Crónicas em Ciências

Uma nova forma de explorar Marte

imagem do Perserverance em Marte

Um dos principais objetivos da missão do Perseverance em Marte é a busca por sinais de vida microbiana

NASA/JPL-Caltech

Muito se tem falado sobre a possibilidade de existir (ou ter existido) vida em Marte[1]. Confirmações recentes de antigos cursos de água à superfície de Marte[2, 3], motivam a exploração de locais geológicos exóticos, tais como cavernas e tubos de lava, naturalmente abrigados das fortes radiações à superfície e propícios à retenção de água no estado líquido.

Carlos na NASA
Carlos Mão de Ferro iniciou o estágio na NASA em novembro de 2022
Imagem cedida pelo autor

A utilização de rovers em Marte, veículos com rodas que podem deslocar-se a partir de instruções enviadas da Terra, tem sido fundamental para a exploração da superfície, como é o caso do "Perserverance" (missão NASA Mars 2020)[4]. Contudo, uma vez que toda a missão depende de um único rover, existe uma relação inversamente proporcional entre o custo e tempo de desenvolvimento (elevados) e o risco que se pode correr (reduzido), impossibilitando a exploração de áreas de difícil acesso.

Em novembro de 2022, iniciei um estágio de 6 meses no NASA Ames Research Center em Silicon Valley, Califórnia, EUA, no âmbito do programa NASA I2 com o apoio da FCT[5]. O projeto que integro, "Novel Planetary Robotic Sensor envelopment", propõe uma abordagem alternativa: lançar pequenos robots, mais rápidos e baratos de desenvolver, a partir do rover principal e formar uma rede de sensores inteligente. Perder um destes dispositivos não comprometerá a missão como um todo, motivando por isso a exploração de áreas de maior risco.

Apesar de promissor, este conceito traz novos desafios: será preciso programar e coordenar vários tipos de dispositivos, existindo mais formas de interação e tornando-se por isso mais complexo garantir que o software faz exatamente aquilo para que foi pensado. O meu doutoramento em Informática no LASIGE - Computer Science and Engineering Research Centre (LASIGE) investiga técnicas de verificação formal de software recorrendo a model checking e teoria de autómatos. O objetivo é ajudar o programador a definir o comportamento desejado das várias partes do código e garantir automaticamente que o programa como um todo respeita todos os requisitos.

O percurso de qualquer doutoramento é longo, solitário, e por vezes sentimos que o sucesso parece distante ou até mesmo impossível de alcançar.  O processo de publicação em conferências de topo não é linear e pode revelar-se extremamente frustrante. Adicionalmente, a pandemia adiou muitas oportunidades. Por essa razão, sinto que este estágio na NASA é uma forma de reconhecimento do meu trabalho e estou por isso muito grato. 

Da minha experiência na Califórnia até agora, destaco positivamente o estilo relaxado das pessoas em geral, a quantidade e excelência dos parques naturais, e claro, a oferta tecnológica. Por outro lado, não fico indiferente ao problema grave dos sem-abrigo e à dependência do carro. É também interessante observar como a pandemia mudou drasticamente o estilo de vida aqui, particularmente na NASA. Muitos funcionários continuam a trabalhar remotamente (é comum eu estar a trabalhar sozinho numa sala enorme).  

Finalmente, quando as saudades de Portugal apertam procuro conforto em pequenas coisas como o café Delta, o pão que faço semanalmente ou o meu cavaquinho, e claro, na família!

 

Referências:

[1] https://www.nationalgeographic.co.uk/space/2022/12/life-just-might-exist-on-mars-after-all

[2] https://www.nasa.gov/feature/jpl/nasa-s-mro-finds-water-flowed-on-mars-longer-than-previously-thought

[3] https://www.esa.int/Science_Exploration/Space_Science/Mars_Express/Signs_of_ancient_flowing_water_on_Mars2

[4] https://mars.nasa.gov/mars2020/

[5] https://former.fct.pt/apoios/cooptrans/nasa/index.phtml.pt

 

Nota de redação: Notícia sobre o assunto disponível no site do LASIGE.

Carlos Mão de Ferro, estudante do doutoramento em Informática
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt

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Bolhas de ar e películas líquidas são de grande importância em áreas tão diversas como as indústrias mineira, transformadora e alimentar e a segurança de materiais, tendo ainda aplicações potenciais em micro e nanotecnologias.

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O Arquivo.pt é uma nova ferramenta de suporte à investigação em diversas áreas científicas, como a Sociologia, História ou Comunicação.

A iniciativa foi dinamizada pela professora Suzana Nápoles e contou com a presença de 22 alunos do ensino básico.

O sismo foi registado pelas estações sísmicas do Instituto Dom Luiz.

Anualmente são analisadas pelo Núcleo de Planeamento, Avaliação e Gestão da Qualidade cerca de 800 disciplinas, dos vários cursos da nossa Faculdade.

O mestrado em Microbiologia resulta de um consórcio entre quatro escolas da ULisboa.

Ana Bastos, pós-doutorada no Laboratoire des Science du Climat et de L’Environement, em França, começou a investigar este tema durante o doutoramento em Ciências ULisboa.

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Octávio Pinto

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Jonathan Félix Rio Veloso, estudante da licenciatura em Tecnologias de Informação com minor em Biologia, faleceu na noite de 10 de janeiro. O funeral do aluno realiza-se no dia 12 de janeiro, pelas 14h30, na aldeia de Nozelos, situada no concelho de Valpaços.

 "Com um simples azulejo” é uma iniciativa do DM dirigida a alunos dos 1.º e 2.º ciclos do ensino básico destinada a explorar transformações geométricas no plano.

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Entre os dias 9 e 30 de janeiro de 2016 inclusivé, a biblioteca do C4 também está aberta aos sábados das 9h00 às 17h00.

A área que mais gosta são as alterações climáticas e os seus efeitos. Durante estes anos em Ciências ULisboa sente que cresceu como pessoa e cientista. Carlos da Camara e Ana Bastos orientaram o projeto de licenciatura e ficaram surpreendidos com o talento da jovem estudante.

Encontra-se aberto concurso para atribuição de uma bolsa de Gestão Ciência e Tecnologia para licenciados em Estatística ou Matemática.

“Ciência, Prestígio e Devoção: os Jesuítas e a Ciência em Portugal”, editado pela Lucerna, no início de 2015, é a primeira abordagem à história científica dos jesuítas em Portugal nos séculos XIX e XX.

Para Ismael Tereno, investigador do IA e de Ciências ULisboa, é possível rastrear mais de um terço do céu, obtendo dados astronómicos com a qualidade adequada ao sucesso dos objetivos científicos da missão Euclid.

O Piloto 2 veio acrescentar mais informação léxico-semântica aos sistemas de tradução automática para todas as línguas do projeto: português, alemão, checo, búlgaro, espanhol, basco, holandês e inglês.

A última sessão deste ano acontece esta sexta-feira, dia 18 de dezembro, a partir das 20h00, no Grande Auditório da Faculdade, sito no edifício C3, no Campo Grande.

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