
Pela primeira vez uma investigadora afiliada a uma universidade portuguesa recebe o Prémio Imago Mundi

Fonte CIUHCT
Šima Krtalić, aluna de doutoramento da Ciências ULisboa, afiliada ao projeto Medea-Chart, ganhou recentemente a décima edição do prémio "Imago Mundi" 2023 da referida revista académica, destinado a homenagear o melhor artigo em História da Cartografia.
Pela primeira vez uma investigadora afiliada a uma universidade portuguesa recebe o galardão, instituído pela primeira vez em 2005. Também é a primeira vez que o prémio é atribuído a alguém no início da sua carreira de investigação: um aluno de doutoramento. Šima Krtalić é orientada por Joaquim Alves Gaspar e Henrique Leitão. O projeto Medea Chart é financiado pelo Conselho Europeu de Investigação, e liderado por Joaquim Alves Gaspar.

Fonte Imago Mundi
O artigo vencedor tem o título “Anchoring the Image of the Sea: Copying Coastlines on Manuscript Nautical Charts from the Late Middle Ages and the Early Modern Period”, tendo sido publicado na edição Imago Mundi 74:1 (2022): 1–30, a 30 de junho de 2022. O artigo aborda os métodos de produção cartográfica no período medieval e pré-moderno, representando uma contribuição muito significativa para a História da Cartografia.
A decisão do júri, presidido por Sarah Tyacke e composto por Tom Harper e Matthew Edney, foi unânime, tendo destacado a originalidade do trabalho de Šima Krtalić, salientando ainda que a sua investigação "expande a nossa compreensão da produção de cartas no período medieval tardio e do período moderno, até agora pouco compreendida no que diz respeito às técnicas utilizadas para produzir múltiplas cópias".
Para o júri, a abordagem foi considerada inovadora, dado que a literatura se tem centrado no conteúdo geográfico. O júri ficou impressionado com a dimensão do corpus de material estudado, considerando o trabalho como exemplar na sua utilização de provas empíricas detalhadas para reconstruir práticas básicas de cartografia que eram, até agora, pouco conhecidas.
O prémio bienal já distinguiu as seguintes personalidades: Ingrid Houssaye Michienzi e Emmanuelle Vagnon; Mario Cams; Federico Ferretti; Robert Batchelor; Carme Montaner e Luis Urteaga; T.M. Smallwood; Alfred Hiatt; George Tolias e Zur Shalev.