Estudo do IDL Ciências ULisboa e JGU na Communications Earth and Environment

Modelos dinâmicos simulam início das zonas de subducção, principal motor da tectónica de placas e da dinâmica global do planeta

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Formação da zona de subducção de Vanuatu

Formação da zona de subducção de Vanuatu

Communications Earth and Environment

Uma equipa de investigadores do Instituto Dom Luiz da Ciências ULisboa em parceria com cientistas da Universidade Johannes Gutenberg (JGU), em Mainz, na Alemanha, apresenta uma nova perspetiva para o início das zonas de subducção, contribuindo dessa forma para um maior conhecimento da teoria da tectónica de placas, segundo comunicado de imprensa emitido esta quinta-feira pela Faculdade (consulte também o comunicado submetido na EurekAlert).

Este trabalho foi realizado através de modelação numérica avançada realizada em supercomputadores. Estes modelos permitem simular o processo de transmissão/infeção de uma zona de subducção de uma placa para outra a três dimensões (3D). Tratam-se de modelos dinâmicos, que abrem um novo leque de perspetivas, em que a própria gravidade da Terra é simulada.

Jaime Almeida é licenciado em Geologia pela Ciências ULisboa. A sua tese de mestrado em modelação análoga de processos geológicos foi realizada na Universidade de Uppsala, na Suécia, sob orientação do professor Hemin Koyi e coorientação de Filipe Rosas. No passado dia 24 de fevereiro defendeu com sucesso, na Ciências ULisboa, a sua tese de doutoramento em início de subducção por inversão de polaridade, sob orientação de Filipe Rosas e de Nicolas Riel.

“As zonas de subducção são uma das principais características do nosso planeta e o principal motor da tectónica de placas e da dinâmica global do planeta. As zonas de subducção são também os locais onde ocorrem sismos de grande magnitude, como é o caso do Anel de Fogo do Pacífico, o maior sistema de zonas de subducção do mundo. Por este motivo, é extremamente importante compreender como é que novas zonas de subducção se iniciam e de como este processo acontece”, diz Jaime Almeida, primeiro autor do artigo “Self-replicating subduction zone initiation by polarity reversal”, publicado esta quinta-feira na Communications Earth and Environment, do grupo Nature.

Os autores deste estudo – Jaime Almeida, Nicolas Riel, Filipe Rosas, João Duarte e Boris Kaus – procuram compreender como é que as novas zonas de subducção se iniciam de forma a que os oceanos se possam fechar. Segundo os investigadores as zonas de subducção podem ser geradas a partir de outras zonas de subducção já existentes noutras placas tectónicas, como uma espécie de infeção global.

As zonas de subducção são locais onde uma placa tectónica mergulha por baixo de outra gerando sismos de grande magnitude. As zonas de subducção são também fulcrais na dinâmica do planeta, permitindo a movimentação das placas tectónicas e a formação de novos supercontinentes.

João Duarte a este propósito refere que se trata da primeira vez que este tipo de início de subducção (provavelmente a mais comum na história da Terra) é simulada a 3D, garantindo também que todas as forças são modeladas de forma dinâmica, ou seja, que todas as forças são simuladas de forma consistente e mais realista. “Isto já havia sido proposto conceptualmente, mas nunca tinham sido realizados modelos deste género”, acrescenta João Duarte.

Jaime Almeida começou este trabalho em 2019 no IDL Ciências ULisboa, no âmbito do seu projeto doutoral. Os modelos foram corridos num supercomputador na universidade alemã e demoraram cerca de dois dias a correr (até uma semana nalguns casos). “Isto é possível devido ao facto de se ter usado cerca de cem núcleos e de este novo código específico desenvolvido na JGU ser muito eficiente. Modelos semelhantes utilizando outros códigos disponíveis poderiam demorar semanas, ou mesmo meses, a correr em centenas de núcleos”, conclui João Duarte.

Os investigadores já começaram a aplicar estes modelos a outros casos de estudo específicos como as zonas de subducção que se estão a iniciar no Oceano Atlântico, nas Caraíbas, no Arco da Escócia (junto à Antártica) e na margem Sudoeste portuguesa (e que poderão levar ao fecho do Oceano Atlântico). Segundo os investigadores o sismo de 1755 poderá ter sido o prenúncio de um início de subducção nesta margem, sendo que há dados de Geologia marinha que o sustentam.

GJ Ciências ULisboa
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A Semana da Ciência e Tecnologia celebra-se no país entre 20 e 26 de novembro. O ponto alto acontece a 24 com o Dia Nacional da Cultura Cientifica. Ciências junta-se à efeméride com dezenas de iniciativas.

A experiência destes anos mostra que as avaliações feitas pelos estudantes são um bom indicador da qualidade do ensino e que são úteis para a sua melhoria.

“Esta oportunidade deu-me uma valiosa experiência profissional e cada dia foi uma nova lição aprendida. Contudo, considero que o que se destacou foram as pessoas incríveis que aqui conheci”, declara Jake Smith, estudante de Francês, Espanhol e Português na Universidade de Nottingham, no Reino Unido e estagiário durante cerca de dois meses na Área de Mobilidade e Apoio ao Aluno da Faculdade de Ciências.

Na próxima sessão do 60 Minutos de Ciência convidamos o astrónomo Rui Agostinho para nos ajudar a responder à pergunta: Afinal… o que é a Estrela de Natal? A resposta será desvendada em mais uma sessão 60 Minutos de Ciência no MUHNAC-ULisboa, no dia 16 de novembro.

João Luís Andrade e Silva, professor catedrático aposentado da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, faleceu esta sexta-feira, dia 10 de novembro, aos 89 anos. A Faculdade lamenta o triste acontecimento, apresentando as condolências aos seus familiares, amigos e colegas.

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O Dictum et factum de novembro é com Emília Real, assistente técnica do Departamento Física de Ciências.

Nos últimos anos, a UNESCO financiou o projeto internacional - "Complex Systems Digital Campus (UniTwin)" - recorrendo a uma plataforma de e-Meeting, e esse exercício mostrou o caminho certo (alternativo aos massive open online courses ou MOOC) para esta nova experiência pedagógica da informática na educação. Quer isto dizer que a tecnologia, quando bem explorada, pode ser mesmo benéfica.

Em junho deste ano Alice Nunes terminou o programa doutoral em Biologia e Ecologia das Alterações Globais. Esta quinta-feira, durante o 16.º Encontro Nacional de Ecologia, a decorrer até amanhã no Salão Nobre da Reitoria da ULisboa, apresenta esse trabalho – “Plant functional trait response to climate in Mediterranean drylands: contribution to restoration and combat of desertification”, classificado em segundo lugar nesta primeira edição do Prémio da SPECO.

O prémio Nobel da Química foi atribuído em 2017, em partes iguais, a três investigadores, Jacques Dubochet (Universidade de Lausana, Suiça), Joachim Frank (Universidade de Columbia, Nova Iorque, EUA) e Richard Henderson (Laboratório MRC de Biologia Molecular, Cambridge, UK) pelo desenvolvimento da microscopia crioelectrónica que permite a resolução da estrutura de biomoléculas em solução com alta resolução.

Em 2017 a “Medalha Dr. Janusz Pawliszyn” foi atribuída a José Manuel Florêncio Nogueira, professor do Departamento de Química e Bioquímica, coordenador do grupo de Ciência e Tecnologia de Separação do Centro de Química e Bioquímica de Ciências e representante português na European Society for Separation Science.

Em 2017 o Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia celebra dez anos. Para comemorar a efeméride, a unidade de I&D realiza no próximo dia 8 de novembro, a partir das 18h00, no anfiteatro da FCiências.ID, sito no edifício C1, piso 3, a primeira distinguished lecture com Jürgen Renn, prestigiado historiador das ciências e diretor do Max Planck Institute for the History of Science.

A representação do campus da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa em 3D utilizando tecnologias inovadoras fornece dados de apoio à gestão e utilização de recursos.

“Nos meus projetos lido diariamente com a Biologia, a que aprendi na faculdade e ao longo da minha vida, e com o desenho que me acompanha como forma de olhar, entender e comunicar”, declara o ilustrador científico Pedro Salgado, antigo aluno de Ciências.

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Cerca de 39 alunos do BioSys participaram no segundo encontro de estudantes deste programa doutoral. O evento ocorreu em Beja este mês. Também em outubro terminam as candidaturas a 11 bolsas de doutoramento da próxima edição do BioSys.

Uma vez mais Ciências participou na Maratona Interuniversitária de Programação (MIUP), este ano organizada pela Universidade do Minho. A equipa de Ciências - Caracóis Hipocondríacos -, composta pelos alunos Nuno Burnay, Robin Vassantlal e Guilherme Espada, ficou em 3.º lugar, ao resolver quatro dos nove problemas da competição.

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As alterações climáticas podem mudar a natureza do impacto do lagostim-vermelho-da-Louisiana (Procambarus clarkii) nos ecossistemas.

Recentemente, dois estudos sobre como pensamos, um do Instituto Max Planck (para a História da Ciência, Alemanha) e outro da Escola de Medicina de Harvard (EUA), de maio de 2017 (revista NeuroImage, de Elinor Amit e Evelina Fedorenko), clarificaram as diferenças que nós temos quando refletimos sobre alguma matéria, fazemos coisas, ou emulamos a realidade.

Ciências participa na KIC EIT Health que visa promover o empreendedorismo para o desenvolvimento de uma vida saudável e de um envelhecimento ativo. Os alunos podem inscrever-se na unidade curricular que lhes permite participar no projeto, sendo que uma parte é feita na Dinamarca.

A experiência ATLAS acontece há 25 anos e a data será celebrada com palestras, bem como com uma homenagem à responsável pela participação portuguesa na experiência, a cientista Amélia Maio.

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O Prémio Nobel da Física de 2017 foi atribuído a Rainer Weiss, Barry Barish e Kip Thorne. Francisco Lobo, investigador do Departamento de Física de Ciências e do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, comenta o tema.

Há cinco anos o biólogo marinho Pedro M. Lourenço encontrou microfibras em dejetos de aves. Foi nessa ocasião que surgiu a ideia de avaliar a abundância de microplásticos nos estuários, iniciando assim um estudo sobre a poluição por plásticos.

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