Ciências da Terra e Geofísica

Entrevista com Rita Margarida Cardoso

Menção honrosa científica pela ULisboa/Caixa Geral de Depósitos

Rita Margarida Cardoso e membros da ULisboa e CGD

A menção honrosa foi entregue durante uma cerimónia pública, no Salão Nobre da Reitoria da ULisboa

Creative Minds - Ricardo Ruella
Rita Margarida Cardoso
Para Rita Margarida cardoso a menção honrosa é o reconhecimento do seuesforço e da equipa de modelação do IDL
Fonte Creative Minds - Ricardo Ruella

Rita Margarida Cardoso é investigadora no Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia e investigadora no Instituto Dom Luiz (IDL), no RG1 – Climate change, atmosphere-land-ocean processes and extremes. Este ano foi distinguido pela ULisboa e pela Caixa Geral da Depósitos (CGD) com uma menção honrosa, na área das Ciências da Terra e Geofísica. A entrega da menção honrosa decorreu no Salão Nobre da Reitoria da ULisboa, no dia 23 de novembro passado.

“[Esta menção honrosa] é o reconhecimento do meu esforço e da equipa de modelação do IDL. Temos feito um esforço bastante grande para manter a modelação climática a funcionar.”
Rita Margarida Cardoso

O que representa para si esta distinção?

Rita Margarida Cardoso (RMC) – Representa o reconhecimento do trabalho que tenho vindo a desenvolver na Faculdade há 18 anos. Regressei à Faculdade em 2005. É o reconhecimento do meu esforço e da equipa de modelação do IDL. Temos feito um esforço bastante grande para manter a modelação climática a funcionar.

Rita Margarida Cardoso concluiu a licenciatura e o mestrado na Ciências ULisboa. Estudou Ciências Geofísicas e Meteorologia e concluiu o doutoramento em Meteorologia, na Universidade de Leeds, no Reino Unido.

"Os nossos trabalhos, juntamente com os trabalhos de outros colegas de todos os países da Europa (a Alemanha tem mais do que um grupo de investigação, por exemplo), estiveram representados na COP 28 através do consórcio Cordex. Esses trabalhos dão informação regional e detalhada sobre quais vão ser os impactos globais e regionais para a Europa em termos de projeção do clima futuro."
Rita Margarida Cardoso

Em que consiste a sua investigação?

RMC – As publicações que deram origem ao prémio estão associadas à modelação climática. Nós reproduzimos através de modelos meteorológicos e do clima, o clima da terra desde a escala sub-diária, até simulações de séculos. Neste momento fazemos simulações do clima regional.

Estamos a representar o clima da Europa, com uma resolução de 11 Kms, desde meados do século XX, de 1950 até 2100, tendo em conta os novos cenários climáticos, no âmbito do último consórcio do clima (CMIP6), que está a ser discutido neste momento nas reuniões internacionais do clima, nomeadamente a COP 28. A COP 28 teve acesso aos resultados das modelações globais, que têm uma resolução horizontal, mais grosseira, da ordem dos 100 kms. Nós fazemos a resolução da escala para os 11 Kms, só para a Europa.

O IDL é o único instituto português presente no Cordex, um consórcio internacional que faz a modelação regional do clima passado e de projeções do clima futuro, da escala dos 100/150 anos.

Os nossos trabalhos, juntamente com os trabalhos de outros colegas de todos os países da Europa (a Alemanha tem mais do que um grupo de investigação, por exemplo), estiveram representados na COP 28 através do consórcio Cordex. Esses trabalhos dão informação regional e detalhada sobre quais vão ser os impactos globais e regionais para a Europa em termos de projeção do clima futuro.

Também faço parte da equipa do RNA - Roteiro Nacional para a Adaptação, que tem a Faculdade como um parceiro fundamental. O meu colega Pedro Matos Soares (que já foi premiado pela ULisboa e pela CGD) é o investigador principal do roteiro nacional, que tem uma equipa pluridisciplinar.

Ana Subtil Simões, Gabinete de Jornalismo da DCI Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt

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Nos últimos anos, a UNESCO financiou o projeto internacional - "Complex Systems Digital Campus (UniTwin)" - recorrendo a uma plataforma de e-Meeting, e esse exercício mostrou o caminho certo (alternativo aos massive open online courses ou MOOC) para esta nova experiência pedagógica da informática na educação. Quer isto dizer que a tecnologia, quando bem explorada, pode ser mesmo benéfica.

Em junho deste ano Alice Nunes terminou o programa doutoral em Biologia e Ecologia das Alterações Globais. Esta quinta-feira, durante o 16.º Encontro Nacional de Ecologia, a decorrer até amanhã no Salão Nobre da Reitoria da ULisboa, apresenta esse trabalho – “Plant functional trait response to climate in Mediterranean drylands: contribution to restoration and combat of desertification”, classificado em segundo lugar nesta primeira edição do Prémio da SPECO.

O prémio Nobel da Química foi atribuído em 2017, em partes iguais, a três investigadores, Jacques Dubochet (Universidade de Lausana, Suiça), Joachim Frank (Universidade de Columbia, Nova Iorque, EUA) e Richard Henderson (Laboratório MRC de Biologia Molecular, Cambridge, UK) pelo desenvolvimento da microscopia crioelectrónica que permite a resolução da estrutura de biomoléculas em solução com alta resolução.

Em 2017 a “Medalha Dr. Janusz Pawliszyn” foi atribuída a José Manuel Florêncio Nogueira, professor do Departamento de Química e Bioquímica, coordenador do grupo de Ciência e Tecnologia de Separação do Centro de Química e Bioquímica de Ciências e representante português na European Society for Separation Science.

Em 2017 o Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia celebra dez anos. Para comemorar a efeméride, a unidade de I&D realiza no próximo dia 8 de novembro, a partir das 18h00, no anfiteatro da FCiências.ID, sito no edifício C1, piso 3, a primeira distinguished lecture com Jürgen Renn, prestigiado historiador das ciências e diretor do Max Planck Institute for the History of Science.

A representação do campus da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa em 3D utilizando tecnologias inovadoras fornece dados de apoio à gestão e utilização de recursos.

“Nos meus projetos lido diariamente com a Biologia, a que aprendi na faculdade e ao longo da minha vida, e com o desenho que me acompanha como forma de olhar, entender e comunicar”, declara o ilustrador científico Pedro Salgado, antigo aluno de Ciências.

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Cerca de 39 alunos do BioSys participaram no segundo encontro de estudantes deste programa doutoral. O evento ocorreu em Beja este mês. Também em outubro terminam as candidaturas a 11 bolsas de doutoramento da próxima edição do BioSys.

Uma vez mais Ciências participou na Maratona Interuniversitária de Programação (MIUP), este ano organizada pela Universidade do Minho. A equipa de Ciências - Caracóis Hipocondríacos -, composta pelos alunos Nuno Burnay, Robin Vassantlal e Guilherme Espada, ficou em 3.º lugar, ao resolver quatro dos nove problemas da competição.

Imagina que tens um jarro vazio e um conjunto de pedras grandes, seixos, gravilha e areia. Agora, imagina que para encher o jarro, vais colocando primeiro a areia e a gravilha e só no fim, as pedras maiores... O que achas que acontece? Será que vai caber tudo e de que forma?... E se colocássemos as pedras grandes primeiro?

As alterações climáticas podem mudar a natureza do impacto do lagostim-vermelho-da-Louisiana (Procambarus clarkii) nos ecossistemas.

Recentemente, dois estudos sobre como pensamos, um do Instituto Max Planck (para a História da Ciência, Alemanha) e outro da Escola de Medicina de Harvard (EUA), de maio de 2017 (revista NeuroImage, de Elinor Amit e Evelina Fedorenko), clarificaram as diferenças que nós temos quando refletimos sobre alguma matéria, fazemos coisas, ou emulamos a realidade.

Ciências participa na KIC EIT Health que visa promover o empreendedorismo para o desenvolvimento de uma vida saudável e de um envelhecimento ativo. Os alunos podem inscrever-se na unidade curricular que lhes permite participar no projeto, sendo que uma parte é feita na Dinamarca.

A experiência ATLAS acontece há 25 anos e a data será celebrada com palestras, bem como com uma homenagem à responsável pela participação portuguesa na experiência, a cientista Amélia Maio.

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O Prémio Nobel da Física de 2017 foi atribuído a Rainer Weiss, Barry Barish e Kip Thorne. Francisco Lobo, investigador do Departamento de Física de Ciências e do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, comenta o tema.

Há cinco anos o biólogo marinho Pedro M. Lourenço encontrou microfibras em dejetos de aves. Foi nessa ocasião que surgiu a ideia de avaliar a abundância de microplásticos nos estuários, iniciando assim um estudo sobre a poluição por plásticos.

“Para além da importância no contexto científico, este trabalho também tem uma forte importância no contexto industrial, pois permite otimizar os gastos de energia domésticos e industriais”, explica o investigador do Centro de Química Estrutural de Ciências, Francisco Bioucas.

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A origem dos raios cósmicos de elevada energia foi desvendada. O LIP, do qual Ciências faz parte, colaborou na obtenção dos resultados.

O minhocário será usado para investigar o processo de vermicompostagem, numa experiência piloto em parceria com o Gabinete de Segurança, Saúde e Sustentabilidade da Área de Serviços Técnicos de Ciências e com o Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c).

Há um mineral peculiar que pode ajudar a desvendar o contributo do vulcanismo de Decão sobre a extinção em massa e a morte dos dinossauros: a akaganéite. Os resultados do estudo foram publicados na Nature Scientific Reports.

Ciências participa com mais de 30 de atividades de divulgação de ciência, espalhadas por Lisboa, Lousal e até na ilha Terceira.

O primeiro Dia Internacional do Microrganismo foi celebrado a 17 de setembro, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, numa iniciativa conjunta da Sociedade Portuguesa de Microbiologia, Ordem dos Biólogos, Ciência Viva e Comissão Nacional da UNESCO.

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