Jovens cientistas

Tânia S. Morais

Tânia S. Morais a receber o prémio Portuguese Young Chemist Award do Grupo de Químicos Jovens
 Inês M. Valente e Luís M. Gonçalves, membros da direção do Grupo de Químicos Jovens (GQJ) da Sociedade Portuguesa de Química (SPQ), durante a entrega do prémio a Tânia S. Morais
Fonte GQJ-SPQ

Os últimos quatro anos de Tânia S. Morais foram passados em Ciências à volta da tese de doutoramento, sintetizando e avaliando a potencialidade de novos compostos organometálicos de ruténio para a terapia do cancro. Neste momento, estuda uma segunda geração de compostos, que consiga destruir as células cancerígenas poupando as saudáveis.

Em 2014, a cientista de 34 anos foi distinguida com o Portuguese Young Chemists Award (PYCA), pelo trabalho “Novos compostos, grandes desafios” e que resume a tese de doutoramento “Síntese de novos complexos bioorganometálicos de ruténio e avaliação das suas propriedades anti tumorais”, desenvolvida no Grupo de Química Organometálica e Bioorganometálica do Centro de Ciências Moleculares e Materiais da Faculdade de Ciências da ULisboa, sob a orientação da professora Helena Garcia.

No dia em que recebeu a distinção sentiu-se “naturalmente muito feliz” e “muito motivada para continuar a trabalhar”. Tânia S. Morais identificou compostos altamente eficientes contra várias linhas celulares cancerígenas, algumas de grande agressividade, como por exemplo, mama, cólon, próstata, ovário. O trabalho premiado incluiu a realização de testes in vivo, que revelam a eficiência destes compostos no combate ao tumor primário e a grande eficiência contra o desenvolvimento de metástases, ao mesmo tempo que os órgãos principais - coração, pulmões, rins e fígado – apresentam-se saudáveis. “Foi também possível começar a entender/delinear os mecanismos de ação destes compostos”, diz.

Para Tânia S. Morais, o sucesso deste trabalho só foi possível devido à colaboração de uma equipa multidisciplinar, da qual fazem parte pessoas do seu grupo e do Departamento de Química e Bioquímica (DQB) de Ciências, do Instituto Tecnológico e Nuclear, do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, da Faculdade de Medicina da ULisboa, da Cooperativa de Ensino Superior Egas Moniz e do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto.

Investigadores de Ciências
Grupo de Química Organometálica e Bioorganometálica
Fonte Cedida por TSM

A coesão e as discussões frutuosas com todas estas pessoas - Helena Garcia, Pedro Florindo, Ana Isabel Tomaz, Fernanda Marques, Lurdes Gano, Paula Robalo, Fátima Piedade, Maria José Brito, Francisco Tortosa, António Matos, Fátima Gärtner e Nuno Mendes - foram decisivas para o sucesso do doutoramento em Química, com especialização em Química Inorgânica, cuja prova foi defendida na ULisboa, em 2013, tendo sido aprovada com distinção e louvor.

Para a orientadora de doutoramento, “o trabalho de investigação de Tânia S. Morais constitui um contributo importante na procura de potenciais metalofármacos, que constituam uma alternativa aos que se encontram em uso clínico, cujos efeitos secundários são extremamente perniciosos”. Helena Garcia explica que “foi sintetizada uma nova família de compostos organometálicos de ruténio que se revelaram altamente eficientes contra várias linhas de células tumorais”, concluindo que “uma das grandes vantagens que estes futuros fármacos poderão apresentar é a sua eficácia contra vários tipos de cancro e em particular contra as metástases”.

A investigação de Tânia S. Morais foca-se no desenvolvimento de síntese química e na caracterização de compostos orgânicos, inorgânicos e organometálicos perspetivados para aplicações na área da saúde, em especial para a terapia do cancro e na avaliação das propriedades dos potenciais fármacos e da sua interação com biomoléculas.

Investigadores de Ciências
Uma sessão de trabalho no laboratório, numa linha de vácuo
Fonte Cedida por TSM

Atualmente, dedica-se ao estudo de uma segunda geração de compostos para quimioterapia dirigida, que destrua as células cancerígenas e poupe as saudáveis, no âmbito do pós-doutoramento que está a realizar em Ciências e no Instituto de Medicina Molecular, sob a orientação de Helena Garcia e Miguel Castanho, antigo aluno e professor do Departamento de Química e Bioquímica de Ciências, atualmente docente e subdiretor da Faculdade de Medicina da ULisboa.

Para a jovem fazer ciência significa empenhar-se ao ponto de descobrir um fármaco que venha a ser útil à sociedade. Até agora tem 15 artigos publicados em revistas de circulação internacional com arbitragem científica, um capítulo de livro e duas patentes.

PYCA 2014

É a primeira vez que um doutorando de Faculdade de Ciências da ULisboa é distinguido com o PYCA. Este ano foi atribuída ainda uma menção honrosa a outro cientista da ULisboa - Tânia Ribeiro - pelo trabalho “Materiais híbridos fluorescentes”. O PYCA, no valor de 1.000€, é atribuído pelo GQJ da SPQ, com o apoio da editora Gradiva. “O trabalho apresentado é colocado num contexto de divulgação científica de forma a demonstrar a capacidade do jovem investigador para comunicar a relevância do seu trabalho à sociedade. Este ano as candidaturas foram avaliadas por Carlos Fiolhais (Universidade de Coimbra e representante da Gradiva), João Paulo André (Universidade do Minho e editor do Boletim da SPQ), Marcela Segundo (Faculdade de Farmácia, Universidade do Porto) e Miguel Jorge (University of Strathclyde, Reino Unido)”, escrevem Luís Gonçalves, Marisa Rocha e Inês Valente, membros da Direção do GQJ da SPQ, cujo último boletim apresenta um artigo assinado por Tânia S. Morais. A entrega do prémio bianual ocorreu no passado dia 1 de maio, durante o “4th Portuguese Young Chemists Meeting”.

Tânia S. Morais
alumna de Ciências terminou, em 2007, a licenciatura em Química,  com 15 valores. Um ano mais tarde obteve o grau de mestre em Química, com especialização em Química, Saúde e Nutrição, com a nota final de 17 valores. O ano passado concluiu o doutoramento em Química, com especialização em Química Inorgânica, tendo sido aprovada pela ULisboa com distinção e louvor
Fonte Cedida por TSM

Dificuldades

“As principais dificuldades deste tipo de estudo são as inerentes à síntese de novos compostos. Muitas vezes as reações concebidas não funcionam na direção pretendida e é necessário estabelecer estratégias alternativas. Este processo pode levar vários meses…”

Alegrias

“A obtenção de um composto difícil de sintetizar é umas das maiores alegrias deste tipo de trabalho. Para além disso, os resultados dos testes in vitro e in vivo são sempre um suspense… neste caso têm-nos trazido grandes alegrias mas nem sempre é assim!”

Futuro

“Gostaria de continuar a fazer ciência, a desenvolver trabalho nesta área e ser integrada nos quadros da Faculdade de Ciências da ULisboa. Foi a escola onde sempre estudei e me ajudou a crescer cientificamente e como pessoa. Gosto da liberdade e independência que me é dada para seguir os meus objetivos e da disponibilidade que sempre encontrei por parte dos docentes e dos funcionários, aos quais sou muito grata.”

Ana Subtil Simões, Gabinete de Comunicação, Imagem e Cultura
info.ciencias@fc.ul.pt
Ciências ULisboa e Milestone Consulting assinam protocolo

Ciências ULisboa e a Milestone Consulting assinaram recentemente um protocolo de cooperação para a atribuição de um Prémio para o Melhor Aluno do 1.º ano do Mestrado em Matemática.

Curso de campo do IFiT

O primeiro Curso de Campo do Projeto IFiT integrado no Programa Erasmus+ realiza-se entre 20 de maio e 2 de junho de 2019, em Aljezur, na Costa Vicentina. As candidaturas ao Student Project Week terminam a 4 de março.

C2

Cerca de 45 alunos do 11.º ano conheceram o Microscópio Eletrónico de Varrimento e participaram na palestra "Imagem Médica: Como a Física permite ver o interior do corpo humano".

Pessoas

"Umas das primeiras etapas para o estabelecimento de limites é tomar consciência e reconhecer as suas próprias necessidades e sentimentos para que, de forma saudável possa cuidar delas nas relações", aconselha a psicóloga Andreia Santos.

Composição de uma imagem de Vénus obtida no infravermelho com a Via Láctea em fundo

A investigação liderada por Javier Peralta, da missão japonesa Akatsuki, teve a participação de Pedro Machado, professor do Departamento de Física de Ciências ULisboa e investigador do Instituto de Astrofísica e Ciência do Espaço.

O papel da alimentação na microbiota intestinal

"Tanto os probióticos como os prebióticos têm demonstrado melhorar os biomarcadores associados ao cancro colon retal e, relativamente à Síndrome do Intestino Irritável, a evidência refere que os probióticos têm um papel importante no alivio dos sintomas e qualidade de vida dos doentes", escreve a nutricionista Maria Inês Antunes.

Geocachers, cache e tritão-marmoreado-pigmeu

O geocaching é utilizado pela primeira vez como indicador para avaliar os serviços culturais prestados pelos ecossistemas. Inês Teixeira do Rosário, investigadora do cE3c, doutorada em Ecologia por Ciências ULisboa, é a primeira autora do artigo da Ecological Indicators.

Catarina Frazão Santos

A apresentação de Catarina Frazão Santos durante a ICES ASC 2018 valeu-lhe o Best Early Career Scientist Presentation Award. O tema da apresentação corresponde ao projeto de investigação por si coordenado e que termina em 2021.

Protosmia lusitanica

Sabia que em Portugal existe uma nova espécie de abelha? Chama-se Protosmia lusitanica e até agora apenas se conhece um único exemplar, uma fêmea coletada por Ana Gonçalves, na primavera de 2016, no Parque Natural do Vale do Guadiana, nas margens do Rio Vascão, em Mértola.

Susana Custódio preside à Comissão Executiva do ORFEUS - Observatories & Research Facilities for European Seismology, integrado no EPOS - European Plate Observing System.

Detalhe da função de onda calculada para a espécie ativa do catalisador

Nuno A. G. Bandeira modelou computacionalmente as propriedades eletroquímicas de óxidos de molibdénio. O investigador da Universidade de Lisboa pretende continuar a estudar moléculas originais e interessantes seja qual for a sua finalidade. “A tabela periódica ainda tem muito para nos dizer”, diz o cientista.

Floresta Laurissilva

Estudo de fósseis revela a extinção de uma árvore da família do chá que se encontrava presente há 1,3 milhões de anos na ilha da Madeira. Carlos A. Góis-Marques, aluno de doutoramento em Geologia, é um dos autores desta investigação.

Janela triangular

É o mecanismo mimético que nos permite interatuar uns com os outros, compreender os sentimentos dos amigos, e viver a compaixão e a empatia”, in Campus com Helder Coelho.

Livro aberto

Ao todo estão previstas sete sessões, com pelo menos um orador convidado. Em cada uma delas Dinis Pestana falará sobre livros que estejam relacionados com o tema em análise. O objetivo é conquistar leitores, sobretudo entre os estudantes universitários.

“Aceitar que por vezes se falha, que podemos não ter a aprovação dos outros e aceitar as consequências das tomadas de decisão, pode inicialmente ser mais desconfortável, mas acarreta consigo uma maior sensação de responsabilidade e liberdade na vida”, escreve na rubrica habitual a psicóloga do GAPsi, Andreia Santos.

Vista aérea da zona de cultivo no PermaLab, no campus de Ciências ULisboa

O primeiro estudo científico desenvolvido no PermaLab – um laboratório vivo de permacultura, situado no campus de Ciências ULisboa, será publicado no volume 212 da edição de março de 2019 do Journal of Cleaner Production, reforçando dessa forma a importância dos laboratórios vivos no contexto universitário.

“O desenvolvimento de uma missão astronómica espacial é uma aventura demorada, que, nos casos mais complexos, pode demorar mais de duas décadas. Com o Athena estamos envolvidos neste processo desde os primeiros passos, tendo ajudado a construir a proposta ‘vencedora’”, conta José Afonso, que lidera a participação portuguesa na missão Athena, prevista para 2031.

Projeto de Sismologia nas Escolas do Instituto Dom Luiz

Guilherme Weishar apresenta-nos o projeto de Sismologia nas Escolas do Instituto Dom Luiz e que tem uma componente de citizen science.

Wani na Indonésia

Objetivo da missão dos investigadores do IDL Ciências ULisboa e do IPMA?! Melhorar a caracterização do tsunami de 28 de setembro de 2018, de modo a desenvolver técnicas e programas de mitigação destes fenómenos naturais.

Ricardo Honório

Cernorium é o canal YouTube de Ricardo Honório, aluno do mestrado integrado em Engenharia Física de Ciências ULisboa. O projeto tem já disponível o primeiro episódio e é a “concretização de uma ideia antiga que procura aliar a paixão pela Física com algum humor.

Galeria da fauna marinha (maioria tropical), anos 1950/1960

Evocações sobre Entomologia no Museu Bocage e na Faculdade, pelo professor, cientista José Alberto Quartau. Versão abreviada da alocução proferida aquando do 35.º aniversário do Departamento de Biologia Animal de Ciências ULisboa, em 5 de junho de 2018.

Francisco Saldanha da Gama

Nesta fotolegenda destacamos uma passagem da entrevista com Francisco Saldanha da Gama, professor do Departamento de Estatística e Investigação Operacional e investigador do Centro de Matemática, Aplicações Fundamentais e Investigação Operacional de Ciências ULisboa, e que pode ser ouvida no canal YouTube e na área multimédia do site da Faculdade.

Lisboa

Ciências é uma das cinco instituições da ULisboa que integra o projeto ALHTOUR.

 Conselho Diretivo da ELRA

António Branco, professor do DI Ciências ULisboa, é o novo presidente da ELRA-European Language Resources Association, a principal associação científica europeia para o processamento da linguagem natural e uma das mais importantes associações a nível mundial nesta subárea da Inteligência Artificial.

Robô e criança

"Revendo as discussões nos últimos anos sobre a Inteligência Artificial (IA), a ideia da superinteligência (super-homem) e da frieza dos comportamentos dos agentes artificiais, quando comparados com os seres humanos, concluímos que o medo à IA só será ultrapassado com uma nova postura da IA, virada para a enfâse nos benefícios", escreve Helder Coelho, professor do DI Ciências ULisboa.

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