Opinião

Ciências comunica?

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ACI Ciências

Manuel Leite Valença
Fonte ACI Ciências 

Sim! Sempre comunicou e vai continuar a comunicar.

Quando se pensa em comunicação de ciência, instintivamente consideramos, por exemplo, a realização de palestras públicas, atividades com crianças ou entrevistas nos meios de comunicação social. Ou seja, pensamos na comunicação com público não especializado, seja através de mecanismos diretos como palestras ou indiretos como a comunicação social e as redes sociais.

No entanto, a comunicação de ciência não se limita a interagir com o designado “público geral” (seja este quem for), já que pode também ser direcionada para especialistas de determinadas áreas profissionais ou académicas. Se considerarmos as inúmeras conexões que existem entre comunicação de ciência, educação de ciência e comunicação científica (caso não as queiramos agregar sob um mesmo “chapéu”) então não há qualquer dúvida que Ciências há muito tempo que comunica. Há mais de 100 anos!

Comunica a formar professores, engenheiros, cientistas e fundamentalmente cidadãos com uma elevada cultura científica. Pessoas que possuem conhecimento sobre uma determinada área e que com esse conhecimento podem pretender: transmitir e formar outras pessoas (professores), aplicar esse conhecimento (engenheiros e técnicos), ou expandir ainda mais os limites do conhecimento nessa área (investigadores). Seja como for, irão sempre necessitar de comunicar: com clientes, com investidores, com decisores políticos, com alunos, com colegas, com jornalistas ou com avaliadores, por exemplo.

Comunicar significa tornar comum. E o que queremos tornar comum? Ciência1. Esse é o objetivo. Atraente na sua simplicidade, mas tratando-se inerentemente de uma comunicação entre pessoas, torna-se intrinsecamente complexa. Se o que queremos tornar comum é a ciência, então a complexidade é ainda maior. Porquê? Porque a Ciência sofre de uma “maldição do conhecimento”, como sugerido por Sharon & Baram-Tsabari (2014). Para o possuidor do conhecimento esta maldição torna muito difícil avaliar corretamente o que outras pessoas sabem ou não sobre a sua área de especialidade.

Seguindo a definição de Burns et al (2003), a comunicação de ciência pretende na sua essência, o “uso apropriado de técnicas e competências” para provocar uma ou várias reações no público-alvo, de entre as quais a “satisfação, interesse, compreensão ou familiaridade com a ciência”.

Então porque é que um seminário de comunicação de ciência é necessário numa instituição que comunica há tantos anos? Para reforçar e promover a troca de experiências no uso apropriado de técnicas e competências na comunicação com diferentes públicos-alvo, sejam eles quem forem.

O seminário “Comunica Ciências” realizou-se entre 5 e 13 de maio na Faculdade de Ciências. Iniciou-se com uma conferência no dia 5, que contou com quatro oradores: Ana Sanchez (Fundação para a Ciência e Tecnologia); António Granado (FCSH-UNL); Gonçalo Costa (FCUL) e Vítor Malheiros (Pavilhão do Conhecimento). Apesar do período dedicado ao debate com a audiência exceder em muito o tempo dedicado às apresentações dos oradores, como esperado foi impossível debater com profundidade os vários temas que envolvem a comunicação de ciência. Assim, na semana seguinte, entre segunda e sexta, ocorreram cinco workshops de inscrição independente e que abordaram diferentes tópicos.

Segunda

A publicação científica com Henrique Cabral (MARE);

Terça

Comunicar um negócio de ciência com Bruno Amaro e Rita Tomé (Tec Labs - FCUL);

Quarta

Os media e os cientistas com Vera Novais (Observador);

Quinta

Organismos financiadores de ciência com Ana Faísca e António Pedro (Gabinete de Projetos – FCUL);

Sexta

Técnicas de comunicação oral com Manuel Valença (Gabinete de Comunicação, Imagem e Cultura – FCUL).

Participaram na conferência 85 pessoas, tendo os workshops uma média de 35 pessoas (cada workshop possuía diferentes limites máximos de participantes). De acordo com os resultados das avaliações realizadas, vemos que os participantes apreciaram a flexibilidade, a organização e a gratuitidade apresentada por este modelo, considerando ainda os temas abordados como relevantes para a sua vida. No entanto, surgem também referências ao desejo de uma maior duração dos workshops (variaram entre duas e três horas) com o reforço da respetiva componente prática.

A organização (Gabinete de Comunicação, Imagem e Cultura da Faculdade de Ciências) foi ainda questionada pelos participantes relativamente à possibilidade de repetição do seminário e a introdução de outros temas nos workshops. Sendo o objetivo central deste seminário testar o interesse e a mobilização da comunidade, este pode ser considerado alcançado. Tal não significa que o modelo não possa ser analisado e melhorado em possíveis futuras edições. Sim, outros temas podem ser incluídos nos workshops (como o tema da ética ou do open acess na investigação). Sim, é possível aumentar a duração dos workshops e os números máximos de participantes aceites (alguns workshops tiveram de recusar interessados em participar). Sim, é possível evoluir para outros cenários como a atribuição de ECTS aos participantes, transformando o seminário num curso de uma semana inteira. É ainda possível pensar no futuro, a introdução destes tópicos nos próprios curricula dos vários cursos da Faculdade, como já acontece em algumas universidades estrangeiras.

Ciências comunica? Sim! Sempre comunicou e vai continuar a comunicar.

1Ciência surge aqui como referência a todas as áreas científicas e tecnológicas (como definidas pela OCDE).

Manuel Leite Valença, bolseiro de investigação no DINAMIA'CET – ISCTE-IUL
Pedreira

O mestrado em Geologia tem como objetivo formar profissionais com uma formação sólida em áreas chave das Ciências da Terra e que possam responder aos desafios da sociedade do século XXI. Artigo de opinião do Departamento de Geologia a propósito deste novo plano de estudos.

Mesa com vários oradores no grande auditório da Faculdade

A sessão de abertura do 30th International Carbohydrate Symposium foi antecipada e presencial, tendo sido gravada em Ciências ULisboa, para ser apresentada internacionalmente a 10 de julho, primeiro dia do simpósio. A cientista Amélia Pilar Rauter, nesta crónica, descreve o que aconteceu nessa sessão, o antes e depois… O simpósio termina a 15 de julho e segundo a presidente da International Carbohydrate Organisation  serão apresentadas as invenções e descobertas mais recentes, muitas delas relevantes para a sociedade.

dois alunos no laboratório

Doze alunos do Clube Ciência Viva da Escola Secundária Padre António Vieira visitaram um dos laboratórios da Faculdade. A visita foi organizada pelo professor Octávio Paulo, orientada por dois alunos da Faculdade.

Imagem do palco do evento com oradores em destaque

“A iniciativa alcançou o sucesso científico desejado, prontamente reconhecido pela maioria dos seus participantes, (...) o que confirma o interesse crescente que os temas dos riscos urbanos têm vindo a suscitar, no seio da comunidade técnica e científica internacional”, escreve Paula Teves-Costa, presidente da Comissão Organizadora da ICUR2022.

evento da ECFS com pormenor para sigla da sociedade

Carlos M. Farinha, professor do Departamento de Química e Bioquímica da Ciências ULisboa e investigador do Grupo de Investigação em Fibrose Quística, incluído no Grupo de Genómica Funcional e Proteostase do BioISI, foi eleito membro do Conselho de Direção da Sociedade Europeia de Fibrose Quística (ECFS sigla em inglês).

Dua jovens observam espécies no campus da Faculdade

"O BioBlitz é uma metodologia para realizar uma avaliação rápida da biodiversidade de um local num determinado período de tempo", escrevem Patrícia Tiago e Sergio Chozas, coordenadores do +Biodiversidade @CIÊNCIAS. Há cerca de um mês dinamizaram um BioBlitz no campus da Faculdade. Leia a crónica dos cientistas sobre o assunto.

Imagem de satélite da erupção do vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha'apai

Estudo publicado na Nature e liderado por investigadores do Instituto Dom Luiz da Ciências ULisboa e do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) explica o mecanismo por detrás da geração e propagação do tsunami incomum, ocorrido após a explosão colossal do vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha'apai, em Tonga.

Imagens do campus, laboratórios e salas de aula

Entrevista com os professores Cláudio M. Gomes, Margarida Gama Carvalho e Carlos Cordeiro - membros da Comissão de Coordenação do Mestrado em Bioquímica e Biomedicina -, sobre o mestrado em Bioquímica e Biomedicina. Até maio de 2022, cerca de 165 alunos concluíram com sucesso este mestrado, criado em 2009.

Imagens relacionadas com o mestrado em Bioquímica e Biomedicina

"Há importantes mudanças no plano de estudos. Simplificámos o percurso formativo, abolindo áreas de especialidade, mas dando grande liberdade aos alunos para a escolha das optativas que mais lhes interessam e ampla escolha", escrevem Cláudio M. Gomes, Margarida Gama Carvalho e Carlos Cordeiro, membros da Comissão de Coordenação do Mestrado em Bioquímica e Biomedicina.

bioplásticos

O BioLab Lisboa é palco do evento Young Creators – BioLab Edition, que se realiza entre 4 e 8 de julho e cujas inscrições terminam a 2 de julho. O programa destina-se a pessoas com mais de 12 anos. O objetivo desta iniciativa é incentivar a criatividade e o desenvolvimento de novas ideias, através do acesso a equipamentos e ao conhecimento na área da Biotecnologia.

Jovem em frente ao computador

A 1.ª fase de candidaturas aos mestrados da Faculdade decorre até 11 de julho. Esteja atento às redes sociais da Faculdade e conheça os testemunhos de quem frequenta estes cursos. Para Fernanda Oliveira, subdiretora da Direção, “a Faculdade tem uma oferta formativa muito diversificada”.

Complexo não covalente de composição [KrSF5]+ (Fig. 1), que provem duma molécula estável, [KrSF6]+ (Fig. 2), em resultado da reação direta de hexafluoreto de enxofre com crípton ionizado

Este ano comemora-se os 60 anos da descoberta da reatividade dos gases nobres nomeadamente do xénon. Nuno A. G. Bandeira, investigador do Departamento de Química e Bioquímica e do BioISI Ciências ULisboa, escreve sobre os gases nobres, suas aplicações e um estudo recente da sua autoria e de cientistas do Centro de Química Estrutural e que apresenta um novo composto de crípton.

Logotipo GMC

A primeira fase de decisões da primeira volta do Global Management Challenge 2022 terminou no passado dia 14 de junho. Em competição estiveram 206 equipas a nível nacional - compostas por estudantes, quadros de empresas ou mistas -, duas delas incluem estudantes da Ciências ULisboa.

Grande auditório da Faculdade com pessoas

Vale a pena recordar os 111 anos comemorados no grande auditório da Faculdade no canal YouTube, numa viagem imaginária a Marte, com a tradicional entrega de prémios e distinções e outros momentos singulares, assim como conhecer a opinião daqueles que participaram no evento.

sao jorge ao fundo e logotipo da iniciativa

“Andamentos da Ciência” é o novo ciclo de conferências da Ciências ULisboa que arranca no próximo dia 22 de junho. Nesta iniciativa, especialistas de diferentes áreas do conhecimento vão partilhar o saber sobre os temas mais atuais da sociedade, na forma de comunicações inspiradas nas palestras TED.

quatro estudantes

O Departamento de Geologia atribuiu 14 cartas de reconhecimento de mérito aos melhores alunos da licenciatura em Geologia de 2019/2020 e de 2020/2021. O Gabinete de Jornalismo entrevistou alguns dos estudantes distinguidos na ocasião. Saiba o que pensam sobre o curso que frequentaram na Faculdade e o que estão a fazer neste momento.

conjunto de pessoas no palco

Numa cerimónia realizada durante a Feira Nacional da Agricultura 2022, em Santarém, foi apresentado e contratualizado o projeto AdaptForGrazing, inscrito no Plano de Recuperação e Resiliência. O projeto é coordenado por Cristina Branquinho, professora do Departamento de Biologia Vegetal da Faculdade e investigadora do cE3c.

Praia

No próximo dia 17 de junho, na praia de Albarquel, em Setúbal, decorrem as atividades “Ida à Maré e Festa na Praia”, promovidas pelo projeto bLueTIDE. Estas atividades contam com a participação de investigadores do MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, polo da Ciências ULisboa, com o apoio da Incubadora do Mar & Indústria da Figueira da Foz.

Ato solene da atribuição do título no Centro Cultural Alcazaba de Mérida

Ricardo Trigo, professor do Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia e investigador do Instituto Dom Luiz, recebe título doutor honoris causa da Universidade da Extremadura, numa cerimónia que teve lugar no Centro Cultural Alcazaba de Mérida, em Badajoz, Espanha, no passado dia 1 de junho.

Galardoados com os Prémios Verdes

O COVIDETECT é o vencedor dos Prémios Verdes na categoria investigação. “É uma distinção que muito nos honra e que reforça o caráter inovador e visionário do projeto”, diz Mónica Vieira Cunha, professora do Departamento de Biologia Vegetal da Ciências ULisboa, investigadora do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c) e coordenadora científica do consórcio.

lancha hidrográfica leva os alunos para o rio

Durante o mês de maio, uma turma de alunos do 3.º ano, finalistas do curso de Engenharia Geoespacial deslocou-se em trabalho de campo até à Praia de Santo Amaro, em Oeiras, para realizar um levantamento topo-hidrográfico da praia. O trabalho constitui o projeto final da disciplina de Hidrografia, ministrada pelo professor Carlos Antunes.

Anfiteatro com os participantes da homenagem

Este ano a celebração do Dia Mundial da Terra no Departamento de Geologia foi ainda mais especial:organizaram a conferência “A evolução da Geologia costeira em Portugal e principais desafios futuros” com o objetivo de surpreender e homenagear César Andrade, professor na Faculdade há 43 anos. A reportagem inclui vários testemunhos de colegas e antigos alunos.

Joana Ribeiro, Bárbara Henriques e Filipa Carvalho no simpósio

A Sociedade Portuguesa de Doenças Metabólicas (SPDM) atribuiu uma bolsa de apoio à investigação Dr. Aguinaldo Cabral, no valor de 10.000€, a Bárbara Henriques, investigadora do Departamento de Química e Bioquímica e investigadora principal do Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas (BioISI), polo da Ciências ULisboa. É a primeira vez que um investigador da Ciências ULisboa recebe este prémio.

Cinco alumni e logotipo da rubrica

Esta foi a pergunta feita a cinco alumni da Ciências ULisboa durante o mês de maio. A primeira série de lives transmitidas em direto no Instagram também está disponível no canal YouTube da Faculdade. Estas primeiras cinco conversas descontraídas e enriquecedoras contaram com a presença de Eduardo Matos, Dário Hipólito, Ana Prata, Margarida Ribeiro e João Graça Gomes.

Planta de tomate

“O efeito da competição e simbiose na virulência de um parasita de plantas" - um projeto coordenado pelas cientistas Alison Duncan e Sara Magalhães - é um dos quatro projetos vencedores da 1.ª edição do Prémio Tremplin Mariano Gago.

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