Design final de instrumento para maior telescópio do mundo é aprovado – e conta com envolvimento de CIÊNCIAS

Extremely Large Telescope (ELT)

Uma lua cheia surge atrás de Cerro Armazones, montanha onde se encontra o ELT, no deserto chileno do Atacama, e onde está a construção deste enorme telescópio.

J. Beltrán/ESO

O design final do METIS (Mid-infrared ELT Imager and Spectrograph), instrumento no infravermelho para o Extremely Large Telescope (ELT), acaba de ter o seu design final aprovado pelo Observatório Europeu do Sul (ESO). Uma equipa portuguesa, na qual se incluem vários investigadores de CIÊNCIAS, é responsável pelo desenho e construção do Warm Support Structure (WSS): um subsistema de suporte, alinhamento e acesso ao instrumento METIS.

O ELT está em construção em Armazones, no Chile, pelo ESO. Após anos de preparação, design e otimização do instrumento, a equipa vê agora formalmente aprovada o design final do METIS pelo ESO. Esta aprovação significa uma luz verde para a equipa prosseguir com a nova fase no planeamento METIS – a da manufaturação, montagem e integração do instrumento

O METIS irá detetar radiação infravermelha: radiação invisível ao olho humano, que geralmente associamos à emanação de “calor” por objetos ou pessoas. O METIS será como uns óculos de visão noturna para o Universo: aquilo que observamos com óculos de visão noturna pode ser marcadamente diferente da radiação visível que o olho humano capta.

“A participação portuguesa em projetos de grande relevância internacional é causa e consequência do caminho e confiança que têm vindo a ser construídos. Não só permite desenvolver e solidificar capacidades tecnológicas e industriais, críticas para desencadear novas oportunidades em futuros projetos, como permite assegurar o acesso privilegiado aos dados que a comunidade científica irá explorar. Assim, a participação neste instrumento, e em outros projetos da mesma índole, envolve uma panóplia de atores e beneficia todo o ecossistema português a longo prazo”, afirma Marta Gonçalves, responsável pela área de Ciência da Agência Espacial Portuguesa.

O METIS custa cerca de 95 milhões de euros, e tem uma massa de cerca de 12 toneladas – o equivalente a um autocarro de dois andares. “O design do WSS trouxe imensos desafios, particularmente desafios a nível da engenharia. As especificações do WSS são tais que este deve posicionar lentamente o instrumento com uma precisão de 10 milionésimos de uma rotação e 100 milionésimos do metro. Como não existia nenhuma solução no mercado, tivemos de desenhar o nosso próprio mecanismo de alinhamento de precisão.  Além disso, como o METIS será montado num local muito conhecido pela elevada atividade sísmica, o WSS deve ser suficientemente robusto e rígido de forma a resistir e a manter o instrumento em total segurança durante terramotos que podem equivaler a massas de 40 toneladas, ao mesmo tempo mantendo o WSS o mais leve e custo-eficiente possível”, afirma António Amorim, responsável pela participação portuguesa no METIS, professor do Departamento de Física de CIÊNCIAS e investigador do Centro de Astrofísica e Gravitação (CENTRA).

Extremely Large Telescope (ELT)
Cerro Armazones, a pouco mais de três mil metros acima do nível do mar, é o lar do Extremely Large Telescope (ELT). Imagem captada a 5 de julho de 2019, que mostra o topo escavado da montanha. Espera-se que a construção do ELT seja concluída ainda esta década. Fonte: ESO/P. Horálek.

Para a gestora do projeto METIS em Portugal, Mercedes Filho, investigadora no CENTRA e no Departamento de Engenharia Física da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), “A gestão de um projeto desta envergadura é muito complexo. Agora entramos numa fase mais crítica em que necessitamos de manufaturar as componentes do WSS. A nossa preferência irá sempre para empresas portuguesas, com as quais já temos história e contacto nas áreas de segurança, aço e alumínios, maquinação de precisão e soldagem. O METIS constitui uma ótima oportunidade para as empresas portuguesas testaram a suas capacidades de resposta a grandes projetos internacionais”.

A participação portuguesa no desenvolvimento do METIS também ocorre noutras frentes. Para além da principal contribuição do WSS, Portugal também contribui na equipa de operações do METIS, através de Koraljka Muzic (CIÊNCIAS e como anterior membro do CENTRA); no sistema de ótica adaptativa, através de Carlos Correia (CENTRA e FEUP); e também na equipa científica, com André Moitinho (CIÊNCIAS e CENTRA) e Alexandre Correia (Universidade de Coimbra).

Neste último caso, Portugal terá acesso privilegiado ao METIS por fazer parte da sua construção, contornando o que geralmente é um processo caro e muito competitivo para observar com um instrumento como este. “Na utilização do METIS, a equipa portuguesa vai dedicar-se principalmente ao estudo do buraco negro no centro da Via Láctea, um tema que já há muito nos ocupa. O METIS é um excelente instrumento que complementa muita da informação que temos sobre o buraco negro obtido com outros instrumentos”, afirma Paulo Garcia, corresponsável pela participação portuguesa no METIS, professor da FEUP e investigador do CENTRA.

O projeto METIS também tem funcionado como uma incubadora para estudantes que desejam prosseguir na área de instrumentação para astrofísica. Um exemplo de caso de sucesso é o de André Boné: após ter desenvolvido o seu doutoramento em Engenharia Física em CIÊNCIAS, prosseguiu a sua carreira no Max Planck Institute, trabalhando noutro instrumento para o ELT.

Quando der início às suas operações em meados de 2028, o ELT será o maior telescópio terrestre, com um espelho segmentado de 39 metros de diâmetro e equipado com tecnologia avançada de ótica adaptativa que consegue movimentar individualmente segmentos do espelho para corrigir, em tempo real, imperfeiçoes que podem “desfocar” a imagem dos objetos celestes. As suas características de vanguarda irão permitir ver detalhes seis vezes mais finos que o Telescópio Espacial James Webb e 20 vezes mais finos do que o Telescópio Hubble.

Consórcio Internacional METIS

O consórcio METIS é composto pela NOVA (Dutch Research School for Astronomy, representado pelas Universidades de Leiden, Amesterdão, Groningen e Nijmegen, Países Baixos), UK Astronomy Technology Centre (UKATC, Edimburgo, Escócia, RU), Max Planck Institute for Astronomy (MPIA, Heidelberg, Alemanha), Katholieke Universiteie Leuven (Bélgica), Saclay Nuclear Research Centre (CEA-Saclay, França), ETH Zürich (Suiça), A* (representado pelas Universidades de Viena, Linz, Innsbruck, Graz e Linz-RICAM, Austria), Universitat zu Koln (Alemanha), CIÊNCIAS e FEUP, representado pelo CENTRA (Portugal), Universidade de Liège (Bélgica), Academia Sinica Institute of Astronomy and Astrophysics (ASIAA, Taiwan) e Universidade de Michigan at Ann Arbor (EUA). O METIS é desenvolvido em colaboração com o ESO.

Marta Daniela Santos, Gabinete de Comunicação de Ciência da DCI CIÊNCIAS
mddsantos@ciencias.ulisboa.pt

Na Science de 7 de outubro, no vol. 354, issue 6308, Pamela J. Hines explica como o cérebro se constrói, a mobilidade dos neurónios, das zonas onde proliferam para as localizações finais, e revela que qualquer problema que ocorra durante a migração pode afetar o desenvolvimento de uma criança, nos aspetos físicos e comportamentais.

A resistência aos antimicrobianos é um fenómeno inevitável, pelo que a vigilância, prevenção e controlo são fulcrais, mesmo que futuramente se desenvolvam novos antibióticos, pois será apenas uma questão de tempo até que a resistência a estes seja desenvolvida.

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O décimo Dictum et factum é com Fernando Lopes, coordenador do Gabinete de Apoio à Investigação da Direção de I&D de Ciências.

Com o objetivo de sensibilizar e preparar para o risco sísmico e melhorar a qualidade de ensino da Sismologia e das Ciências da Terra em Portugal, Susana Custódio, Graça Silveira, Luís Matias e Catarina Matos desenvolveram um estudo sobre a educação para os sismos, adaptado à realidade de Portugal e a diferentes grupos etários e que foi capa de uma das edições deste ano da revista “Seismological Research Letters”.

O projeto RESISTIR coordenado por Ciências e pela Maxdata Software e cofinanciado pelo Portugal 2020 visa criar até abril de 2019 um sistema de informação - inovador, modular, inteligente e adaptável - para apoiar a tomada de decisão clínica no domínio da vigilância epidemiológica, resistência aos antimicrobianos, controlo de infeção e gestão hospitalar.

O “coração da cidade” foi invadido por uma “onda de ciência e tecnologia” em mais uma edição da Noite Europeia dos Investigadores. O tema deste ano foi a “Ciência no dia-a-dia”.

“Geography and major host evolutionary transitions shape the resource use of plant parasites” da autoria de Joaquín Calatayud, José Luis Hórreo, Jaime Madrigal-González, Alain Migeon, Miguel Á. Rodríguez, Sara Magalhães e Joaquín Horta salienta a necessidade de estudos mais globais em Ecologia.

Aos alunos deixo uma sugestão: aproveitarem as unidades curriculares para experimentarem as suas ideias e terem projetos de novas apostas tecnológicas (em Salvador, Brasil, no campus de Ondina da UFBA existe um enorme espaço, com equipamentos informáticos e professores, para que os alunos possam ser ajudados a experimentar ideias). E, com um portefólio de exemplos vem um passo seguinte: usarem pós-graduações (por exemplo, mestrados) para construírem protótipos que se vejam em feiras e exposições. As empresas vêm em seguida.

A estudante de doutoramento em Paleontologia do Departamento de Geologia de Ciências e a equipa multidisciplinar que assina “A juvenile allosauroid theropod (Dinosauria, Saurischia) from the Upper Jurassic of Portugal” preparam-se para apresentar os resultados deste artigo no próximo congresso anual da Society of Vertebrate Paleontology e que ocorrerá em outubro na cidade de Salt Lake City, nos Estados Unidos da América.

“A juvenile allosauroid theropod (Dinosauria, Saurischia) from the Upper Jurassic of Portugal” da autoria de Elisabete Malafaia, Pedro Mocho, Fernando Escaso e Francisco Ortega descreve um exemplar ainda juvenil de um dos grandes dinossáurios carnívoros do Jurássico, com cerca de 150-145 milhões de anos, e foi publicado este mês na revista “Historical Biology”.

"É curioso, constatar que todas as teorias da ciência não são sobre a forma, mas sim sobre a função. Isto é, são sobre como as coisas se desenvolvem e mudam. São acerca de processos."

A primeira entrega dos dados (data release) da missão Gaia da Agência Espacial Europeia (ESA) ocorreu esta quarta-feira, 14 de setembro, quase três anos depois do seu lançamento e foi transmitida online pela ESA. De acordo com o comunicado de imprensa emitido por Ciências, o consórcio internacional inclui investigadores e engenheiros de quatro universidades portuguesas.

O Tec Labs – Centro de Inovação de Ciências foi distinguido com o 2.º Prémio Nacional na Categoria de Promoção do Espírito de Empreendedorismo dos Prémios Europeus de Promoção Empresarial, uma iniciativa da Comissão Europeia gerida em Portugal por IAPMEI — Agência para a Competitividade e Inovação, e cuja cerimónia de entrega dos prémios ocorreu no Museu do Oriente, em Lisboa, a 8 de setembro.

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O nono Dictum et factum é com Carla Romero, técnica superior do Gabinete de Estudos Pós-graduados da Unidade Académica de Ciências.

A descoberta da localização precisa de uma espécie de GPS (Global Positioning System) no nosso cérebro (Moser e Moser, 2014), capaz de nos ajudar a responder a duas perguntas básicas “Onde estamos?” e “Como vamos até acolá?”, indispensáveis para a nossa vida normal, estimulou a discussão do tema computação espacial (ler a revista norte americana Communications Of the ACM, janeiro de 2016, páginas 72-81).

Joaquim Alves Gaspar, de 67 anos, investigador pós-doutoral do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia, acaba de ser distinguido com uma Starting Grant do Conselho Europeu de Investigação, a primeira a ser atribuída a um membro da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Em entrevista a Ciências apresenta o projeto “The Medieval and Early Modern Nautical Chart: Birth, Evolution and Use” alvo desta distinção, no valor de 1,2 milhões de euros, bem como o homem que pretende causar um impacto significativo na História da Cartografia, demonstrando a eficácia das suas ferramentas e ajudando a criar uma nova geração de cientistas nesta área.

O Conselho Europeu de Investigação atribuiu uma Starting Grant, no valor de 1,2 milhões de euros, a Joaquim Alves Gaspar, membro integrado do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia (CIUHCT) e investigador principal do projeto “The Medieval and Early Modern Nautical Chart: Birth, Evolution and Use”.

"No momento atual o alerta de potencial erupção ainda não terminou uma vez que a atividade sísmica se mantém acima dos valores normais", escreve José Madeira em mais uma crónica de viagem.

"Comunicar significa tornar comum. E o que queremos tornar comum? Ciência. Esse é o objetivo", escreve em artigo de opinião Manuel Leite Valença.

César Garcia, curador convidado do Museu Nacional de História Natural da Universidade de Lisboa, investigador do cE3c e antigo aluno de Ciências, é o autor de uma das fotografias premiadas, escolha do editor, no âmbito da 4.ª edição do BMC Ecology Image Competition, uma iniciativa da BioMed Central.

A equipa da UNDAC (United Nations Disaster Assessment and Coordination)/ERCC (European Response Coordination Centre) da Comissão Europeia (CE) tem feito avaliação dos planos de emergência existentes e suas lacunas ou melhoramentos necessários, bem como reuniões com os principais agentes intervenientes a nível local em caso de catástrofe ou emergência.

Cerca de 60 alunos da EB1 S. João de Brito,  Agrupamento de Escolas de Alvalade, visitaram em julho passado o Departamento de Biologia Animal de Ciências.

Desde a chegada da equipa UNDAC/ERCC a sismicidade tem-se mantido em níveis estáveis após dois dias iniciais em que se tinha tornado progressivamente mais superficial (1 km abaixo do nível do mar).

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O oitavo Dictum et factum é com Vera Lopes, técnica superior do Departamento de Geologia de Ciências.

Os vencedores do galardão desenvolveram o melhor projeto de Net Zero Energy House.

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