Ensaio

Novos avanços na busca de ímanes moleculares

ímanes moleculares

Ímanes moleculares

Imagem cedida por NB
Nuno A.G. Bandeira
Nuno A. G. Bandeira
Imagem cedida por NB

A atual procura pela troca e manipulação de dados através de tecnologias de informação, causada pela massificação de dispositivos eletrónicos, levaram investigadores a refletir acerca de métodos de computação mais eficientes. Guardar informação em sistemas binários funciona através da comutação entre dois estados estáveis em condições ambiente por aplicação de um estímulo.

Um novo modelo de eletrónica de spin (spintrónica), baseado na orientação dos spins dos eletrões para guardar informação binária permite memória não volátil, velocidades de processamento aumentadas, menor consumo de energia e menores densidades de integração.

Estas espécies que exibem biestabilidade magnética denominam-se ímanes moleculares. Técnicas de caracterização como ressonância paramagnética eletrónica de alto campo permitem avaliar as capacidades de resposta, que estes materiais exibem perante campos magnéticos.

Um grupo de cientistas da ULisba - Centro de Química Estrutural e BioISI –  e da Universidade de Estugarda conseguiu sintetizar e caracterizar extensivamente uma série de moléculas de cobalto, que conseguem alternar entre dois estados magnéticos embora todavia a baixas temperaturas. O artigo "Single-ion magnet behaviour in homoleptic Co(ii) complexes bearing 2-iminopyrrolyl ligands" da autoria de Patrícia S. Ferreira, Ana C. Cerdeira, Tiago F. C. Cruz, Nuno A. G. Bandeira, David Hunger,  Alexander Allgaier, Joris van Slageren, Manuel Almeida Laura C. J. Pereira e Pedro T. Gomes foi publicado na Inorganic Chemistry Frontiers e capa da revista.

Ademais, um estudo computacional efetuado no BioISI Ciências ULisboa sobre diversos modelos destes sais complexos de cobalto apontam o caminho para o melhoramento e conceção de novos tipos de ligandos para ímanes moleculares com barreiras de transição (temperatura) cada vez mais altas.

Este estudo constitui um marco na evolução do nosso conhecimento e na busca de melhores materiais para aplicação na spintrónica e computação à escala quântica.

Nuno A. G. Bandeira, investigador do DQB e do BioISI Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
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