Foi no Palácio de Seteais, em Sintra, que se anunciou a individualidade distinguida em 2014 com o Prémio Pessoa: Henrique Leitão. O historiador de Ciências que fez a sua licenciatura, mestrado e doutoramento em física na Faculdade de Ciências da ULisboa foi galardoado com o prémio que reconhece a intervenção de uma personalidade portuguesa na vida cultural e científica do país.
Ana Simões, coordenadora do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia (CIUHCT), dá conta da importância deste reconhecimento: “a distinção do investigador Henrique Leitão é incrível em termos do trabalho que tem feito, tendo criado um grupo exemplar integrado no centro de investigação CIUHCT. Por outro lado, reconhece a importância da História das Ciências e, em particular, a importância de refletirmos sobre o passado das Ciências em Portugal. É fundamental perceber-se que ao contrário do que é voz corrente, houve ciência em Portugal, houve boa ciência. Este reconhecimento é absolutamente fundamental para refletirmos sobre a vertente científica e tecnológica do nosso passado de uma maneira radicalmente diferente”.
O júri da 30.ª edição foi presidido por Francisco Pinto Balsemão e integrou Álvaro Nascimento, António Barreto, Clara Ferreira Alves, Diogo Lucena, João Lobo Antunes, José Luís Porfírio, Maria Manuel Mota, Maria de Sousa, Pedro Norton, Rui Magalhães Baião, Rui Vieira Nery e Viriato Soromenho Marques.
Ao jornal Público, o júri justifica a atribuição do prémio, entre outros motivos, pelo trabalho realizado em 2013 na Fundação Calouste Gulbenkian, a exposição “360º - Ciência Descoberta”, que teve um “grande destaque pela projeção nacional e internacional”, e que “[deu] a conhecer ao grande público a importância crítica que a Península Ibérica teve para o desenvolvimento científico e o progresso civilizacional".
O investigador é responsável pela publicação das obras completas de Pedro Nunes. Na exposição “360º - Ciência Descoberta” foi possível encontrar “o único manuscrito de Pedro Nunes que sobreviveu até aos dias de hoje, a carta náutica portuguesa mais antiga que se conhece, o primeiro globo terrestre na China e como as grandes navegações marítimas dos portugueses e espanhóis contribuíram para o aparecimento da ciência moderna no século XVI”, cita o mesmo jornal.
Henrique Leitão elege como interesses de investigação a História das Ciências Exatas nos séculos XV-XVII, a História da Ciência em Portugal e a História do Livro Científico.
O Prémio Pessoa é uma iniciativa do semanário Expresso com o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos e que tem, em 2014, o prémio no valor de 60 mil euros.
