"De pequenino se torce o pepino"

Henrique Leitão
Cedida por HL

O segundo grupo do exame nacional de Português do 12.º ano, 1.ª fase, data especial, do ano letivo anterior, inclui um excerto para uma entrevista realizada a Henrique Leitão, por ocasião da inauguração da exposição 360° Ciência Descoberta, de que foi comissário.

Quando o investigador da Secção Autónoma de História e Filosofia das Ciências teve conhecimento desta referência, ficou surpreendido com o facto, naturalmente não estava à espera de tal alusão, numa prova escrita de Português. “Nunca imaginei ter palavras minhas comentadas e discutidas ao lado de textos de Camões e Fernando Pessoa”, comenta.

Para o membro integrado do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia existem algumas explicações possíveis para o sucedido. Uma delas pode ter sido o impacto que esta exposição, organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian, teve na sociedade portuguesa, a tal ponto que os promotores da mostra têm estado a estudar a sua itinerância, nomeadamente noutros países. Segundo Henrique Leitão, a exposição já "está a ser preparada para abrir no Brasil, depois do verão, por interesse expresso do Ministério da Educação brasileiro". O outro motivo também pode estar relacionado com o papel que as universidades, através dos seus docentes e investigadores, têm vindo a desempenhar em Portugal. “É muito interessante e muito revelador este aparecimento de materiais de docentes da FCUL nos exames nacionais do ensino secundário”, anota.

360° Ciência Descoberta
Fonte: FCG
Legenda: A exposição 360º Ciência Descoberta também vai estar no Brasil

De facto não é caso único. O primeiro grupo do exame de Química do ano letivo anterior também inclui um excerto do livro “Química 12.º ano”, editado em 2001 e da autoria de Alda Pereira e de Maria Filomena Camões, professora da FCUL. Neste caso, o texto citado refere-se concretamente ao Equilíbrio Químico, um conceito apresentado pela docente do Departamento de Química e Bioquímica.

No "+Ciência", manual de Ciências Naturais do 5.º ano, é incluída logo numa das primeiras páginas uma curiosidade sobre o antigo aluno da FCUL, João Magueijo, autor da teoria da Velocidade da luz variável, que questiona a premissa mais básica por trás da Teoria da Relatividade de Einstein. No mesmo livro é possível encontrar outras referências a outros alumni da FCUL. Na secção designada “No futuro poderei ser… Biólogo”, o manual mostra o exemplo de Pedro Cardoso, um cientista que se dedica ao estudo dos seres vivos, licenciado e doutorado em Biologia pela FCUL, com pós-doutoramentos pela Universidade dos Açores e pela Universidade de Copenhaga, que tem como áreas de interesse a Ecologia, a conservação de espécies e habitats e a Espeleologia.

360° Ciência Descoberta
Fonte: FCG
Legenda: Para o historiador das ciências é importante dar a conhecer à sociedade o trabalho que é feito nas universidades

Quem cultiva a terra sabe que os pepinos devem ser podados, para que possam crescer sem rama e com um gosto agradável. Quem trabalha com as comunidades do pré-escolar e dos ensinos básico e secundário deve ter cuidados semelhantes aos dos agricultores. Despertar o gosto pelas ciências, seja em que contexto for, é sempre uma boa prática.

“Hoje em dia é claro que dar a conhecer à sociedade o trabalho que se faz é uma das tarefas a que nenhum investigador universitário se pode recusar. Há quem goste disso; há quem não goste. Pouco importa: é assim. Como dizem os ingleses, ‘it comes with the job’”, conclui o historiador das ciências.
 

Comentário de Adérito Mendes, professor de Português

“Em primeiro lugar, considero a entrevista concedida por Henrique Leitão, no contexto da inauguração da exposição “360º Ciência Descoberta – Uma história por contar”, de grande significado e importância, associada naturalmente à própria exposição.

É significativa porquanto ela transmite-nos, numa linguagem concisa, objetiva e clara, alguns aspetos fundamentais dos efeitos das descobertas realizadas no período renascentista, pelos portugueses e espanhóis, ‘pelos povos ibéricos’, como diz o entrevistado. Na verdade, o desenho da Terra passou a ter, desde então, uma nova configuração, nos seus mais diversos domínios, assente, aliás, no conhecimento empírico e localizado, conferindo-lhe um carácter cada vez mais científico, ou, se quisermos, abrindo portas à ciência moderna. A sua importância decorre naturalmente do seu significado. E este ultrapassa, por isso, as fronteiras daquilo que à época se conhecia, como se diz anteriormente.

Acresce de importância a sua natureza fortemente pedagógica que, não só elucida o leitor, de modo acessível e sucinto acerca do evento em causa, como certamente o motiva e incentiva a visitar a exposição.
Prova de Português
Fonte: GCIC-FCUL
Legenda: Para o professor de Português deve-se apostar numa "ampla e consistente valorização pessoal dos alunos ao nível cultural"

A utilização de um documento autêntico desta índole, numa prova de exame final do ensino secundário de Português (12.º ano) constitui, a meu ver, um ótimo aproveitamento pedagógico atendendo aos aspetos acima expostos. Integra o mesmo a parte do exame relativa à compreensão escrita, o que pressupõe, por parte do aluno, a aquisição de um determinado conjunto de competências linguísticas e de saberes mais gerais, que o autorizam a escolher a opção correta em cada alínea, após a necessária apropriação do texto/entrevista. Este processo de apropriação/compreensão textual decorre de vários fatores, dispensáveis nesta apreciação, os quais podem estabelecer ou não, uma real e profícua comunicação texto/aluno, sem deixar espaço a ruídos. Não é tarefa difícil, do meu ponto de vista, a avaliar pelo nível de ensino a que se reporta o exercício. No entanto, verifica-se cada vez mais, em termos gerais, um desinteresse pela leitura e pelo saber, no seio dos alunos atuais, revelando um enorme desinteresse e até apatia face ao conhecimento em geral. Os alunos limitam-se a tentar apreender e assimilar conceitos e definições específicos em relação aos conteúdos programáticos, procurando depois aplicá-los indiferenciadamente, distanciando-se, assim, do texto objeto de análise, numa espécie de recriação textual, adulterando-o e deturpando-o. Considero, pois, de extrema importância a inclusão da abordagem de outras matérias diferentes das curriculares, sejam científicas ou não, por forma a promover uma mais ampla e consistente valorização pessoal dos alunos ao nível cultural, conferindo-lhes instrumentos que lhes facilitem interligar e associar os factos, os fenómenos, os saberes.”

Ana Subtil Simões, Gabinete de Comunicação, Imagem e Cultura da FCUL
info.ciencias@fc.ul.pt

Uma vez mais Ciências participou na Maratona Interuniversitária de Programação (MIUP), este ano organizada pela Universidade do Minho. A equipa de Ciências - Caracóis Hipocondríacos -, composta pelos alunos Nuno Burnay, Robin Vassantlal e Guilherme Espada, ficou em 3.º lugar, ao resolver quatro dos nove problemas da competição.

Imagina que tens um jarro vazio e um conjunto de pedras grandes, seixos, gravilha e areia. Agora, imagina que para encher o jarro, vais colocando primeiro a areia e a gravilha e só no fim, as pedras maiores... O que achas que acontece? Será que vai caber tudo e de que forma?... E se colocássemos as pedras grandes primeiro?

As alterações climáticas podem mudar a natureza do impacto do lagostim-vermelho-da-Louisiana (Procambarus clarkii) nos ecossistemas.

Recentemente, dois estudos sobre como pensamos, um do Instituto Max Planck (para a História da Ciência, Alemanha) e outro da Escola de Medicina de Harvard (EUA), de maio de 2017 (revista NeuroImage, de Elinor Amit e Evelina Fedorenko), clarificaram as diferenças que nós temos quando refletimos sobre alguma matéria, fazemos coisas, ou emulamos a realidade.

Ciências participa na KIC EIT Health que visa promover o empreendedorismo para o desenvolvimento de uma vida saudável e de um envelhecimento ativo. Os alunos podem inscrever-se na unidade curricular que lhes permite participar no projeto, sendo que uma parte é feita na Dinamarca.

A experiência ATLAS acontece há 25 anos e a data será celebrada com palestras, bem como com uma homenagem à responsável pela participação portuguesa na experiência, a cientista Amélia Maio.

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O Dictum et factum de outubro é com Francisco Oliveira, assistente técnico do Núcleo de Manutenção do Gabinete de Obras, Manutenção e Espaços da Área de Serviços Técnicos de Ciências.

O Prémio Nobel da Física de 2017 foi atribuído a Rainer Weiss, Barry Barish e Kip Thorne. Francisco Lobo, investigador do Departamento de Física de Ciências e do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, comenta o tema.

Há cinco anos o biólogo marinho Pedro M. Lourenço encontrou microfibras em dejetos de aves. Foi nessa ocasião que surgiu a ideia de avaliar a abundância de microplásticos nos estuários, iniciando assim um estudo sobre a poluição por plásticos.

“Para além da importância no contexto científico, este trabalho também tem uma forte importância no contexto industrial, pois permite otimizar os gastos de energia domésticos e industriais”, explica o investigador do Centro de Química Estrutural de Ciências, Francisco Bioucas.

Mais de 100 cientistas reúnem-se em Lisboa, na Faculdade de Ciências, para abordar a temática dos nanofluidos.

A origem dos raios cósmicos de elevada energia foi desvendada. O LIP, do qual Ciências faz parte, colaborou na obtenção dos resultados.

O minhocário será usado para investigar o processo de vermicompostagem, numa experiência piloto em parceria com o Gabinete de Segurança, Saúde e Sustentabilidade da Área de Serviços Técnicos de Ciências e com o Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c).

Há um mineral peculiar que pode ajudar a desvendar o contributo do vulcanismo de Decão sobre a extinção em massa e a morte dos dinossauros: a akaganéite. Os resultados do estudo foram publicados na Nature Scientific Reports.

Ciências participa com mais de 30 de atividades de divulgação de ciência, espalhadas por Lisboa, Lousal e até na ilha Terceira.

O primeiro Dia Internacional do Microrganismo foi celebrado a 17 de setembro, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, numa iniciativa conjunta da Sociedade Portuguesa de Microbiologia, Ordem dos Biólogos, Ciência Viva e Comissão Nacional da UNESCO.

Desde 1971 que a guerra está aberta, mas o combate tem sido difícil. Por um lado, não temos só uma doença, e o que já conhecemos não tem chegado para estarmos contentes.

Um novo estudo liderado por Ciências encontrou grandes quantidades de fibras artificiais no estuário do Tejo e em zonas costeiras da África Ocidental, segundo comunicado de imprensa emitido pela Faculdade esta segunda-feira.

Falta pouco para a Faculdade voltar a ser homenageada com a atribuição de mais duas insígnias de professores eméritos a dois dos seus docentes aposentados.

Zbigniew Kotowicz, investigador e membro integrado do Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa, faleceu aos 67 anos, no dia 21 de setembro de 2017.

Ciências integra um consórcio europeu que vai receber do programa Horizon 2020 cinco milhões de euros para desenvolver, entre 2018 e 2021, a mais avançada tecnologia de espectrometria de massa.

Agora que terminaste o ensino secundário e estás prestes a iniciar esta nova etapa, vários vão ser os desafios pessoais e académicos que vais enfrentar.

O "MOONS Science Consortium Meeting" termina esta quarta-feira, dia 13 de setembro, após dois dias de reuniões. O encontro "à porta fechada" decorre no campus de Ciências e visa consolidar os casos científicos e discutir as estratégias de observação do espectrógrafo, cuja fase de construção arranca agora.

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O Dictum et factum de setembro é com Sandra Crespo, assistente técnico do Departamento de Informática de Ciências.

Ciências preencheu 99,9% das suas vagas na 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso (CNA) ao ensino superior, a taxa mais elevada desde que há registo.

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