Termos o nosso tempo e darmos tempo a quem esteja a acompanhar-nos neste período é um conceito a ter em conta: estarmos presentes não é estarmos sempre disponíveis
Com o isolamento vem o espaço confinado às paredes do nosso lar e a companhia presencial reduzida ao núcleo central lá de casa. Termos o nosso tempo e darmos tempo a quem esteja a acompanhar-nos neste período é um conceito a ter em conta: estarmos presentes não é estarmos sempre disponíveis.
A partilha constante e continuada no tempo pode facilmente gerar sensações fortes, como uma maior irritabilidade e sensação de falta de liberdade e de espaço individual. Quando acontece este crescendo de emoções dentro de cada um, podem surgir conflitos e discussões. É natural e faz parte do que estamos a passar. É, assim, importante tentar não “transportar” estas emoções fortes para a nossa relação com o outro.
Como já diz o ditado popular, depois da tempestade vem a bonança e, após pequenas ou grandes tempestades que se passem dentro de casa, vem o diálogo e a negociação para que os tempos de cada um sejam respeitados.
Algumas estratégias para uma vivência coletiva mais saudável
- Não prescinda de um tempo para si, peça ao outro esse tempo (nem que seja 20 minutos).
- Se sentir algo desconfortável, comunique diretamente ao outro aquilo que sente e que precisa - raramente os outros adivinham o que sentimos. Ao esperarmos que o outro adivinhe, isso gera ainda mais frustração e irritação, pelo facto de não ter correspondido ao que desejávamos. Vamos aceitar que a leitura de pensamentos não foi um dos superpoderes que a mãe natureza nos deu!
- Haver conflitos é comum. Caso as emoções levem a discussão para além do razoável, a relação pode ser reparada com um pedido de desculpas e diálogo sobre o que aconteceu.
- Utilize uma comunicação focada na linguagem do “eu”: “eu sinto… quando acontece…”, “gostaria que…”, “prefiro de outra maneira…” ou “agora não…”.