Ciências ULisboa lidera SAFE Coating. Biomimetx e Hospital Curry Cabral são parceiros do projeto

Entrevista com Carlos Cordeiro

Seis meses para implementar superfícies capazes de inativar o SARS-CoV-2

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Carlos Cordeiro espera que a implementação do SAFE Coating possa ser eficaz não só em relação ao SARS-CoV-2, como a outras ameaças virais que possam emergir no futuro. "Este mundo será muito mais seguro e confortável para todos", diz o cientista

unsplash - Eduard Militaru
Carlos Cordeiro
Carlos Cordeiro
Fonte Laboratório de FT-ICR e Espectrometria de Massa Estrutural Ciências ULisboa

Carlos Cordeiro, professor do Departamento de Química e Bioquímica, coordenador adjunto da Rede Nacional de Espectrometria de Massa e coordenador do Laboratório de FT-ICR e Espectrometria de Massa Estrutural (FT-ICR-MS-Lisboa), lidera o projeto “SAFE Coating – Anti Viral Coating for Wide Spread Use”, iniciado este mês de julho e que visa desenvolver e testar uma tecnologia que permita tornar as superfícies seguras, capazes de inativar o SARS-CoV-2, o novo coronavírus, que origina a doença designada COVID-19, impedindo a sua viabilidade fora do hospedeiro humano e consequentemente, eliminando uma importante via de transmissão viral.

Carlos Cordeiro espera que a implementação do SAFE Coating possa ser eficaz não só em relação ao SARS-CoV-2, mas também relativamente a outras ameaças virais que possam emergir no futuro. No laboratório por si coordenado é realizada uma técnica de alta resolução de espectrometria de massa de transformada de fourier, única na Península Ibérica e apenas disponível em pouco mais de 20 laboratórios na União Europeia. Esta técnica tem um potencial inigualável para a identificação e caracterização de compostos químicos em misturas extremamente complexas de origem biológica ou ambiental, bem como de proteínas e péptidos e um vasto universo de aplicações.

Segundo comunicado de imprensa emitido pela Faculdade, este projeto com a duração de seis meses, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), no valor de 40 mil euros, no âmbito da Call Research 4 COVID-19, conta com dois parceiros, nomeadamente a Biomimetx, empresa incubada no Tec Labs – Centro de Inovação da Ciências ULisboa e o Hospital Curry Cabral.

Em que é que consiste este projeto?

Carlos Cordeiro (CC) - Este projeto consiste em investigar a degradação das proteínas do SARS-CoV-2 por espectrometria de massa de extrema resolução, após a sua exposição ao agente antiviral desenvolvido pela Biomimetx. Posteriormente, será investigada a inativação do SARS-CoV-2 em superfícies com ação antiviral, em ambiente laboratorial e hospitalar, no Hospital Curry Cabral. O projeto começou a 7 de julho e tem a duração de seis meses.

Quem são e o que fazem os membros desta equipa?

CC – Pela Faculdade, estou eu, coordenador do projeto, e a minha colega Marta Sousa Silva, investigadora principal da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) na Faculdade. Seremos responsáveis pela análise por espectrometria de massa das proteínas virais e sua degradação. Pela Biomimetx, está o Gonçalo Costa, fundador e chief cientific officer, Patrick Freire, fundador e executive director e Carla Coutinho, research development team manager, responsáveis pela produção do antiviral, sua aplicação em superfícies e testes. Por fim, mui digno, Conceição Godinho, diretora de laboratório do Hospital Curry Cabral que irá realizar os testes de inativação viral em condições reais, neste hospital.

Quem é que financia esta investigação?

CC - Esta investigação é financiada pela FCT, no âmbito dos projetos de implementação rápida para soluções inovadoras - COVID-19 – Fase 2. Foram atribuídos €40.000,00.

Biomimetx
Neste projeto a equipa da Biomimetx visa adaptar os seus produtos à descontaminação de superfícies, essencial para a contenção da propagação do SARS-Cov-2
Fonte Biomimetx

Como surgiu a hipótese de colaborarem com a Biomimetx e o Hospital Curry Cabral?

CC - A colaboração surgiu de forma muito natural, numa conversa casual entre mim e o Gonçalo. Decidimos combinar esforços no sentido de explorar o potencial conjunto dos produtos desenvolvidos pela Biomimetx e as capacidades analíticas do meu laboratório para avaliar o seu impacto na viabilidade do SARS-CoV-2. Precisávamos, no entanto, de um hospital onde pudessem ser efetuados os testes finais em ambiente real. O meu grupo já trabalha há alguns anos com o Hospital Curry Cabral e, no contexto da atual pandemia, já estávamos em convergência para atuar em conjunto, nomeadamente no domínio da proteómica e metabolómica de modo que a inclusão deste hospital no projeto foi imediata.

Qual é a mais valia deste projeto para a sociedade?

CC - Ao desenvolvermos superfícies capazes de inativar o SARS-CoV-2, impediremos a sua viabilidade fora do hospedeiro humano e consequentemente, eliminaremos uma importante via de transmissão viral. Adicionalmente, ao criarmos superfícies seguras reduziremos drasticamente os custos de sanitização em ambiente hospitalar e outros, criando condições para uma sociedade mais segura. Imaginemos um mundo no qual a maior parte dos objetos de uso comum possam incorporar esta tecnologia. Este mundo será muito mais seguro e confortável para todos. Não haverá mais o receio de contaminação por nos sentarmos à mesa de um restaurante, por estarmos numa sala de aula ou num laboratório, nem tão pouco por apanharmos um avião ou ficarmos hospedados num hotel. A sociedade poderá retomar uma maior normalidade de vida em comum, algo que é extremamente importante face a todas as incertezas relacionadas com o desenvolvimento de uma vacina segura e de uso generalizado. Esperamos ainda que a implementação eficaz do SAFE Coating possa ser eficaz não só em relação ao SARS-CoV-2 mas também relativamente a outras ameaças virais que possam emergir no futuro.

A equipa da Biomimetx desenvolve produtos anti-fouling não poluentes que possam ser incorporados na pintura exterior de embarcações, reduzindo assim os custos – nomeadamente em combustível – provocados pela acumulação de organismos. Neste projeto a equipa da Biomimetx visa adaptar os seus produtos à descontaminação de superfícies, essencial para a contenção da propagação do SARS-Cov-2.

Laboratório de FT-ICR e Espectrometria de Massa Estrutural no campus da Ciências ULisboa
As técnicas deste laboratório têm um potencial inigualável para a identificação e caracterização de compostos químicos em misturas extremamente complexas de origem biológica ou ambiental, bem como de proteínas e péptidos e um vasto universo de aplicações
Fonte Laboratório de FT-ICR e Espectrometria de Massa Estrutural Ciências ULisboa

 

Ana Subtil Simões, Área de Comunicação e Imagem Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt

A SPECO anunciou recentemente os vencedores do Prémio de Doutoramento em Ecologia - Fundação Amadeu Dias 2020. José Ricardo Paula é o grande vencedor desta edição e irá apresentar o seu trabalho no 19.º Encontro Nacional de Ecologia, este ano associado às cerimónias dos 25 anos da SPECO, e que se realiza em dezembro, em Ponte de Lima.

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Rita Loewenstein Simões, de 23 anos, é voluntária no Centro de Testes Ciências ULisboa, na estação Mix e Real-Time PCR, desde maio passado. Para esta jovem bióloga, formada na Faculdade, este trabalho tem um significado muito simples: ajudar. E foi exatamente isso que a motivou - saber que todas as horas que disponibilizasse fariam a diferença.

Informação eletrónica de rua: Keep your distance

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Uma inovação anatómica pode ser a chave na compreensão da evolução dos dinossáurios saurópodes. Os autores deste trabalho - Daniel Vidal, Pedro Mocho, Ainara Aberasturi, José Luis Sanz e Francisco Ortega - acreditam que parte do êxito evolutivo deste grupo de animais está relacionado com alterações na cintura pélvica e que esse fator contribuiu para os converter nos animais de maior porte da Terra.

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“Em cada turno processamos uma quantidade significativa de amostras e é sempre importante conseguirmos fazê-lo eficientemente, para que os resultados sejam conseguidos num curto espaço de tempo”, diz Catarina Lagoas, voluntária no Centro de Testes Ciências ULisboa.

Teclado para invisuais

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Um grupo de investigadores da Ciências ULisboa a trabalhar no Laboratório Marítimo da Guia do MARE conseguiu mostrar que chocos acabados de eclodir (até cinco dias) são capazes de ter uma aprendizagem social. O estudo publicado na  Animal Cognition tem como primeiro autor Eduardo Sampaio, estudante de doutoramento em Biologia (ramo Etologia).

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A análise de mais de 200 amostras de águas residuais das cinco ETAR monitorizadas no âmbito do projeto COVIDETECT comprova a presença de material genético nos afluentes que chegam às ETAR e evidencia a ausência de deteção do material genético do vírus SARS-CoV-2 nos efluentes tratados.

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Investigadores do LASIGE Ciências ULisboa, INESC TEC e Universidade do Minho apresentam uma nova técnica de deduplicação de dados baseado em semelhanças e padrões encontrados nos ficheiros de sequenciação de genomas humanos e uma codificação das alterações para a recuperação desses dados.

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“O período de confinamento pode ser encarado como um primeiro grande teste à integração de renováveis no sistema elétrico, prelúdio do que se prepara com a transição energética global em curso”, escreve o cientista Miguel Centeno Brito.

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“Ciências ULisboa tem vindo a aumentar a sua capacidade e a sua intervenção no desenvolvimento científico e tecnológico de alguns dos projetos mais importantes para o avanço da Astrofísica, não só nos próximos anos, mas nas próximas décadas”, diz o cientista José Afonso.

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Entrevista com o cientista Carlos Cordeiro, que lidera o SAFE Coating, um projeto que tem a Biomimetx e o Hospital Curry Cabral como parceiros e que em seis meses procurará implementar uma tecnologia capaz de inativar o SARS-CoV-2 em superfícies, impedindo a sua viabilidade fora do hospedeiro humano e consequentemente, eliminando uma importante via de transmissão viral.

Lusovenator, a nova espécie pertence ao grupo dos carcharodontossáurios - dinossáurios carnívoros, alguns dos maiores predadores do planeta Terra. A sua descoberta mostra que estes dinossáurios estavam presentes no hemisfério norte 20 milhões de anos antes do que indicava o registo conhecido. O estudo foi liderado por Elisabete Malafaia, investigadora do IDL, polo da Ciências ULisboa.

O Roteiro Nacional de Infraestruturas de Investigação de Interesse Estratégico (RNIE) 2020 inclui 56 infraestruturas. Ciências ULisboa coordena a CoastNet, a PORTULAN CLARIN e a RNEM, integrando ainda outras sete infraestruturas.

A fase de implementação da Rede Portuguesa de Monitorização Costeira (CoastNet) terminou recentemente, segundo comunicado de imprensa emitido pela Faculdade recentemente. A apresentação pública da CoastNet coordenada por José Lino Costa, professor do Departamento de Biologia Animal da Ciências ULisboa, acontece a 7 de julho, num evento a decorrer por videoconferência.

O projeto MarCODE visa desenvolver uma ferramenta multidisciplinar para potenciar o rastreio e a rotulagem ecológica de espécies marinhas de interesse comercial, segundo comunicado de imprensa emitido pela Faculdade. O estudo iniciado este mês de julho deverá terminar daqui a três anos.

Sexta rubrica Radar Tec Labs, dedicada às atividades do Centro de Inovação da Faculdade. A empresa em destaque é a Nevaro.

Cláudio Pina Fernandes, coordenador do GAPsi Ciências ULisboa, escreve sobre o Princípio da Incerteza e chama a atenção para alguns aspetos.

O mundo de hoje é completamente dominado pela necessidade imperiosa de saber recolher e analisar dados, escrevem os cientistas Tiago A. Marques e Soraia Pereira. Leia o artigo dedicado ao roteiro serológico nacional, uma iniciativa promovida pelo Instituto Gulbenkian de Ciência e que conta com a colaboração do Centro de Estatística e Aplicações da Universidade de Lisboa, da autoria destes investigadores.

Ciências ULisboa volta a participar com equipas de estudantes no Global Management Challenge (GMC). No passado dia 16 de junho começou a 1ª fase do GMC 2020, que conta com quatro equipas desta faculdade compostas por alunos dos mestrados integrados em Engenharia Biomédica e Biofísica, em Engenharia da Energia e do Ambiente e em Engenharia Física, assim como alunos das licenciaturas em Matemática Aplicada e Tecnologias de Informação.

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Cerca de 194 milhões de aves e 29 milhões de mamíferos podem ser atropelados por ano nas estradas europeias, de acordo com a estimativa de uma equipa internacional de investigadores liderada por Clara Grilo, investigadora do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), polo da Ciências ULisboa, com sede na Universidade de Aveiro. Os resultados estão publicados na revista científica Frontiers in Ecology and Environment.

“A História do Pi em hipervídeo” está na Internet e pode ser consultada por todos e em toda a parte. O hipervídeo integra de forma estruturada e interativa vídeo e outros tipos de informação, nomeadamente, textos, imagens, áudio e animações. Saiba mais sobre este projeto lendo a entrevista com as professoras Suzana Nápoles e Teresa Chambel.

A dinâmica das epidemias é descrita por sistemas de equações diferenciais. Jorge Buescu, professor do Departamento de Matemática da Ciências ULisboa, apresenta neste artigo o modelo epidemiológico desenvolvido em 1927 por Kermack e McKendrick.

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