Prémio Nobel da Química 2017

Qual a vantagem de conhecer biomoléculas que são grandes e complexas?

Jacques Dubochet, Joachim Frank e Richard Henderson

lustrações de Niklas Elmehed | Nobel Media AB 2017

Maria José Calhorda
Imagem cedida por MJC

O Prémio Nobel da Química foi atribuído em 2017, em partes iguais, a três investigadores, Jacques Dubochet (Universidade de Lausana, Suiça), Joachim Frank (Universidade de Columbia, Nova Iorque, EUA) e Richard Henderson (Laboratório MRC de Biologia Molecular, Cambridge, UK) pelo desenvolvimento da microscopia crioelectrónica que permite a resolução da estrutura de biomoléculas em solução com alta resolução.

O grande avanço na determinação de estruturas de sistemas moleculares foi a cristalografia de raios-X, que durante o século XX permitiu a determinação da estrutura, com resolução atómica, para moléculas pequenas e, com elevada resolução (2-3 Å,) para as biomoléculas, como as proteínas. Contudo, esta técnica exige a utilização de cristais. Muitas biomoléculas não cristalizam facilmente e outras decompõem-se durante o processo.

Henderson teve a ideia de usar microscopia eletrónica de transmissão (TEM – transmission electron microscopy) para determinar as suas estruturas. Esta técnica permitia obter, com os equipamentos de alta resolução, certas estruturas moleculares, bidimensionais, com detalhe atómico, mas as biomoléculas geralmente perdiam a estrutura e decompunham-se nas condições operacionais (feixe de eletrões de alta energia e vácuo).

Os melhoramentos que permitiram resolver o problema envolveram dois aspetos. Um deles consistiu na análise e no tratamento dos dados experimentais, por meios matemáticos e computacionais, de modo a obter imagens bem definidas que pudessem mostrar o detalhe das estruturas. Foi este o campo de intervenção de Joachim Frank. O outro permitiu encontrar condições em que as biomoléculas mantivessem a sua identidade – forma e estrutura. Jacques Dubochet estudou meios de as proteger para evitar, por exemplo, a desidratação que levava ao seu colapso. A forma que veio a provar ser mais eficaz foi envolver as biomoléculas em estudo num filme fino de água e forçar a congelação de água na forma de vidro (amorfo) evitando a sua cristalização. Nada disto foi fácil e envolveu anos de trabalho das várias equipas até chegar à microscopia crioelectrónica.

Qual a vantagem de conhecer detalhadamente as estruturas das moléculas, em particular das biomoléculas que são grandes e complexas? Para além da sua beleza, o conhecimento das estruturas permite a conceção de fármacos destinados a alvos bem definidos, tornando essa conceção mais racional e menos aleatória.


Ilustração de Martin Högbom, disponível no site da Royal Swedish Academy of Science

 

Maria José Calhorda, professora do Departamento de Química e Bioquímica de Ciências
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
Rita Eusébio e Ana Sofia Reboleira, nos laboratórios de Ciências ULisboa

Nova espécie descoberta no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros

Cristina Branquinho, professora de CIÊNCIAS

Documento redigido em Manaus vai ser apresentado na Conferência das Nações Unidas

david macdonald dia da investigação

Investigador da Universidade de Oxford foi o convidado especial do Dia da Investigação e da Inovação

Margarida Santos-Reis no dia da Investigação e Inovação

Professora de CIÊNCIAS homenageada no Dia da Investigação e da Inovação

Passeio da Ciência

Novo Passeio da Ciência dá a conhecer centros de investigação e infraestruturas científicas

Nuno Garcia dos Santos durante a sessão

O Dia da Investigação e da Inovação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (CIÊNCIAS) arrancou na manhã desta quarta-feira com uma sala bem concorrida de professores, cientistas e

observatório newathena

Nuno Covas lidera simulações relacionadas com o observatório NewAthena  

Palestra no Grande auditório de CIÊNCIAS

Núcleo de estudantes trouxe especialistas para ciclo de palestras 

salas de estudo

Evento da aliança Unite! teve lugar na Finlândia

O clima e a meteorologia serevem de tema ao prémio do IPMA

Prémio organizado pelo IPMA destina-se a jovens investigadores

Embaixadores de CIÊNCIAS

Ações de divulgação vão contar com 10 representantes de cursos de CIÊNCIAS 

Congresso Hub Connect

Congresso Connect Hub revelou detalhes da nova formação para profissionais de saúde

Catarina Guerreiro e Mário Cachão

Cocolitóforos têm um papel crucial na captação de dióxido de carbono

Doutoramento em Saúde Planetária

Novo doutoramento da Universidade de Lisboa arranca com sessão aberta ao público

Laureados do prémio Nobel da Química de 2025

Susumu Kitagawa, Richard Robson e Omar Yaghi são os laureados do Nobel da Química de 2025

Prémio Nobel da Química de 2025

O prémio Nobel foi atribuído esta terça-feira a John Clarke, Michel H. Devoret e John M. Martinis

Catarina Frazão-Santos tem trabalhado no planeamento dos oceanos

Investigadora do MARE lembra que planeamento do espaço marinho tem de ser flexível

Samuel Barata na prova de Brasov

Antigo aluno de química foi à Roménia tirar um segundo ao recorde nacional

Rui Malhó, no BioISI Day

O BioISI Day de 2025 ocupou apenas o dia de quinta-feira, mas permitiu antever o que reservam os próximos cinco anos de atividade do Instituto de Biossistemas e Ciências I

Investigadores de Ciências na Noite Europeia dos Investigadores

Investigadores de CIÊNCIAS marcaram presença no evento com demonstradores e palestras

Foto de grupo de grupos de estudantes internacionais

Visita à Serra de Grândola contou com 30 alunos internacionais

Jorge Relvas e Luís Ferreira

A Universidade de Lisboa iniciou ontem o novo ano académico com a cerimónia de Tomada de Posse do Reitor e da sua Equipa Reitoral, na Aula Magna.

Nuno Araújo, presidente do Departamento de Física de CIÊNCIAS

Evento revelou projetos de doutoramento a empresas

Páginas