Apoio especial a projetos Research 4 COVID-19: Ganna Rozhnova coordena projeto promovido pela FCiências.ID

“Ao fazer previsões para dois países - Holanda e Portugal - podemos aprender e testar a robustez do nosso modelo”

Cientistas alertam para benefícios do uso de máscara, lavagem das mãos e distanciamento social

Informação eletrónica de rua: Keep your distance

Investigadores da UMC Ultrect defendem a importância de manter uma forte consciência dos riscos da COVID-19 e que essa consciência pode facilitar a adesão às medidas de proteção autoimpostas

Unsplash - Nick Fewings
Ganna Roszhnova
Atualmente, parte do tempo de Ganna Rozhnova tem sido passado a avaliar modelos de evolução da epidemia para diferentes cenários de desconfinamento, por exemplo, a abertura de escolas e universidades, a redução do nível de distanciamento social da população, etc.
Imagem cedida por GR

Uma das principais questões relacionadas com a COVID-19 tem que ver com as perspetivas da segunda vaga e as estratégias para controlá-la. Quem o diz é Ganna Rozhnova, professora do Departamento de Epidemiologia da Universitair Medisch Centrum (UMC) Utrecht, na Holanda, antiga aluna da Ciências ULisboa e colaboradora do grupo de Física dos Sistemas Biológicos do Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas (BioISI).

Ganna Rozhnova trabalha em modelação epidemiológica, mas antes de assumir funções na UMC Utrecht foi aluna de doutoramento em Física Estatística, tendo sido orientada por Ana Nunes, professora do Departamento de Física e investigadora do BioISI.

Em abril passado, Ganna Rozhnova obteve financiamento para desenvolver o projeto “Making the way out: model-based evaluation of exit strategies from the COVID-19 lock-down in Portugal”, no âmbito do Apoio especial a projetos Research 4 COVID-19. Este projeto tem como entidade promotora a FCiências.ID - Associação para a Investigação e Desenvolvimento de Ciências e inclui a colaboração de Ana Nunes, Manuel Carmo Gomes, Carlota Rebelo e João Nogueira. “Estou contente pela oportunidade de trabalhar com esta equipa e por ter acesso aos dados portugueses da COVID-19. Ao fazer previsões para dois países - Holanda e Portugal -, podemos aprender e testar a robustez do nosso modelo de previsões”, menciona a investigadora principal do projeto, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) no valor de €17490,00.

“Estudar na Faculdade foi divertido”, conta Ganna Rozhnova, que fez muitos amigos em Portugal e que ao fim de alguns meses neste país já falava bem a língua. “Foi uma época ótima, adquiri muitos valores, durante o doutoramento, e que continuo a colocar em prática”, salienta a cientista distinguida com o Programa de Estímulo à Investigação da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) e com bolsas de doutoramento e pós-doutoramento da FCT, que lhe proporcionaram muitas oportunidades de investigação, visitas a outros grupos científicos e conferências um pouco por todo o mundo. Além do trabalho realizado com o grupo de Ana Nunes e de Alan McKane, coordenador do Complex Systems and Statistical Physics Group, da Universidade de Manchester, no Reino Unido, Ganna Rozhnova já trabalhou também com os grupos de Michael Lassig, Igor Rouzine, Leor Weinberger, Bryan Grenfell, Jessica Metcalf e Luca Peliti.

"Desde a sua chegada que a excelente preparação que trazia e as suas qualidades pessoais a afirmaram como a melhor aluna do seu curso - ao mesmo tempo que aprendia português!", revela Ana Nunes, acrescentando que "o seu trabalho de doutoramento, distinguido pela FCG, foi uma das minhas melhores experiências de orientação, à medida que a excelente aluna que a Ganna já era foi amadurecendo e revelando também as qualidades de uma excelente investigadora".

Compreensão da dinâmica espaciotemporal e da evolução das doenças infeciosas

Desde que terminou os estudos em Portugal, Ganna Rozhnova continuou a colaborar com o grupo do BioISI, polo da Ciências ULisboa, no contexto da propagação de doenças infeciosas, um trabalho que se estende naturalmente ao grupo de investigadores da UMC Utrecht - Michiel van Boven, Mirjam Kretzschmar, Marc Bonten.

Atualmente, parte do seu tempo tem sido passado a avaliar modelos de evolução da epidemia para diferentes cenários de desconfinamento, por exemplo, a abertura de escolas e universidades, a redução do nível de distanciamento social da população, etc.. Outros assuntos da sua agenda também passam pela avaliação do impacto das estratégias de vacinação contra a COVID-19, a dinâmica futura da COVID-19 e a gripe sazonal.

Recentemente colaborou também em dois papers publicados na Plos Medicine e na Lancet, nos quais são abordadas problemáticas relacionadas com o impacto das medidas de prevenção na dinâmica da propagação da COVID-19.

Estes estudos foram realizados por investigadores da UMC Ultrect, que defendem a importância de manter uma forte consciência dos riscos desta doença e que essa consciência pode facilitar a adesão às medidas de proteção autoimpostas, como o uso de máscara, lavagem das mãos e distanciamento social, e que quando adotadas em conjunto, minimizam o tamanho do pico da epidemia, minimizando por sua vez o impacto na economia e sociedade.

Impact of self-imposed prevention measures and short-term government-imposed social distancing on mitigating and delaying a COVID-19 epidemic: A modelling study” é da autoria de Alexandra Teslya, Thi Mui Pham, Noortje G. Godijk, Mirjam E. Kretzschmar, Martin C. J. Bootsma e Ganna Rozhnova.
Impact of delays on effectiveness of contact tracing strategies for COVID-19: a modelling study” é da autoria de Mirjam E Kretzschmar, Ganna Rozhnova, Martin C J Bootsma, Michiel van Boven, Janneke H H M van de Wijgert e Marc J M Bonten.

Desde que saiu da Ucrânia o mundo de Ganna Rozhnova gira em torno da compreensão da dinâmica espaciotemporal e da evolução das doenças infeciosas, nomeadamente em vários aspetos da modelagem de infeções infantis, HIV e gripe, explorando uma ampla gama de questões teóricas a aplicadas.

"O perfil de formação da Ganna Rozhnova, assente na Física e com muito boas bases de Matemática, é sem dúvida um factor de sucesso na área de trabalho interdisciplinar que escolheu, e estou segura de que ao longo da sua carreira continuará a produzir contribuições muito relevantes. Para o grupo de Física de Sistemas Biológicos no BioISI a sua colaboração é certamente muito importante, e para toda a comunidade da Faculdade será sempre uma enorme satisfação poder contá-la entre os seus alumni."
Ana Nunes

Ana Subtil Simões, Área de Comunicação e Imagem Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
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O primeiro Curso de Campo do Projeto IFiT integrado no Programa Erasmus+ realiza-se entre 20 de maio e 2 de junho de 2019, em Aljezur, na Costa Vicentina. As candidaturas ao Student Project Week terminam a 4 de março.

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Cerca de 45 alunos do 11.º ano conheceram o Microscópio Eletrónico de Varrimento e participaram na palestra "Imagem Médica: Como a Física permite ver o interior do corpo humano".

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O geocaching é utilizado pela primeira vez como indicador para avaliar os serviços culturais prestados pelos ecossistemas. Inês Teixeira do Rosário, investigadora do cE3c, doutorada em Ecologia por Ciências ULisboa, é a primeira autora do artigo da Ecological Indicators.

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Sabia que em Portugal existe uma nova espécie de abelha? Chama-se Protosmia lusitanica e até agora apenas se conhece um único exemplar, uma fêmea coletada por Ana Gonçalves, na primavera de 2016, no Parque Natural do Vale do Guadiana, nas margens do Rio Vascão, em Mértola.

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Nuno A. G. Bandeira modelou computacionalmente as propriedades eletroquímicas de óxidos de molibdénio. O investigador da Universidade de Lisboa pretende continuar a estudar moléculas originais e interessantes seja qual for a sua finalidade. “A tabela periódica ainda tem muito para nos dizer”, diz o cientista.

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Estudo de fósseis revela a extinção de uma árvore da família do chá que se encontrava presente há 1,3 milhões de anos na ilha da Madeira. Carlos A. Góis-Marques, aluno de doutoramento em Geologia, é um dos autores desta investigação.

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É o mecanismo mimético que nos permite interatuar uns com os outros, compreender os sentimentos dos amigos, e viver a compaixão e a empatia”, in Campus com Helder Coelho.

Livro aberto

Ao todo estão previstas sete sessões, com pelo menos um orador convidado. Em cada uma delas Dinis Pestana falará sobre livros que estejam relacionados com o tema em análise. O objetivo é conquistar leitores, sobretudo entre os estudantes universitários.

“Aceitar que por vezes se falha, que podemos não ter a aprovação dos outros e aceitar as consequências das tomadas de decisão, pode inicialmente ser mais desconfortável, mas acarreta consigo uma maior sensação de responsabilidade e liberdade na vida”, escreve na rubrica habitual a psicóloga do GAPsi, Andreia Santos.

Vista aérea da zona de cultivo no PermaLab, no campus de Ciências ULisboa

O primeiro estudo científico desenvolvido no PermaLab – um laboratório vivo de permacultura, situado no campus de Ciências ULisboa, será publicado no volume 212 da edição de março de 2019 do Journal of Cleaner Production, reforçando dessa forma a importância dos laboratórios vivos no contexto universitário.

“O desenvolvimento de uma missão astronómica espacial é uma aventura demorada, que, nos casos mais complexos, pode demorar mais de duas décadas. Com o Athena estamos envolvidos neste processo desde os primeiros passos, tendo ajudado a construir a proposta ‘vencedora’”, conta José Afonso, que lidera a participação portuguesa na missão Athena, prevista para 2031.

Projeto de Sismologia nas Escolas do Instituto Dom Luiz

Guilherme Weishar apresenta-nos o projeto de Sismologia nas Escolas do Instituto Dom Luiz e que tem uma componente de citizen science.

Wani na Indonésia

Objetivo da missão dos investigadores do IDL Ciências ULisboa e do IPMA?! Melhorar a caracterização do tsunami de 28 de setembro de 2018, de modo a desenvolver técnicas e programas de mitigação destes fenómenos naturais.

Ricardo Honório

Cernorium é o canal YouTube de Ricardo Honório, aluno do mestrado integrado em Engenharia Física de Ciências ULisboa. O projeto tem já disponível o primeiro episódio e é a “concretização de uma ideia antiga que procura aliar a paixão pela Física com algum humor.

Galeria da fauna marinha (maioria tropical), anos 1950/1960

Evocações sobre Entomologia no Museu Bocage e na Faculdade, pelo professor, cientista José Alberto Quartau. Versão abreviada da alocução proferida aquando do 35.º aniversário do Departamento de Biologia Animal de Ciências ULisboa, em 5 de junho de 2018.

Francisco Saldanha da Gama

Nesta fotolegenda destacamos uma passagem da entrevista com Francisco Saldanha da Gama, professor do Departamento de Estatística e Investigação Operacional e investigador do Centro de Matemática, Aplicações Fundamentais e Investigação Operacional de Ciências ULisboa, e que pode ser ouvida no canal YouTube e na área multimédia do site da Faculdade.

Lisboa

Ciências é uma das cinco instituições da ULisboa que integra o projeto ALHTOUR.

 Conselho Diretivo da ELRA

António Branco, professor do DI Ciências ULisboa, é o novo presidente da ELRA-European Language Resources Association, a principal associação científica europeia para o processamento da linguagem natural e uma das mais importantes associações a nível mundial nesta subárea da Inteligência Artificial.

Robô e criança

"Revendo as discussões nos últimos anos sobre a Inteligência Artificial (IA), a ideia da superinteligência (super-homem) e da frieza dos comportamentos dos agentes artificiais, quando comparados com os seres humanos, concluímos que o medo à IA só será ultrapassado com uma nova postura da IA, virada para a enfâse nos benefícios", escreve Helder Coelho, professor do DI Ciências ULisboa.

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