2013 Ano Internacional da Estatística

Estatística, Economia e Gestão: uma aliança forte e duradoura

Rosto de Teresa Alpuim
Cedida por Teresa Alpuim

A história da Estatística está indissociavelmente ligada à Economia e à administração dos Estados. A palavra Estatística tem origem na expressão latina “Statisticum Collegium” (Conselho de Estado) e na palavra italiana “statista” que significa estadista ou político. Desde a Antiguidade, uma preocupação dos governantes foi conhecer com razoável rigor a dimensão e composição das populações que dirigiam, o valor das terras sob o seu domínio, os rendimentos que estas produziam, as receitas em impostos que podiam auferir, etc.. Não esqueçamos que Jesus Cristo nasceu num estábulo, porque Maria e José tiveram de se deslocar de Nazaré a Belém, terra natal de José, pois segundo Mateus, o imperador Octávio Augusto ordenou o recenseamento de todos os habitantes do mundo romano, tendo estes que se alistar nas respetivas cidades.

O estudo mais avançado sobre como exprimir todas as componentes naturais, sociais e políticas de um Estado em números foi iniciado por William Petty (1623-1687), na Grã-Bretanha, com o nome de Aritmética Política (Political Arithmetic). Segundo ele, esta abordagem permitiria obter uma base sólida para tomar decisões sobre os assuntos de Estado evitando controvérsias políticas. Pensa-se que o trabalho de Petty foi muito influenciado pelas ideias de John Graunt que publicou, em 1662, o livro “Observações naturais e políticas sobre as tabelas de mortalidade de Londres” e que, por isso, é hoje considerado um dos fundadores da Demografia. Os trabalhos de Petty e Graunt, em simultâneo com o desenvolvimento da Teoria da Probabilidade, permitiram que o famoso matemático e astrónomo britânico, Edmond Halley, publicasse um trabalho, em 1693, em que utilizava dados reais das Tabelas de Mortalidade de Breslaw para estabelecer prémios anuais de seguros de vida.
Apontamentos estatísticos
Fonte: istockphoto.com

Pode-se dizer que o trabalho de Halley deu origem à atividade seguradora relacionada com fundos de pensões e seguros de vida baseada em princípios científicos tal como a conhecemos hoje, isto é, às Ciências Atuariais. No entanto, a necessidade de segurar valores importantes contra riscos e incertezas é muito mais antiga e tem origem no comércio marítimo na Grécia. Nesse tempo, o financiamento para o transporte de carga marítima era, em geral, da responsabilidade de um ou vários indivíduos com riqueza, que concordavam em nada receber caso esta se perdesse. Mas se o navio chegasse a bom porto o segurador recebia de volta essa quantia, acrescida de uma pesada taxa de juro. As Ciências Atuariais desenvolveram-se em estreita relação com a Estatística e hoje em dia utilizam métodos estatísticos complexos e incluem uma grande variedade de ramos de atividade.

O estudo das variáveis e conceitos económicos, como procura, oferta, preços, quantidades produzidas, rendimento, etc. desde cedo utilizou Matemática e Estatística. Uma geração após William Petty e John Graunt, Gregory King (1648-1712) é considerado o primeiro economista estatístico, e mesmo Adam Smith citou o seu trabalho na “Riqueza das Nações”, cerca de um século mais tarde. Para além de vários trabalhos de natureza estatística sobre a produção, o comércio e a população de Inglaterra no século XVII, King introduziu o conceito de elasticidade de um bem, desde então muito utilizado pelos economistas. Hoje em dia chama-se Econometria à aplicação da Matemática e da Estatística às teorias económicas, com o objetivo de testar hipóteses e de prever tendências futuras. Este termo, Econometria, foi introduzido pelo economista Norueguês, Ragnar Frisch que recebeu o prémio Nobel exatamente pelo seu trabalho nesta área da Economia.
Circulação de transportes
Fonte: istockphoto.com

Desde os finais do século XIX que a Estatística começou também a ser utilizada como uma ferramenta importante na gestão industrial e dos serviços. Walter Shewhart, físico, engenheiro e estatístico americano, é conhecido como o pai do Controlo Estatístico de Qualidade cujos princípios básicos desenvolveu enquanto trabalhou nos Bell Telephone Laboratories desde a sua fundação em 1925 até 1956. Inspirando-se nas ideias de Shewhart, com quem colaborou, William Deming desenvolveu o controlo de qualidade e a gestão industrial, e é hoje conhecido pelo seu trabalho nos anos 50 no Japão, tendo contribuído de uma forma significativa para o desenvolvimento industrial daquele país. Também Agner Erlang (1878-1929), matemático, estatístico e engenheiro dinamarquês, contribuiu com resultados importantes para a Teoria da Probabilidade, estabelecendo os princípios do que é hoje conhecido como a teoria das filas de espera, no âmbito do seu trabalho para a Companhia de Telefones de Copenhaga.

Hoje em dia a Estatística é importante em muitos aspetos da gestão empresarial como, por exemplo, a gestão de carteiras de investimentos financeiros ou a gestão de risco. A Estatística está a transformar a Gestão de Marketing, através do Marketing Analítico e Relacional ou CRM (Customer Relationship Management) em que métodos estatísticos e técnicas de bases de dados permitem uma gestão de clientes mais eficiente e bem-sucedida. Pode-se dizer, sem risco de exagero, que a Estatística é a mais social das ciências exatas.

Presentemente, a FCUL oferece um Mestrado em Matemática Aplicada à Economia e Gestão, em que se estuda a aplicação da Estatística e de outras áreas de Matemática Aplicada à Economia e diversas especialidades da Gestão, como Risco e Finanças, Qualidade, Marketing, Produção, etc.. Este mestrado surgiu em consequência do trabalho de um grupo de docentes de Estatística, Investigação Operacional, Análise Numérica, Economia e Gestão que tem por objetivo, através do ensino e da investigação aplicada, aproximar a FCUL da vida empresarial e acrescentar maior valor económico aos conhecimentos que aqui se ensinam e aqui se criam.

Teresa Alpuim, professora do DEIO-FCUL

A iniciativa possibilita aos estudantes a recolha de informação sobre diversas áreas do saber das 18 escolas da Universidade de Lisboa.

Ciências presta homenagem a Dmitri Ivanovich Mendeleev a 8 de fevereiro de 2018, data em que se assinala o 184º aniversário do seu nascimento. Nesse dia, 118 alunos do 9.º ano do Colégio de Santa Doroteia, em Lisboa, visitam a tabela periódica existente neste campus universitário.

O artigo “The Little Ice Age in Iberian mountains” publicado em fevereiro de 2018 na Earth-Science Reviews caracteriza com maior precisão o último grande evento frio do hemisfério norte, de acordo com comunicado de imprensa emitido esta quinta-feira.
A Little Ice Age (LIA) ou a Pequena Idade do Gelo ocorreu aproximadamente entre 1300 e 1850 e afetou as comunidades dos Pirenéus. Os resultados desta investigação está a ter algum impacto em Espanha.

Pormenor da capa do livro

“Ao contrário do que aparentava no início deste projeto, foi relativamente fácil dar um ritmo de arte sequencial (banda desenhada) ao argumento.

A 2.ª edição do mestrado em Gestão e Governança Ambiental da Faculdade de Ciências da Universidade Agostinho Neto (FCUAN) deverá arrancar no último trimestre do ano letivo 2018/2019 e contará novamente com o apoio de Ciências. Na 1.ª edição 16 estudantes concluíram com sucesso os programas de estudo.

Cinquenta alunos do 4.º ano do Colégio Colibri, de Massamá, foram cientistas por um dia nos Departamentos de Biologia Animal e Biologia Vegetal.

Quando João Graça Gomes iniciou o estágio “Cenarização Sistema Elétrico 100 % Renovável em 2040”, com a duração de um ano, no Departamento Técnico da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), sob a orientação de José Medeiros Pinto, engenheiro e secretário-geral daquela associação, quis “dar o melhor e mostrar a qualidade do ensino de engenharia na FCUL”. O ano passado foi distinguido com um dos prémios de maior destaque da engenharia nacional.

João Graça Gomes, engenheiro do Departamento Técnico da APREN e mestre em Engenharia da Energia e do Ambiente, foi galardoado com o Prémio - Melhor Estágio Nacional em Engenharia Eletrotécnica da Ordem dos Engenheiros.

Nesta fotolegenda destacamos uma passagem da entrevista com o climatologista Ricardo Trigo e que pode ser ouvida no canal YouTube e na área multimédia deste site.

Por forma a gerir a ansiedade de uma forma mais eficaz antes dos momentos de avaliação são propostas algumas estratégias que não eliminam a ameaça mas podem ajudar a lidar de um modo mais eficaz com a ansiedade.

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O primeiro Dictum et factum de 2018 é com Marta Daniela Santos, responsável pelo Gabinete de Comunicação do cE3c – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais.

Ciências será o palco de uma eliminatória regional do Famelab 2018, um dos maiores concursos internacionais de comunicação de ciência.

Ler Filosofia (através de Espinosa) permite olhar o mundo, de forma crítica e pensar em profundidade. Em Ciência, observar e refletir são indispensáveis, para caminharmos, abrindo novas linhas de pesquisa.

Vinte e três alunos estiveram na Faculdade de Ciências a estudar as bases metodológicas para a classificação sistemática de plantas. O curso inseriu-se no projeto HEI-PLADI, um programa ERASMUS + e ocorreu pela primeira vez em Portugal.

Parte do antigo bar do edifício C1 de Ciências dá agora lugar a um novo laboratório de investigação em Ecologia Evolutiva. Aqui vai ser explorado um sistema biológico composto por duas espécies de ácaro aranha, Tetranychus urticae Tetranychus ludeni, que competem por um alimento - a planta do tomate.

O livro Faça Sol ou Faça Vento reúne seis histórias infantojuvenis sobre energias renováveis. Todas elas são escritas por autores com ligação à Faculdade de Ciências da ULisboa.

Será possível ter uma pessoa dentro de um scanner e dizer-lhe para mudar a atividade de diferentes zonas do seu cérebro, com base no que estamos a observar num monitor desse mesmo scanner? Pode a Inteligência Artificial (IA) abordar e interatuar com a Neurociência, e vice-versa?

Quase a terminar o ano, surgem as frequentes resoluções de ano novo, um conjunto de ideias e desejos para aquele que se perspetiva ser um ano talvez igual ou melhor que o anterior. Existem assim duas perspetivas temporais: o ano que passou (o passado) e o que vem (futuro), e é sobre a integração destas duas perspetivas que gostaria de deixar uma reflexão.

Estas duas imagens foram produzidas por André Moitinho, Márcia Barros, Carlos Barata do Centro Multidisciplinar para a Astrofísica (CENTRA) e Hélder Savietto da Fork Research no âmbito da missão Gaia.

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O Dictum et factum de dezembro é com Rodrigo Maia, técnico superior do Laboratório de Isótopos Estáveis do Departamento de Biologia Vegetal de Ciências.

A cidade é um bom exemplo de um sistema adaptativo, inteligente e complexo. Fala-se hoje muito em cidades espertas, onde os peões e os habitantes só encontram motivos para viverem contentes, porque tudo é pensado para os ajudar, graças à capacidade analítica sobre os dados das pessoas e das cidades. A sua manutenção é imprescindível, e a sua renovação deve obedecer à inteligência e jamais à usura. Nem sempre isso ocorre.

O projeto AQUA LINE, da empresa PEN Wave, vencedor do concurso MAREINOV Montepio, destina-se a produzir de forma inovadora microalgas e copépodes para o sector da aquicultura.

André Borges, Bernardo Tavares e Luis Martins, alunos do mestrado integrado em Engenharia da Energia e do Ambiente venceram o 1.º Hackathon de Transportes Internacional de Moscovo. A equipa classificada em 1.º lugar contou ainda com estudantes de Espanha e Colômbia.

O Prémio Luso-Espanhol de Química 2017 foi atribuído a Amélia Pilar Rauter, professora do Departamento de Química e Bioquímica e coordenadora do Grupo da Química dos Glúcidos do Centro de Química e Bioquímica de Ciências.

O quinto livro de António Damásio, colocado à venda a 3 de novembro, aborda o diálogo da vida com os sentimentos, como formadores da consciência e motor da ciência, e o que daí resulta, em especial para a cultura (ou ainda, sobre a estranha ordem, da sensação à emoção e depois ao sentimento). Os sentimentos são sinais da nossa vida e também os motivadores da criação intelectual dos homens. E, daí resultam multitudes de condutas, padrões variados de comportamentos. Enfim, os sentimentos facilitam a formação da nossa personalidade.

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