Alunos da Escola Politécnica de Lisboa, finais do século XIX
O currículo da Escola Politécnica de Lisboa, criada em janeiro de 1837, era constituído por dez cadeiras, sendo o ensino de matérias relativas à Geologia ministrado na 7.ª cadeira: Mineralogia, Geologia e Princípios de Metalurgia. A 7.ª cadeira fazia parte das matérias preparatórias do curso destinado a engenheiros militares e a oficiais do Estado-maior do Exército, e do curso geral, que era constituído por todas as cadeiras do currículo. A partir de outubro de 1902, as matérias de Mineralogia professadas na 7.ª cadeira passaram também a fazer parte do curso preparatório para o magistério nos liceus das disciplinas de Matemática, Ciências Físico-químicas, Ciências Histórico-naturais e Desenho.
A 7.ª cadeira funcionou pela primeira vez no ano letivo de 1840/1841, caracterizando-se pela abordagem histórico-natural das matérias lecionadas que pouco se modificaram ao longo dos anos. O estudo descritivo da Mineralogia surgia destacado, assim como o da Cristalografia. Encontrava-se ainda previsto o estudo dos diferentes tipos de rochas, assim como os fenómenos geológicos e a história da Terra. Nas aulas práticas, os alunos aprendiam a identificar minerais através de amostras de mão e da realização de análises químicas e pirognósticas (por ação do calor do fogo). Eram igualmente realizados exercícios de cristalografia.
O primeiro lente proprietário da 7.ª cadeira foi Francisco António Pereira da Costa (1809-1889?), era formado pelas Faculdades de Medicina e Filosofia da Universidade de Coimbra. Seguiu-se-lhe José Maria Latino Coelho (1825-1891), engenheiro militar, e, Francisco Ferreira Roquette (1844-1931), engenheiro de minas pela Escola de Minas de Paris. Em 1911, com a criação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Ferreira Roquette passou a fazer parte do corpo docente desta instituição.