Clima

Afonso Ferreira ganhou Prémio de Doutoramento em Ecologia 2025 – Fundação Amadeu Dias

Afonso Ferreira, investigador de CIÊNCIAS e MARE

Afonso Monteiro, investigador de CIÊNCIAS e do MARE, desenvolveu a tese de doutoramento em missões à Antártida

DCI-CIÊNCIAS

Afonso Ferreira, aluno de doutoramento da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (CIÊNCIAS), ganhou o Prémio de Doutoramento em Ecologia 2025 – Fundação Amadeu Dias, que distingue precisamente as melhores teses de doutoramento que se apresentaram a concurso. Os prémios foram anunciados esta terça-feira pela Sociedade Portuguesa de Ecologia (SPECO), e têm entrega agendada para novembro.

Além do primeiro lugar que valeu €3000 a Afonso Ferreira, a SPECO também entregou o segundo lugar à investigação de Sara Mendes, que trabalha atualmente no Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), de Espanha, e antes desse cargo foi doutoranda Centro de Ecologia Funcional (CFE), da Universidade de Coimbra; e o terceiro lugar a  Diana Sousa-Guedes, investigadora do Centro de Investigação em Ciências Geo-Espaciais (CICGE) da Universidade do Porto.

No caso de Afonso Ferreira, é bem nos confins do Hemisfério Sul que a tese de doutoramento começa a ganhar forma. Entre 2019 e 2024, o investigador que vindo a trabalhar no Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE), esteve embarcado por quatro ocasiões no navio Maximiano, que tem vindo a trabalhar no programa polar brasileiro, para estudar os efeitos das alterações climáticas do fitoplâncton da Antártida. As missões, que foram realizadas em períodos do verão do Hemisfério Sul ao largo da Península Antártica, também tiveram o apoio do Programa Polar Português.

Navio Maximiano, da Marinha Brasileira
Navio Maximiano, da Marinha Brasileira, em que Afonso Ferreira esteve embarcado - Crédito: Marinha do Brasil

“Apesar de estar muito longe de nós, o que acontece na Antártida vai acabar por chegar cá (a Portugal e outros países) no futuro, porque a Antártida tem um efeito regulador do clima e dos oceanos”, começa por dizer o Afonso Ferreira, para depois avançar para as razões que o levaram a estudar o fitoplâncton: “fizemos um apanhado da informação existente e vimos que havia poucas respostas sobre o que acontece ao fitoplâncton com as alterações climáticas”.

Sendo minúsculo, o Fitoplâncton pode produzir grandes efeitos nos oceanos – precisamente porque se encontra na base da cadeia alimentar, servindo, diretamente, de sustento a várias espécies que o consomem, e indiretamente a outras espécies que caçam os animais que se alimentam de fitoplâncton.

Ao cruzar recolhas de amostras nas águas oceânicas e dados de satélite, Afonso Ferreira deparou com um aumento da biomassa produzida pelo fitoplâncton que, possivelmente, se deve às alterações climáticas registadas na Antártida. O aumento da biomassa remete para um aumento de quantidade de fitoplâncton. E se aumenta o fitoplâncton, então a notícia poderia levar a crer que o efeito seria benéfico pelo facto de aumentar a comida disponível na base da cadeia alimentar.

Só que o panorama não pode ser analisado de forma tão simples. Até porque há vários grupos de fitoplâncton – e nem todos são consumidos da mesma forma pelos vários seres vivos que habitam os oceanos. Acresce a este dado o facto de o estudo de Afonso Ferreira ter detetado que o aumento de biomassa apenas se aplica a alguns grupos de fitoplâncton, enquanto outros grupos evoluíram de forma inversa e registaram uma diminuição. Resultado: há uma alteração da distribuição de grupos de fitoplâncton no mares da Antártida.

Testes de laboratório no navio Maximiano
Afonso Ferreira, investigador do MARE, e Graça Sofia Limeira, também investigadora do MARE, durante a análise de recolha de amostras a bordo do navio Maximiano - Crédito: Marinha Brasileira

Afonso Ferreira dá dois exemplos destes efeitos contrários no fitoplâncton: no grupo das criptófitas, há um aumento de biomassa; mas no grupo das diatomáceas essa biomassa está a diminuir.

“A alteração da distribuição dos diferentes grupos de fitoplâncton pode estar a beneficiar espécies que se alimentam preferencialmente de um grupo que se tornou mais abundante, enquanto prejudica espécies que se alimentam de grupos que se tornaram menos abundantes”, refere o investigador. “Sabe-se que há espécies que estão a beneficiar do aumento de alguns grupos de fitoplâncton, mas ainda não se sabe quais são. Mas já se sabe que há grupos que estão a ser afetados pela redução de alguns grupos de fitoplâncton”, acrescenta.

Ainda que não seja possível indicar as espécies abonadas pelo aumento de fitoplâncton, Afonso Ferreira avança com uma espécie que aparenta sair prejudicada pela redução de alguns grupos de fitoplâncton: nada mais, nada menos que o famoso familiar do camarão que dá pelo nome de Krill. “O Krill é o principal exemplo de espécie afetada pela nova distribuição de fitoplâncton, porque serve de alimento a baleias e outros cetáceos”, conclui Afonso Ferreira.

Hugo Séneca - DCI CIÊNCIAS
hugoseneca@ciencias.ulisboa.pt

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Através de trabalho de campo detalhado na ilha de Santa Maria, nos Açores, investigadores descobriram elementos importantes para a compreensão da origem e evolução de ilhas vulcânicas.

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No ensino universitário normal o aproveitamento/rendimento escolar é também motivo de preocupação em muitos países europeus, embora existam países onde esse rendimento se aproxima dos 100%. Em termos económicos, facilmente se percebe que quanto maior for a taxa de aprovação dos alunos, menor a desistência e a reprovação, mais justificadas estão as verbas públicas  (provenientes dos impostos) que o Estado investiu no sector da educação.

“Os valores associados ao desporto são complementares aos que são necessários para o sucesso académico”, diz Matilde Fidalgo, aluna de Ciências e jogadora de futebol da seleção feminina portuguesa.

Antes de se aposentar em 2014 a Ana Monteiro trabalhou na Biblioteca da FCUL durante alguns anos. Ontem, dia 15 de dezembro, faleceu.

Teve lugar a 27 de outubro no Salão Nobre da Reitoria da Universidade de Lisboa (ULisboa) o lançamento oficial do Colégio de Química, o primeiro colégio da ULisboa aprovado na área das Ciências Exatas.

O aumento da temperatura da água leva anfíbios omnívoros a adotar uma dieta mais herbívora. De acordo com o comunicado de imprensa emitido pelo cE3c – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Climáticas, “esta é a primeira vez que é estudada em vertebrados a assimilação de dietas mais ou menos ricas em proteínas em função da temperatura”.

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O QTLeap—Quality Translation by Deep Language Engineering Approaches chega ao fim, mas a investigação em tradução automática continua. Leia a curta entrevista com António Branco, professor do Departamento de Informática de Ciências e coordenador deste projeto, iniciado em novembro de 2013.

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O curso de Química Tecnológica celebra em 2017 os 35 anos da saída dos seus primeiros licenciados pelo que as próximas “Jornadas QT” realçarão esta efeméride.

Nos últimos anos da troika (2011-2015), a importância da Filosofia foi bastante apreciada, em particular a nível internacional. Este período não foi bom para Portugal, sobretudo porque os jovens licenciados foram colocados de lado e sem trabalho, os sem emprego (ou bolsa), os precários (com vencimento à hora de ocupação, os temporários, sem férias, direitos de saúde...), e os que estavam a mais (e, forçados a emigrar) juntaram a sua indignação e protestaram. Nem sempre com resultados bem visíveis e de pressão real sobre o poder.

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Nos próximos cinco anos, Sara Magalhães vai explorar um sistema biológico composto por duas espécies de ácaro-aranha, Tetranychus urticae Tetranychus ludeni, que competem por um alimento - a planta do tomate, no âmbito do projeto “COMPCON - Competição sob construção do nicho”, com início previsto para maio de 2017 e desenvolvido em colaboração com investigadores da Universidade de Montpellier, em França.

Aplicações médicas e industriais a partir de organismos que produzem bioadesivos... Sim, é possível. No âmbito de uma Ação COST, a Rede Europeia de Especialistas em Bioadesão, trabalha para criar novos produtos.

O tempo tem demonstrado ser possível avançar na criação de mais e melhores condições de equidade para os alunos com Necessidades Educativas Especiais. Mas este é um desafio permanente para as instituições de ensino, como também o é para cada um de nós e a cada momento, num permanente processo de implicação pessoal em prol de algo que tanto prezamos: a igualdade de oportunidades.

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