COVID-19

Roteiro nacional para a realização de testes serológicos em Portugal

Investigadores da Ciências ULisboa e do CEAUL participam no grupo multidisciplinar

Mulher sentada em banco junto ao rio Tejo

O inquérito nacional de seroprevalência da COVID-19 incluirá a realização de um questionário e a colheita de uma amostra de sangue e a realização de testes serológicos

Unsplash Jason Briscoe

Composição do grupo de cientistas

André Peralta Santos, ENSP Nova
António Vaz Carneiro, ISBE FM ULisboa
António Silva Graça, Fundação Calouste Gulbenkian (FCG)
Carlos Penha-Gonçalves, IGC
Gabriela Gomes, UP e University of Strathclyde (Escócia)
Guilherme Gonçalves, Unidade Multidisciplinar de Investigação Biomédica (UMIB) do ICBAS UP
Joana Gonçalves de Sá, Nova SBE
Jorge Carneiro, IGC
Jorge Soares, FCG
Miguel Portela, Universidade do Minho
Paulo Jorge Nicola, ISBE FM ULisboa
Pedro Aguiar, ENSP UNL
Pedro C. Magalhães, ICS ULisboa
Pedro Campos, INE
Pedro Pita Barros, Nova SBE
Ricardo Águas, University of Oxford (Reino Unido)
Rui Portugal, FM ULisboa
Soraia Pereira, CEAUL, Ciências ULisboa
Telmo Nunes, Faculdade de Medicina Veterinária da ULisboa
Tiago A. Marques, CEAUL, Ciências ULisboa, University of St Andrews (Reino Unido)

Um grupo multidisciplinar de cientistas propõe a criação de um roteiro nacional para a realização de testes serológicos em Portugal e defende que a avaliação rigorosa e concertada da prevalência da doença COVID-19 é a única forma de conhecer a real vulnerabilidade da população e monitorizar a dinâmica da epidemia.

O encontro de especialistas para definir um roteiro rigoroso e aberto a todas as instituições públicas ou privadas que estejam interessadas na realização de estudos serológicos foi dinamizado pelo Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) em colaboração com o Instituto Nacional de Estatística (INE).

O roteiro foi desenhado por vários especialistas de várias instituições, destaque para a Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Universidade Nova de Lisboa (Nova), Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa (ULisboa), Instituto de Saúde Baseada na Evidência (ISBE) da Faculdade de Medicina (FM) da ULisboa, Nova School of Business & Economics (Nova SBE), Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto (UP) e Ciências ULisboa através dos seus investigadores Soraia Pereira e Tiago A. Marques, membros do Centro de Estatística e Aplicações da Universidade de Lisboa (CEAUL).

Este grupo de cientistas defende que a definição precisa da forma de obter estimativas de prevalência da doença COVID-19 vai determinar a fiabilidade dos números bem como o êxito da resposta à pandemia. O grupo multidisciplinar de cientistas reconhece esta necessidade premente e propõe uma estratégia concertada para a realização de um estudo serológico assente em duas vertentes: uma linha nacional (com crescente escala, intensidade e granularidade) e outra local ou sectorial, implementada em três fases e com o possível envolvimento de autarquias e estruturas regionais/locais de saúde.

A proposta defende uma articulação entre entidades públicas e outros parceiros e na opinião destes especialistas permitirá colocar Portugal numa posição exemplar na resposta à pandemia.

Dado o grande número de assintomáticos nesta doença, testar para a presença de anticorpos contra o SARS-CoV-2 é crucial para conhecer o real impacto da doença e diversas entidades têm-se desdobrado na realização de estudos parciais sobre frações da população. No entanto, casos de êxito, implementados noutros países europeus, demonstram que apenas uma ação nacional concertada e estruturada, “com base numa amostra aleatória (em particular evitando recorrer a amostras de conveniência, potencialmente enviesadas), poderá dar a conhecer a real prevalência da infeção e representar uma fonte de informação fundamental no combate à pandemia”, afirma Pedro Magalhães, do ICS ULisboa.

O roteiro proposto inicia-se com uma primeira fotografia do impacto da doença através de um estudo piloto nacional, com uma amostra representativa da população, ainda antes de uma potencial segunda vaga (obter a precisão desejada das estimativas de prevalência a nível nacional aponta para que seja necessária uma amostra aleatória de 5000 testados).

“Os testes serológicos são um instrumento poderoso para identificar a dispersão e intensidade de transmissão que o vírus atingiu numa primeira vaga da epidemia e poder definir as medidas futuras a implementar”, explica Carlos Penha-Gonçalves, coordenador do grupo de trabalho e investigador do IGC. O inquérito nacional de seroprevalência da COVID-19 proposto neste roteiro incluirá a realização de “um questionário e a colheita de uma amostra de sangue aos participantes e a subsequente realização de testes serológicos para permitir conhecer se a pessoa teve contacto e resposta ao vírus, mas, também, estimar quantos desses tiveram sintomas ou foram assintomáticos”, complementa André Peralta dos Santos da ENSP Nova.

Segundo o comunicado de imprensa emitido pelo IGC, determinado o primeiro grupo, importa acompanhá-lo, como população sentinela, a partir da qual se propõe a condução de um estudo longitudinal que permita monitorizar periodicamente as ondas da epidemia ao longo do tempo. “Avaliar regularmente a taxa de seroconversão, ou seja, a quantidade de pessoas com anticorpos contra este coronavírus, é um importante indicador epidemiológico na gestão a médio longo prazo da epidemia e no ajustamento das medidas de mitigação”, realça Pedro Pita Barros da Nova SBE.

O grupo pretende recorrer a testes serológicos desenvolvidos e validados por uma outra iniciativa de cooperação interinstitucional, o consórcio Serology4COVID, coordenado pelo IGC e que envolve mais quatro institutos biomédicos da área de Lisboa e Oeiras – o Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (iMM) da FM ULisboa , o Centro de Estudos de Doenças Crónicas (CEDOC) da Faculdade de Ciências Médicas da Nova, o Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB) da Nova e o Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica (iBET).

Numa terceira fase, e após obtenção da estimativa fiável da prevalência da infeção em território nacional, os peritos propõem a realização de um estudo mais vasto com maior granularidade regional e com poder estatístico para gerar estimativas de seroprevalência com grande precisão, mencionado que o INE tem conhecimento e experiência, únicos para apoiar no desenho, e eventualmente implementação, desta amostra, com as mesmas características do estudo base, mas com estratificações e níveis de precisão aumentados, determinados após análise dos resultados do estudo-base e longitudinal, estimando-se uma amostra entre 25 000 a 30 000 indivíduos.

Com a definição dos parâmetros necessários para condução de um estudo nacional, o grupo de peritos preconiza a colaboração com outros estudos parcelares de igual rigor, a serem promovidos por municípios ou organizações da sociedade civil, promovendo assim a articulação entre diversos estudos, que será de grande utilidade para complementar a linha de trabalho nacional. Estes estudos podem focar a sua atenção em áreas específicas da população ou setoriais, entre os quais profissionais de saúde, autoridades de segurança pública e profissionais de lares de idosos.

Para Carlos Penha-Gonçalves a implementação deste estudo nacional representa um instrumento decisivo para que Portugal se destaque como um exemplo de rigor na adoção de medidas de vigilância epidemiológica focadas na proteção da população, servindo de exemplo para outros países. “É excecional e muito motivador termos cientistas deste calibre em Portugal e é uma grande oportunidade utilizarmos o seu conhecimento e disponibilidade”, afirma Carlos Penha-Gonçalves, concluindo que a “estratégia de base científica está concluída e pronta para ser implementada por entidades públicas e/ou privadas”.

 

Comunicação Institucional IGC com ACI Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt

“Houve muitos [episódios] interessantes e inesperados. Os mais marcantes foram o encontro, o conhecimento e o convívio com alunos excecionais”, declara Filipe Duarte Santos, professor do Departamento de Física de Ciências, sobre a sua experiência ao longo dos anos na Faculdade.

O DEIO divulga mais uma oferta de emprego.

Acesso Gratuíto Cochrane Library via b-on

O Institut Français du Portugal, O Centro de Oceanografia da Universidade de Lisboa e a Fundação Calouste Gulbenkian apresentam o Coloquio internacional “Oceanos: de ambiente frágil a recurso sustentável”.

No dia 7 de Maio o Departamento de Matemática da FCUL associou-se à AÇÃO ESCOLA SOS AZULEJO com a atividade “Com um simples azulejo” em que participaram alunos do 3º ano de escolaridade da Escola Básica Santo António do Agrupamento de Esc

DI-FCUL visita Escola Secundária Rainha D. Leonor

Muhnac

Venha conhecer as rotas do conhecimento que ligam o Muhnac a outros museus e locais da cidade.

Está disponível um acesso gratuito ao ChemInform RxnFinder

Doutoramento e Mestrado em Ciência Cognitiva 

6ª Edição, 2014-15

A revista mais prestigiada na área da Biologia Computacional publicou um artigo que resulta de uma investigação financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e que inclui investigadores de Ciências e da Universidade de Harvard.

O Centro de Investigação Operacional vai realizar no dia 21 de maio, pelas 14h30, na sala 6.4.30 um seminário intitulado Formulations and Exact&nbs

O Centro de Estatística e Aplicações da Universidade de Lisboa vai organizar de 4 a 6 de Junho de 2014 um curso intitulado "On Flexible Bayesian Methods for Diagnosis and ROC Curve Estimation".

Conferência no dia 21 de Maio, pelas 16h00, sala 6.2.56, Edifício C6, FCUL, Campo Grande, Lisboa.

Dia: 22 de Maio (Dia Internacional da Biodiversidade)

Apesar de já existir há dois anos e meio, e como há sempre novos funcionários/Docentes a entrar, vimos por este meio divulgar mais uma vez o Sistema de Impressão FCUL para funcionários/Docentes da FCUL.

Dinâmica da Actividade Cerebral -

Perspectivas e oportunidades num dos grandes problemas científicos deste século

Medalha internacional de História das Ciências, Marta Lourenço

Ana Eiró, Fernando Bragança Gil, Maria Alzira Ferreira, Luís Mendes Vítor, Virgílio Meira Soares, Fernando Catarino, Fernando Parente, Noémio Marques, Galopim de Carvalho, são algumas das individualidades de Ciências que Marta Lourenço recorda, em jeito de agradecimento, pelos ensinamentos transmitidos.

A iniciativa existe desde 2008. “Um pequeno Roteiro pela Energia Solar Fotovoltaica na Faculdade de Ciências” inclui visitas guiadas ao Campus Solar e à central de mini geração fotovoltaica nos telhados da Faculdade de Ciências, e ainda a palestra “A revolução solar vem aí!”, proferida pelo professor António Vallêra.

“Os ensinamentos adquiridos em Ciências estão na base das investigações que tenho desenvolvido, foi através deles que adquiri os conceitos e conhecimentos que me permitem desenvolver o estudo dos materiais. Por outro lado, a interação com diferentes áreas da Geologia permite absorver muita informação importante para a interpretação de muitos dos achados”, explica a investigadora Elisabete Malafaia.

Jean-Paul Montagner, Institut de Physique du Globe, Université Paris-Diderot, Paris, France

António Castelo, Aidnature

"Recordo-me sobretudo dos professores e da matéria que dava nas aulas. A minha pancada com evolução é forte e já nessa altura era. Ainda hoje nada me dá mais prazer do que aprender e compreender como funciona a vida na terra. Tive muito bons professores durante o curso e isso foi fundamental até quando, mais tarde, saí para fazer o mestrado em Inglaterra", conta o antigo aluno de Biologia de Ciências, António Castelo.

Expedição Aidnature

“Cada animal, cada comportamento é um desafio. O momento em que conseguimos a imagem de que estamos à espera e que imaginámos na nossa cabeça, é de uma adrenalina enorme, que contrasta com a paz que é estar horas no campo à espera”, declara António Castelo, antigo aluno do curso de Biologia de Ciências, agora biólogo na Aidnature.

 Nos dias 29 e 31 de outubro de 2014 realiza-se uma reunião em Heildelberg, na Alemanha, com o intuito de apresentar os 106 novos membros ao EMBO Council.

Páginas