Programa de Estímulo à Investigação

Para sempre, estudar!

Pormenor do cartaz do Programa de Estímulo à Investigação 2013
Fundação Calouste Gulbenkian

O Programa de Estímulo à Investigação voltou a premiar oito jovens investigadores, cinco deles da Universidade de Lisboa, entre os quais estão duas estudantes de Ciências.

Alexandra Symeonides, de 25 anos e Sara Realista, de 23 anos, receberam a distinção numa cerimónia ocorrida no final de fevereiro passado e na qual apresentaram respetivamente os projetos “Teoria da perturbação do Feynman probabilística” e “Smart polymer switches for green CO2 capture”. Atualmente, as jovens investigadoras da Faculdade de Ciências desenvolvem os projetos premiados pela Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), uma no Grupo de Física Matemática da Universidade de Lisboa (GFMUL), outra no Centro de Química e Bioquímica (CQB) de Ciências.

Informações
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Para Maria José Calhorda, coordenadora do Grupo de Química Inorgânica Teórica (GQIT) do CQB de Ciências, a atribuição da bolsa à Sara Realista, estudante de doutoramento do Departamento de Química e Bioquímica de Ciências é um motivo de orgulho. “O seu projeto na área de energia, visando desenvolver novos materiais inteligentes para a captura e transformação de CO2, evidencia o papel central da Química, como ciência, na prevenção e resolução dos problemas ambientais”, diz.

Também para Paulo Nuno Martinho, bolseiro de pós-doutoramento do GQIT do CQB de Ciências, foi uma honra orientar a Sara Realista, durante a realização do projeto de investigação no âmbito da dissertação de mestrado. “A Sara desde cedo mostrou ter uma grande paixão pela ciência e pela investigação e uma enorme capacidade para superar os desafios inerentes a esta”, refere ao mesmo tempo que salienta a raridade e a importância da iniciativa da FCG, “especialmente numa época em que os recursos escasseiam e a contenção é a palavra de ordem”. Paulo Nuno Martinho afirma mesmo que a FCG contraria “esta tendência, promovendo o interesse pela ciência e pela investigação”.

Por sua vez, para Jean-Claude Zambrini, orientador do projeto de Alexandra Symeonides, esta bolsa permite que a jovem se prepare para a investigação naquele domínio, “introduzido há vinte anos em Portugal pelo GFMUL, e que continua presentemente a ser desenvolvido de forma ativa”.

Alexandra Symeonides veio de Roma, da Università degli Studi di Roma “La Sapienza”, uma instituição de prestígio, para Lisboa, para o primeiro ano de mestrado, no quadro do programa Erasmus. O professor do Departamento de Matemática de Ciências e coordenador daquele grupo, comenta que “o facto do número de alunos ser mais reduzido, e portanto o seu acompanhamento mais próximo, conduziu-a a permanecer na Faculdade”. Jean-Claude Zambrini acrescenta ainda que “o interesse de Alexandra pelos problemas oriundos da Física será simples de satisfazer”. Um dos aspetos que a jovem vai estudar antes de iniciar a investigação doutoral é “uma espécie de cálculo estocástico completamente informal para descrever a mecânica quântica”, introduzido na tese de doutoramento do famoso físico R. Feynman. “De facto, matematicamente, esse cálculo é sem substância. Mas o seu poder de predição é tal que uma versão matemática da sua teoria deve existir”, conclui o professor cientista.
 

Programa de Estímulo à Investigação 2013
Matemática - Análise Estocástica e Matemática Financeira
Carlos Miguel dos Santos Oliveira
“Optimização estocástica em Opções Reais”
Alexandra Symeonides
“Teoria da perturbação do Feynman probabilística”
Física - Fronteiras da Física: Neutrinos e Matéria Negra; Materiais Avançados
Paulo André Dias Gonçalves
“Plasmónica em heteroestruturas de van der Waals”
Eduardo Paulo Jorge da Costa Alves
“Ab initio nonlinear electromagnetic metamaterials”
Química - Química e Energia
Sara Marlene Quintela Realista
“Smart polymer switches for green CO2 capture”
Mariana Paredinha Araújo
“Novel clean energy conversion systems”
Ciências da Terra e do Espaço - Física da Atmosfera e dos Oceanos; Física do Espaço
José Pedro Pinto Vieira
“Cosmic superstrings in the Planck era”
Richard Pires Brito
“Pesando os Mensageiros de Einstein”

O Programa de Estímulo à Investigação Científica da FCG é considerado um prémio de excelência e tem distinguido jovens até aos 26 anos, licenciados ou mestres e ainda sem o grau de doutor, envolvidos em trabalhos de investigação em instituições científicas portuguesas, com elevado potencial e competência.

De acordo com Teresa Burnay, do Serviço de Bolsas Gulbenkian da FCG, “no total, 32 alunos da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa receberam bolsa ao abrigo deste Programa”.

A Fundação lançou esta iniciativa em 1994. Até 2013 foram premiados 165 investigadores, em oito áreas de especialização: Física (35 bolsas), Matemática (35 bolsas), Ciências da Vida (32 bolsas), Química (30 bolsas), Ciências da Terra e do Espaço (15 bolsas), Ciências Sociais (12 bolsas), História da Ciência (cinco bolsas) e Educação (uma bolsa). A última edição do Programa abrangeu a Matemática, a Física, a Química e as Ciências da Terra e do Espaço.

De acordo com o regulamento da iniciativa, aos candidatos selecionados pelo Programa é atribuído um incentivo financeiro no total de €12.500, repartido em duas parcelas, uma para o investigador (€2.500), outra para a instituição de acolhimento (€10.000). Até final de 2015, os oito jovens distinguidos nesta última edição deverão apresentar à FCG um relatório aprovado pelos seus orientadores.

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