2013 Ano Internacional da Estatística

Estatística, Ciência e Sociedade

Alunos de Estatística Aplicada da FCUL
Cedida por DEIO-FCUL

Na perspetiva científica é a veracidade das premissas que importa assegurar para se chegar a uma conclusão, mas a conclusão particular em nada enriquece a ciência.

Por maiores que sejam as dimensões das amostras com que as ciências trabalham, as populações que procuram conhecer nunca lhes são completamente acessíveis – por isso usam a indução como o caminho privilegiado na ampliação do conhecimento.

A Estatística assume um papel crítico de legitimar essa passagem do particular ao universal, nunca descurando o facto de lidar apenas com uma amostra, e desconhecendo se ela representa fielmente a população.

O seu trabalho passa pela organização dos dados recolhidos, o seu resumo e tratamento conveniente, observando cuidadosamente e, sempre que possível, desempenhando um papel ativo na forma como são recolhidos. Nesse sentido, a Estatística é subsidiária das outras ciências, herda os seus problemas: estas põem as hipóteses, e a Estatística testa-as, não as define; assim como não dirige as investigações científicas, desempenhando o papel de juiz na aprovação ou rejeição dos caminhos previamente delimitados pelas outras ciências.

As suas verdadeiras questões residem no desenvolvimento de novas técnicas de avaliar a informação disponível, construir novas ferramentas mais eficazes ou de aplicação mais simples, possibilitando o seu contínuo aperfeiçoamento. Se, relativamente à fundamentação teórica, devemos ser sempre capazes de explicar cada aspeto do nosso projeto, numa perspetiva prática alguns desses assuntos acabam por não nos ocupar em demasia; por um lado, por serem implícitos à formulação do problema e serem naturalmente sugeridos pelo contexto em que surgem (como acontece, por exemplo, na definição da população), por outro, por haver na Estatística um conjunto de ferramentas prontas a usar (obedecendo a algumas regras) cuja fundamentação é conhecida e que dispensam assim o que de outra forma seria um exigente esforço teórico. Dessa forma, o seu tempo será dedicado sobretudo às questões relacionadas com a amostragem (como selecionaremos a nossa amostra e como procederemos ao levantamento das informações que consideramos relevantes) e outras dificuldades práticas.

Atualmente, o uso e a aplicação da estatística têm a sua razão de ser não apenas na legitimação da indução, mas também na possibilidade de incorporar a incerteza nas suas conclusões: outro testemunho da sua proximidade ao real. Abordando os problemas numa perspetiva prática, admite não só as limitações nas capacidades humanas, falibilidade e impossibilidade de controlo de todas as variáveis presentes no universo, mas também a incerteza associada a quaisquer instrumentos de medida, e a aleatoriedade num certo nível.

Esta possibilidade de legitimar e validar teses, confere uma grande importância à estatística do ponto de vista social na projeção atual que tem nos media, e um papel incontornável na autorização de decisões, que devem ser sempre sustentadas ou encontrar algum acordo com os dados recolhidos. Porém, essa atenção e a concorrência dos inúmeros fatores que a aproximam de uma realidade complexa, e a tornam um campo de estudo rico, possibilitam o seu uso perverso. A sua natureza permite explorar de forma crítica quaisquer possibilidades, desde que se consiga obter dados que se possam relacionar com a teoria. Um leitor que não esteja educado em noções básicas desta ferramenta pode achar-se no lado errado da disputa, sem que consiga reconhecer quais são as perguntas oportunas e que usos da Estatística podem estar a ser viciosos e quais serão honestos. A educação é a defesa mais segura que podemos conseguir, uma vez que não se baseia numa autoridade externa a nós, e é um serviço prestado a uma democracia mais informada e capaz.

“God not only plays dice. He also sometimes throws the dice where they cannot be seen.” - Stephen William Hawking

Nota de redação: O artigo enquadra-se no âmbito dos trabalhos realizados pelos autores para a disciplina de Estatística, Ciência e Sociedade.

Carlos Botelho, Cássia de Carvalho, Teresa Barradas e Roman Elisavetchii, alunos do 2.º ano de Estatística Aplicada da FCUL

As plantas estão por todo o lado, são-nos indispensáveis de diversas formas, mas a nossa consciência, individual e coletiva, da sua importância, é ainda muito limitada.

“Não só quero continuar a adquirir competências, como quero passar a mensagem de que a Comunicação de Ciência é essencial para que a ciência seja compreendida e bem sucedida. É nosso dever informarmos a sociedade dos progressos científicos que vão sendo alcançados”, declara Rúben Oliveira, aluno do mestrado em Biologia da Conservação, finalista do concurso FameLab Portugal.

“O que realmente me aqueceu o coração foi o facto de que, depois da apresentação, algumas pessoas dedicaram tempo a dirigirem-se a mim para discutir o tema em mais profundidade, explicar-me os seus pontos de vista e opiniões”, declara Helena Calhau, aluna do 2.º ano da licenciatura em Física.

Ao serviço de quem está a ciência e a tecnologia? Devemos ter medo das suas utilizações? Há mesmo o perigo de uma superinteligência fazer-nos mal? Em 2014 e 2015, um conjunto de personalidades pôs em causa o controlo (ou a sua falta) da disciplina da Inteligência Artificial (IA) e abriu o debate com os temas da superinteligência e do domínio dos humanos por máquinas mais inteligentes. Graças a Elan Musk, Bill Gates, Stephen Hawking, Nick Bostrom e Noam Chomsky podemos estar mais descansados com o alerta (na singularidade defende-se que a Inteligência Artificial ultrapassará a humana para criar uma IA geral ou forte), mas mesmo assim cuidado.

“Sempre achei as áreas da educação e comunicação bastante interessantes, sonho desde jovem em incorporar um pouco destas duas áreas na minha carreira científica”, declara Hugo Bettencourt, aluno do mestrado integrado em Engenharia Biomédica e Biofísica.

“O Malcolm Love é uma pessoa incrível e ensinou-nos muitas coisas, desde como agir numa entrevista, como contar uma história de forma fascinante, como controlar o nervosismo e principalmente como cativar o público quando falamos”, conta Andreia Maia, aluna do mestrado em Biologia Molecular e Genética, finalista do concurso FameLab Portugal.

A que cheira a sardinha? Cheira bem, cheira a Portugal. Na próxima quinta-feira, 18 de maio, junte-se a Miguel Santos e a Susana Garrido, dois investigadores do IPMA envolvidos no processo de avaliação do estado dos recursos da pesca em águas nacionais e internacionais para mais uma sessão de 60 Minutos de Ciência, desta vez no Edifício Caleidoscópio.

Cristina Branquinho e Paula Matos propõem utilização dos líquenes como um novo indicador ecológico global.

Mais de mil alunos do ensino secundário visitaram o campus de Ciências no dia 3 de maio.

Assunção Bispo

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O Dictum et factum de maio é com Assunção Bispo, assistente técnica do Departamento de História e Filosofia das Ciências.

Andreia Maia, Helena Calhau, Hugo Bettencourt e Rúben Oliveira são os alunos de Ciências que apresentam assuntos científicos de forma simples e descomplicada em três minutos, na edição 2017 do FameLab Portugal.

Pela 13ª vez, realizou-se em Ciências a fase de semifinal das Olimpíadas de Química Júnior. 67 alunos dos 8.º e 9.º anos conheceram a Faculdade, o Departamento de Química e Bioquímica e testaram conhecimentos de Química, em provas escritas e experimentais.

A 8.ª edição da feira anual de emprego de Ciências aconteceu em abril. Esclarecimento de dúvidas através do contacto pessoal com empresas, workshops, treino de entrevistas de emprego e análises de currículos foram algumas das atividades que marcaram os dois dias.

“Alargar horizontes, mudar atitudes” é o lema do “Girls in ICT @CienciasULisboa” que acontece este sábado, dia 6 de maio de 2017, em Ciências.

A pergunta “Pode uma máquina pensar?” abre a busca por agentes inteligentes capazes de interatuarem com os seres humanos através de linguagens (a proposta do jogo de imitação como teste de inteligência), e sobretudo de serem autónomos em ambientes sofisticados.

Realiza-se este mês a 7th International Conference on Risk Analysis, em Chicago. Nela, a professora de Ciências Maria Ivette Gomes é homenageada pelo seu trabalho na área da Análise de Risco.

Faltam poucos dias para o Dia Aberto. A Faculdade volta a abrir portas aos alunos do ensino secundário no próximo dia 3 de maio.

Nos dias 27 e 28 de abril de 2017 realiza-se a 8.ª edição da feira anual de emprego da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

sistema ótico

A componente tecnológica do espectrógrafo ESPRESSO que irá conduzir a luz dos telescópios do VLT para o instrumento, o coudé train, a ser instalado no ESO, é feita por uma equipa portuguesa da qual fazem parte professores e investigadores de Ciências. Neste artigo, fique a conhecer o trabalho realizado pelo grupo.

No mesmo espaço, associações de voluntariado, voluntários e estudantes de Ciências com interesse na disciplina de Voluntariado Curricular reuniram-se. O objetivo foi dar a conhecer o trabalho feito na disciplina de Voluntariado Curricular, através da partilha de histórias e experiências.

O Núcleo de Física e Engenharia Física da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa foi fundado no dia 19 de maio de 2016, curiosamente no dia do Físico, com o intuito de representar os estudantes de Física e Engenharia Física.Uma das atividades organizadas com o intuito de alargar a perspetiva profissional destes alunos foi a Conferência Física Fora da Academia.

A distribuição geográfica atual dos tojos do género Stauracanthus - arbustos espinhosos que ocorrem nas dunas interiores das praias portuguesas - deve-se a acontecimentos geológicos de grande escala ocorridos no Mar Mediterrâneo há cerca de cinco milhões de anos.

O planeta Terra está em constante mudança. Pegue em qualquer livro de Geologia e uma das primeiras frases que vai encontrar será esta ou uma muito parecida. Se continuar a ler, ficará a saber que a Terra tem mais de 4500 milhões de anos e que nem sempre foi como a conhecemos. Antes, existiam supercontinentes rodeados por vastos oceanos que, ao longo de milhões de anos, se fragmentaram e relocalizaram dando forma aos seis continentes e cinco oceanos que compõem atualmente o planeta azul.

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O Dictum et factum de abril é com Ana Pereira, técnica superior do Gabinete de Empregabilidade da Área de Mobilidade e de Apoio ao Aluno de Ciências.

O dryVHP venceu o prémio Inovação Ageas – Novo Mundo. Construir aparelhos de esterilização mais rápidos e eficazes, ou aparelhos de esterilização portáteis e não elétricos para missões humanitárias é o objetivo deste projeto, desenvolvido em Ciências.

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