Entrevista a…

Diego Rubiera-Garcia

Diego Rubiera-Garcia

"Já analisei mais de 80 artigos para 17 revistas"

cedida por DRG

Diego Rubiera-Garcia, investigador pós-doutorado do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) do polo de Ciências ULisboa, desde outubro de 2015, deixou-se deslumbrar aos 14 anos pelo livro “A criação do Universo” e a teoria do big-bang. A Física passou, desde esse momento, a ser uma área de grande interesse para si.

Hoje em dia, para além da investigação centrada no estudo de modificações à teoria da gravitação de Einstein de modo a descrever o espaço-tempo em regimes de densidade extrema, evitando os valores físicos infinitos previstos pela teoria clássica, Diego Rubiera-Garcia é revisor científico. Até ao verão passado já havia analisado mais de 80 artigos para 17 revistas científicas. Em 2017, a revista científica a Europhysics Letter, reconheceu o seu trabalho atribuindo-lhe o prémio Distinguished Referee Award. Foi o único investigador em Portugal a ser distinguido nesse ano, período em que foi distinguido com um Peer Review Award 2017 pelo website Publons.

Como surgiu o interesse pela Física?

Diego Rubiera-Garcia (DRG) - Era um garoto de 14 anos quando li o livro "A Criação do Universo", chocou-me muito saber o que tinha acontecido alguns segundos após o big-bang. Desta forma, decidi estudar Física.

Quais foram até agora as principais experiências profissionais?

DRG - Fui pós-doutorado no Observatório de Paris-Meudon, em França, na Universidade de Oviedo, em Espanha, na Universidade Federal da Paraíba, no Brasil, na Universidade de Fudan, na China e, desde 2015 no polo de Ciências ULisboa do IA.

Diego Rubiera-Garcia é o orador do próximo seminário do Departamento de Física de Ciências ULisboa. “Black holes, other fantastic beasts, and how to find them” é o tema do evento, que ocorre a 7 de novembro, pelas 14h00, no edifício C1, sala 1.4.14.

Como é o seu dia-a-dia?

DRG - O meu dia-a-dia é baseado principalmente em pesquisas da Física fundamental: passo muito tempo a fazer cálculos e a escrever artigos. Também faço outras atividades como: gestão de projetos, leitura de artigos, ser juiz, editor, dou palestras, entre outros. O que mais gosto mesmo é de fazer pequenos cálculos sobre ideias que me vêm à mente.

Quando é que começou a sua atividade como revisor científico (e como é que surgiu essa possibilidade)?

DRG - O primeiro artigo que recebi foi o da revista Physics Letters A em 2011. Normalmente, as revistas enviam artigos para revisão quando consideram que é um especialista em algum assunto. Isso normalmente requer ter publicado vários artigos sobre esse assunto ou relacionados.

Em que consiste esse trabalho?

DRG – Temos de ler o artigo em detalhes, determinar se é tecnicamente correto, original, se traz algo novo, se está bem escrito, se é entendido e, finalmente, se o seu nível é bom o suficiente para a revista. Isto requer um grande esforço.

O que é mais gratificante nesse trabalho?

DRG - Aprendo coisas novas e vejo como outros autores tentam entender um problema do começo ao fim.

Com quantas revistas colabora, nesta altura?

DRG - Desde o meu primeiro artigo, já analisei mais de 80 artigos para 17 revistas.


O que mais gosta de fazer é simples: pequenos cálculos sobre ideias que lhe vêm à mente!

Quais são os assuntos tratados nesses artigos?

DRG - Um pouco de tudo: gravitação, buracos negros, Cosmologia, big-bang, eletrodinâmicas, estrelas de neutrões, buracos de minhoca, Astrofísica, relatividade, matéria e energia escura, Matemática aplicada, ondas gravitacionais, singularidades, mundos-brana, gravidade quântica, inflação, defeitos topológicos...

O que significam para si estas distinções?

DRG - É um reconhecimento importante do esforço investido na compreensão da nova Física.

Ficou surpreendido?

DRG - É o primeiro prémio que uma revista me atribui a propósito deste assunto. Sou o único investigador em Portugal que recebeu este prémio nesse ano, o que me deixa orgulhoso. Além disso, a revista teve o bom gesto de me enviar uma versão em papel da distinção e uma agenda!


Aos 14 anos o investigador do polo de Ciências ULisboa do IA deslumbrou-se com um livro “A criação do Universo” e a teoria do big-bang

A sua investigação é centrada no estudo de modificações à teoria da gravitação de Einstein de modo a descrever o espaço-tempo em regimes de densidade extrema, evitando os valores físicos infinitos previstos pela teoria clássica. Qual a finalidade deste trabalho?

DRG - Existem certos fenómenos físicos que não são bem compreendidos dentro da Relatividade Geral de Einstein, como as singularidades dentro dos buracos negros e no universo primitivo, bem como a introdução de matéria escura e energia, das quais ainda não temos confirmação experimental direta. O meu trabalho concentra-se em estudar o limite de altas energias da Relatividade Geral, com o objetivo de resolver as singularidades, bem como buscar modificações nos buracos negros e outros objetos compactos. Finalmente, procuro também cenários observacionais onde os desvios da Relatividade Geral possam ser testados, por exemplo, através de ondas gravitacionais ou diferentes fenómenos astrofísicos relacionados a estrelas de neutrões. O objetivo final é ajudar a determinar se existe uma teoria gravitacional mais fundamental do que a relatividade. Quase nada!

Que planos tem para o futuro?

DRG - Muitos! Já que a verificação da existência de ondas gravitacionais a partir do colapso de duas estrelas de neutrões permitiu eliminar muitas propostas de teorias gravitacionais (que eram perfeitamente viáveis do ponto de vista da Cosmologia). As minhas pesquisas estão no estudo de diferentes fenómenos astrofísicos. Em particular, estou interessado no estudo da Astrofísica dos objetos compactos (em particular, buracos negros, mas também estrelas de neutrões), e em descobrir um mundo de novas possibilidades para observações experimentais através das ondas gravitacionais, do intenso desvio gravitacional, das massas máximas das estrelas de neutrões... Há tantas coisas para fazer! 

Raquel Salgueira Póvoas, Área de Comunicação e Imagem de Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
Foto de Nuno Bandeira.

Nuno Bandeira, químico teórico do Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas (BioISI) de CIÊNCIAS, publicou um artigo na Nature Communications em que reafirma o conceito de “ligação química coletiva”

Banner Um ano de CIÊNCIAS em 90 Segundos.

O programa 90 Segundos de Ciência é um projeto de divulgação científica que desde 2016 dá voz aos investigadores portugueses em minuto e meio.

Telescópio Nancy Grace Roman, da NASA.

O telescópio espacial Roman tem uma contribuição da Agência Espacial Europeia, que selecionou para uma das comissões do consórcio norte-americano um investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço pela sua experiência no Consórcio Euclid.

Conceção artística do telescópio de raios X Athena.

A Agência Espacial Europeia aprovou o primeiro protótipo de um sistema de precisão para o maior telescópio nos raios X, desenvolvido por uma equipa liderada pelo Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço.

Foto de Inês Barroso.

Inês Barroso, alumna de CIÊNCIAS e professora na Universidade de Exeter no Reino Unido, figura na 570.ª posição do Best Female Scientists in the World Ranking da Research.com.

Foto da audiência da Sessão Especial de Natal de CIÊNCIAS.

A 12 de dezembro realizou-se a 1.ª edição da Sessão Especial de Natal de CIÊNCIAS, uma iniciativa dedicada a sensibilizar toda a sociedade, em especial os jove

Última lição de Pedro Miranda, professor de CIÊNCIAS, em sessão de homenagem de jubilação

No dia 11 de dezembro, a biblioteca José Pinto Peixoto do Instituto Dom Luiz (IDL) encheu-se de caras amigas, colegas e ex-alunos para receber a última lição de Pedro Miranda, professor catedrático de CIÊNCIAS e ex-diretor do IDL.

Universidade de Lisboa recebe o Selo de Qualidade Academia Voluntária

No dia 5 de dezembro, a Universidade de Lisboa recebeu o Selo de Qualidade Academia Voluntária, prémio atribuído pela Cooperativa António Sérgio para a Economia Social (CASES).

Equipa HortaFCUL.

Depois da construção do anfiteatro da FCULresta com pedras de um aterro do Estádio Universitário, a HortaFCUL foi em outubro à Faculdade de Medicina de Lisboa (FMUL) em nova missão de resgate.

O Talent Bootcamp veio a CIÊNCIAS e não podia ter sido um sucesso maior!

Nos dias 6 e 7 de dezembro teve lugar em CIÊNCIAS, a 223.ª edição do Talent Bootcamp que contou com 195 bootcampers inscritos, 107 alunos de CIÊNCIAS e também 174 profissionais de 119 empresas.

O escalo-do-sado foi identificado como uma espécie endémica da bacia do Sado

Sofia Mendes, doutoranda de CIÊNCIAS, no Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (CE3C), é a principal autora do artigo científico publicado recentemente que revela a descoberta de uma nova espécie de peixe de água doce.

João Sequeira na oficina do Cientista Regressa à Escola.

No dia 5 de dezembro, João Sequeira visitou a Escola Básica São João de Brito, escola onde estudou, e uma outra, a Escola Básica Teixeira de Pascoais, para ensinar alunos de duas turmas do 4.º ano tudo sobre a magia de fazer simulações em computador.

Comissão Externa de Aconselhamento de CIÊNCIAS

Em 2024, CIÊNCIAS mantém-se no topo do desempenho científico nas suas áreas de atuação, com a investigação e ensino fundamentados no conhecimento científico.

Participantes do Nighttime Lettter Writing falam em círculo

No dia 21 de novembro, CIÊNCIAS acolheu a primeira edição portuguesa do Nighttime Letter Writing, um evento de escrita de cartas à mão a apelar a doações para alunos com carências económicas.

Foto Frederico Correia Cerqueira.

Frederico Correia Cerqueira, aluno do Mestrado em Engenharia Informática de CIÊNCIAS, e Manuel Santos, do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, desenvolveram o projeto BinBot: um robot alimentado por energia solar que pode ser a solução para revolucionar a limpeza urbana, de espaços comerciais, festivais de música e outros eventos.

Equipas do Health Crossing Borders e do Lotus.

Os pitches dos projetos Health Crossing Borders e Lotus foram distinguidos com o 1.º e o 2.º lugar, respetivamente, na categoria de estudantes da competição promovida pela H-INNOVA Health INNOVAtion HUB na Digital Health Summit 2024, que decorreu no Funchal na ilha da Madeira, nos dias 26 e 27 de novembro.

Cristina Branquinho, Sofia Augusto e Helena Cristina Serrano

Cristina Branquinho, Sofia Augusto e Helena Cristina Serrano, investigadoras de CIÊNCIAS no Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (CE3C), são 3 das autoras do capítulo “Drivers of change and their impacts on the WEFE nexus in the Mediterranean region”. 

Alan Phillips, investigador de Ciências, pelo sétimo ano consecutivo na lista de autores mais citados

Alan Phillips, investigador do Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas (BioISI), desenvolve o seu trabalho na área da Microbiologia e foi, este ano, reconhecido pela 7.ª vez consecutiva como um dos investigadores mais citados a nível mundial na categoria de Ciência Vegetal e Animal, na lista Highly Cited Researchers 2024 da Clarivate Analytics.

GEOxyz

No dia 6 de novembro, a GEOxyz, empresa de referência na área de hidrografia e serviços geofísicos e geotécnicos, abriu oficialmente um novo escritório em CIÊNCIAS.

Alunos do Colégio Moderno visitam CIÊNCIAS

Cerca de 200 alunos dos 3.º e 4.º anos participaram, nos dias 18 e 21 de novembro, em atividades de sensibilização no âmbito da Semana Europeia da Prevenção de Resíduos. Logo ao início da manhã, em ambos os dias, os mais pequeninos receberam as boas-vindas do Diretor de CIÊNCIAS, Luís Carriço.

Filipe Duarte Santos.

O Prémio Ciência Viva Media 2024 foi atribuído ao podcast 'A Escala do Clima' de Filipe Duarte Santos, geofísico e professor catedrático de CIÊNCIAS, em colaboração com o jornalista Francisco Sena Santos.

Professor Rui Agostinho

O percurso do professor Rui Agostinho foi celebrado numa sessão de homenagem com sala lotada, onde as cadeiras foram ocupadas por colegas de décadas e alunos de hoje, onde o carinho e a emoção pelo docente foram palpáveis.

Jorge Buescu

“Comunicar e divulgar Ciência de forma rigorosa é uma tarefa cada vez mais importante”. Quem o diz é o professor Jorge Buescu, matemático de CIÊNCIAS, hoje galardoado com o Grande Prémio Ciência Viva 2024.

Foto da equipa do projeto TaMuK a receber o prémio.

O projeto TaMuKTargeting Mutated KRAS, recebe o prémio Basinnov Innovation Award 2024, pelo desenvolvimento de um novo metalofármaco destinado ao tratamento de cancros com mutação na proteína KRAS, entre os quais se destacam os cancros colorretal e do pâncreas.

Semana Europeia da Prevenção de Resíduos em ciências

O programa inclui uma mini palestra com as Professoras Teresa Dias e Cristina Cruz do Departamento de Biologia Vegetal.

Páginas