Artigo na Science Immunology

Importante contributo para a compreensão da resposta imunitária humana

Sumário gráfico do trabalho

Um grupo de investigadores utilizou gânglios linfáticos, amígdalas e sangue para mostrar como as células que controlam a produção de anticorpos são formadas e atuam

Imagem cedida pelos autores
Saumya Kumar
Saumya Kumar é a primeira autora do estudo
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Um grupo de investigadores utilizou gânglios linfáticos, amígdalas e sangue para mostrar como as células que controlam a produção de anticorpos são formadas e atuam. Estes dados permitirão desenhar estratégias que controlem a regulação do sistema, podendo contribuir para a resolução de doenças autoimunes ou alergias, segundo comunicado de imprensa emitido pelo iMM.

Este estudo “Developmental bifurcation of human T follicular regulatory cells” publicado recentemente na Science Immunology, uma das cinco publicações científicas mais prestigiadas da área da Imunologia, é coordenado por Luís Graça, investigador do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (iMM) e professor da Faculdade de Medicina (FM) da ULisboa, tem como primeira autora Saumya Kumar e contou com a participação de Válter R. Fonseca, Filipa Ribeiro, Afonso P. Basto, Ana Água-Doce, Marta Monteiro, Dikélélé Elessa, Ricardo J. Miragaia, Tomás Gomes, Eliane Piaggio, Elodie Segura, Margarida Gama-Carvalho e Sarah A. Teichmann.

Saumya Kumar desenvolve o seu trabalho no âmbito da rede europeia ENLIGHT-TEN, da qual o iMM faz parte, e é aluna do programa doutoral do Centro Académico Médico de Lisboa, sob orientação de Luís Graça, e coorientação de Margarida Gama-Carvalho, professora do Departamento de Química e Bioquímica da Ciências ULisboa e investigadora do Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas (BioISI).

Para estudar as células humanas envolvidas na produção de anticorpos após vacinação, os cientistas utilizaram uma tecnologia que surgiu muito recentemente – identificando por sequenciação todos os genes que estão ativados em cada célula individualmente. A informação assim obtida permite conhecer, com um detalhe extremamente elevado, os genes e moléculas envolvidos na regulação da produção de anticorpos. Deste modo, abre-se um vasto leque de oportunidades para tentar estimular ou inibir algumas destas moléculas com o objetivo de potenciar a produção de anticorpos em vacinas, ou diminuir a produção de anticorpos em doenças por eles causadas (como a autoimunidade ou alergia).

Para Luís Graça, quando os sistemas biológicos do organismo não são adequadamente regulados surge a doença. “É o conhecimento da regulação do organismo que permite corrigir essas situações patológicas”, diz, acrescentando que “para compreender o poder desta tecnologia devemos notar que todas as nossas células têm os mesmos genes. O que torna um neurónio diferente de um linfócito é que cada célula só está a utilizar a informação de um conjunto diferente de genes. Assim, quando após a vacinação um linfócito inicia o processo de controlar a produção de anticorpos, vai ligar alguns genes e desligar outros. Foi isto que estudámos para centenas de células simultaneamente”.

De acordo com Saumya Kumar, quando o estudo começou, há quatro anos, não havia alguma da tecnologia que os investigadores acabaram por utilizar, concluindo que o avanço tecnológico tem sido extraordinário.

O artigo publicado é um exemplo da importância da investigação interdisciplinar entre as áreas da imunologia experimental, das tecnologias de sequenciação de larga escala (conhecidas por transcritómica), e da bioinformática e biologia computacional na compreensão de processos fundamentais da biologia humana, desenvolvidas no grupo de Biologia de Sistemas do RNA do BioISI Ciências ULisboa.

Margarida Gama-Carvalho
Para Margarida Gama-Carvalho as ciências biológicas requerem a integração de equipas multidisciplinares e um forte know-how nas áreas da Bioinformática e Biologia Computacional
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Para Margarida Gama-Carvalho, “este trabalho é um exemplo extraordinário de quão poderosas são as novas tecnologias de sequenciação e os métodos de análise ao nível de célula única, permitindo fazer a reconstrução temporal e espacial dos processos de diferenciação celular essenciais às respostas de defesa imunitária, que decorrem dentro do ambiente complexo do nosso organismo, fora do nosso alcance”. A cientista acrescenta ainda que este trabalho é também uma boa demonstração de como nos dias de hoje as ciências biológicas requerem a integração de equipas multidisciplinares e um forte know-how nas áreas da Bioinformática e Biologia Computacional.

ACI Ciências ULisboa com iMM
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
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O primeiro estudo científico desenvolvido no PermaLab – um laboratório vivo de permacultura, situado no campus de Ciências ULisboa, será publicado no volume 212 da edição de março de 2019 do Journal of Cleaner Production, reforçando dessa forma a importância dos laboratórios vivos no contexto universitário.

“O desenvolvimento de uma missão astronómica espacial é uma aventura demorada, que, nos casos mais complexos, pode demorar mais de duas décadas. Com o Athena estamos envolvidos neste processo desde os primeiros passos, tendo ajudado a construir a proposta ‘vencedora’”, conta José Afonso, que lidera a participação portuguesa na missão Athena, prevista para 2031.

Projeto de Sismologia nas Escolas do Instituto Dom Luiz

Guilherme Weishar apresenta-nos o projeto de Sismologia nas Escolas do Instituto Dom Luiz e que tem uma componente de citizen science.

Wani na Indonésia

Objetivo da missão dos investigadores do IDL Ciências ULisboa e do IPMA?! Melhorar a caracterização do tsunami de 28 de setembro de 2018, de modo a desenvolver técnicas e programas de mitigação destes fenómenos naturais.

Ricardo Honório

Cernorium é o canal YouTube de Ricardo Honório, aluno do mestrado integrado em Engenharia Física de Ciências ULisboa. O projeto tem já disponível o primeiro episódio e é a “concretização de uma ideia antiga que procura aliar a paixão pela Física com algum humor.

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Evocações sobre Entomologia no Museu Bocage e na Faculdade, pelo professor, cientista José Alberto Quartau. Versão abreviada da alocução proferida aquando do 35.º aniversário do Departamento de Biologia Animal de Ciências ULisboa, em 5 de junho de 2018.

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Nesta fotolegenda destacamos uma passagem da entrevista com Francisco Saldanha da Gama, professor do Departamento de Estatística e Investigação Operacional e investigador do Centro de Matemática, Aplicações Fundamentais e Investigação Operacional de Ciências ULisboa, e que pode ser ouvida no canal YouTube e na área multimédia do site da Faculdade.

Lisboa

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 Conselho Diretivo da ELRA

António Branco, professor do DI Ciências ULisboa, é o novo presidente da ELRA-European Language Resources Association, a principal associação científica europeia para o processamento da linguagem natural e uma das mais importantes associações a nível mundial nesta subárea da Inteligência Artificial.

Robô e criança

"Revendo as discussões nos últimos anos sobre a Inteligência Artificial (IA), a ideia da superinteligência (super-homem) e da frieza dos comportamentos dos agentes artificiais, quando comparados com os seres humanos, concluímos que o medo à IA só será ultrapassado com uma nova postura da IA, virada para a enfâse nos benefícios", escreve Helder Coelho, professor do DI Ciências ULisboa.

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Leia a entrevista com Soraia Pereira, vencedora do Prémio SPE2018 e que descobriu o interesse pela Estatística no último ano da licenciatura em Matemática.

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O novo livro de Jorge Buescu, professor do Departamento de Matemática de Ciências ULisboa é apresentado ao público em dezembro. Leia a entrevista com o matemático e escritor que através da Matemática "rasga horizontes e abre novos mundos a mentes sequiosas".

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O projeto “NitroPortugal -Strengthening Portuguese research and innovation capacities in the field of excess reactive nitroge” promove livro infantil “A história do azoto, bom em pequenino e mau em grande”.

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A British Ecological Society anunciou esta sexta-feira, dia 30 de novembro, os vencedores do concurso anual de fotografia Capturing Ecology. Entre as várias fotografias premiadas encontram-se as de Adrià López Baucells, estudante do programa doutoral Biodiversidade, Genética e Evolução e investigador do polo de Ciências ULisboa do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais.

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No Dia Nacional do Mar trazemos à memória os 20 anos da EXPO’98 e da Ponte Vasco da Gama e a reabilitação daquela área, na qual participaram vários professores de Ciências ULisboa e investigadores do extinto Instituto de Oceanografia, atual MARE.

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