Bolsas Calouste Gulbenkian

Lápis, papel e motivação para continuar a estudar

Entrevista a Diogo Caetano

"Isto motiva-me muito, [faz com que queira] continuar a esforçar-me para ter bons resultados e criar novas oportunidades para o meu futuro", diz Diogo Caetano

No programa Novos Talentos em Matemática, edição 2016/2017,da Fundação Calouste Gulbenkian, foram distinguidos três alunos de Ciências. Desta vez, apresentamos a entrevista ao aluno do 1.º ano do mestrado em Matemática, Diogo Caetano.

Foi estudante de licenciatura em Matemática em Ciências e, pela relação positiva criada com os professores, optou por voltar e dar continuidade aos seus estudos dentro desta área e na referida faculdade.

O título do projeto pelo qual foi distinguido pela Fundação Calouste Gulbenkian é “Comportamento assimptótico de equações diferenciais retardadas em modelos populacionais”, e insere-se na área das equações diferenciais.

Na entrevista a seguir apresentada, fique a conhecer o percurso deste estudante.

O que significa para si esta distinção?

Diogo Caetano (DC) - Fiquei muito feliz com a atribuição do prémio! É muito recompensador ver que o meu trabalho e a minha dedicação durante a licenciatura foram efetivamente valorizados. Isto motiva-me muito, [faz com que queira] continuar a esforçar-me para ter bons resultados e criar novas oportunidades para o meu futuro.

Que momentos destaca ao longo do seu processo de aprendizagem na área da Matemática, nesta Faculdade?

DC - Estou na faculdade desde 2013 e todos os anos que aqui passei foram muito felizes. Tenho de destacar, contudo, o segundo e terceiro anos. No segundo, tive a oportunidade de ser bolseiro do programa “Novos Talentos em Matemática”, também pela Fundação Calouste Gulbenkian, e considero que aprendi muito com o trabalho que desenvolvi durante esse ano letivo. Foi a primeira vez que tive acesso a artigos científicos e que tive de apresentar o meu trabalho para outros colegas e professores da área. Retirei muito desta experiência. Por fim, tenho de realçar o meu terceiro ano da licenciatura: não foi diretamente na faculdade, mas foi proporcionado pela faculdade. Tive a oportunidade de estar fora, ao abrigo do programa Erasmus+, numa universidade no Reino Unido, e foi um ano muito enriquecedor a nível matemático, claro, mas que teve também um contributo enorme para o meu desenvolvimento pessoal.

Que importância considera que este tipo de apoio tem para os jovens investigadores?

DC - A meu ver, estes programas de bolsas e estímulos são muito importantes para os alunos que, como eu, ambicionam tornar-se investigadores no futuro. Permitem que, desde cedo, tenhamos contacto com a Matemática que está a ser feita no presente e que possamos conhecer algumas das questões que estão a ser estudadas e algumas das pessoas que as estudam, o que nos envolve de forma mais ativa na comunidade científica. Possibilitam também que trabalhemos de forma próxima com investigadores experientes, que partilham connosco parte do seu trabalho e têm muito para nos ensinar. Podemos retirar destas experiências muitos ensinamentos valiosos que terão, certamente, um efeito positivo no nosso futuro pessoal e profissional.

Em que consiste o projeto pelo qual é distinguido?

DC - O título do nosso projeto é “Comportamento assimptótico de equações diferenciais retardadas em modelos populacionais”, cujo tema se insere na área das equações diferenciais. É sabido já há alguns séculos que os fenómenos da Natureza se regem por leis matemáticas e as equações diferenciais são utilizadas para modelar alguns destes fenómenos (por exemplo, para traduzir o crescimento de uma população, a propagação de uma doença, ou mesmo fenómenos meteorológicos). As equações diferenciais retardadas (EDR), surgem para fornecer modelos mais realistas de algumas destas situações e apresentam algumas diferenças em comparação com as equações diferenciais (ditas ordinárias) que aprendemos a estudar nos primeiros anos da licenciatura. Numa primeira fase, o nosso trabalho consistiu em estudar a teoria das EDR e, em particular, entender algumas dessas diferenças. Na segunda fase, que está a decorrer agora, o objetivo é aplicar esta teoria ao estudo de alguns modelos populacionais - por exemplo, modelos de tipo Nicholson -, e tentar dar resposta a algumas questões que permanecem em aberto sobre estes sistemas.

Quais os próximos passos a dar, com o reforço do prémio?

DC - Essencialmente, e para já, são necessários lápis, papel e motivação para continuar a estudar o tema! Possivelmente, participarei em outras conferências, escolas ou cursos, dentro ou fora do país, para os quais o apoio do prémio é fundamental.

De que forma se atingem tão bons resultados? 

DC - Trabalho, dedicação e muito interesse. Pessoalmente, tentei sempre manter um bom equilíbrio entre a parte da minha vida que envolve matemática e aquela que não envolve - ao longo destes anos, tenho-me esforçado para conciliar os estudos com alguns hobbies (por exemplo, música, livros ou passeios e viagens) e sinto que estas atividades contribuem para me manter motivado e com vontade de continuar a trabalhar.

Há algum professor e/ou colega que o tenha marcado?

DC - Há muitos colegas que marcaram e continuam a marcar o meu percurso pela Faculdade de Ciências e muitos professores com quem aprendi muito, que me são muito queridos e que me fizeram, entre outros motivos, querer voltar à FCUL para prosseguir os meus estudos em Matemática ao nível do 2.º ciclo. Tenho de referir, claro, a professora Teresa Faria, que está a orientar este projeto. Lembro-me de, no final do meu 2.º ano, lhe pedir que não se esquecesse de mim, porque ia querer voltar a ter oportunidade de ser seu aluno e aprender com ela. E, de facto, estamos aqui, agora! :)

Raquel Salgueira Póvoas, Área de Comunicação e Imagem
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
oceano

José Guerreiro, professor do Departamento de Biologia Animal da Ciências ULisboa e investigador do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE), foi nomeado perito da World Ocean Assessment III junto da Division for Ocean Affairs and the Law of the Sea (DOALOS) – ONU.

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Carlos Farinha, professor do Departamento de Química e Bioquímica da Ciências ULisboa e investigador principal do grupo de investigação em Fibrose Quística do Instituto de Biossistemas & Ciências Integrativas, foi distinguido com um financiamento de 220 mil USD (€ 204.100,57), pela associação Emily’s Entourage.

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A estudante de doutoramento na Ciências ULisboa e professora assistente no IST desenvolveu um sistema que utiliza blocos tangíveis para promover a aprendizagem digital inclusiva para crianças com deficiência visual, ensinando assim literacia digital e eliminando barreiras educativas.

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O primeiro grande modelo de Inteligência Artificial generativa para a língua portuguesa, para cada uma das variantes, do Brasil e de Portugal, gratuito, em código aberto e com acesso universal está disponível desde este mês e tem 900 milhões de parâmetros. "Trata-se de um marco histórico muito importante na preparação tecnológica da língua portuguesa para a era digital", diz António Branco, professor do DI Ciências ULisboa.

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Encontra a resposta a esta pergunta na exposição final do projeto Medea-Chart - As Cartas Náuticas Medievais e Renascentistas: origem, uso e evolução, inaugurada a 18 de maio, no Instituto Hidrográfico e em exibição até setembro deste ano. Joaquim Alves Gaspar, investigador principal do projeto, efetuou uma visita guiada à exposição.

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A ULisboa é uma das melhores universidades portuguesas, segundo o portal Research.com, com 131 cientistas entre os mais influentes, dos quais 29 dizem respeito a investigadores, cujo trabalho tem sido realizado na Faculdade e nas suas unidades de investigação.

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Patrícia Chaves, atualmente no 3.º ano de doutoramento em Ciências ULisboa, está entre os 12 finalistas da primeira edição da competição Três Minutos de Tese – 3MT ULisboa. A final tem lugar a 30 de maio, às 18h30, no Museu Nacional de História Natural e da Ciência da ULisboa. Patrícia Chaves está atualmente no 3.º ano do programa de doutoramento Biologia e Ecologia das Alterações Globais.

tejadilho de uma carro com paineis solares

Uma equipa de investigadores do Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia e do Instituto Dom Luiz, está a recrutar voluntários para uma campanha de ciência cidadã, cujo objetivo é estimar o potencial da mobilidade solar, utilizando os próprios veículos. A campanha decorre no âmbito do projeto “Solar Cars”.

telescópio

Um grupo de cientistas da Ciências ULisboa e da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, membros do CENTRA - Centro de Astrofísica e Gravitação, participam no desenvolvimento do Mid-infrared ELT Imager and Spectrograph (METIS), um poderoso instrumento que vai equipar o maior telescópio do mundo - o Extremely Large Telescope (ELT) – em construção pelo European Southern Observatory (ESO) em Armazones, Chile.

logotipo simpósio

O simpósio internacional sobre “Os impactos humanos na conetividade funcional dos ecossistemas marinhos” realiza-se entre 22 e 25 de maio, no Cineteatro Municipal João Mota, em Sesimbra. Mais de 100 investigadores, gestores marinhos e políticos de 30 países de todo mundo partilham as últimas descobertas na temática e discutem as políticas de gestão e preservação destes ecossistemas.

Sala de reuniões com várias pessoas sentadas

Volker Mehrmann esteve na Ciências ULisboa, em outubro de 2022, para participar na reunião do Comité Executivo da EMS, que pela primeira vez ocorreu em Portugal. “A comunidade matemática portuguesa orgulha-se de, ao longo das últimas décadas, ter colocado com cada vez maior intensidade e reconhecimento Portugal no mapa da Matemática europeia e mundial”, diz Jorge Buescu, professor do Departamento de Matemática da Ciências ULisboa, vice-presidente da EMS, presente nestas reuniões desde 2018.

imagem com linhas e ligações luminosas

O Centro de Matemática, Aplicações Fundamentais e Investigação Operacional em conjunto com o Centro de Estudos de Gestão do Instituto Superior Técnico tem vindo a organizar a série "Workshop on Combinatorial Optimization". A 4.ª edição do evento terá lugar no próximo dia 8 de maio, em formato online.

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Realizou-se esta quarta-feira, dia 3 de maio, a assinatura da adenda ao acordo de cooperação do “UPskill - Digital Skills and Jobs”, um programa que aposta na requalificação de pessoas desempregadas ou em situação de subemprego, nas várias áreas das TIC. No âmbito deste acordo, a Faculdade irá participar como entidade formadora.

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Em 2022, 23 alunos da Ciências ULisboa foram distinguidos com medalhas desportivas, em cerca de 50 provas de competições universitárias, nacionais e internacionais, nas modalidades karaté, taekwondo, judo, atletismo e natação, alcançando resultados de excelência.

mamífero toirão

O novo Livro Vermelho dos Mamíferos de Portugal Continental, apresentado esta terça-feira, atualiza o conhecimento sobre as espécies de mamíferos terrestres e marinhos da fauna de Portugal Continental e faz uma revisão dos estatutos de ameaça das espécies.

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Nos dias 11 e 18 de março, realizaram-se no Departamento de Química e Bioquímica as semifinais das Olimpíadas de Química + e Júnior, respetivamente.

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Professores da Ciências ULisboa integraram equipas da Direção Geral de Educação, criadas para definir as aprendizagens essenciais para a Matemática do Ensino Secundário.

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Quatro investigadores do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente estiveram embarcados em expedições oceanográficas no Oceano Atlântico e Oceano Austral, com o objetivo de estudar os processos biogeoquímicos do oceano.

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O quarto volume do livro “Mulheres na Ciência”, editado pela Ciência Viva, conta com retratos de 101 cientistas portuguesas de diferentes gerações e áreas do conhecimento científico, onze delas investigadoras na Ciências ULisboa.

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No âmbito da UC “Voluntariado Curricular”, realizaram-se no passado dia 19 de janeiro as apresentações dos projetos dos alunos. Esta UC promove a formação e o desenvolvimento pessoal dos estudantes, sensibilizando-os para as temáticas da solidariedade, tolerância, compromisso, justiça e responsabilidade social.

Henrique Leitão e José María Moreno

Henrique Leitão e José María Moreno Madrid, investigadores do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia (CIUHCT) ​​​​​​ganham (em ex-aequo) o prémio Almirante Teixeira da Mota pelo seu livro "Desenhando a Porta do Pacífico. Mapas, Cartas e Outras Representações Visuais do Estreito de Magalhães".

instrumento matemático

Está patente na Fundação Caixa Agrícola Costa Azul, em Santiago do Cacém, “O Cálculo de Ontem e de Hoje”, uma exposição didática concebida pelo Departamento de Matemática da Ciências ULisboa e pelo Museu Nacional de História Natural e da Ciência, em parceria com o Centro de Ciência Viva do Lousal.

alimentos

O programa da Antena 1 intitulado “Os desafios da alimentação sustentável”, que contou com a colaboração da ULisboa, Universidade Nova de Lisboa e Universidade do Algarve, foi lançado a 6 de fevereiro. Envolvido neste projeto esteve Bruno Pinto, investigador do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, polo da Ciências ULisboa.

Maria Manuel Torres

Maria Manuel Torres, professora do DM Ciências ULisboa, é a protagonista do quinto vídeo do projeto “Porquês com Ciência” sobre Matemática e Sustentabilidade.

pessoas numa exposição

A iniciativa “Café Ciências” está de regresso, após uma pausa forçada devido à pandemia. As sessões terão lugar às quartas-feiras, pelas 17h30, na Galeria Ciências, promovendo olhares cruzados sobre a exposição “A Porta do Pacífico: Uma viagem cartográfica pelo Estreito de Magalhães”.

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