História das Ciências

“Uma distinção notável”

Estudantes do 2.º ano de Filosofia no Colégio de São Francisco, 1892-1893, <i>in</i> Arquivo da Brotéria

Rita Maia e Moura

A obra da autoria de Francisco Malta Romeiras - centrada na história científica de três importantes instituições da Companhia de Jesus em Portugal: o Colégio de Campolide (1858-1910), o Colégio de São Fiel (1863-1910) e a revista Brotéria (1902-2002) -, recebeu a menção honrosa do Prémio Victor de Sá de História Contemporânea 2015.


Recentemente Francisco Malta Romeiras iniciou um projeto de pós-doutoramento sobre o papel da Inquisição na censura e circulação dos livros científicos em Portugal
Fonte Madalena Tavares

Para Francisco Malta Romeiras, membro do Centro Interuniversitário de História das Ciências e Tecnologia, desde 2011, para compreender a história científica portuguesa durante os séculos XIX e XX é necessário conhecer a história dos Colégios de Campolide e de São Fiel e, sobretudo, da revista Brotéria - uma publicação essencial para o desenvolvimento da Botânica, da Zoologia, da Bioquímica e da Genética Molecular em Portugal e da qual é membro do conselho editorial desde janeiro de 2013.

Francisco Malta Romeiras, nascido em Lisboa, em 1986, estudou na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, entre 2004 e 2014, tendo sido nesta instituição que concluiu a licenciatura em Bioquímica, o mestrado em Bioquímica Médica e o doutoramento em História e Filosofia das Ciências. A este propósito refere que “a conjugação entre estas duas formações foi fundamental, uma vez que ao longo do doutoramento estudei, por exemplo, os contributos científicos da revista Brotéria, que foi essencial para o desenvolvimento no nosso país de áreas como a Genética e melhoramento de plantas, a Bioquímica e a Genética Molecular”.

Foi com grande alegria que Francisco Malta Romeiras recebeu a única menção honrosa da 24.ª edição do Prémio Victor de Sá de História Contemporânea, cujo 1.º Prémio foi atribuído a Duarte Manuel Roque de Freitas, com os dois volumes da obra “Memorial de um Complexo Arquitectónico enquanto Espaço Museológico: Museu Machado de Castro (1911-1965)”.

“Fiquei muito surpreendido com o prémio, uma vez que se trata de um dos prémios mais prestigiantes na área da História Contemporânea em Portugal para jovens investigadores (com idade inferior a 35 anos)”, comenta Francisco Malta Romeiras.

Henrique Leitão, presidente da Secção Autónoma de História e Filosofia das Ciências e orientador do doutoramento de Francisco Malta Romeiras, realça o facto desta menção honrosa ter sido atribuída pela primeira vez a um trabalho de História das Ciências.

“É uma distinção notável (…) um trabalho muito original, de grande fôlego e de grande rigor, um contributo da maior importância para o conhecimento do ensino e das atividades científicas no período em questão”, conclui Henrique Leitão, que juntamente com Francisco Malta Romeiras coordena cientificamente a edição da obra seleta do padre Luís Archer, cujo primeiro volume foi apresentado publicamente em outubro de 2015, na Fundação Calouste Gulbenkian.

Os principais interesses de investigação de Francisco Malta Romeiras incluem a história da popularização científica, a história das atividades científicas dos jesuítas em Portugal (nos séculos XIX e XX) e a história das relações entre ciência e religião (nos séculos XVI-XX). Atualmente, além de continuar a investigar as atividades científicas da Companhia de Jesus em Portugal, iniciou recentemente um projeto de pós-doutoramento sobre o papel da Inquisição na censura e circulação dos livros científicos em Portugal, nos séculos XVI e XVII.

Ana Subtil Simões, Gabinete Comunicação, Imagem e Cultura Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O 11.º Dictum et factum é com Aurora Sardinha, assistente técnica do Tec Labs – Centro de Inovação de Ciências.

Já só faltam dois eventos para a digressão Ignite IAstro terminar. Amanhã acontece um deles, na Covilhã, o último irá ocorrer na Guarda, a 3 de dezembro.

Onde estou? Para onde vou? As células do lugar ajudam-nos a cartografar (guiar) as nossas viagens no mundo, e constituem uma espécie de andaime espaço/temporal/cerebral que suporta a memória autobiográfica. Como o cérebro computa? Não é com Java, mas com um outro tipo de linguagem ainda a descobrir. O caminho para a compreensão dos códigos neuronais da cognição está aberto, e o desafio está lançado simultaneamente à Biologia, à Ciência da Computação e à Filosofia.

capa do livro

A banda desenhada "Reportagem Especial - Adaptação às Alterações Climáticas em Portugal" é lançada em Ciências esta segunda-feira, 7 de novembro de 2016, pelas 17h00, no auditório da Fundação da Faculdade, sito edifício C1, piso 3.

A ciência contemporânea enfrenta um conjunto de novos desafios que podem limitar a sua legitimidade, o seu valor e alcance. Estas notas abordam alguns destes riscos tentando apontar possíveis caminhos para os ultrapassar.

O ESPRESSO vai permitir descobrir planetas semelhantes à Terra, estudar a variabilidade das constantes fundamentais da Física e será essencial para complementar os dados da missão espacial PLATO.

Faleceu recentemente, com 95 anos, Ricardo Augusto Quadrado. Foi um professor de Cristalografia e Mineralogia da FCUL, e da Universidade da Madeira, extremamente marcante para quantos tiveram o privilégio de com ele privar. 

“Ainda há muito para fazer”, responde Nuno Araújo, quando questionado quanto ao futuro desta investigação, que dá um passo significativo num dos maiores desafios da Física da Matéria Condensada e que diz respeito ao desenvolvimento de técnicas experimentais, económicas e eficazes, capazes de sintetizar as estruturas desejadas de forma espontânea.

“O mergulho científico não se reduz à Biologia (…). Se estás interessado em fazer mergulho científico, esta é uma ótima oportunidade para dares os primeiros passos”, esta é a mensagem em jeito de convite do Núcleo de Mergulho Científico de Ciências ULisboa para alunos, professores, investigadores e outros funcionários de Ciências.

Os cientistas João C. Duarte, Filipe M. Rosas e Wouter P. Schellart apresentam o novo supercontinente chamado Aurica.

As florestas de Madagáscar estão em risco, mas um estudo publicado online na revista “Biological Conservation” demonstra que as áreas protegidas da ilha estão a ser eficazes no combate à desflorestação.

Pela primeira vez uma cientista portuguesa é a presidente eleita da European Society for the History of Science.

Na Science de 7 de outubro, no vol. 354, issue 6308, Pamela J. Hines explica como o cérebro se constrói, a mobilidade dos neurónios, das zonas onde proliferam para as localizações finais, e revela que qualquer problema que ocorra durante a migração pode afetar o desenvolvimento de uma criança, nos aspetos físicos e comportamentais.

A resistência aos antimicrobianos é um fenómeno inevitável, pelo que a vigilância, prevenção e controlo são fulcrais, mesmo que futuramente se desenvolvam novos antibióticos, pois será apenas uma questão de tempo até que a resistência a estes seja desenvolvida.

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O décimo Dictum et factum é com Fernando Lopes, coordenador do Gabinete de Apoio à Investigação da Direção de I&D de Ciências.

Com o objetivo de sensibilizar e preparar para o risco sísmico e melhorar a qualidade de ensino da Sismologia e das Ciências da Terra em Portugal, Susana Custódio, Graça Silveira, Luís Matias e Catarina Matos desenvolveram um estudo sobre a educação para os sismos, adaptado à realidade de Portugal e a diferentes grupos etários e que foi capa de uma das edições deste ano da revista “Seismological Research Letters”.

O projeto RESISTIR coordenado por Ciências e pela Maxdata Software e cofinanciado pelo Portugal 2020 visa criar até abril de 2019 um sistema de informação - inovador, modular, inteligente e adaptável - para apoiar a tomada de decisão clínica no domínio da vigilância epidemiológica, resistência aos antimicrobianos, controlo de infeção e gestão hospitalar.

O “coração da cidade” foi invadido por uma “onda de ciência e tecnologia” em mais uma edição da Noite Europeia dos Investigadores. O tema deste ano foi a “Ciência no dia-a-dia”.

“Geography and major host evolutionary transitions shape the resource use of plant parasites” da autoria de Joaquín Calatayud, José Luis Hórreo, Jaime Madrigal-González, Alain Migeon, Miguel Á. Rodríguez, Sara Magalhães e Joaquín Horta salienta a necessidade de estudos mais globais em Ecologia.

Aos alunos deixo uma sugestão: aproveitarem as unidades curriculares para experimentarem as suas ideias e terem projetos de novas apostas tecnológicas (em Salvador, Brasil, no campus de Ondina da UFBA existe um enorme espaço, com equipamentos informáticos e professores, para que os alunos possam ser ajudados a experimentar ideias). E, com um portefólio de exemplos vem um passo seguinte: usarem pós-graduações (por exemplo, mestrados) para construírem protótipos que se vejam em feiras e exposições. As empresas vêm em seguida.

A estudante de doutoramento em Paleontologia do Departamento de Geologia de Ciências e a equipa multidisciplinar que assina “A juvenile allosauroid theropod (Dinosauria, Saurischia) from the Upper Jurassic of Portugal” preparam-se para apresentar os resultados deste artigo no próximo congresso anual da Society of Vertebrate Paleontology e que ocorrerá em outubro na cidade de Salt Lake City, nos Estados Unidos da América.

“A juvenile allosauroid theropod (Dinosauria, Saurischia) from the Upper Jurassic of Portugal” da autoria de Elisabete Malafaia, Pedro Mocho, Fernando Escaso e Francisco Ortega descreve um exemplar ainda juvenil de um dos grandes dinossáurios carnívoros do Jurássico, com cerca de 150-145 milhões de anos, e foi publicado este mês na revista “Historical Biology”.

"É curioso, constatar que todas as teorias da ciência não são sobre a forma, mas sim sobre a função. Isto é, são sobre como as coisas se desenvolvem e mudam. São acerca de processos."

A primeira entrega dos dados (data release) da missão Gaia da Agência Espacial Europeia (ESA) ocorreu esta quarta-feira, 14 de setembro, quase três anos depois do seu lançamento e foi transmitida online pela ESA. De acordo com o comunicado de imprensa emitido por Ciências, o consórcio internacional inclui investigadores e engenheiros de quatro universidades portuguesas.

O Tec Labs – Centro de Inovação de Ciências foi distinguido com o 2.º Prémio Nacional na Categoria de Promoção do Espírito de Empreendedorismo dos Prémios Europeus de Promoção Empresarial, uma iniciativa da Comissão Europeia gerida em Portugal por IAPMEI — Agência para a Competitividade e Inovação, e cuja cerimónia de entrega dos prémios ocorreu no Museu do Oriente, em Lisboa, a 8 de setembro.

Páginas