Dictum et factum

Marta Daniela Santos

Marta Daniela Santos

ACI Ciências

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O primeiro Dictum et factum de 2018 é com Marta Daniela Santos, responsável pelo Gabinete de Comunicação do cE3c – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais.

Quando era criança já sabia que profissão gostaria de ter no futuro?

Marta Daniela Santos (MDS) - Sim!... Claro que passei por uma primeira fase em que queria ser muitas coisas - pintora, escritora, arqueóloga. Mas lembro-me do momento preciso em que me foquei na ciência. Foi na escola primária, quando vi numa das páginas de um livro de Estudo do Meio um esquema do sistema solar: “Mercúrio, Vénus, Terra, Marte... Existem outros planetas para além da Terra!”. Fiquei fascinada e na minha cabeça foi-se formando a ideia de que queria passar a vida a estudar estes temas. Pouco depois percebi que esse caminho era possível através da Física, e a partir daí não mudei de ideias: fui lendo tudo o que encontrava nesta área e em 2004 entrei na FCUL, onde fiz a licenciatura e o doutoramento em Física.

Mas a vida dá muitas voltas. Fui descobrindo outras áreas ao longo do curso – entre elas a teoria de jogos, área na qual acabei por fazer o meu doutoramento. E foi no final do doutoramento que descobri uma paixão que mudou todo o meu percurso: a comunicação de ciência. Primeiro apenas por curiosidade, entrei num mestrado em Comunicação de Ciência na FCSH-UNL: e logo nas primeiras aulas percebi que a comunicação me permitia pôr em prática profissionalmente as minhas grandes paixões e vícios: ler, escrever e aprender de tudo um pouco. E posso colocar essas capacidades em prática para partilhar esse conhecimento com a sociedade, dar o meu pequeno contributo para uma sociedade mais curiosa, mais crítica e mais informada.

A certa altura tomei a decisão de suspender o meu percurso em investigação para me dedicar por completo à comunicação de ciência, decisão que mantenho até hoje. Hoje em dia já existe um maior investimento em comunicação de ciência e uma maior sensibilidade para a sua importância, mas nem sempre foi assim, e temos ainda um longo caminho a percorrer. A ciência faz parte das nossas vidas, está presente nas decisões que temos que tomar no dia-a-dia, na tecnologia que usamos: este conhecimento não deve estar restrito apenas aos especialistas.

Qual foi o 1.º emprego?

MDS - Foi como vigilante no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), durante os três meses das férias de Verão, com 16 anos. Voltei a trabalhar no MNAA mais alguns anos, sempre nas férias de Verão. Foi uma ótima experiência: passar todas aquelas horas junto de tantas obras de arte abriu-me horizontes, aprendi muito!

Como surgiu a hipótese de trabalhar em Ciências?

MDS - Através de um anúncio para uma bolsa de gestão de ciência e tecnologia para trabalhar no grupo de investigação “CCIAM – Climate Change Impacts, Adaptation and Modelling” do cE3c, em novembro de 2015. Estava de saída do Pavilhão do Conhecimento, onde aprendi muito ao ser responsável por vários projetos de comunicação de ciência, em vários formatos, e foi uma oportunidade excelente de regressar ao mundo académico.

Há quantos anos trabalha na Faculdade?

MDS - Há pouco mais de dois anos.

O que começou por fazer quando aqui chegou?

MDS - Comecei por trabalhar na comunicação do projeto ClimAdaPT.Local, coordenado pelo professor Gil Penha-Lopes, projeto que entre janeiro de 2015 e dezembro de 2016 percorreu o país para trabalhar com 26 municípios no desenvolvimento de estratégias de adaptação às alterações climáticas. Apoiava nos contactos com jornalistas, na organização de seminários e conferências, na gestão do site, entre outras tarefas.

E agora como é o seu dia-a-dia?

MDS - Pouco tempo depois de ter entrado no projeto ClimAdaPT.Local surgiu a oportunidade de concorrer para uma bolsa de gestão de ciência e tecnologia para o Gabinete de Comunicação do cE3c, na altura coordenado pela professora Margarida Santos-Reis, agora coordenado pela professora Cristina Máguas. Fui selecionada, e desde março de 2016 que sou responsável pelo Gabinete de Comunicação. Os meus dias nunca são iguais: entre escrever notícias e comunicados de imprensa, entrevistar investigadores, gerir o nosso site e a presença do centro nas redes sociais, entre outras tarefas, todos os dias tenho novos desafios – o que é ótimo!

E vindo eu da Física, e estando agora a trabalhar em comunicação em áreas como Ecologia, evolução e alterações ambientais – tão importantes e com tantas implicações para a sociedade – estou sempre a aprender coisas novas. Sinto-me muito realizada no que faço, e em poder trabalhar com investigadores tão dedicados e envolvidos no seu trabalho.

O que é que mais gosta de fazer na unidade onde está inserida?

MDS - Há duas coisas de que gosto especialmente, que são transversais a todas as tarefas que tenho em mãos: o “ahá!” quando descubro algo novo (que é uma constante todos os dias), e a realização que sinto quando as reações a um texto ou entrevista mostram que consegui que a mensagem passasse – que consegui transmitir algo novo, despertar a curiosidade de quem nos lê. Nessas alturas sinto que ganhei o dia.

Há alguma coisa que não aprecia na sua rotina profissional?

MDS - Quando chegam vários pedidos de divulgação e notícias em simultâneo, e porque a nossa equipa de comunicação ainda é muito pequena, surge algum stress que não me importava de dispensar. Mas é um lado inevitável da comunicação – as divulgações têm prazos, as notícias têm de sair com brevidade caso contrário deixam de ser notícia – e que se consegue gerir. É compensado depois ao ver os resultados positivos do trabalho!

Na sua opinião o melhor da Faculdade é…?

MDS - O ambiente de partilha de conhecimento. A Faculdade reúne investigadores de tantas áreas, vários recursos para aprendizagem... são inúmeras oportunidades que podemos aproveitar para nos enriquecermos e partilhar conhecimento uns com os outros.

E o melhor da Administração Pública, o que é?

MDS - Não tenho uma opinião formada.

Se tivesse que escolher um adjetivo para se descrever, qual seria a palavra escolhida?

MDS - Uma curiosa-persistente (já sei, fiz batota...).

Porquê?

MDS - Curiosa porque estou sempre a perguntar o “porquê” das coisas. E porque a persistência, o muito trabalho, têm sido um ingrediente essencial neste meu percurso.

Ana Subtil Simões, Área de Comunicação e Imagem de Ciências
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt

O Air4, um protótipo para medição de gases indicadores da qualidade do ar, associado a um modelo de análise de mapas e a uma aplicação mobile, ficou em 2.º lugar no 1.º Hackathon de Tra

No Dia da Criança Galopim de Carvalho lança “O Avô e os Netos Falam de Geologia”, editado pela Âncora Editora e apresentado durante a Feira do Livro de Lisboa.

Foi em setembro do ano passado que a HortaFCUL decidiu abraçar o projeto de ajudar a construir uma Horta Pedagógica na Escola Básica de Santo António em Alvalade, em parceria com Direção e Associação de Pais da Escola e apoiado pelo programa de estímulo à aprendizagem financiado pela Gulbenkian.

Miguel Centeno Brito, professor do DEGGE, foi um dos participantes das II Jornadas da Energia, que ocorreram em abril passado, tendo sido um dos convidados do programa da Rádio Renascença Insónia.

Este ano as Jornadas celebraram a efeméride dos 35 anos da criação da licenciatura em Química Tecnológica.

 É necessário estabelecer redes de monitorização mais robustas e de larga escala para avaliar o impacto das alterações climáticas e da poluição atmosférica na Bacia do Mediterrâneo, refere comunicado de imprensa do cE3c - Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais.

A primeira abordagem a uma reconstituição tridimensional da circulação atmosférica de Vénus pode ser lida no artigo “Venus's winds and temperatures during the MESSENGER's flyby: An approximation to a three-dimensional instantaneous state of the atmosphere”, publicado na Geophysical Research Letters.

O ano passado “The Sphere of the Earth” integrou a exposição “Formas & Fórmulas”, patente no Museu Nacional de História Natural e da Ciência. De lá para cá e por sugestão de José Francisco Rodrigues, um dos comissários desta mostra, Daniel Ramos começou a atualizar o referido programa tornando-o ainda mais rico em termos de funcionalidades e design, com uma multitude de visualizações cartográficas e da geometria da esfera e pela primeira vez em Português. Assim surgiu Mappae Mundi.

As plantas estão por todo o lado, são-nos indispensáveis de diversas formas, mas a nossa consciência, individual e coletiva, da sua importância, é ainda muito limitada.

“Não só quero continuar a adquirir competências, como quero passar a mensagem de que a Comunicação de Ciência é essencial para que a ciência seja compreendida e bem sucedida. É nosso dever informarmos a sociedade dos progressos científicos que vão sendo alcançados”, declara Rúben Oliveira, aluno do mestrado em Biologia da Conservação, finalista do concurso FameLab Portugal.

“O que realmente me aqueceu o coração foi o facto de que, depois da apresentação, algumas pessoas dedicaram tempo a dirigirem-se a mim para discutir o tema em mais profundidade, explicar-me os seus pontos de vista e opiniões”, declara Helena Calhau, aluna do 2.º ano da licenciatura em Física.

Ao serviço de quem está a ciência e a tecnologia? Devemos ter medo das suas utilizações? Há mesmo o perigo de uma superinteligência fazer-nos mal? Em 2014 e 2015, um conjunto de personalidades pôs em causa o controlo (ou a sua falta) da disciplina da Inteligência Artificial (IA) e abriu o debate com os temas da superinteligência e do domínio dos humanos por máquinas mais inteligentes. Graças a Elan Musk, Bill Gates, Stephen Hawking, Nick Bostrom e Noam Chomsky podemos estar mais descansados com o alerta (na singularidade defende-se que a Inteligência Artificial ultrapassará a humana para criar uma IA geral ou forte), mas mesmo assim cuidado.

“Sempre achei as áreas da educação e comunicação bastante interessantes, sonho desde jovem em incorporar um pouco destas duas áreas na minha carreira científica”, declara Hugo Bettencourt, aluno do mestrado integrado em Engenharia Biomédica e Biofísica.

“O Malcolm Love é uma pessoa incrível e ensinou-nos muitas coisas, desde como agir numa entrevista, como contar uma história de forma fascinante, como controlar o nervosismo e principalmente como cativar o público quando falamos”, conta Andreia Maia, aluna do mestrado em Biologia Molecular e Genética, finalista do concurso FameLab Portugal.

A que cheira a sardinha? Cheira bem, cheira a Portugal. Na próxima quinta-feira, 18 de maio, junte-se a Miguel Santos e a Susana Garrido, dois investigadores do IPMA envolvidos no processo de avaliação do estado dos recursos da pesca em águas nacionais e internacionais para mais uma sessão de 60 Minutos de Ciência, desta vez no Edifício Caleidoscópio.

Cristina Branquinho e Paula Matos propõem utilização dos líquenes como um novo indicador ecológico global.

Mais de mil alunos do ensino secundário visitaram o campus de Ciências no dia 3 de maio.

Assunção Bispo

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O Dictum et factum de maio é com Assunção Bispo, assistente técnica do Departamento de História e Filosofia das Ciências.

Andreia Maia, Helena Calhau, Hugo Bettencourt e Rúben Oliveira são os alunos de Ciências que apresentam assuntos científicos de forma simples e descomplicada em três minutos, na edição 2017 do FameLab Portugal.

Pela 13ª vez, realizou-se em Ciências a fase de semifinal das Olimpíadas de Química Júnior. 67 alunos dos 8.º e 9.º anos conheceram a Faculdade, o Departamento de Química e Bioquímica e testaram conhecimentos de Química, em provas escritas e experimentais.

A 8.ª edição da feira anual de emprego de Ciências aconteceu em abril. Esclarecimento de dúvidas através do contacto pessoal com empresas, workshops, treino de entrevistas de emprego e análises de currículos foram algumas das atividades que marcaram os dois dias.

“Alargar horizontes, mudar atitudes” é o lema do “Girls in ICT @CienciasULisboa” que acontece este sábado, dia 6 de maio de 2017, em Ciências.

A pergunta “Pode uma máquina pensar?” abre a busca por agentes inteligentes capazes de interatuarem com os seres humanos através de linguagens (a proposta do jogo de imitação como teste de inteligência), e sobretudo de serem autónomos em ambientes sofisticados.

Realiza-se este mês a 7th International Conference on Risk Analysis, em Chicago. Nela, a professora de Ciências Maria Ivette Gomes é homenageada pelo seu trabalho na área da Análise de Risco.

Faltam poucos dias para o Dia Aberto. A Faculdade volta a abrir portas aos alunos do ensino secundário no próximo dia 3 de maio.

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