A revista IMPROP surge numa nova edição que tem por tema de fundo a Inteligência Artificial
A IMPROP sempre foi uma revista irreverente produzida por estudantes – e é assim que o mais recente número deste histórico título começa a ser distribuído esta quarta feira pela comunidade académica. Neste regresso editorial, a revista que a Associação dos Estudantes da Faculdade de Ciências de Lisboa (AEFCL) tem publicado desde 1970 adotou como tema principal os novos desafios e oportunidades que se perfilam no Ensino Superior, com especial destaque para a Inteligência Artificial (IA).
A nova edição da IMPROP já pode ser descarregada a partir dos repositórios da Google ou alternativa os dos serviços da Linktree.
“A IA vem alterar o panorama e essa é uma das facetas que abordamos neste número da IMPROP. Também olhamos para o passado e fazemos comparações com o que vivemos hoje, e com o que podemos vir a viver no futuro”, descreve Carlos Gonçalves, aluno com o cargo de administrador da AEFCL no ano letivo passado, que desempenhou a função de diretor do novo número da IMPROP. “Além de abordarmos o que é a AE e aquilo que pode vir a ser no futuro, também abordamos as temáticas relacionadas com os cursos, os núcleos de estudantes, as atividades curriculares e extra-curriculares, entre muitos outros temas”, acrescenta o aluno da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (Ciências ULisboa).
O mais recente número da IMPROP foi produzido com o tema “Ser Estudante: – das Sebentas à Inteligência Artificial”. Além de ser grátis, este número da IMPROP é publicado com prioridade dada ao formato digital (apenas foi produzida cerca de uma centena de exemplares impressos). No total, o novo número conta com 24 páginas organizadas em quatro capítulos, que agregam artigos redigidos por alunos, além de entrevistas a antigos e atuais alunos e da participação de outras personalidades revelantes para a comunidade académica.
Na nova edição da IMPROP, destacam-se as participações de Glória Ramalho, que era presidente da AEFCL quando saiu o primeiro número da IMPROP, em 1970; Eduardo Matos ex-Presidente da AEFCL e criador do Arraial do Cientista; Pedro Neto Monteiro, Presidente da Federação Académica de Lisboa, com um artigo de opinião; e Celma Padamo, Diretora de Comunicação de Imagem de Ciências Ulisboa, que analisa a captação de atenção num mundo dominado pela informação. Na nova revista, é ainda possível encontrar participações professores de Ciências ULisboa de Ana Prata e Carlos Assis sobre o ensino e as aulas na atualidade.
“O primeiro número da IMPROP já tinha uma faceta muito reivindicativa, apesar de ter sido lançada num tempo em que Portugal vivia numa ditadura”, recorda Carlos Gonçalves.
A participação de Glória Ramalho é também um reflexo da passagem do tempo pela IMPROP. Além de ter sido a primeira mulher a presidir a uma associação de estudantes portuguesa, a antiga presidente da AEFCL distinguiu-se por conseguir lançar uma revista estudantil numa altura em que as mais variadas publicações eram sujeitas a censura. “Glória Ramalho teve de lidar com vários riscos para lançar o primeiro número da IMPROP, quando era presidente da AEFCL. Hoje, temos liberdade para escrevermos o que queremos, onde queremos e quando queremos. Foi dessa liberdade que desfrutámos na produção do mais recente número da IMPROP”, refere Carlos Gonçalves.
O novo número da IMPROP surge também como o corolário de mais um ano letivo que passou e em jeito de passagem de testemunho para uma nova direção da AEFCL. Apesar de alguma irregularidade na publicação dos últimos anos, há a expectativa de manter este título ativo nos próximos tempos.
“Este número da IMPROP pretende ser útil ao abordar várias tendências que estão a acontecer na atualidade e ao mostrar como um estudante de hoje tem uma experiência bem diferente daquela que teria há 50 anos. A ideia é que a IMPROP continue viva com novas edições durante o próximo ano”, conclui Carlos Gonçalves.


























