Grapevine Pathogen Systems Lab procura resposta de defesa eficaz contra patógenos da vinha

Comissão Nacional da Organização Internacional da Vinha e do Vinho premeia estudo da Ciências ULisboa

Artigo publicado na Scientific Reports foi desenvolvido no âmbito de tese de mestrado

Vinhas Douro, Portugal

O míldio da videira é uma das doenças da vinha com maior impacto ao nível da produção vinícola

Unsplash - Maksym Kaharlytskyi

Esta é a terceira vez que um trabalho de investigadores da Ciências ULisboa é premiado pela CNOIV. Na segunda edição em 2018 foram submetidas 23 candidaturas. O Prémio Inovação CNOIV foi atribuído ao trabalho “High Resolution Melting (HRM) applied to wine authenticity”, de um coletivo de oito autores, representado por Paula Martins-Lopes. Na primeira edição em 2016 foram submetidas seis candidaturas. O Prémio Inovação CNOIV foi atribuído ao trabalho "Transcriptome and metabolome reprogrammig in Vitis vinifera cv. Trincadeira berries upon infection with Botrytis cinerea", de um coletivo de nove autores, representado por Ana Margarida Fortes.

A Comissão Nacional da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (CNOIV) premiou “The interplay between membrane lipids and phospholipase A family members in grapevine resistance against Plasmopara viticola” com a Distinção CNOIV 2020, atribuído ao melhor trabalho nacional de divulgação, experimentação ou investigação no domínio da viticultura, da autoria de um grupo de investigadores da Ciências ULisboa.

Os vencedores dos "Prémios CNOIV" – 2020” foram anunciados, por videoconferência, no Fórum Anual Vinhos de Portugal, a 25 de novembro de 2020. Na categoria viticultura além do estudo da Faculdade, também foi premiado o livro "Elucidário de Termos Vitícolas Portugueses e Vernáculos”, da autoria de Nuno Magalhães, editado pela Cultiva Livros. Nesta 3ª edição foram submetidas oito candidaturas. O Prémio Inovação CNOIV não foi atribuído.

“The interplay between membrane lipids and phospholipase A family members in grapevine resistance against Plasmopara viticola” foi desenvolvido no âmbito da tese de mestrado do Gonçalo Laureano, que se encontra neste momento a desenvolver a sua tese de doutoramento em Biologia sob a orientação científica das professoras Ana Rita Matos e Andreia Figueiredo. Este estudo enquadra-se numa das linhas de investigação do Grapevine Pathogen Systems (GPS) Lab, um grupo de investigação do Plant Functional Genomics (PFG) Group do Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas (BioISI), do polo da Faculdade e demonstra pela primeira vez o envolvimento dos lípidos e genes desta família no estabelecimento da resposta de defesa de variedades de videira tolerantes ao Plasmopara vitícola.

Andreia Figueiredo e Gonçalo Laureano
Andreia Figueiredo e Gonçalo Laureano
Imagem cedida por AF

O GPS Lab PFG Group do BioISI Ciências ULisboa dedica-se à compreensão dos mecanismos associados a uma resposta de defesa eficaz contra patógenos da vinha, em particular ao agente etiológico do míldio da videira. Uma das linhas de investigação está focada no papel dos lípidos e moléculas de base lipídica, na sinalização e ativação de genes de defesa e já conseguiu demonstrar que nesta interação, o ácido linolénico e a ativação da sinalização pela hormona vegetal ácido jasmónico são essenciais para o estabelecimento de uma resistência eficaz.

O míldio da videira, causado pelo oomicete obrigatório Plasmopara viticola, é uma das doenças da vinha com maior impacto ao nível da produção. Requer várias aplicações preventivas de fungicidas a cada época de cultivo, o que representa um enorme impacto económico, ambiental e para a saúde.

“Neste trabalho procurámos compreender este processo a montante da ativação desta via de sinalização. Para isso foram utilizadas duas variedades de V. vinifera, ‘Trincadeira’, uma casta portuguesa suscetível ao míldio e ‘Regent’ um híbrido intraespecífico criado na Alemanha, que apresenta elevada tolerância ao míldio e ao oídio. Os nossos resultados demonstram que para além de a nível basal, as duas variedades apresentarem perfis lipídicos e de ácidos gordos distintos, apenas a variedade tolerante apresenta modulação do seu perfil lipídico após a inoculação com Plasmopara viticola. Esta variação está associada a uma ativação da atividade das fosfolipases A (PLA) e envolvem primariamente os lípidos do cloroplasto”, conta Andreia Figueiredo.

“The interplay between membrane lipids and phospholipase A family members in grapevine resistance against Plasmopara viticola” foi publicado na Scientific Reports a 28 de setembro de 2018 e é assinado por Gonçalo Laureano, Joana Figueiredo, Ana Rita Cavaco, Bernardo Duarte, Isabel Caçador, Rui Malhó, Marta Sousa Silva, Ana Rita Matos e Andreia Figueiredo.

Andreia Figueiredo conclui ainda que através deste estudo é possível afirmar que “uma resposta eficaz contra o patógeno está associada à modulação da fluidez da membrana do cloroplasto (por alteração do conteúdo em lípidos e ácidos gordos), que age como mecanismo de proteção do aparelho fotossintético nas primeiras horas de interação com o patógeno”, acrescentando que “este trabalho apresenta, pela primeira vez, a possibilidade de se utilizar o perfil de ácidos gordos/lípidos para discriminar variedades com maior tolerância ao míldio, questão que poderá ser particularmente importante para a seleção de plantas em programas de melhoramento para resistência ao Plasmopara vitícola”.

A comunidade científica tem-se mobilizado para delinear novas estratégias que permitam uma redução da aplicação de fungicidas e uma maior sustentabilidade da produção vinícola.

ACI com BioISI Ciências ULisboa
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“Ao transformarmos o problema dos resíduos orgânicos, numa oportunidade para  melhorarmos o solo do campus de Ciências, ou seja, a matriz que suporta a vida, estamos a melhorar as plantas que aqui crescem com externalidades positivas para o ambiente”, declara David Avelar, guardião da HortaFCUL.

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Miguel Morgado-Santos, doutorando de Ciências, descobriu um peixe apenas com genes de pai, da espécie bordalo (Squalius alburnoides). Este é o primeiro caso de androgénese natural em vertebrados, sem qualquer manipulação durante o processo de reprodução.

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Será a ética determinante na sustentabilidade de uma sociedade de consumo? Este é o tema aborado por Sofia Guedes Vaz, no dia 22 de junho, pelas 17h30, no MUHNAC-ULisboa.

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O Air4, um protótipo para medição de gases indicadores da qualidade do ar, associado a um modelo de análise de mapas e a uma aplicação mobile, ficou em 2.º lugar no 1.º Hackathon de Tra

No Dia da Criança Galopim de Carvalho lança “O Avô e os Netos Falam de Geologia”, editado pela Âncora Editora e apresentado durante a Feira do Livro de Lisboa.

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Miguel Centeno Brito, professor do DEGGE, foi um dos participantes das II Jornadas da Energia, que ocorreram em abril passado, tendo sido um dos convidados do programa da Rádio Renascença Insónia.

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 É necessário estabelecer redes de monitorização mais robustas e de larga escala para avaliar o impacto das alterações climáticas e da poluição atmosférica na Bacia do Mediterrâneo, refere comunicado de imprensa do cE3c - Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais.

A primeira abordagem a uma reconstituição tridimensional da circulação atmosférica de Vénus pode ser lida no artigo “Venus's winds and temperatures during the MESSENGER's flyby: An approximation to a three-dimensional instantaneous state of the atmosphere”, publicado na Geophysical Research Letters.

O ano passado “The Sphere of the Earth” integrou a exposição “Formas & Fórmulas”, patente no Museu Nacional de História Natural e da Ciência. De lá para cá e por sugestão de José Francisco Rodrigues, um dos comissários desta mostra, Daniel Ramos começou a atualizar o referido programa tornando-o ainda mais rico em termos de funcionalidades e design, com uma multitude de visualizações cartográficas e da geometria da esfera e pela primeira vez em Português. Assim surgiu Mappae Mundi.

As plantas estão por todo o lado, são-nos indispensáveis de diversas formas, mas a nossa consciência, individual e coletiva, da sua importância, é ainda muito limitada.

“Não só quero continuar a adquirir competências, como quero passar a mensagem de que a Comunicação de Ciência é essencial para que a ciência seja compreendida e bem sucedida. É nosso dever informarmos a sociedade dos progressos científicos que vão sendo alcançados”, declara Rúben Oliveira, aluno do mestrado em Biologia da Conservação, finalista do concurso FameLab Portugal.

“O que realmente me aqueceu o coração foi o facto de que, depois da apresentação, algumas pessoas dedicaram tempo a dirigirem-se a mim para discutir o tema em mais profundidade, explicar-me os seus pontos de vista e opiniões”, declara Helena Calhau, aluna do 2.º ano da licenciatura em Física.

Ao serviço de quem está a ciência e a tecnologia? Devemos ter medo das suas utilizações? Há mesmo o perigo de uma superinteligência fazer-nos mal? Em 2014 e 2015, um conjunto de personalidades pôs em causa o controlo (ou a sua falta) da disciplina da Inteligência Artificial (IA) e abriu o debate com os temas da superinteligência e do domínio dos humanos por máquinas mais inteligentes. Graças a Elan Musk, Bill Gates, Stephen Hawking, Nick Bostrom e Noam Chomsky podemos estar mais descansados com o alerta (na singularidade defende-se que a Inteligência Artificial ultrapassará a humana para criar uma IA geral ou forte), mas mesmo assim cuidado.

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“O Malcolm Love é uma pessoa incrível e ensinou-nos muitas coisas, desde como agir numa entrevista, como contar uma história de forma fascinante, como controlar o nervosismo e principalmente como cativar o público quando falamos”, conta Andreia Maia, aluna do mestrado em Biologia Molecular e Genética, finalista do concurso FameLab Portugal.

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