Nem todas as poeiras são nocivas

Membros da expedição em frente do RV Pelagia

Membros da expedição em frente do RV Pelagia no porto do Mindelo, em Cabo Verde

Jan-Berend Stuut

Atlântico Tropical em estudo - próximos passos

Na sequência desta investigação, Catarina Guerreiro abraça agora um novo desafio que a levou a integrar uma expedição multidisciplinar a bordo do navio holandês RV Pelagia, para investigar os processos biogeoquímicos relacionados com as correntes de afloramento e a deposição de poeira do deserto no Atlântico tropical do Nordeste.
"Esta nova etapa de investigação ajudará a identificar as espécies de cocolitóforos que mais influenciam a bomba biológica de carbono na região, e irá permitir calibrar o potencial paleoecológico deste grupo de fitoplâncton como ferramenta para estudar as condições oceânicas e a deposição de poeiras atmosféricas no passado geológico desta região", destaca Catarina Guerreiro.
O objetivo é combinar os dados biológicos, hidrológicos e sedimentológicos recolhidos durante a expedição com os dados destas boias e armadilhas de sedimentos para investigar a relação entre a deposição de poeiras do Sara e as mudanças nas comunidades de fitoplâncton que vivem na zona fótica subjacente. Uma vez que esta região faz parte do Sistema de Afloramento da Fronteira Oriental da Corrente das Canárias (EBUS), os resultados desta expedição contribuirão para os objetivos do projeto PRIMUS - PRIMary-productivity in Upwelling Systems, financiado pela Agência Espacial Europeia (ESA), onde a investigadora lidera um trabalho na área das Ciências da Terra utilizando dados de fluxo de partículas de uma armadilha de sedimentos ancorada ao largo do Noroeste de África.

A Ciências ULisboa destacou no passado mês de dezembro - na EurekAlert - uma história sobre um estudo, que relata evidências sem precedentes de respostas ecológicas do fitoplâncton calcificante à deposição de nutrientes fornecidos pela poeira do Sara.

Este trabalho publicado em abril de 2023 na revista científica Frontiers in Marine Science tem como primeira autora Catarina Guerreiro, micropaleontóloga e investigadora em bio geociências marinhas na Ciências ULisboa, nomeadamente no Departamento de Biologia Vegetal (DBV), no Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE) e no Instituto Dom Luiz (IDL); representante nacional do SOLAS - Surface Ocean – Lower Atmosphere Interactions Study, membro da ARNET e da Direção da Fundação do INA - International Nannoplankton Association.

A deposição da poeira do Sara no oceano transporta elementos como o ferro e o fósforo, nutrientes essenciais para a fertilização do fitoplâncton marinho, sobretudo em regiões remotas e afastadas dos continentes, onde o oceano é mais quente e mais pobre em nutrientes durante a maior parte do ano. É através do fitoplâncton, um grupo de organismos constituído por minúsculas (microscópicas) algas marinhas que realizam fotossíntese para se reproduzirem, à semelhança do que acontece com as plantas terrestres, que o oceano cumpre o duplo papel de fonte de oxigénio e de "sumidouro" de CO2 atmosférico - um contributo crucial para manter a atmosfera "respirável" para a vida na Terra.

"É importante salientar que observámos um aumento da abundância de cocolitóforos - um grupo especial, muito particular e bio geoquimicamente importante de fitoplâncton marinho devido à sua capacidade de calcificação", diz Catarina Guerreiro.

Isto permite que os cocolitóforos interajam e influenciem o ciclo do carbono marinho de três formas: como sumidouro natural de CO2, através da fotossíntese; como fonte natural de CO2, através da bio mineralização do exoesqueleto; e, finalmente, como fonte natural de lastro mineral que contribui para facilitar o afundamento e subsequente sequestro de carbono no oceano profundo.

"Quaisquer alterações na produtividade deste grupo [cocolitóforos] têm um enorme potencial para alterar a bomba biológica de carbono, uma vez que esta é determinada pela taxa a que o carbono é biologicamente sequestrado da atmosfera através da fotossíntese e subsequente afundamento e sequestro no oceano profundo sob a forma de carbono orgânico e inorgânico particulado", acrescenta a cientista.

Florescimento de coccolitóforos
Floração de cocolitóforos capturada na superfície do Oceano Atlântico NE tropical, em abril de 2016. Imagem obtida através do Microscópio Eletrónico do DBV Ciências ULisboa
Fonte Telmo Nunes e Catarina Guerreiro

Este estudo resultou da colaboração entre a Ciências ULisboa -  MARE e IDL - e o Plymouth Marine Laboratory e a University of East Anglia (Reino Unido); o Royal Netherlands Institute for Sea Research (Holanda) e o Institut de Ciencies del Mar (Espanha). Baseia-se em dados multidisciplinares que foram recolhidos durante o Transecto Meridional Atlântico (AMT28) entre setembro e outubro de 2018.

Scripta manent. O que se escreve, fica, permanece.

Destaques sobre esta história nos media internacionais e nacionais: Phys Org, Life Technology, ECO Magazine, BNN Breaking,  media nacionais:Creative News, Exame Informática, Atlas da Saúde, Correio de Lagos, Medjournal, PT Jornal, Sábado, Terras do Homem, Centro TV, Ambiente Magazine, Funchal Notícias, Green Savers, Alvorada e Público.

O artigo “Response of coccolithophore communities to oceanographic and atmospheric processes across the North- and Equatorial Atlantic” é assinado ainda por Afonso Ferreira, Luisa Cros, Jan-Berend Stuut, Alex Baker, Andreia Tracana, Catarina Pinto, Vera Veloso, Andrew P. Rees, Mário Cachão, Telmo Nunes e Vanda Brotas.

Marta Daniela Santos, Gabinete de Comunicação de Ciência com Gabinete de Jornalismo da DCI Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
Mar

Qual o impacto das poeiras provenientes do Sahara na produtividade marinha do Oceano Atlântico tropical, particularmente nos coccolitóforos (fitoplâncton calcário)? Esta é a principal questão que irá marcar o trabalho de Catarina Guerreiro, investigadora do MARE.

pilhas de compostagem

O compostor da FCUL foi inaugurado há pouco mais de um ano, em 27 de novembro de 2016, numa parceria entre a HortaFCUL, o Gabinete de Segurança, Saúde e Sustentabilidade da FCUL e o cE3c - Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais.

Gabriella Gilli

Gabriella Gilli, investigadora do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, pretende usar um novo modelo teórico tridimensional, análogo ao que é usado para descrever a atmosfera de Vénus, para antecipar as futuras observações de exoplanetas quentes de tipo terrestre.

Vladimir Konotop

Nesta fotolegenda destacamos uma passagem da entrevista com o físico Vladimir Konotop e que pode ser ouvida no canal YouTube e na área multimédia deste site.

Bernadette Bensaude-Vincent

A ULisboa atribui a 2 de março o título de doutor honoris causa a Bernadette Bensaude-Vincent, por proposta da Faculdade de Ciências, homenageando uma personalidade de grande relevo cientifico com relações estreitas com o contexto científico português, demonstrando publicamente quanto lhe deve e quanto se sente honrada por lhe poder conceder este titulo.

Biblioteca com alunos

A entrada na faculdade é muito mais do que a transição para uma nova etapa académica, é o início de uma aventura no próprio desenvolvimento, onde se passa de jovem a adulto. Esta fase acarreta desafios para o próprio e nas relações com os outros, ficando este jovem adulto entre o medo e o desejo de crescer com tarefas académicas, sociais, pessoais e vocacionais para fazer face, simultaneamente.

Campus de Ciências

Dois investigadores do cE3c – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais receberam bolsas europeias Marie Sklodowska-Curie para desenvolver investigação nos próximos dois anos.

Concorrentes

A semifinal aconteceu a 17 de fevereiro, a final nacional a 12 de abril e a final internacional entre 5 e 10 de junho. Em Ciências foram apurados quatro finalistas, estudantes da ULisboa nos cursos de Física, Biologia, Engenharia Química e Matemática Aplicada e Computação.

Carlos Mateus Romariz Monteiro

Faleceu a 9 de fevereiro de 2018, com 97 anos, Carlos Mateus Romariz Monteiro.

Pessoa sentada junto a uma mesa

Passamos, quer no trabalho como em momentos de lazer, longos períodos sentados. Estar sentado é um descanso! Mas, será mesmo assim?

João Martins

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O Dictum et factum de fevereiro de 2018 é com João Martins, técnico superior do Departamento de Física de Ciências.

A cooperação (e colaboração) científica apoia-se sempre em ensinar e aprender (dar e receber), num registo de amizade e humildade, de motivação e de empolgamento. A paridade é fundamental, tal como o “foco e simplicidade”, a relevância e a utilidade (Steve Jobs).

João Carlos Marques, professor da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra é o novo diretor do MARE, sucedendo no cargo Henrique Cabral, professor do Departamento de Biologia Animal de Ciências.

A iniciativa possibilita aos estudantes a recolha de informação sobre diversas áreas do saber das 18 escolas da Universidade de Lisboa.

Ciências presta homenagem a Dmitri Ivanovich Mendeleev a 8 de fevereiro de 2018, data em que se assinala o 184º aniversário do seu nascimento. Nesse dia, 118 alunos do 9.º ano do Colégio de Santa Doroteia, em Lisboa, visitam a tabela periódica existente neste campus universitário.

O artigo “The Little Ice Age in Iberian mountains” publicado em fevereiro de 2018 na Earth-Science Reviews caracteriza com maior precisão o último grande evento frio do hemisfério norte, de acordo com comunicado de imprensa emitido esta quinta-feira.
A Little Ice Age (LIA) ou a Pequena Idade do Gelo ocorreu aproximadamente entre 1300 e 1850 e afetou as comunidades dos Pirenéus. Os resultados desta investigação está a ter algum impacto em Espanha.

Pormenor da capa do livro

“Ao contrário do que aparentava no início deste projeto, foi relativamente fácil dar um ritmo de arte sequencial (banda desenhada) ao argumento.

A 2.ª edição do mestrado em Gestão e Governança Ambiental da Faculdade de Ciências da Universidade Agostinho Neto (FCUAN) deverá arrancar no último trimestre do ano letivo 2018/2019 e contará novamente com o apoio de Ciências. Na 1.ª edição 16 estudantes concluíram com sucesso os programas de estudo.

Cinquenta alunos do 4.º ano do Colégio Colibri, de Massamá, foram cientistas por um dia nos Departamentos de Biologia Animal e Biologia Vegetal.

Quando João Graça Gomes iniciou o estágio “Cenarização Sistema Elétrico 100 % Renovável em 2040”, com a duração de um ano, no Departamento Técnico da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), sob a orientação de José Medeiros Pinto, engenheiro e secretário-geral daquela associação, quis “dar o melhor e mostrar a qualidade do ensino de engenharia na FCUL”. O ano passado foi distinguido com um dos prémios de maior destaque da engenharia nacional.

João Graça Gomes, engenheiro do Departamento Técnico da APREN e mestre em Engenharia da Energia e do Ambiente, foi galardoado com o Prémio - Melhor Estágio Nacional em Engenharia Eletrotécnica da Ordem dos Engenheiros.

Nesta fotolegenda destacamos uma passagem da entrevista com o climatologista Ricardo Trigo e que pode ser ouvida no canal YouTube e na área multimédia deste site.

Por forma a gerir a ansiedade de uma forma mais eficaz antes dos momentos de avaliação são propostas algumas estratégias que não eliminam a ameaça mas podem ajudar a lidar de um modo mais eficaz com a ansiedade.

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O primeiro Dictum et factum de 2018 é com Marta Daniela Santos, responsável pelo Gabinete de Comunicação do cE3c – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais.

Ciências será o palco de uma eliminatória regional do Famelab 2018, um dos maiores concursos internacionais de comunicação de ciência.

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