Prémio de Doutoramento em Ecologia 2023

Estudantes de doutoramento da Ciências ULisboa distinguidas com prémio em Ecologia

copa das arvores vista de baixo

Prémio é atribuido às melhores teses de doutoramento, nas áreas da Ecologia

kazuend [Unsplash]

Já são conhecidos os três vencedores da edição de 2023 do Prémio de Doutoramento em Ecologia Fundação Amadeu Dias, um prémio da Sociedade Portuguesa de Ecologia (SPECO) e da Fundação Amadeu Dias que procura valorizar o trabalho de recém doutorados ao longo do seu programa doutoral. No pódio estão duas alumnae da Ciências ULisboa.

O primeiro prémio foi atribuído a Filipa Soares, investigadora no Centre d'Écologie et des Sciences de la Conservation, Museu Nacional de História Natural de Paris, e alumna de mestrado e doutoramento no Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c), polo da Faculdade.

O seu trabalho centra-se nos efeitos das extinções e introduções de aves na diversidade funcional e taxonómica das ilhas oceânicas. A investigadora explorou as implicações taxonómicas e funcionais das extinções e introduções de aves em 74 ilhas oceânicas, distribuídas por três oceanos (Atlântico, Pacífico e Índico). Estes ecossistemas são dos mais ameaçados pelo impacte do Homem, para além das alterações climáticas a que estão sujeitos.

A inovação deste trabalho consistiu na utilização das características funcionais, para além das taxonómicas já utilizadas anteriormente por outros autores, para aumentar a compreensão dos impactes antropogénicos nas alterações espacio-temporais da diversidade taxonómica e funcional da avifauna. Com este trabalho é agora possível prever tendências futuras de evolução ecológica e propor ferramentas globais para a conservação eficaz de ecossistemas resilientes e funcionais.

Os três primeiros classificados irão apresentar o seu trabalho e receber o prémio no 22.º Encontro Nacional de Ecologia que, este ano, irá decorrer de 23 a 25 de novembro na Universidade do Algarve. Os prémios, no valor de 3 mil, 2 mil e mil euros, são atribuídos, respetivamente, ao primeiro, segundo e terceiro classificados.

Carlos Vila-Viçosa, investigador no Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO) da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto foi o segundo classificado.

Carlos Vila-Viçosa debruçou-se sobre um dos géneros mais diversos e importantes que dominam as florestas do Hemisfério Norte, o género Quercus, ou carvalhos, como são vulgarmente conhecidos. Em particular, estudou as espécies de carvalhos caduco-marcescentes da Península Ibérica, a sua capacidade de hibridação, aumentando o conhecimento sobre a diversidade de espécies.

A inovação deste trabalho holístico de ecologia abrangeu o estudo taxonómico, evolutivo, biogeográfico e molecular deste género, o que permitiu desvendar a filogenia dos carvalhos e a dinâmica de distribuição das espécies, tanto no passado como no futuro. Os resultados evidenciaram a Península Ibérica como um hotspot para a diversidade do género, identificaram novas espécies de Quercus, permitiram melhorar o conhecimento sobre as respostas destas plantas arbóreas a mudanças nos regimes climáticos e a antecipar estratégias de conservação destas espécies e das suas florestas.

O terceiro lugar foi atribuído a Cátia Figueiredo, investigadora no Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) da Universidade do Porto e alumna de doutoramento no Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE), polo da Faculdade.

Cátia Figueiredo usou abordagens bioquímicas para investigar a bioacumulação, eliminação e interação de elementos de terras raras (REE, do inglês rare earth elements) em diversos grupos taxonómicos marinhos (esponjas, peixes, bivalves e algas). A disponibilidade deste tipo de elementos associados às alterações climáticas é um desafio ambiental com consequências ainda pouco conhecidas. Os resultados evidenciaram um potencial ecotoxicológico de REE nas diferentes espécies dos diferentes grupos estudados, com respostas específicas por espécie, por elemento e por dose, sugerindo que a acumulação de REE e as respostas ecotoxicológicas num futuro próximo é excecionalmente complexo de compreender. Por outro lado, a acumulação de REE e os efeitos tóxicos podem ser exacerbados pelas mudanças climáticas, impondo consequências nocivas às espécies. Os dados desta tese podem, assim, ser basilares para o processo de tomada de decisões políticas sobre estas problemáticas emergentes.

O Prémio de Doutoramento em Ecologia premeia as melhores teses de doutoramento, em qualquer área da Ecologia, defendidas em Universidades Portuguesas, independentemente da nacionalidade dos candidatos. Com este prémio, a SPECO valoriza a investigação em Ecologia, enaltece a excelência dos grupos de investigação portugueses e a sua capacidade de atrair estudantes internacionais.

fotos dos premiados
Filipa Soares, Carlos Vila-Viçosa e Cátia Figueiredo, vencedores do Prémio de Doutoramento em Ecologia 2023
Fonte SPECO

SPECO com GJ Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
Galeria da fauna marinha (maioria tropical), anos 1950/1960

Evocações sobre Entomologia no Museu Bocage e na Faculdade, pelo professor, cientista José Alberto Quartau. Versão abreviada da alocução proferida aquando do 35.º aniversário do Departamento de Biologia Animal de Ciências ULisboa, em 5 de junho de 2018.

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Ciências é uma das cinco instituições da ULisboa que integra o projeto ALHTOUR.

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"Revendo as discussões nos últimos anos sobre a Inteligência Artificial (IA), a ideia da superinteligência (super-homem) e da frieza dos comportamentos dos agentes artificiais, quando comparados com os seres humanos, concluímos que o medo à IA só será ultrapassado com uma nova postura da IA, virada para a enfâse nos benefícios", escreve Helder Coelho, professor do DI Ciências ULisboa.

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O novo livro de Jorge Buescu, professor do Departamento de Matemática de Ciências ULisboa é apresentado ao público em dezembro. Leia a entrevista com o matemático e escritor que através da Matemática "rasga horizontes e abre novos mundos a mentes sequiosas".

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"Até agora, os cientistas cidadãos das comunidades GROW implementaram/instalaram 2.000 sensores com o intuito de avaliar a humidade, temperatura e radiação solar do solo nos diferentes GROW Places. No próximo ano deverão ser implementados cerca de 10.000 sensores. Este é considerado o maior levantamento de dados de diversas propriedades do solo na Europa, realizado por cidadãos", escreve em artigo de opinião Gil Penha-Lopes, investigador do DBV Ciências ULisboa e cE3c.

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O projeto “NitroPortugal -Strengthening Portuguese research and innovation capacities in the field of excess reactive nitroge” promove livro infantil “A história do azoto, bom em pequenino e mau em grande”.

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A British Ecological Society anunciou esta sexta-feira, dia 30 de novembro, os vencedores do concurso anual de fotografia Capturing Ecology. Entre as várias fotografias premiadas encontram-se as de Adrià López Baucells, estudante do programa doutoral Biodiversidade, Genética e Evolução e investigador do polo de Ciências ULisboa do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais.

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Cientistas portugueses estiveram envolvidos na primeira medição espacial do redemoinho de massa que orbita um buraco negro de centenas de milhões de massas solares.

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No Dia Nacional do Mar trazemos à memória os 20 anos da EXPO’98 e da Ponte Vasco da Gama e a reabilitação daquela área, na qual participaram vários professores de Ciências ULisboa e investigadores do extinto Instituto de Oceanografia, atual MARE.

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Estudo coordenado por Ana Duarte Rodrigues, investigadora do DHFC e do CIUHCT, demonstra que plantas autóctones do Algarve são mais sustentáveis do que as espécies exóticas introduzidas na paisagem e que esgotam os recursos hídricos da região.

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“A Federação Europeia de Ecologia (FEE) tem objetivos muito claros – um deles é o de alargar o conhecimento ecológico à Europa”, diz Cristina Máguas, primeira portuguesa a ser eleita presidente da rede europeia de ecólogos. A tomada de posse ocorre em janeiro de 2019.

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Ciências ULisboa organiza no seu campus a competição internacional destinada a treinar equipas multidisciplinares de estudantes universitários para a inovação e o empreendedorismo na área da saúde. A equipa vencedora irá participar no EIT Health Winners Event, em Londres, nos próximos dias 11 e 12 de dezembro.

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Aos 14 anos o investigador do polo de Ciências ULisboa do IA deslumbrou-se com um livro “A criação do Universo” e a teoria do big-bang. O que mais gosta de fazer é simples: pequenos cálculos sobre ideias que lhe vêm à mente!

líquenes

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Saiba mais sobre a síndrome de burnout, na rubrica habitual da psicóloga do GAPsi, Andreia Santos.

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Há um buraco negro supermassivo, escondido, no centro da Via Láctea anunciou o ESO. O GRAVITY, que tornou possível esta observação, foi desenvolvido por um consórcio internacional, do qual fazem parte investigadores de Ciências ULisboa e da FEUP, integrados no CENTRA.

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