Medalha de Honra L’Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência

16.ª edição premeia Ana Rita Carlos

Investigação sobre distrofia muscular

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Ana Rita Carlos

"Pretendemos perceber qual o papel do envelhecimento celular no início da distrofia muscular e, em particular, no início da MDC1A", explica Ana Rita Carlos

L’Oréal Portugal

Além de Ana Rita Carlos, são também distinguidas nesta 16ª edição das Medalhas de Honra L’Óréal Portugal Mulheres na Ciência Diana Priscila Pires, do Centro de Engenharia Biológica da Universidade do Minho, Cristina Godinho-Silva, da Fundação Champalimaud e Ana Luísa Gonçalves, do Laboratório de Engenharia de Processos, Ambiente, Biotecnologia e Energia da Universidade do Porto). As quatro premiadas foram selecionadas entre mais de 80 candidatas, por um júri científico presidido por Alexandre Quintanilha. Os prémios no valor de 15 mil euros irão permitir a cada uma delas o desenvolvimento das suas investigações nos próximos dois anos.

O Programa Medalhas de Honra L’Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência resulta de um protocolo entre a Fundação para a Ciência e a Tecnologia, a L’Oréal Portugal e a Comissão Nacional da UNESCO, tendo já distinguido 53 jovens investigadoras em Portugal desde 2004. Tem por objetivo apoiar a realização de estudos avançados de investigação científica, a nível de pós-doutoramento, nas áreas das ciências, engenharias e tecnologias para a saúde ou para o ambiente.

Ana Rita Carlos, investigadora no polo da Faculdade do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c) e antiga aluna da Ciências ULisboa, é uma das quatro jovens cientistas portuguesas premiadas na 16ª edição das Medalhas de Honra L’Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência, com um estudo sobre os mecanismos que desencadeiam as distrofias musculares congénitas.

A distrofia muscular merosina-negativa (MDC1A) é uma doença rara, muitas vezes letal. Entre as distrofias musculares congénitas é uma das mais frequentes, manifestando-se logo à nascença. Afeta aproximadamente 1 em cada 50.000 pessoas a nível mundial e está associada a mutações genéticas que levam à produção deficiente de laminina alfa 2 (anteriormente designada merosina), uma proteína que envolve as fibras musculares, conduzindo a fraqueza muscular que causa uma crescente dificuldade no andar, engolir e respirar.

“Sabe-se que esta doença é devida a mutações no gene LAMA2, que codifica a proteína laminina alfa2, mas como se desenvolve não é conhecido. A nossa hipótese é que a origem desta doença esteja associada a falta de sinais essenciais entre a laminina alfa 2 e as células dos músculos, que podem conduzir ao envelhecimento precoce destas células. Pretendemos perceber qual o papel do envelhecimento celular no início da distrofia muscular e, em particular, no início da MDC1A”, explica Ana Rita Carlos.

Numa primeira fase o estudo está a ser desenvolvido num modelo de ratinho com a mesma mutação genética. A compreensão dos mecanismos que estão na origem desta doença poderá dar pistas para, no futuro, estudar possíveis tratamentos, para a MDC1A e outras distrofias musculares, assim como doenças em que as células perdem a sua função natural, como sucede com o envelhecimento ou o cancro.

Ana Rita Carlos com Maria Cavaco Silva
Ana Rita Carlos recebeu o prémio das mãos de Maria Cavaco Silva, numa cerimónia ocorrida no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, esta quarta-feira
Fonte L'Oreal Portugal

Ana Rita Carlos fez a licenciatura e o mestrado na área da Biologia na Ciências ULisboa e o doutoramento em Radiobiologia na Universidade de Oxford, no Reino Unido, onde se dedicou ao estudo de danos no DNA, telómeros e cancro.

Em 2013 regressou a Portugal para integrar o Instituto Gulbenkian de Ciência, onde estudou o impacto do metabolismo do ferro e da glucose na tolerância à doença. O ano passado mudou-se para o polo da Faculdade do cE3c, onde leciona e vai desenvolver o projeto científico agora distinguido, que pretende identificar quais os mecanismos que levam ao início da MDC1A.

Ana Rita Carlos é casada e tem duas filhas, de quatro anos e cinco meses. Na entrevista que se segue deixa uma mensagem aos jovens: “qualquer carreira associada a investigação consegue-se com trabalho, mas também com muita motivação e uma mente aberta, sempre pronta a aprender e a nunca desistir".

Como foi estudar na Faculdade?

Ana Rita Carlos (ARC) - Estudar na Faculdade foi muitíssimo importante para a minha formação profissional. A organização do curso, com uma parte de tronco comum que nos permite um conhecimento mais alargado e depois a escolha do ramo, que nos permite focar na nossa área de interesse; os professores que muitas vezes para além de professores são investigadores e profissionais nas áreas que ensinam, revelando uma constante atualização. Saí da Faculdade com a sensação de estar bem preparada para a minha carreira futura.

O que mais a marcou nessa época?

ARC - Foi no geral um período importante para a minha educação. Mas também a nível pessoal estabeleci relações com outros alunos e também professores que perduram até hoje. Foi justamente através das relações com alguns professores que estou de novo de regresso à Faculdade.

Ana Rita Carlos
"Estudar na Faculdade foi muitíssimo importante para a minha formação profissional", diz Ana Rita Carlos
Fonte L’Oréal Portugal

Que mensagem gostaria de deixar aos jovens que pretendem seguir uma carreira nesta área?

ARC - Considero que Ciências ULisboa continua a ser uma referência na área das ciências e qualquer jovem que queira seguir Biologia terá seguramente acesso a uma excelente formação. Qualquer carreira associada a investigação consegue-se com trabalho, mas também com muita motivação e uma mente aberta, sempre pronta a aprender e a nunca desistir. As oportunidades surgem, mas também podemos ser nós a ir ao encontro delas.

Por fim, o que simboliza para si esta distinção?

ARC - Esta distinção simboliza por um lado o reconhecimento do meu percurso e do apoio de todos que contribuíram para ele, e por outro representa uma nova etapa na minha vida, onde irei certamente aprender e onde espero poder contribuir com novos conhecimentos.

 

Créditos: L'Oreal Portugal

Medalhas de Honra  L’Oréal Portugal
Lucélia Pombeiro, da AMONET, Maria José Costa, Ana Rita Carlos, Solveig Thorsteinsdottir e Margarida Santos-Reis
Imagem cedida pela AMONET

Atribuição dos prémios ocorreu no Pavilhão do Conhecimento

A atribuição dos prémios ocorreu durante esta quarta-feira, no Pavilhão do Conhecimento e reuniu ilustres personalidades, destaque para Maria Cavaco Silva, que entregou o galardão a Ana Rita Carlos e para a presidente da Associação Portuguesa das Mulheres Cientistas (AMONET) - Maria José Costa -, professora aposentada com acordo de cooperação do Departamento de Biologia Animal (DBA) da Ciências ULisboa.

Quem também esteve presente na cerimónia foi Margarida Santos-Reis, subdiretora da Ciências ULisboa e Solveig Thorsteinsdottir, professora do DBA Ciências ULisboa e líder do grupo de investigação do cE3c onde se insere Ana Rita Carlos.

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ACI Ciências ULisboa com cE3c e L’Oréal Portugal
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
Nélson Pinto

A Glintt - Global Intelligent Technologies conta já com mais de 1050 colaboradores, entre eles alguns ex-alunos de Ciências ULisboa, como é o caso de Nélson Pinto, licenciado em Engenharia Informática e mestre em Engenharia Informática, especialização em Sistemas de Informação. Leia o seu testemunho, fique a par das vantagens do curso e de como é que é trabalhar nesta empresa, que opera a partir de dez escritórios, sediados em seis países - Portugal, Espanha, Reino Unido, Irlanda, Angola e Brasil.

IEEE

​Nuno Neves, professor do Departamento de Informática de Ciências ULisboa, foi eleito vice-presidente do IEEE Technical Committee on Dependable Computing and Fault Tolerance (TCFT). A tomada de posse ocorreu este mês e o mandato tem a duração de dois anos. Na sequência desta eleição, Nuno Neves tomará posse como presidente do IEEE TCFT em 2021, por um período de dois anos.

Pavilhão do Conhecimento

A Ciência Viva volta a homenagear as mulheres cientistas portuguesas, destaque para as personalidades de Ciências ULisboa - Cristina Branquinho, Cristina Máguas, Diana Prata, Margarida Santos-Reis, Margarida Telo da Gama,Maria Ivette Gomes e Vanda Brotas.

Lucanus cervus macho

Pela primeira vez em Portugal continental realiza-se um plano de inventariação sistemática de insetos. Um grupo de entomólogos iniciou a 9 de março, o primeiro trabalho de campo, na costa sudoeste e barlavento algarvio. A primeira sessão pública ocorre no dia 24 de março, na Estação de Biodiversidade de Mértola.

tabela periódica

Vinte e duas escolas do ensino secundário da zona da grande Lisboa participam na semifinal das Olimpíadas de Química Mais (OQ+) em Ciências ULisboa.. Os participantes das OQ+ têm a chance de se qualificar para a 53ª Olimpíada Internacional de Química e para as Olimpíadas Ibero-americanas de Química.

Anfiteatro Ciências ULisboa

Cerca de 70 alunos do 9.º ano da Saint Dominics' International School participaram numa mesa-redonda e ficaram a saber um pouco mais sobre as áreas de Matemática, Matemática Aplicada, Estatística Aplicada, Informática, Engenharia Geoespacial e Bioquímica.

C7

Após o evento de 12 de fevereiro, que antecedeu o Flash Mob Tabela Periódica Humana de Ciências ULisboa estão programadas duas tertúlias sobre a tabela periódica com os cientistas Raquel Gonçalves Maia e Miguel Castanho, respetivamente nos dia 10 de abril e 9 de maio.

Cruz

Fernando Roldão Dias Agudo, jubilado de Ciências ULisboa desde o ano de 1996, faleceu no passado dia 23 de fevereiro. A Faculdade lamenta o triste acontecimento, apresentando as condolências aos familiares, amigos e colegas de Fernando Roldão Dias Agudo.

Reitoria ULisboa

Em 2018 os Prémios Científicos ULisboa/Caixa Geral de Depósitos foram atribuídos aos investigadores de Ciências ULisboa Cristina Branquinho, Francisco Couto, Nuno Araújo e Pedro Antunes. A edição de 2018 do Prémio Científico ULisboa/ Santander Universidades também distinguiu a professora Carla Silva.

Logotipo

Sentiu o sismo de 28 de fevereiro de 1969? Conhece relatos desse acontecimento? Se as respostas forem afirmativas, então responda ao inquérito macrossísmico nacional por ocasião dos 50 anos sobre o grande sismo de 1969, lançado este mês pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera,Instituto Superior Técnico, Ciências ULisboa e Instituto Dom Luiz.

Ciências ULisboa e Milestone Consulting assinam protocolo

Ciências ULisboa e a Milestone Consulting assinaram recentemente um protocolo de cooperação para a atribuição de um Prémio para o Melhor Aluno do 1.º ano do Mestrado em Matemática.

Curso de campo do IFiT

O primeiro Curso de Campo do Projeto IFiT integrado no Programa Erasmus+ realiza-se entre 20 de maio e 2 de junho de 2019, em Aljezur, na Costa Vicentina. As candidaturas ao Student Project Week terminam a 4 de março.

C2

Cerca de 45 alunos do 11.º ano conheceram o Microscópio Eletrónico de Varrimento e participaram na palestra "Imagem Médica: Como a Física permite ver o interior do corpo humano".

Pessoas

"Umas das primeiras etapas para o estabelecimento de limites é tomar consciência e reconhecer as suas próprias necessidades e sentimentos para que, de forma saudável possa cuidar delas nas relações", aconselha a psicóloga Andreia Santos.

Composição de uma imagem de Vénus obtida no infravermelho com a Via Láctea em fundo

A investigação liderada por Javier Peralta, da missão japonesa Akatsuki, teve a participação de Pedro Machado, professor do Departamento de Física de Ciências ULisboa e investigador do Instituto de Astrofísica e Ciência do Espaço.

O papel da alimentação na microbiota intestinal

"Tanto os probióticos como os prebióticos têm demonstrado melhorar os biomarcadores associados ao cancro colon retal e, relativamente à Síndrome do Intestino Irritável, a evidência refere que os probióticos têm um papel importante no alivio dos sintomas e qualidade de vida dos doentes", escreve a nutricionista Maria Inês Antunes.

Geocachers, cache e tritão-marmoreado-pigmeu

O geocaching é utilizado pela primeira vez como indicador para avaliar os serviços culturais prestados pelos ecossistemas. Inês Teixeira do Rosário, investigadora do cE3c, doutorada em Ecologia por Ciências ULisboa, é a primeira autora do artigo da Ecological Indicators.

Catarina Frazão Santos

A apresentação de Catarina Frazão Santos durante a ICES ASC 2018 valeu-lhe o Best Early Career Scientist Presentation Award. O tema da apresentação corresponde ao projeto de investigação por si coordenado e que termina em 2021.

Protosmia lusitanica

Sabia que em Portugal existe uma nova espécie de abelha? Chama-se Protosmia lusitanica e até agora apenas se conhece um único exemplar, uma fêmea coletada por Ana Gonçalves, na primavera de 2016, no Parque Natural do Vale do Guadiana, nas margens do Rio Vascão, em Mértola.

Susana Custódio preside à Comissão Executiva do ORFEUS - Observatories & Research Facilities for European Seismology, integrado no EPOS - European Plate Observing System.

Detalhe da função de onda calculada para a espécie ativa do catalisador

Nuno A. G. Bandeira modelou computacionalmente as propriedades eletroquímicas de óxidos de molibdénio. O investigador da Universidade de Lisboa pretende continuar a estudar moléculas originais e interessantes seja qual for a sua finalidade. “A tabela periódica ainda tem muito para nos dizer”, diz o cientista.

Floresta Laurissilva

Estudo de fósseis revela a extinção de uma árvore da família do chá que se encontrava presente há 1,3 milhões de anos na ilha da Madeira. Carlos A. Góis-Marques, aluno de doutoramento em Geologia, é um dos autores desta investigação.

Janela triangular

É o mecanismo mimético que nos permite interatuar uns com os outros, compreender os sentimentos dos amigos, e viver a compaixão e a empatia”, in Campus com Helder Coelho.

Livro aberto

Ao todo estão previstas sete sessões, com pelo menos um orador convidado. Em cada uma delas Dinis Pestana falará sobre livros que estejam relacionados com o tema em análise. O objetivo é conquistar leitores, sobretudo entre os estudantes universitários.

“Aceitar que por vezes se falha, que podemos não ter a aprovação dos outros e aceitar as consequências das tomadas de decisão, pode inicialmente ser mais desconfortável, mas acarreta consigo uma maior sensação de responsabilidade e liberdade na vida”, escreve na rubrica habitual a psicóloga do GAPsi, Andreia Santos.

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