No total são destinados 2,5 milhões de euros à concretização do estudo que terá início em fevereiro de 2017 e deverá estar concluído em 2020
Métodos de diagnósticos mais precoces e tratamentos mais personalizados, este é o desafio do projeto MEDPERSYST, que reúne investigadores de diferentes áreas, para o estudo de diagnósticos de diferentes patologias.
O Instituto de Biofísica e Engenharia Biomédica (IBEB) e o Instituto de Biossistemas e Ciências integrativas (BioISI) de Ciências juntaram-se, no final de 2014, para propor o projecto MEDPERSYST – “Synaptic networks and Personalized Medicine Approaches to Understand Neurobehavioural Diseases Across the Lifespan”-, com objetivos aplicados a cada área do saber e investigação respetiva. Em comum têm o diagnóstico precoce e a medicina personalizada de doenças do sistema nervoso central.
De acordo com Pedro Almeida, professor do Departamento de Física de Ciências e investigador do IBEB, os objetivos passam por “obter uma relação bem definida entre dados de imagem e características genéticas de pacientes com diferentes patologias relacionadas com os sistemas dopaminérgico e gaba-érgico, dois dos principais sistemas neurotransmissores do cérebro humano” e ainda “a melhoria do conhecimento acerca da relação funcional que existe nestes sistemas e como esta relação se pode manifestar sob a forma de marcadores imagiológicos”.
Do lado do BioISI, Astrid Vicente, docente convidada do Departamento de Biologia Vegetal de Ciências, esclarece que “o objetivo global é identificar biomarcadores e compreender melhor os processos biológicos subjacentes ao autismo”. Para isso, “o trabalho [deste grupo], na prática, envolverá a análise de uma população de crianças com autismo e de controlos, com sequenciação de genes envolvidos em processos sinápticos, que são genes candidatos para o autismo, sequenciação do RNA para identificação de moléculas regulatórias da transcrição e tradução, e análise integrativa dos vários níveis de informação gerados”.
Para além da Universidade de Lisboa o projeto integra ainda grupos de investigação das universidades de Aveiro, Porto, Coimbra e Minho. No total são destinados 2,5 milhões de euros à concretização do estudo que terá início em fevereiro de 2017 e deverá estar concluído em 2020.
O projeto insere-se no Programa de Atividades Conjuntas do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (COMPETE 2020), que mobiliza os Fundos Europeus Estruturais e de Investimento destinados à “Competitividade e Internacionalização” para o período 2014-2020.