Bernardo Ferreira e Bruno Cotrim trouxeram mais uma distinção para CIÊNCIAS
ArchiveChain preserva a história, dá criptomoedas a quem contribui para o arquivo - e acaba de valer uma menção honrosa dos prémios Arquivo.pt 2025 a dois investigadores do Departamento de Informática da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (CIÊNCIAS). Bernardo Ferreira, professor de CIÊNCIAS, e Bruno Cotrim, aluno de mestrado de CIÊNCIAS, vão receber a menção honrosa em cerimónia oficial agendada para 11 de julho devido ao desenvolvimento de uma ferramenta que dá maior eficiência ao Arquivo.pt ao mesmo tempo que cria incentivos para quem contribui para o repositório histórico da Internet em Portugal. A distinção foi repartida com Miguel Matos, professor do Instituto Superior Técnico, que também contribuiu para o ArchiveChain.
"Desenvolvemos a primeira blockchain do mundo que usa páginas de um arquivo da Web como combustível interno", sublinha Bernardo Ferreira. Na blockchain, é conhecido o conceito de "mineração" que resulta da cedência de capacidade de processamento e armazenamento de dados em troca de recompensas, que podem ser criptomoedas. Esta lógica foi aplicada pelo ArchiveChain, mas com benefícios ecológicos. Em vez de ceder energia para "mineração", quem quiser contribuir para a preservação da história da Internet em Portugal apenas tem de disponibilizar capacidade de armazenamento para as páginas do Arquivo.pt. Para fechar o ciclo, os voluntários que disponibilizam recursos dos seus computadores recebem, em troca, criptomoedas.
"Desta forma, criamos uma blockchain mais sustentável que consome capacidade de armazenamento com as páginas do Arquivo.pt", acrescenta Bernardo Ferreira, que é também investigador no laboratório conhecido por LASIGE.
Além desta menção honrosa, que foi atribuída ao projeto ArchiveChain pela associação DNS.pt, os prémios Arquivo.PT 2025 distinguiram o projeto “Minha Região – O Teu Portal Autárquico” com o primeiro lugar e 10 mil euros. “Memor.pt – Explore a Memória Digital Portuguesa”, projeto desenvolvido por Joaquim Matoso, ficou em segundo lugar, enquanto o terceiro lugar foi atribuído ao projeto “Narrative Monitoring: Análise de teorias conspirativas de subsituição populacional”, que foi criado por Erik Bran Marino, Rafael Prezado, Ana Sofia Ribeiro e Renata Vieira. Por sua vez, o projeto Estudos Arquivados, de Filipe Oliveira João e Paulo Cabrita, recebeu uma menção Honrosa do Aveiro Media Competence Center (AMCC).
Quanto ao ArchiveChain, que tem contributo de dois investigadores de CIÊNCIAS, é o misto de história, eficiência energética, e blockchain que faz a diferença. O projeto recorre a tecnologia blockchain, que é conhecida por suportar criptomoedas e serviços de processamento de dados descentralizados, mas foi trabalhada no ArchiveChain para ser “1000 vezes mais eficiente, em termos energéticos, do que o Bitcoin”, recordam os mentores desta ferramenta que opera com páginas do serviço Arquivo.pt.
Segundo os criadores, o ArchiveChain “descentraliza o armazenamento, reduz os custos para o Arquivo.pt e recompensa os utilizadores com uma criptomoeda nativa por contribuírem com espaço em disco para arquivar a web, garantindo transparência e acessibilidade”.
