Maria de Matos. Sou professor e estudei em Ciências

“A nossa vida é uma aprendizagem constante”

"Recebi grandes bases científicas e aprendi a ter organização, métodos de estudo e investigação"

cedida por Maria de Matos

A lecionar em escolas básicas e secundárias portuguesas estão professores que outrora foram alunos da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Recordar esses tempos e saber de que forma os conhecimentos aqui adquiridos marcaram o percurso profissional destes professores, é o objetivo do conjunto de entrevistas “Sou professor e estudei em Ciências”.

A primeira entrevista é com Maria de Matos, antiga aluna do curso de Biologia de Ciências, entre os anos 1970-1978. No currículo somam-se 44 anos enquanto professora na área das Ciências Naturais. Atualmente, leciona Biologia e Geologia na Escola na Escola Secundária de Raul Proença, em Caldas da Rainha.

“Foi um tempo para ficar apaixonada pelo estudo, investigação, conhecimento e sua aplicação na nossa vida diária”, conta a antiga aluna de Ciências.

Ciências - O que significa ter sido estudante em Ciências?

Maria de Matos (MM) - Foi uma honra ter conhecido professores de elevada competência científica. Foram tempos turbulentos e complicados, com alguma insegurança devido ao contexto político antes do 25 de abril de 1974. Mas foi também um tempo para ficar apaixonada pelo estudo, investigação, conhecimento e sua aplicação na nossa vida diária.

Ciências - De que forma os ensinamentos que aqui adquiriu se refletem na sua profissão, hoje em dia?

MM - Muitas das coisas que aprendi nesse tempo estou agora a ensinar no 7.º ou 8.º anos de escolaridade ou nos 10.º ou 11.º anos.Com o avanço das novas tecnologias e da comunicação, posso afirmar que nunca estamos totalmente atualizados. Posso acrescentar que recebi grandes bases científicas e aprendi a ter organização, métodos de estudo e investigação.

Ciências - O que recorda com saudades da Faculdade de Ciências?

MM - Recordo a primeira vez que entrei timidamente na Faculdade, vinda de Caldas da Rainha. Não conhecia ninguém, uma vez que nenhum colega do Colégio onde terminei nesse ano - o então 7º ano -, tinha escolhido seguir o meu curso na Faculdade. Desde logo estabeleci boa relação com alguns colegas e, com o falecimento do professor J.E. Pinto-Lopes, foram estabelecidos grupos de trabalho em Botânica Geral, no 1.º ano, o que me aproximou mais de alguns colegas e daí resultaram bonitas amizades.

Ciências -  Há algum professor ou situação que a tenha marcado e que queira partilhar connosco?

MM - Relembro o professor Germano da Fonseca Sacarrão e as suas aulas de Zoologia Geral onde nos relatava características de sua família para nos dar lições de Genética. Eram aulas leves e bem engraçadas. Recordo a professora Natércia Julieta Fernandes Teixeira Serra Rodeia que nos lecionou Talófitas, o professor Carlos Alberto Matos Alves, na Geologia Geral.

Recordo ainda as longas madrugadas nas escadarias da Faculdade para nos inscrevermos nos melhores horários em algumas práticas; das aulas teóricas conjuntas com outros cursos como em Química Geral; das aulas de Física Geral com a professora Lídia Salgueiro, que me fez ficar apaixonada pela Física das Partículas; de vários assistentes e monitores em diversas áreas como João Pais e António Ribeiro dos Santos, na Geologia, Lia Maria Pereira de Ascensão Santos e Sousa, na Botânica, João Luís de Carvalho Baptista Ferreira, em Micologia.

Relembro ainda os Professores de aulas eminentemente teóricas: José Antunes Serra, em Genética, Maria Helena do Quental Pereira Paveia Pinto Teixeira, em Cormófitas, Carlos Almaça, em Invertebrados e Vertebrados, e Jakobson, em Bioquímica. E as colegas de curso e amigas Maria João Ivens Collares Pereira, Maria José Rosado Costa, Leonor Teixeira e também o colega de Geologia Fernando José Dias Costa.

Foram tempos de convívio, amizade e muito estudo e trabalho.

Ciências - Que mensagem gostaria de deixar aos atuais estudantes da Faculdade que serão os futuros profissionais de Ciências?

MM - Desejo dizer-lhes: trabalhem, sejam empenhados e aproveitem bem a fase da vida que estão a passar pois dela dependerá o vosso futuro. Tenham cuidado com as escolhas que fazem pois, se forem boas, as consequências serão muito agradáveis, mas se não forem tão boas, também para elas há consequências e desafios. Afinal, a nossa vida é uma aprendizagem constante.

Raquel Salgueira Póvoas, Área de Comunicação e Imagem
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
Visitas às escolas

O recente falecimento abre mais uma lacuna na geração dos cientistas e professores que muito contribuíram para o desenvolvimento da Química em Portugal.

Maria Inês Correia Gonçalves Macias Marques, professora aposentada da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, faleceu aos 79 anos, no dia 1 de janeiro de 2017. A Faculdade lamenta o triste acontecimento, apresentando as condolências aos seus familiares, amigos e colegas.

Inseridos no Programa de Atividades Conjuntas, do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização , o IBEB e o BioISI de Ciências – em conjunto com outros grupos nacionais -, vão explorar o conhecimento acerca do cérebro.

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Através de trabalho de campo detalhado na ilha de Santa Maria, nos Açores, investigadores descobriram elementos importantes para a compreensão da origem e evolução de ilhas vulcânicas.

O projeto RESISTIR iniciou-se em abril deste ano e visa criar até abril de 2019 um sistema de informação - inovador, modular, inteligente e adaptável - para apoiar a tomada de decisão clínica no domínio da vigilância epidemiológica, resistência aos antimicrobianos, controlo de infeção e gestão hospitalar.

O ClimAdaPT.Local coordenado pelo grupo CCIAM do cE3c chegou ao fim.

Ciências é oficialmente membro associado do Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas. Para além disso, em 2017 a sede vai ficar mais próxima dos cientistas desta instituição.

No ensino universitário normal o aproveitamento/rendimento escolar é também motivo de preocupação em muitos países europeus, embora existam países onde esse rendimento se aproxima dos 100%. Em termos económicos, facilmente se percebe que quanto maior for a taxa de aprovação dos alunos, menor a desistência e a reprovação, mais justificadas estão as verbas públicas  (provenientes dos impostos) que o Estado investiu no sector da educação.

“Os valores associados ao desporto são complementares aos que são necessários para o sucesso académico”, diz Matilde Fidalgo, aluna de Ciências e jogadora de futebol da seleção feminina portuguesa.

Antes de se aposentar em 2014 a Ana Monteiro trabalhou na Biblioteca da FCUL durante alguns anos. Ontem, dia 15 de dezembro, faleceu.

Teve lugar a 27 de outubro no Salão Nobre da Reitoria da Universidade de Lisboa (ULisboa) o lançamento oficial do Colégio de Química, o primeiro colégio da ULisboa aprovado na área das Ciências Exatas.

O aumento da temperatura da água leva anfíbios omnívoros a adotar uma dieta mais herbívora. De acordo com o comunicado de imprensa emitido pelo cE3c – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Climáticas, “esta é a primeira vez que é estudada em vertebrados a assimilação de dietas mais ou menos ricas em proteínas em função da temperatura”.

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O último Dictum et factum de 2016 é com Paulo Silva, técnico superior do Departamento de Física de Ciências.

O QTLeap—Quality Translation by Deep Language Engineering Approaches chega ao fim, mas a investigação em tradução automática continua. Leia a curta entrevista com António Branco, professor do Departamento de Informática de Ciências e coordenador deste projeto, iniciado em novembro de 2013.

“A Onda da Nazaré: um estímulo para a aprendizagem” é financiado pelo Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants) e explica de forma simples e recorrendo a curtas animações os processos associados à existência da maior onda surfada em todo o mundo. 

O curso de Química Tecnológica celebra em 2017 os 35 anos da saída dos seus primeiros licenciados pelo que as próximas “Jornadas QT” realçarão esta efeméride.

Nos últimos anos da troika (2011-2015), a importância da Filosofia foi bastante apreciada, em particular a nível internacional. Este período não foi bom para Portugal, sobretudo porque os jovens licenciados foram colocados de lado e sem trabalho, os sem emprego (ou bolsa), os precários (com vencimento à hora de ocupação, os temporários, sem férias, direitos de saúde...), e os que estavam a mais (e, forçados a emigrar) juntaram a sua indignação e protestaram. Nem sempre com resultados bem visíveis e de pressão real sobre o poder.

A União Europeia das Geociências atribui anualmente um prémio que reconhece atividade científica de exceção a nível mundial, realizada por cientistas desta área na fase inicial da carreira. Este galardão foi atribuído pela primeira vez a um investigador a trabalhar em Portugal. João Duarte é investigador do Instituto Dom Luiz e do Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e recebeu este prémio pelo seu trabalho na área da Geologia Marinha e Tectónica, bem como pela sua atividade na área da divulgação científica. 

Nos próximos cinco anos, Sara Magalhães vai explorar um sistema biológico composto por duas espécies de ácaro-aranha, Tetranychus urticae Tetranychus ludeni, que competem por um alimento - a planta do tomate, no âmbito do projeto “COMPCON - Competição sob construção do nicho”, com início previsto para maio de 2017 e desenvolvido em colaboração com investigadores da Universidade de Montpellier, em França.

Aplicações médicas e industriais a partir de organismos que produzem bioadesivos... Sim, é possível. No âmbito de uma Ação COST, a Rede Europeia de Especialistas em Bioadesão, trabalha para criar novos produtos.

O tempo tem demonstrado ser possível avançar na criação de mais e melhores condições de equidade para os alunos com Necessidades Educativas Especiais. Mas este é um desafio permanente para as instituições de ensino, como também o é para cada um de nós e a cada momento, num permanente processo de implicação pessoal em prol de algo que tanto prezamos: a igualdade de oportunidades.

Num desporto o treino é comum e faz parte de um plano para conseguir os melhores resultados, estimulando as capacidades físicas a superarem os desempenhos. Mas, também se podem treinar as mentes para fazer ciência.

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Luís Filipe Lages Martins, bolseiro de pós-doutoramento do LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil, é o vencedor da 1.ª edição do Prémio Inovação em Metrologia da Sociedade Portuguesa de Metrologia (SPMet).

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