Entrevista com… Nuno Araújo

O artigo foi publicado este verão numa das edições da "Science Advances"

Science Advances

“Ainda há muito para fazer”, responde Nuno Araújo, professor do Departamento de Física, quando questionado quanto ao futuro da investigação, que dá um passo significativo num dos maiores desafios da Física da Matéria Condensada e que diz respeito ao desenvolvimento de técnicas experimentais, económicas e eficazes, capazes de sintetizar as estruturas desejadas de forma espontânea.

De acordo com o comunicado de imprensa emitido por Ciências esta segunda-feira, a contribuição teórica realizada pelo grupo português, que inclui ainda dois alunos - André Sousa Nunes, estudante do primeiro ano do doutoramento em Física e Diogo Pinto, discente do mestrado em Física -, guia o trabalho experimental da equipa de experimentalistas das Universidades de Cambridge e de Nova Iorque.

Quais são os principais resultados alcançados no artigo “Kinetic control of the coverage of oil droplets by DNA- functionalized colloids”, publicado este verão na “Science Advances” e que reúne investigadores das Universidades de Cambridge, de Nova Iorque e de Lisboa?

Nuno Araújo (NA) - Propõe-se uma estratégia para revestir uma gota com partículas coloidais evitando o colapso das mesmas usando ADN. A ideia é revestir a gota e as partículas coloidais com cadeias de ADN complementares, que vão mediar a ligação entre elas. Um dos tipos de cadeia cobre a superfície da gota como uma cabeleira, permitindo a formação de ligações com o outro tipo que reveste as partículas coloidais. Como as partículas praticamente não tocam a gota não a deformam, movendo-se mais livremente e formando um conjunto muito mais alargado de estruturas que só dependem das condições experimentais. Neste protocolo, os investigadores tomam partido do facto de uma cadeia de ADN formar ligações muito fortes e altamente seletivas com a cadeia complementar para formar a familiar estrutura de dupla hélice.


Diogo Pinto, Nuno Araújo e André Sousa Nunes
Fonte Ciências ULisboa

Para que serve esta investigação?

NA - Construir dispositivos à escala nano e micrométrica implica um controlo sobre as estruturas formadas a essa escala. Um dos maiores desafios da Física da Matéria Condensada é o desenvolvimento de técnicas experimentais capazes de sintetizar as estruturas desejadas de forma espontânea, sem necessitar de controlar a posição individual de cada partícula, tornando possível produzir quantidades industriais do dispositivo de forma económica e eficaz. [Esta] equipa desenvolveu uma técnica que dá um passo significativo nesse sentido.

Quando é que começaram a trabalhar nesta área?

NA - Este trabalho específico começou há cerca de um ano.

Como é que correu a redação do artigo?

NA - A escrita do artigo foi um trabalho colaborativo entre os diferentes autores.

Já apresentaram os resultados em alguma conferência internacional, nacional?

NA - Sim, em várias.

Qual a reação dos pares?

NA - Entusiasmante. O facto do artigo ter sido aceite para publicação na “Science Advances” já é um bom indicativo de que a comunidade científica considera o trabalho relevante.

Quais são os próximos passos da equipa?

NA - Ainda há muito para fazer. Identificar as estruturas que se podem formar na superfície da gota, como dependem as propriedades físicas do material dessas estruturas, o que acontece quando se misturam diferentes tipos de partículas. Estas são algumas, das muitas questões que precisam de ser respondidas.


A imagem mostra alguns exemplos, as figuras na fila de cima foram obtidas experimentalmente pelas equipas de Cambridge e de Nova Iorque, as figuras presentes na fila de baixo foram obtidas por simulação computacional, pela equipa de Ciências
Fonte Science Advances

 

Ana Subtil Simões, Área de Comunicação e Imagem de Ciências
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt

Realiza-se este mês a 7th International Conference on Risk Analysis, em Chicago. Nela, a professora de Ciências Maria Ivette Gomes é homenageada pelo seu trabalho na área da Análise de Risco.

Faltam poucos dias para o Dia Aberto. A Faculdade volta a abrir portas aos alunos do ensino secundário no próximo dia 3 de maio.

Nos dias 27 e 28 de abril de 2017 realiza-se a 8.ª edição da feira anual de emprego da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

sistema ótico

A componente tecnológica do espectrógrafo ESPRESSO que irá conduzir a luz dos telescópios do VLT para o instrumento, o coudé train, a ser instalado no ESO, é feita por uma equipa portuguesa da qual fazem parte professores e investigadores de Ciências. Neste artigo, fique a conhecer o trabalho realizado pelo grupo.

No mesmo espaço, associações de voluntariado, voluntários e estudantes de Ciências com interesse na disciplina de Voluntariado Curricular reuniram-se. O objetivo foi dar a conhecer o trabalho feito na disciplina de Voluntariado Curricular, através da partilha de histórias e experiências.

O Núcleo de Física e Engenharia Física da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa foi fundado no dia 19 de maio de 2016, curiosamente no dia do Físico, com o intuito de representar os estudantes de Física e Engenharia Física.Uma das atividades organizadas com o intuito de alargar a perspetiva profissional destes alunos foi a Conferência Física Fora da Academia.

A distribuição geográfica atual dos tojos do género Stauracanthus - arbustos espinhosos que ocorrem nas dunas interiores das praias portuguesas - deve-se a acontecimentos geológicos de grande escala ocorridos no Mar Mediterrâneo há cerca de cinco milhões de anos.

O planeta Terra está em constante mudança. Pegue em qualquer livro de Geologia e uma das primeiras frases que vai encontrar será esta ou uma muito parecida. Se continuar a ler, ficará a saber que a Terra tem mais de 4500 milhões de anos e que nem sempre foi como a conhecemos. Antes, existiam supercontinentes rodeados por vastos oceanos que, ao longo de milhões de anos, se fragmentaram e relocalizaram dando forma aos seis continentes e cinco oceanos que compõem atualmente o planeta azul.

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O Dictum et factum de abril é com Ana Pereira, técnica superior do Gabinete de Empregabilidade da Área de Mobilidade e de Apoio ao Aluno de Ciências.

O dryVHP venceu o prémio Inovação Ageas – Novo Mundo. Construir aparelhos de esterilização mais rápidos e eficazes, ou aparelhos de esterilização portáteis e não elétricos para missões humanitárias é o objetivo deste projeto, desenvolvido em Ciências.

“Estes programas de bolsas e estímulos são muito importantes para os alunos que, como eu, ambicionam tornar-se investigadores”, declara o aluno de Ciências, um dos vencedores da edição 2016/2017 do prémio Novos Talentos em Matemática, da Fundação Calouste Gulbenkian.

O programa CSA (community supported agriculture) refere-se a uma comunidade de produtores e consumidores que partilham os benefícios e os riscos da produção numa inspiradora experiência de responsabilidade conjunta em torno do alimento. 

Raquel Conceição, chair da Ação MiMed-TD1301 e Pedro Almeida, um dos representantes nacionais da Ação COST FAST, participaram no “Portugal in the Spotlight”. Os professores de Ciências deram a conhecer o sucesso das ações COST em que estão envolvidos, participando ainda no debate “Making the added value of networking tangible. The Portuguese perspective".

A Faculdade visita escolas secundárias há 19 anos e em parceria com a empresa Inspiring Future, desde 2014, por forma a divulgar a sua oferta formativa. Este ano letivo foram agendadas 95. Até agora Ciências já esteve em 56 escolas, após as férias escolares irá visitar mais 39.

A história ensinou-nos que quem faz a língua é quem a fala e escreve e estou em crer que todos estes e muitos outros termos, goste-se ou não, vieram para ficar.

Bruno Carreira, doutorado em Biologia por Ciências e atualmente investigador de pós-doutoramento no cE3c - Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais, é o vencedor da edição de 2016 do Prémio Fluviário de Mora - Jovem Cientista do Ano.

Quando Leibniz e Newton se enfrentaram no século XVII, sobre a origem do Cálculo, criaram um espaço para exercerem o contraditório, argumentando e criticando, em defesa dos seus argumentos. Esse exercício chama-se controvérsia (debate ou polémica), considerada por muitos como a máquina do progresso intelectual e prático. Cada um dos lados apresenta a sua explicação (causa) das suas razões, como factos (pro ou contra), e os quais sustentam e justificam a sua posição.

Ciências participou no Google Hashcode 2017. Das 12 equipas concorrentes, cinco resolveram corretamente os desafios de programação, numa maratona marcada, segundo os participantes, pela aquisição de competências e boa disposição.

Maria Amélia Martins-Loução, investigadora do cE3c e professora do DBV Ciências, é a nova presidente da Sociedade Portuguesa de Ecologia.

A 3.ª corrida de carros movidos a energia solar conta com a participação de 30 pilotos e dez carros construídos por alunos dos ensinos secundário e universitário.

“Estou a adorar a minha experiência académica. Ao estar no ramo da Matemática, consegui desenvolver algumas softskills, tais como a organização, a atenção ao detalhe, a capacidade para questionar e o rigor”, declara Diogo Ramalho, campeão nacional universitário de Taekwondo e aluno de Matemática de Ciências.

“Chocolate – do laboratório à fábrica” é uma das 159 palestras apresentadas por professores, cientistas a pedido das escolas secundárias.

No programa Novos Talentos em Matemática, edição 2016/2017, da Fundação Calouste Gulbenkian, foram distinguidos três alunos de Ciências. Desta vez, entrevistamos a aluna do 3.º ano do curso de Matemática de Ciências, Isabel Nobre.

Uma circulação de vento entre o equador e os polos foi detetada em ambos os hemisférios de Vénus pela primeira vez, e poderá contribuir para explicar a superrotação da atmosfera deste planeta, segundo estudo liderado por Pedro Machado, investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaçoe professor do Departamento de Física de Ciências.

No filme “The man who knew infinity” (sobre a colaboração de Ramanujan com Hardy em Cambridge, Reino Unido) aborda-se a resolução de problemas e a discussão do recurso à intuição. O terreno da Matemática é o escolhido, tal como no problema de Kadinson-Singer (sem resolução durante 50 anos), e onde se trata da reconciliação da Física Quântica com a Matemática (Marcus, Spielman e Srivastava, 2015).

Páginas