Entrevista a Helena Calhau

“Todos temos algo para ensinar”

FameLab Portugal

"Sem dúvida que adquiri conhecimentos importantes não só para o evento mas para o resto da minha vida, seja profissional ou até mesmo pessoal."

Helena Calhau

“O que realmente me aqueceu o coração foi o facto de que, depois da apresentação, algumas pessoas dedicaram tempo a dirigirem-se a mim para discutir o tema em mais profundidade, explicar-me os seus pontos de vista e opiniões”, declara Helena Calhau, aluna do 2.º ano da licenciatura em Física, finalista do concurso FameLab Portugal 2017.

O que a levou a participar?

Helena Calhau (HC) - Gosto de ciência e é comum falar mais do que devia, falar de ciência pareceu-me então um bom trabalho para mim.

De que trata o tema que apresentou?

HC - Na semifinal falei de matéria negra: o que é, como provar a sua existência e como utilizá-la para irritar um cientista. Na final irei falar da importância da água no que diz respeito à procura de vida fora do nosso planeta.

Como se preparou para este desafio?

HC - Acredito que, como em tudo na vida, não se deve falar de coisas que não se compreende. Assim, a única preparação possível é informarmo-nos o máximo possível sobre o assunto que vamos abordar. Claro que o estudo e a vida em geral nem sempre nos dão tanto tempo como gostaríamos e, por vezes, os próprios nervos enrolam a língua e “a coisa” não sai bem como devia. Mas desde que se saiba do que se está a falar e se fale sobre algo que se goste, não penso que seja necessário muito mais preparação.

A Comunicação de Ciência é uma área do seu interesse e em que pretende continuar a adquirir competências? Que importância lhe atribui?

HC - Eu sei, infelizmente por experiência própria, o que custa gostar de algo e nem sempre ter a capacidade para o entender. É um sentimento que não desejo a ninguém. Principalmente porque por vezes nem sequer é culpa nossa. Por vezes outros fatores, como o tempo, saúde ou falta de recursos, interferem nesse entendimento. Mas mais que isso, sei o que é querer compreender algo e as pessoas que possuem a capacidade de te ajudar parecem viver num planeta completamente diferente do teu. Para mim é aí que a comunicação de ciência entra em ação. Não interessa se se está a falar para um miúdo ou miúda que quer um dia ir à lua mas os amigos acham mais interessante discutir as novidades da novela da tarde ou para um adulto cuja ansiedade pelo conhecimento se recusa a ser amassada pela dureza da vida. Acredito que o acesso à ciência deve ser facilitado a toda a população e não apenas a quem teve a boa sorte de lho ser entregue. Mais, acredito que os cientistas também usufruem de benefícios no que toca a este tipo de interações. Todos temos algo para ensinar, tenha esse conhecimento sido ensinado ou adquirido por experiência própria. Se a Comunicação de Ciência é a ponte entre esses níveis de sabedoria, então tenho todo o prazer de a atravessar quantas vezes me for possível.

O que foi mais gratificante, nesta participação?

HC - Essa é uma pergunta difícil. Suponho que se tiver de escolher apenas uma coisa seria exatamente o que o projeto procura fazer: falar de ciência. Não só com os nossos colegas, amigos e família, mas pessoas novas que têm opiniões novas e pontos de vista diferentes. A verdadeira vitória para mim não foi estar em palco ou ter passado à final. Não me entendam mal, passar à final foi uma maravilha, principalmente porque me dá uma oportunidade de não só aplicar tudo aquilo que aprendi desde então mas de voltar a partilhar um tema que acho bastante interessante. No entanto, o que realmente me aqueceu o coração foi o facto de que, depois da apresentação, algumas pessoas dedicaram tempo a dirigirem-se a mim para discutir o tema em mais profundidade, explicar-me os seus pontos de vista e opiniões e fazer perguntas extra sobre o assunto. Isso para mim é comunicação científica e é isso que este programa nos dá a oportunidade de fazer.

E o que foi mais difícil?

HC - Parecendo que não, quando entramos numa sala cheia de desconhecidos que estão literalmente à nossa espera e à espera de ouvir o que temos para dizer, aprendemos umas quantas coisas sobre nós. Subitamente os temas que passámos tanto tempo a estudar, ponderar e analisar já não são apenas nossos. São de toda a gente que os nos quer ouvir falar sobre eles, e, de tal forma, não só as nossas próprias opiniões e conclusões mas também a forma como as expressamos, o som da nossa voz, a nossa linguagem corporal, encontram-se expostas ao público para julgamento. Tal pode ser assustador. Obter esse feedback, por muito construtivo que seja, e não o deixar deitar-te abaixo é sem dúvida algo que requer esforço.

Isso, e os três minutos. Aqueles três minutos “matam-me”.

Que balanço faz da masterclass?

HC - Sem dúvida que adquiri conhecimentos importantes não só para o evento mas para o resto da minha vida, seja profissional ou até mesmo pessoal. Há coisas que as pessoas no ramo da ciência por vezes não dedicam muita preocupação. Os mistérios do Universo são tantos que deixam pouco tempo para a maneira como nos sentamos numa cadeira ou a forma como começamos uma conversa com as pessoas à nossa volta. E no entanto, é quase tão importante como aquilo que estamos a dizer.
Para além disso, é um fim de semana passado com pessoas que estudam / trabalham de certa forma na área. De repente, o evento deixa de ser uma competição e passa a ser um convívio entre pessoas que têm paixões em comum.

Raquel Salgueira Póvoas, Área de Comunicação e Imagem
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt

Em junho deste ano Alice Nunes terminou o programa doutoral em Biologia e Ecologia das Alterações Globais. Esta quinta-feira, durante o 16.º Encontro Nacional de Ecologia, a decorrer até amanhã no Salão Nobre da Reitoria da ULisboa, apresenta esse trabalho – “Plant functional trait response to climate in Mediterranean drylands: contribution to restoration and combat of desertification”, classificado em segundo lugar nesta primeira edição do Prémio da SPECO.

O prémio Nobel da Química foi atribuído em 2017, em partes iguais, a três investigadores, Jacques Dubochet (Universidade de Lausana, Suiça), Joachim Frank (Universidade de Columbia, Nova Iorque, EUA) e Richard Henderson (Laboratório MRC de Biologia Molecular, Cambridge, UK) pelo desenvolvimento da microscopia crioelectrónica que permite a resolução da estrutura de biomoléculas em solução com alta resolução.

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A representação do campus da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa em 3D utilizando tecnologias inovadoras fornece dados de apoio à gestão e utilização de recursos.

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Cerca de 39 alunos do BioSys participaram no segundo encontro de estudantes deste programa doutoral. O evento ocorreu em Beja este mês. Também em outubro terminam as candidaturas a 11 bolsas de doutoramento da próxima edição do BioSys.

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As alterações climáticas podem mudar a natureza do impacto do lagostim-vermelho-da-Louisiana (Procambarus clarkii) nos ecossistemas.

Recentemente, dois estudos sobre como pensamos, um do Instituto Max Planck (para a História da Ciência, Alemanha) e outro da Escola de Medicina de Harvard (EUA), de maio de 2017 (revista NeuroImage, de Elinor Amit e Evelina Fedorenko), clarificaram as diferenças que nós temos quando refletimos sobre alguma matéria, fazemos coisas, ou emulamos a realidade.

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Há cinco anos o biólogo marinho Pedro M. Lourenço encontrou microfibras em dejetos de aves. Foi nessa ocasião que surgiu a ideia de avaliar a abundância de microplásticos nos estuários, iniciando assim um estudo sobre a poluição por plásticos.

“Para além da importância no contexto científico, este trabalho também tem uma forte importância no contexto industrial, pois permite otimizar os gastos de energia domésticos e industriais”, explica o investigador do Centro de Química Estrutural de Ciências, Francisco Bioucas.

Mais de 100 cientistas reúnem-se em Lisboa, na Faculdade de Ciências, para abordar a temática dos nanofluidos.

A origem dos raios cósmicos de elevada energia foi desvendada. O LIP, do qual Ciências faz parte, colaborou na obtenção dos resultados.

O minhocário será usado para investigar o processo de vermicompostagem, numa experiência piloto em parceria com o Gabinete de Segurança, Saúde e Sustentabilidade da Área de Serviços Técnicos de Ciências e com o Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c).

Há um mineral peculiar que pode ajudar a desvendar o contributo do vulcanismo de Decão sobre a extinção em massa e a morte dos dinossauros: a akaganéite. Os resultados do estudo foram publicados na Nature Scientific Reports.

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O primeiro Dia Internacional do Microrganismo foi celebrado a 17 de setembro, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, numa iniciativa conjunta da Sociedade Portuguesa de Microbiologia, Ordem dos Biólogos, Ciência Viva e Comissão Nacional da UNESCO.

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