Nature Ecology and Evolution

Investigadores preveem principais impactos na biodiversidade oceânica na próxima década

Professora do DBA e investigadora do cE3c Ciências ULisboa - Maria Peixe Dias -, é uma das autoras do artigo

fundo marinho

Os especialistas apontam 15 problemas que os ecossistemas marinhos vão enfrentar nos próximos dez anos

Emma Johnston

 “A global horizon scan of issues impacting marine and coastal biodiversity conservation” é o novo artigo publicado por uma equipa de 30 investigadores de todo o mundo, da qual fazem parte dois investigadores portugueses ligados à Ciências ULisboa. A extração de lítio do fundo do mar, a sobrepesca de espécies de águas profundas e o inesperado impacto que os incêndios florestais têm nos oceanos são alguns dos temas para os quais os especialistas alertam e dizem ser importantes considerar, desde já.

A equipa elaborou uma lista de 15 temas que acreditam que terão impactos significativos na biodiversidade marinha e costeira nos próximos cinco a dez anos. Os resultados foram publicados na revista Nature Ecology and Evolution, no passado dia 7 de julho. Da equipa fazem parte Maria Peixe Dias, professora do Departamento de Biologia Animal da Ciências ULisboa e investigadora do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c), e Ricardo Calado, alumnus da Ciências ULisboa e atualmente investigador no Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) e na Universidade de Aveiro.

A análise realizada concentrou-se na identificação de problemas que não estarão a receber, neste momento, a devida atenção, mas que se tornarão importantes na próxima década, questões emergentes menos conhecidas que em breve poderão vir a ter impactos significativos nos ecossistemas marinhos e costeiros.

O objetivo é consciencializar e incentivar o investimento na avaliação completa dessas questões, e potencialmente impulsionar mudanças políticas, antes que as questões tenham um maior impacto sobre a biodiversidade no futuro. James Herbert-Read, professor do Departamento de Zoologia da Universidade de Cambridge e primeiro autor do artigo refere que “ao procurar antecipar problemas futuros estamos a indicar quais as mudanças que devem ser feitas hoje - tanto na monitorização quanto na política – para proteger os nossos ambientes marinhos e costeiros”.

As questões analisadas incluem os impactos dos incêndios florestais nos ecossistemas costeiros; os efeitos de novos materiais biodegradáveis no oceano, alguns deles mais tóxicos que os plásticos tradicionais; a exploração dos recursos oceânicos, como o lítio, que pode ser encontrado em ambientes marinhos com grande diversidade de vida; os efeitos da sobrepesca nas águas profundas; a diminuição do conteúdo nutricional dos peixes como consequência das alterações climáticas.

Nem todos os impactos previstos são negativos. Os autores pensam que o desenvolvimento de novas tecnologias, como a robótica, possa conduzir a melhores sistemas de rastreamento subaquático, o que poderá permitir aos cientistas saber mais sobre as espécies marinhas e a sua distribuição, contribuindo para a designação de áreas marinhas protegidas mais eficazes. O impacto dessas tecnologias na biodiversidade deve ser, no entanto, devidamente avaliado.

Maria Peixe Dias refere: “este estudo resulta da consulta prévia de cerca de 680 especialistas e outros profissionais ligados ao meio marinho, em todo o mundo. Esperamos agora que os resultados despertem a atenção de financiadores e de decisores políticos, para trazer para a agenda da conservação marinha os assuntos que ainda só se vislumbram no horizonte – e evitar que estes se tornem problemas”.

A investigadora reforça a importância deste tipo de estudos dizendo que “exercícios como estes permitiram, no passado, identificar problemas como o aumento exponencial dos microplásticos, quando estes eram ainda pouco conhecidos – mas que está hoje no centro das atenções, como se verificou durante a Conferência dos Oceanos organizada pelas Nações Unidas, que ocorreu recentemente em Lisboa".

“Este estudo resulta da consulta prévia de cerca de 680 especialistas e outros profissionais ligados ao meio marinho, em todo o mundo. Esperamos agora que os resultados despertem a atenção de financiadores e de decisores políticos, para trazer para a agenda da conservação marinha os assuntos que ainda só se vislumbram no horizonte – e evitar que estes se tornem problemas.” Maria Peixe Dias

Gabinete de Comunicação do cE3c com GJ Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt

Proteger a biodiversidade. Engane-se quem pensa que só os biólogos participam nesta árdua tarefa. 

Um estudo publicado na revista “Quaternary Science Reviews”, fruto de cinco anos de trabalho de investigadores portugueses e espanhóis, permitiu reconstruir a evolução da vegetação, paisagem e clima da ilha de São Miguel nos últimos 700 anos, através da análise dos sedimentos da Lagoa Azul.

A American Physical Society (APS) já anunciou a lista de homenageados pelo "Outstanding Referee Program" em 2017 e José Pedro Mimoso, professor do Departamento de Física e investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, é um deles.

As populações de várias espécies de anfíbios na Serra da Estrela estão a diminuir drasticamente, devido a uma infeção por uma nova estirpe de vírus, também já detetado noutras partes de Espanha e da Europa, segundo comunicado de imprensa emitido recentemente pelo cE3c – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais.

Durante o Green Day ocorrido esta segunda-feira no campus de Ciências foi apresentado o Ecokart Twin, o primeiro kart elétrico português de dois lugares.

“Pequenas ações fazem a diferença, não tenham medo de sair da zona de conforto”. João Paulo Silva, um dos membros do projeto Movetech Telemetry, “apaixonado pela natureza”, dedicado ao estudo da ecologia das aves dos meios agrícolas, nomeadamente em projetos de seguimento remoto de vida selvagem como o Lince ou a Águia Imperial, deixa este conselho aos jovens que se interessam por esta área da Biologia. Saiba mais sobre este cientista, antigo aluno de Ciências e coordenador da componente científica e de desenvolvimento de software do Movetech Telemetry.

João Paulo Silva, doutorado em Ecologia por Ciências, investigador do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos e do cE3c, é um dos membros da equipa do Movetech Telemetry, no âmbito do qual estão a ser desenvolvidos equipamentos ultraleves e de grande autonomia para monitorização eficaz da vida selvagem.

O mercado do processamento da língua natural (PLN), segmentado em codificação automatizada, análise de textos, reconhecimento de carateres óticos, resposta interativa em voz, reconhecimento de padrões e imagens, e analítica da voz, tenderá a aumentar muito nos próximos dez anos.

O “XV Encontro de Jovens Investigadores em Paleontologia (EJIP)” realiza-se de 19 a 22 de abril de 2017, na cidade de Pombal, um concelho cuja riqueza paleontológica é salientada pela comissão organizadora desta 15.ª edição. Carlos Marques da Silva e Mário Cachão, professores do Departamento de Geologia e investigadores do Instituto Dom Luiz, são oradores convidados do encontro, cujas inscrições decorrem até ao final de março.

“Este programa dá-nos acesso a artigos, livros e outros materiais propostos pelos nossos tutores que nos dão uma grande ajuda a compreender melhor o gigante mundo que é a Matemática”, diz Rodrigo Duarte, estudante de Ciências, galardoado com uma bolsa Novos Talentos em Matemática 2016/2017.

Anny Caroline Muniz, aluna do mestrado em Bioestatística de Ciências, participou no estudo “Perfil Tabágico dos Estudantes dos 2.º e 3.º ciclos das Escolas do ACES Arco Ribeirinho”, dos concelhos de Alcochete, Barreiro, Moita e Montijo, desenvolvendo igualmente um modelo matemático para a previsão do adolescente/tipo com maior probabilidade de começar a fumar precocemente.

Qual o principal fator que provocou o crescimento das regiões exteriores das galáxias elípticas na época mais recente do Universo? Esta pergunta motivou a investigação liderada por Fernando Buitrago, investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e professor convidado do Departamento de Física de Ciências, dando origem ao mais detalhado estudo publicado online em janeiro na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Jardim

O inquérito desenvolvido pelo cE3c - no âmbito do projeto europeu “Green Surge - Green Infrastructure and Urban Biodiversity for Sustainable Urban Development and the Green Economy” -, pode ser respondido até 15 de abril de 2017.

O Lisbon Green Hackathon 2017 acontece nos dias 11 e 12 de março. As inscrições terminam a 1 de março. No âmbito do evento estão previstas outras atividades, nomeadamente um ciclo de workshops, sessões de networking, debates e apresentações de startups.

O Tec Labs abriu portas ao ecossistema de inovação e empreendedorismo de Lisboa. O dia foi marcado pela apresentação de novidades para 2017, pelo networking entre os convidados e pela partilha de eventuais projetos e parcerias futuras.

O “Dr. Celestino” era não só um petrólogo excecional e um geólogo de campo incansável, como, e acima de tudo, uma pessoa encantadora pela sua delicadeza de trato. Os colegas do Departamento de Geologia e os ex-colegas do IICT sentirão certamente a falta da sua presença assídua e das interessantes e interessadas conversas sobre a Geologia de Cabo Verde.

Em fevereiro o Tec Labs – Centro de Inovação de Ciências abre as portas aos parceiros do ecossistema empreendedor nacional.

Seguramente já terá ouvido falar em dados geográficos. Pelo nome, deduz-se que estejam relacionados com mapas e lugares. No entanto, estes dados vão muito para além das coordenadas geográficas, representando, entre outros, redes de transporte, águas subterrâneas, populações, temperatura e recursos energéticos.

O filme “O Primeiro Encontro” (“Arrival”) de Dennis Villeneuve (2016) aborda a hipótese de Sapir-Whorf, de 1939, que diz que “a linguagem pode influenciar os nossos pensamentos”. Hoje em dia, a validade desta ideia está assegurada, graças às neurociências, e é possível afirmar que aprender uma língua permite estabelecer imensas ligações no cérebro, alterando a sua estrutura, e influenciando o modo de olhar para o mundo, e ainda moldando a personalidade.

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O Dictum et factum de fevereiro é com Ricardo Pereira, assistente técnico do Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia de Ciências.

O cE3c acaba de lançar o programa "Vamos Jogar aos Insetos em Ordem nas Escolas?", no âmbito do qual vai oferecer 200 exemplares do jogo "Insetos em Ordem" às primeiras 50 escolas públicas, que aderirem à iniciativa.

No total, desde há 57 anos, a Fundação Calouste Gulbenkian atribuiu 83 mil bolsas de estudo em diferentes áreas. Os estudantes de Ciências fazem parte destas contas.

O financiamento atribuído ao professor do Departamento de Informática e investigador do Laboratório de Sistemas Informáticos de Grande Escala (LaSIGE) de Ciências, relaciona-se com a sua participação no projeto Hyperledger da Linux Foundation, em que a IBM, a Intel e dezenas de outras empresas colaboram para construir tecnologias de blockchain para negócios.

Partilhar o fascínio da investigação em Astronomia com crianças dos 7 aos 12 anos é um dos objetivos da iniciativa IAstro Júnior, quatro sessões gratuitas, em Lisboa e no Porto, organizadas pelo Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e pela revista Visão Júnior.

António Branco, professor do Departamento de Informática de Ciências, volta a coordenar uma nova investigação em tradução automática profunda, desta vez entre Chinês e Português, no domínio das transações de compra e venda online.

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