Grande Prémio Ciência Viva Associação Mutualista Montepio 2019

Entrevista com… Rui Agostinho

Rui Agostinho com alunos

No Dia Nacional da Cultura Científica Rui Agostinho recebe o galardão, pela sua ação notável na promoção da cultura científica como professor, investigador, autor e divulgador na área da Astronomia

ACI Ciências ULisboa

Rui Agostinho
Fonte ACI Ciências ULisboa

A cerimónia de entrega dos Prémios Ciência Viva Associação Mutualista Montepio 2019 realiza-se a 24 de novembro, Dia Nacional da Cultura Científica, pelas 16h00, no Auditório José Mariano Gago, no Pavilhão do Conhecimento - Centro Ciência Viva. Rui Agostinho, professor do Departamento de Física (DF) e investigador do polo da Faculdade do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço recebe nesse dia o Grande Prémio Ciência Viva Associação Mutualista Montepio 2019, pela sua ação notável na promoção da cultura científica como professor, investigador, autor e divulgador na área da Astronomia.

Estava à espera de ser distinguido com este prémio?

Rui Agostinho (RA) – Não.

Porquê?

RA - Desconheço por completo qual é a equipa que atribui o prémio, quando se reúne e do que falam: quem selecionam, etc.. Além disso não me candidataria, se isso fosse possível. Não tenho feito nem faço este trabalho, em prol da Faculdade e da sociedade, para angariar prémios.

Que comentário gostaria de deixar aos nossos leitores sobre esta distinção?

RA - Creio que o prémio é um reconhecimento do trabalho desenvolvido com a educação científica formal, não formal e informal que tenho feito muito regularmente desde 1993. Aliás, a minha primeira atividade deste tipo, e pela Faculdade, foi em 1985/1986 com a observação do cometa Halley na sua passagem pela Terra. O DF Ciências ULisboa comprou e eu instalei um telescópio no terraço do C1. Todas as semanas tínhamos filas de pessoas que vinham espreitar ao telescópio e ouvir sobre a astrofísica dos cometas. Alguns dos nossos atuais professores e investigadores lembram-se disso.

Comecei a fazer ações Ciência Viva desde o ano em que a Agência Ciência Viva apareceu: a "Astronomia da Praia", que eu fazia no Observatório Astronómico de Lisboa e era uma coisa única no país e de sucesso. Depois foram as ações "CV no Laboratório - Ocupação Científica de Jovens nas Férias”: fazia-as todas.

Os Prémios Ciência Viva Associação Mutualista Montepio são atribuídos anualmente como reconhecimento por intervenção de mérito excecional na divulgação científica e tecnológica em Portugal. Além de Rui Agostinho serão distinguidos durante o acontecimento Paulo Sanches, professor de Física e Química do Agrupamento de Escolas de Moimenta da Beira, pela sua intervenção de mérito no ensino e na promoção da cultura científica, com iniciativas de relevo tanto para escolas como para a comunidade. O Prémio Ciência Viva Associação Mutualista Montepio Media 2019 distingue Falar Global, o programa de ciência e tecnologia mais antigo da televisão portuguesa. “No ar” há 15 anos, este magazine semanal revela ao grande público a mais recente investigação nacional e internacional nas várias áreas do conhecimento. Integra atualmente a grelha da Correio da Manhã TV. A entrada é livre.

Também tenho participado em muitas ações de formação de professores do ensino secundário, além de ter ido e continuar a ir a muitas escolas falar de ciência, da Astronomia, da Astrofísica e da Física. Mas também lancei e fui o responsável por várias ações públicas de âmbito nacional, como os “óculos" nas farmácias para a observação dos eclipses solares e do projeto de sensibilização do público para o evento e os riscos associados.

Fomentar o despertar ou o desenvolver do interesse pelo conhecimento científico, a diversos públicos escolares, explicando as minúcias do mesmo num raciocínio encadeado, inteligível e fascinante tem sido o mote desta minha atividade. A satisfação surge quando quem nos ouve brilha os olhos ou expressa um 'ah' com o rasgo de entendimento que teve. Valeu a pena! Vale sempre a pena. Sempre, mesmo.

Como analisa a cultura científica em Portugal?

RA - Globalmente, parece-me que nestas décadas a situação tem melhorado, que a atitude perante a importância do conhecimento científico tem progredido positivamente e que, paralelamente, as instituições científicas começaram, há uns anos, a preocupar-se com a divulgação do que fazem.

Eu comecei a fazê-lo sistematicamente em 1993, sempre com o nome da Faculdade.

Creio que o resultado final tem sido positivo e tenho muitos exemplos disso nas ações que tenho desenvolvido nas minhas áreas. Mas, por outro lado, todos vemos que há exemplos pela negativa em relação à cultura científica básica e que nos deixam surpreendidos. Mas isso será sempre assim, em todas as épocas! Não desanimem.

Analisar a cultura científica mediana em Portugal é diferente de sabermos que impacto as nossas ações têm, o que é que efetivamente permeou para a sociedade, que se pode auscultar através dum melhor entendimento público do mundo natural.

Que ações de promoção da cultura científica devem ser realizadas em Portugal e que fazem mais sentido para si nos tempos que correm?

RA - Precisamos manter um trabalho continuado nesta frente. O sucesso ou insucesso não é fácil medir: eu não sei medi-lo porque são os estudos sociais que o podem fazer.

Ora, para competir e marcar uma boa presença neste âmbito, lancei o desafio à ULisboa de criar o mestrado em Cultura Científica e Divulgação das Ciências, que felizmente foi em frente e envolve o Instituto de Educação e o Instituto de Ciências Sociais além da Faculdade, três instituições que têm ótimas e únicas aptidões no panorama nacional.


Rui Agostinho, durante uma das suas aulas na Faculdade, com alunos do 2.º ano de Engenharia Informática
Fonte ACI Ciências ULisboa

Teve um arranque lento por ser novidade, mas tem tido bons resultados e vai de “vento em popa”.

Isto é reforçar a ideia de que é fundamental manter (ou reforçar) as ações de promoção da cultura científica no nosso país. O futuro da Faculdade dependerá sempre disso, porque este esforço trará as futuras gerações para os primeiros anos, na oferta de cursos que temos.

Apesar de haver modas na ciência, com tópicos quentes do momento, todas as áreas da ciência devem fazer a sua parte pois há audiências em todas elas e, por vezes, são bem distintas.

Os tópicos quentes devem ser explorados ao máximo, pois facilmente chegam a vastos públicos. Há que saber tirar partido disso e tenho visto oportunidades boas para a Faculdade passarem ao lado. A Astronomia tem sido e ainda é uma ferramenta excecional para atingir estes objetivos.

Que planos tem para curto/médio prazo?

RA - Continuarei a envolver-me nos projetos que tenho em mãos, seguindo o “ram ram” habitual nos outros. Isto para além do ensino na Faculdade que é um grande desafio pois há sempre muitas coisas a melhorar, novas técnicas para explorar, criando novos simuladores e exemplos que mais rapidamente guiam o raciocínio do aluno. Os desafios por aqui não faltam e não param. Mas isto é apaixonante, mesmo apaixonante!

Talvez repescar as "Noites de Ciências” mensais que foram um sucesso, pois traziam 200 pessoas mensalmente à Faculdade para ouvirem alguém da nossa casa (boa comunicadora) falar sobre as coisas fascinantes em que se envolve. Além disso... creio que ainda não consigo ler nas estrelas o que o futuro nos reserva. Talvez um dia.


Fonte ACI Ciências ULisboa

"Fomentar o despertar ou o desenvolver do interesse pelo conhecimento científico, a diversos públicos escolares, explicando as minúcias do mesmo num raciocínio encadeado, inteligível e fascinante tem sido o mote desta minha atividade. A satisfação surge quando quem nos ouve brilha os olhos ou expressa um 'ah' com o rasgo de entendimento que teve. Valeu a pena! Vale sempre a pena. Sempre, mesmo."
Rui Agostinho

Ana Subtil Simões, Área de Comunicação e Imagem Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
pessoas numa escavação numa jazida de fósseis

Novo estudo publicado na revista Zoological Journal of the Linnean Society descreve um novo dinossáurio saurópode que viveu na Península Ibérica há 122 milhões de anos. Esta nova espécie de dinossáurio, apelidada de Garumbatitan morellensis, foi descrita a partir de restos descobertos em Morella (Castelló, Espanha) por uma equipa de paleontólogos portugueses e espanhóis e permitiu ampliar a diversidade de dinossáurios conhecida num dos melhores registos fósseis do Cretácico Inferior da Europa.

sensor de radiação no topo de um veículo

Um novo estudo desenvolvido por investigadores da Ciências ULisboa e do Instituto Dom Luiz com a colaboração de parceiros em França (Mines Paris - PSL) e Luxemburgo (LIST), publicado na revista Progress in Photovoltaics: Research and Applications, explora o potencial em ambiente urbano de veículos solares em 100 cidades em cinco continentes.

auditório lotado

18 de setembro foi o primeiro dia de aulas para mais de 800 novos alunos matriculados nas licenciaturas da Ciências ULisboa na 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso. A sessão de boas-vindas aos novos alunos decorreu às 11h30, no auditório 3.2.14.

Luís Fernando Marques Mendes foi um biólogo inteiramente dedicado à Entomologia, desde que se licenciou em 1971 pela Ciências ULisboa. Faleceu na passada quinta-feira, 14 de setembro, após prolongada doença. A Faculdade lamenta o triste acontecimento, apresentando as condolências aos seus familiares, amigos e colegas.

Laje rochosa - primeiras evidências de vertebrados do fundo do mar

A descoberta de fósseis extremamente raros, que representam as primeiras evidências de peixes de águas profundas, atrasa a invasão da planície abissal em 80 milhões de anos. Estas descobertas foram publicadas este mês num novo estudo na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Grupo de pessoas

A 13ª Conferência Internacional SedNet - Continuum Sedimentar: aplicando uma abordagem de gestão integrada realizou-se na Ciências ULisboa, entre 5 a 9 de setembro. O programa intensivo de cinco dias começou com workshops sobre a gestão dos sedimentos a diferentes níveis, incluiu apresentações e uma visita de campo ao Porto de Lisboa e às dunas e praias de Cascais.

O Departamento de Matemática da Ciências ULisboa e o Museu Nacional de História da Ciência juntam-se numa homenagem que marca o centenário do nascimento do professor João Santos Guerreiro, a realizar no próximo dia 23 de setembro, entre as 14h00 e as 18h00, no Anfiteatro Manuel Valadares, no MUHNAC.

peixes

Os organismos estão a tornar-se mais pequenos através de uma combinação de substituição de espécies e mudanças dentro das espécies: trata-se da conclusão de um novo estudo publicado na revista Science, que analisou dados de todo o mundo dos últimos 60 anos e de diversas espécies de animais e plantas.

Filipe Rosas

​Filipe Rosas é o novo coordenador do Instituto Dom Luiz (IDL).

Susana Custódio com alunos

Portugal obteve uma medalha de prata e três medalhas de bronze na 16.ª edição da International Earth Science Olympiad (IESO 2023), que assinala a 8.ª participação portuguesa. A SGP e a CNOG agradecem à Faculdade o apoio científico prestado no âmbito do programa de preparação da equipa portuguesa para a 16.ª edição da IESO.

3 homens sentados

MARGINS surgiu com o objetivo de estudar as interações socioecológicas entre comunidades humanas e ambiente na zona costeira da Guiné-Bissau e compreender a inter-relação de arrozais e mangais como parte de uma unidade afetada pelas mudanças climáticas. No projeto estão envolvidos docentes, investigadores do IDL e cE3c e estudantes da Faculdade.

Auditório com pessoas

Este ano, na 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao ensino superior concorreram aos 16 cursos da Faculdade 5086 candidatos, tendo sido colocados 872 novos alunos em Ciências ULisboa, 527 em 1.ª opção. Até 5 de setembro decorre a apresentação da candidatura à 2.ª fase. A sessão de boas-vindas aos novos alunos de 2023/2024 acontece no dia 18 de setembro.

abelha mumificada

Um novo estudo publicado na revista internacional Papers in Paleontology dá conta da descoberta de centenas de abelhas mumificadas no interior dos seus casulos, num novo sítio paleontológico descoberto no litoral de Odemira.

mural

Há um novo mural no campus da Faculdade, para apreciar junto à FCULresta, que celebra os dois anos corridos desde a primeira semente lançada. "Só em Portugal, inspirados também pela FCULresta, foram criados ou melhorados um total de 6 espaços verdes resilientes" escrevem os responsáveis pelo projeto, neste artigo de opinião sobre a minifloresta. 

ratinho ruivo

O ratinho-ruivo (Mus spretus) aprende a identificar que novos alimentos é seguro incluir na sua alimentação através do cheiro presente no hálito de outros ratinhos da sua espécie, segundo o artigo “Interaction time with conspecifics induces food preference or aversion in the wild Algerian mouse”, da autoria das cientistas Rita S. Andrade, Ana M. Cerveira, Maria da Luz Mathias e Susana A. M. Varela, publicado em agosto na revista Behavioural Processes.

vista de uma ilha para outra (Açores)

O Prémio Frederico Machado 2022-2023, o primeiro de índole científica a ser atribuído nos Açores, foi ganho pelas equipas lideradas por Mariana Andrade, aluna da Ciências ULisboa e investigadora do Instituto Dom Luiz (IDL), na área das Geociências, e por Pedro Afonso, investigador do Instituto de Investigação em Ciências do Mar da Universidade dos Açores (OKEANOS), na área das Ciências do Mar.

plantas com QR code do Relatório de Sustentabilidade

O primeiro Relatório de Sustentabilidade da Ciências ULisboa resulta da monitorização e análise de um conjunto de atividades enquadradas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), entre 2019 e 2021.

banner do evento

A EUPVSEC 2023 realiza-se de 18 a 22 de setembro de 2023, no Centro de Congressos de Lisboa. João Serra, professor do Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia da Ciências ULisboa, foi novamente convidado a ser o chairman da maior e mais importante conferência europeia dedicada à energia fotovoltaica. 

copa das arvores vista de baixo

Já são conhecidos os três vencedores da edição de 2023 do Prémio de Doutoramento em Ecologia Fundação Amadeu Dias, um prémio da Sociedade Portuguesa de Ecologia (SPECO) e da Fundação Amadeu Dias que procura valorizar o trabalho de recém doutorados ao longo do seu programa doutoral. No pódio estão duas alumnae da Ciências ULisboa.

apresentação do livro

Foi concluído recentemente o projeto “Aqua – O uso eficiente da água nos jardins da idade moderna”, um trabalho interdisciplinar que cruza as áreas da História da Ciência, a Engenharia Hidráulica e a Arquitetura Paisagista.

uma rapariga e um rapaz

Todos os anos a Faculdade atribui diplomas e prémios de mérito académico aos seus estudantes, com o apoio de várias entidades e empresas, que valorizam a missão da Faculdade e que passa por investigar, ensinar e estimular a transferência do conhecimento e da inovação e a abertura à sociedade civil.

Exoplaneta e núvens

A Agência Espacial Europeia validou o desenho dos instrumentos científicos da missão Ariel, que conta com a participação do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço. A missão vai observar a composição química de mil planetas em órbita de outras estrelas, e transformar a compreensão sobre como se formam e evoluem os sistemas planetários.

foto de grupo

No passado dia 26 de julho o Tec Labs - Centro de Inovação recebeu a visita de uma comitiva de representantes da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, Brasil, com o objetivo de conhecer em profundidade o ecossistema de empreendedorismo e inovação nacional e os seus principais stakeholders.

árvores no campus da Faculdade

Ciências ULisboa vai implementar no ano letivo de 2023/2024 o projeto “Ciências em Harmonia”. Comprometida com o bem-estar da sua comunidade estudantil e a promoção de competências individuais e sociais dos seus estudantes, a Faculdade vai procurar dar resposta a uma preocupação: a do bem-estar no ensino superior, envolvendo toda a comunidade académica na celebração da diversidade e promoção de inclusão. As atividades têm início já em setembro e vão prolongar-se durante todo o ano letivo.

logotipo do CWTS

ranking de Leiden, que avalia a produção científica de instituições de ensino superior a nível mundial, posicionou a ULisboa na liderança da Península Ibérica, colocando-a na 28.ª posição na Europa e no 131.º lugar a nível mundial.

Páginas