus nanohallucis, bem como a tartaruga Hylaeochelys kappa.

Elisabete Malafaia com José Joaquim Santos
José Joaquim dos Santos, o responsável pela descoberta dos fósseis, com Elisabete Malafaia numa sessão de trabalho
Imagem cedida por EM

Novo género e espécie

Inicialmente, estes fósseis foram atribuídos a uma forma relacionada ao género de terópodes Allosaurus, que é um dos dinossáurios carnívoros melhor conhecidos e mais abundantes do Jurássico Superior. Uma análise mais detalhada dos exemplares permitiu identificar um conjunto de características exclusivas que permitiu estabelecer este novo género e espécie.

O estudo permitiu relacionar esta nova espécie com os carcharodontossáurios, um grupo de dinossáurios que era até hoje desconhecido em níveis tão antigos no hemisfério norte.

Além de Elisabete Malafaia o artigo “A new carcharodontosaurian theropod from the Lusitanian Basin: evidence of allosauroid sympatry in the European Late Jurassic” tem como autores Pedro Mocho, Fernando Escaso e Francisco Ortega.

Elementos esqueléticos de Lusovenator santosi
Elementos esqueléticos de Lusovenator santosi. O exemplar tipo corresponde a um individuo juvenil com cerca de 3 metros de comprimento, descoberto na Praia de Valmitão
Imagem cedida por EM

IDL com ACI Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt

O 7.º artigo mais lido entre janeiro e março de 2015, na categoria Earth and Planetary Sciences, na revista Precambrian Research é da autoria de dois professores do Departamento de Geologia e investigadores do IDL, Telmo Santos e Paulo Fonseca.

O projeto QTLeap organiza o SedMT2016 e é o patrocinador do Prémio para Melhor Artigo atribuído no âmbito deste workshop.

Quando me desloco, pelas ligações (veredas) do campo da ULisboa, faço uma escolha de um tema para meditar sobre o seu interesse, enquanto ando a pé. Quase sempre consigo dividi-lo em pedaços, para depois os analisar.

Aproximadamente 213 alunos da ULisboa já frequentaram o INOV Contacto, segundo dados transmitidos pela AICEP. Em 2015/2016 foram atribuídos a nível nacional 280 estágios, 24 deles a diplomados da ULisboa, desses oito são recém-graduados de Ciências.

O artigo “Critical fragmentation properties of random drilling: How many random holes need to be drilled to collapse a wooden cube?” foi capa do volume 115 da Physical Review Letters, publicada a 5 de fevereiro de 2016.

Os três eixos estratégicos – Learning, Selection e Evolution – apoiam de forma estruturada a transferência do conhecimento em Ciências ULisboa e incentivam a criação de spin-offs ou o licenciamento de tecnologias.

​“Born small, die young: Intrinsic, size-selective mortality in marine larval fish” foi publicado online na Scientific Reports.

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências?

Bolhas de ar e películas líquidas são de grande importância em áreas tão diversas como as indústrias mineira, transformadora e alimentar e a segurança de materiais, tendo ainda aplicações potenciais em micro e nanotecnologias.

Os estágios irão ocorrer na Alemanha, Espanha, Estados Unidos da América, França, Moçambique e Suécia.

O “Contact Making Event - Farming With Young People" superou as expectativas que levávamos na bagagem. Para além das importantes ferramentas que descobrimos (Erasmus+, dinâmicas de grupo…) e dos novos contactos que fizemos, as éticas e os princípios da Permacultura foram partilhados com todos.

O Arquivo.pt é uma nova ferramenta de suporte à investigação em diversas áreas científicas, como a Sociologia, História ou Comunicação.

A iniciativa foi dinamizada pela professora Suzana Nápoles e contou com a presença de 22 alunos do ensino básico.

O sismo foi registado pelas estações sísmicas do Instituto Dom Luiz.

Anualmente são analisadas pelo Núcleo de Planeamento, Avaliação e Gestão da Qualidade cerca de 800 disciplinas, dos vários cursos da nossa Faculdade.

O mestrado em Microbiologia resulta de um consórcio entre quatro escolas da ULisboa.

Ana Bastos, pós-doutorada no Laboratoire des Science du Climat et de L’Environement, em França, começou a investigar este tema durante o doutoramento em Ciências ULisboa.

Os alunos recrutados são dos cursos de Bioinformática e Biologia Computacional, Engenharia Biomédica e Biofísica, Matemática Aplicada e Tecnologias da Informação e Comunicação.

Octávio Pinto

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências ULisboa?

Jonathan Félix Rio Veloso, estudante da licenciatura em Tecnologias de Informação com minor em Biologia, faleceu na noite de 10 de janeiro. O funeral do aluno realiza-se no dia 12 de janeiro, pelas 14h30, na aldeia de Nozelos, situada no concelho de Valpaços.

 "Com um simples azulejo” é uma iniciativa do DM dirigida a alunos dos 1.º e 2.º ciclos do ensino básico destinada a explorar transformações geométricas no plano.

Ciências ULisboa pretende continuar a colaborar na formação académica, bem como no desenvolvimento de programas de investigação comuns e no estabelecimento de equipas que possam concorrer a fundos internacionais.

Entre os dias 9 e 30 de janeiro de 2016 inclusivé, a biblioteca do C4 também está aberta aos sábados das 9h00 às 17h00.

A área que mais gosta são as alterações climáticas e os seus efeitos. Durante estes anos em Ciências ULisboa sente que cresceu como pessoa e cientista. Carlos da Camara e Ana Bastos orientaram o projeto de licenciatura e ficaram surpreendidos com o talento da jovem estudante.

Encontra-se aberto concurso para atribuição de uma bolsa de Gestão Ciência e Tecnologia para licenciados em Estatística ou Matemática.

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