Biopharma avalia efeitos de fármacos em peixes e bivalves

Tejo com 32 fármacos

Marine Pollution Bulletin publica estudo sobre o tema na edição impressa de outubro

Tejo

No âmbito deste projeto, financiado pela FCT, foram identificados 32 fármacos utilizados em medicina humana e veterinária na água do estuário do Tejo

VFF

O projeto Biopharma inclui uma vertente de avaliação ambiental que passa pela identificação e quantificação de resíduos na água e em organismos estuarinos, como é o caso dos peixes ou bivalves.

Os cientistas pretendem avaliar os efeitos de exposição a diferentes compostos, como é o caso de antidepressivos ou anti-inflamatórios, dando particular ênfase às espécies de peixe com interesse comercial.

Para Vanessa F. Fonseca “este tópico de investigação é muito recente, o que significa que há uma grande lacuna de informação base, e isso é simultaneamente aliciante e a maior dificuldade – acrescentando que - sem conhecimento empírico prévio, o planeamento amostral e experimental é essencialmente um exercício conceptual”.

A bióloga exemplifica: se os compostos mais vendidos forem os que estão presentes em maior quantidade no meio aquático, há processos de degradação ambiental e de tratamento das águas residuais que podem influenciar; se os alvos terapêuticos são conservados ao longo da evolução das espécies, os efeitos são semelhantes, pelo menos entre vertebrados, no entanto, perante a variabilidade biológica e ecológica não é possível restringir a análise apenas aos efeitos expectáveis.
 

Vanessa F. Fonseca, investigadora do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE-ULisboa), doutorada em Biologia Marinha e Aquacultura por Ciências ULisboa, coordena o projeto Biopharma, que deverá terminar em 2019.

O principal objetivo do Biopharma, iniciado em 2016, é avaliar os efeitos da exposição a fármacos em organismos estuarinos. No âmbito deste projeto, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, foram identificados 32 fármacos utilizados em medicina humana e veterinária na água do estuário do Tejo.

A equipa do Biopharma integra professores e investigadores de Ciências ULisboa e do MARE-ULisboa, assim como da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra e do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária.

A presença de compostos - resíduos de antibióticos, anti-hipertensivos, betabloqueadores, anti-inflamatórios, antidepressivos, reguladores lipídicos e antiepiléticos - resulta do uso e consequente libertação contínua destes produtos nas águas residuais.

De acordo com o comunicado de imprensa emitido pela Faculdade esta quarta-feira, embora a presença de compostos tenha sido revelada ao longo de todo o estuário, as maiores concentrações de fármacos foram observadas em áreas próximas da saída dos efluentes de tratamento de águas residuais, na margem norte da área metropolitana de Lisboa e na zona sul do estuário, próxima do município de Almada e da embocadura do Tejo.

Estas conclusões são apresentadas no estudo “Screening of human and veterinary pharmaceuticals in estuarine waters: A baseline assessment for the Tejo estuary” da autoria de Patrick Reis-Santos, Miguel Pais, Bernardo Duarte, Isabel Caçador, Andreia Freitas, Ana S. Vila Pouca, Jorge Barbosa, Sara Leston, João Rosa, Fernando Ramos, Henrique N. Cabral, Bronwyn M. Gillanders e Vanessa F. Fonseca. O artigo está disponível online na Science Direct e será publicado na edição de outubro da Marine Pollution Bulletin.

O grupo do Bipharma é multidisciplinar: integra biólogos e químicos com experiência variada em áreas como Ecologia Estuarina, a Ecotoxicologia, a Fisiologia Animal, Modelação e Química Ambiental.

O próximo passo da equipa passa por determinar a presença de resíduos farmacêuticos em organismos estuarinos, nomeadamente plantas, crustáceos, bivalves e peixes; e avaliar o potencial de acumulação dos mesmos ao longo da teia trófica.

Tejo
As maiores concentrações de fármacos foram observadas em áreas próximas da saída dos efluentes de tratamento de águas residuais, na margem norte da área metropolitana de Lisboa e na zona sul do estuário, próxima do município de Almada e da embocadura do Tejo
Fonte VFF

“Pretende-se quantificar fármacos em organismos estuarinos e determinar se a dieta é uma via importante de contaminação, o que também é relevante para a saúde humana tendo em conta o consumo humano de algumas destas espécies”, conta Vanessa F. Fonseca.

As recentes diretivas europeias reconhecem o potencial risco ecológico e a necessidade de monitorizar a presença e os efeitos de exposição a fármacos no ambiente aquático, assim como a dificuldade em estabelecer limites de segurança ambiental face à falta de informação, à diversidade de compostos e à importância da utilização destes compostos na medicina humana e veterinária.

Por isso mesmo, a coordenadora do Biopharma refere que “é fundamental consolidar informação onde se enquadram os resultados deste projeto e contribuir para uma gestão eficiente, que deverá passar pela definição de prioridades de monitorização dos compostos de maior risco, bem como o envolvimento da sociedade para um consumo moderado de medicamentos e o correto encaminhamento dos mesmos quando já não são necessários”.

“Tem sido uma experiência de colaboração e aprendizagem muito interessante.”
Vanessa F. Fonseca

ACI Ciências ULisboa
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Foto de grupo com delegação chinesa e representantes da Ciências ULisboa

A 10 de novembro a ULisboa recebeu a visita de uma delegação chinesa de altos dignitários, professores, investigadores e estudantes de doutoramento, durante a qual foi renovado o protocolo entre a ULisboa e a Universidade de Xangai. Após uma sessão de abertura na reitoria da Universidade, a delegação visitou Ciências ULisboa e o Instituto Superior Técnico.

11 estudantes

Este ano 11 estudantes da Ciências ULisboa foram premiados com Bolsas Gulbenkian Novos Talentos, nas áreas da Biologia, Física, Matemática e Ciências Sociais.

Representação de cinco estrelas e de braço humano

Os rankings “Times Higher Education (THE) World University Rankings 2024 by Subject”, “QS World University Rankings by Subject 2023” e “ShangaiRanking’s Global Ranking of Academic Subjects 2023” atribuem à ULisboa posições de destaque nas áreas de ensino e investigação da Faculdade.

Bombeiro e participante a apagar um fogo com extintor no campus

Em outubro, Ciências ULisboa organizou um conjunto de ações de sensibilização dedicadas à segurança no campus da Faculdade. A iniciativa “Ciências em Segurança”, promovida pela Associação de Estudantes, contou com a ajuda do Gabinete de Segurança, Saúde e Sustentabilidade  e do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa. 

Catarina Frazão Santos

O Conselho Europeu de Investigação atribui bolsa de arranque, no valor de 1,499,819.00 euros, a Catarina Frazão Santos, investigadora e docente no Departamento de Biologia Animal da Ciências ULisboa e investigadora integrada no Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, pelo seu projeto “Planeamento do Uso Sustentável do Oceano na Antártida num contexto de Alterações Ambientais Globais (PLAnT)”.

imagem ilustrativa de inteligencia artificial

"Conceitos que no passado eram aplicados exclusivamente à mente e ao cérebro humano estão agora a ser aplicados aos sistemas computacionais", escreve Klaus Gärtner, investigador do Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa.

"Este acontecimento é uma oportunidade para divulgar e celebrar a qualidade da investigação e da inovação desenvolvidas na Ciências ULisboa”, diz Margarida Santos-Reis, subdiretora da Faculdade para a área da investigação, a propósito da 5.ª edição do Dia da Investigação e Inovação.

imagem gerada por IA

"A realização de determinadas funções biológicas é explicada como efeito de uma “computação natural” executada pelo organismo. O objetivo destes programas é, como bem exemplificado por este recente artigo de Joshua Bongard e Michel Levin, promover uma confluência entre biologia e engenharia", escreve Lorenzo Baravalle, investigador do Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa.

pessoas a escavar na terra

Pegadas de dinossauros com 195 milhões de anos foram descobertas em Alvaiázere, no distrito de Leiria, sendo as mais antigas da Península Ibérica, segundo estudo publicado na revista científica Historical Biology. Carlos Neto de Carvalho, investigador do Instituto Dom Luiz, é um dos autores do trabalho.

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A 4.ª edição do acontecimento organizado pela Associação Portuguesa de Estudantes de Física (Physis), em colaboração com IA Ciências ULisboa e o Núcleo de Física e de Engenharia Física (NFEF) da Ciências ULisboa começou esta sexta-feira, dia 13 de outubro, no campus da Faculdade e termina este domingo, dia 15. Um dos pontos altos do programa é o debate “Há futuro na exploração espacial?”.

anffiteatro com cientistas

A Ciências ULisboa conta com 26 investigadores colocados nos rankings “World’s Top 2% Scientists”, de acordo com o mais recente estudo publicado pela Elsevier, comprovando a relevância da sua produção científica.

Laureados com o Nobel da Química

O Nobel da Química de 2023 foi atribuído conjuntamente a Moungi G. Bawendi, Louis E. Brus e Alexei I. Ekimov, pelo trabalho que levou à descoberta e ao desenvolvimento de pontos quânticos, nanopartículas tão minúsculas que o seu tamanho determina as suas propriedades, segundo comunicado oficial da Real Academia das Ciências da Suécia.

rato

O estudo “Resistência a rodenticidas anticoagulantes desafia esforços do controlo de pragas em Portugal” - realizado por uma equipa de investigadores do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar – visa recolher informações que tornem a gestão do ratinho doméstico mais eficiente, minimizando os seus impactos.

Katalin Karikó e Drew Weissman

A 2 de outubro de 2023 o Prémio Nobel da Fisiologia e Medicina foi atribuido a Katalin Karikó e Drew Weissman por descobertas biotecnológicas subjacentes à formulação das vacinas de mRNA (RNA mensageiro) para COVID-19. Em todo o mundo, mais de três mil milhões de pessoas receberam pelo menos duas doses destas vacinas (vacinas Comirnaty da Pfizer e Spikevax da Moderna). Em Portugal, cerca de sete milhões de pessoas receberam pelo menos três doses.

Pierre Agostini, Ferenc Krausz e Anne L'Huillier

O Nobel da Física de 2023 foi atribuído a três físicos europeus - Pierre Agostini, Ferenc Krausz e Anne L'Huillier -, a trabalhar nos EUA, Suécia e Alemanha. Reconhece os trabalhos pioneiros relativos à produção de luz decorrentes da interacção entre electrões e atómos foto-ionizados por laser, através da geração de um número elevado de harmónicas de ordem elevada que, em conjunto, e em condições de fase relativas adequadas (phase matching) podem dar origem a trens de impulsos luminosos com durações de ato-segundo (1 as = 10-18 s).

Centro de Congressos de Lisboa com vários participantes do EUPVSEC 2023

A 40th European Photovoltaic Solar Energy Conference and Exhibition - EUPVSEC 2023 realizou-se de 18 a 22 de setembro de 2023, no Centro de Congressos de Lisboa. João Serra, professor do Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia da Ciências ULisboa, foi novamente convidado a ser o chairman da maior e mais importante conferência europeia dedicada à energia fotovoltaica.

obra de Wassily Kandinsky

"Descobertas recentes na neurociência cognitiva - por António Damásio, Vittorio Gallese e Frans de Waal, entre outros - posicionam a empatia como um facto neurobiológico", escreve Graça P. Corrêa, investigadora do Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa.

pessoas numa escavação numa jazida de fósseis

Novo estudo publicado na revista Zoological Journal of the Linnean Society descreve um novo dinossáurio saurópode que viveu na Península Ibérica há 122 milhões de anos. Esta nova espécie de dinossáurio, apelidada de Garumbatitan morellensis, foi descrita a partir de restos descobertos em Morella (Castelló, Espanha) por uma equipa de paleontólogos portugueses e espanhóis e permitiu ampliar a diversidade de dinossáurios conhecida num dos melhores registos fósseis do Cretácico Inferior da Europa.

sensor de radiação no topo de um veículo

Um novo estudo desenvolvido por investigadores da Ciências ULisboa e do Instituto Dom Luiz com a colaboração de parceiros em França (Mines Paris - PSL) e Luxemburgo (LIST), publicado na revista Progress in Photovoltaics: Research and Applications, explora o potencial em ambiente urbano de veículos solares em 100 cidades em cinco continentes.

auditório lotado

18 de setembro foi o primeiro dia de aulas para mais de 800 novos alunos matriculados nas licenciaturas da Ciências ULisboa na 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso. A sessão de boas-vindas aos novos alunos decorreu às 11h30, no auditório 3.2.14.

Luís Fernando Marques Mendes foi um biólogo inteiramente dedicado à Entomologia, desde que se licenciou em 1971 pela Ciências ULisboa. Faleceu na passada quinta-feira, 14 de setembro, após prolongada doença. A Faculdade lamenta o triste acontecimento, apresentando as condolências aos seus familiares, amigos e colegas.

Laje rochosa - primeiras evidências de vertebrados do fundo do mar

A descoberta de fósseis extremamente raros, que representam as primeiras evidências de peixes de águas profundas, atrasa a invasão da planície abissal em 80 milhões de anos. Estas descobertas foram publicadas este mês num novo estudo na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Grupo de pessoas

A 13ª Conferência Internacional SedNet - Continuum Sedimentar: aplicando uma abordagem de gestão integrada realizou-se na Ciências ULisboa, entre 5 a 9 de setembro. O programa intensivo de cinco dias começou com workshops sobre a gestão dos sedimentos a diferentes níveis, incluiu apresentações e uma visita de campo ao Porto de Lisboa e às dunas e praias de Cascais.

O Departamento de Matemática da Ciências ULisboa e o Museu Nacional de História da Ciência juntam-se numa homenagem que marca o centenário do nascimento do professor João Santos Guerreiro, a realizar no próximo dia 23 de setembro, entre as 14h00 e as 18h00, no Anfiteatro Manuel Valadares, no MUHNAC.

peixes

Os organismos estão a tornar-se mais pequenos através de uma combinação de substituição de espécies e mudanças dentro das espécies: trata-se da conclusão de um novo estudo publicado na revista Science, que analisou dados de todo o mundo dos últimos 60 anos e de diversas espécies de animais e plantas.

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