Programa de Estímulo à Investigação

Entrevista com… Sara Freitas

A aluna de Ciências, Sara Freitas, tem vindo a desenvolver o projeto pelo qual foi galardoada, desde 2013. Para ela, o curso em Ciências foi fundamental para as tarefas que hoje desempenha. Para além das atividades com ligação direta à sua área de estudo, foi também na Faculdade que descobriu  o "gosto por comunicação de ciência". Fique a saber mais pormenores sobre a cientista na entrevista a seguir apresentada.

Como surge a candidatura ao Prémio Fundação Gulbenkian Estímulo à Investigação?

Sara Freitas (SF) - Esta candidatura surge por sugestão do meu orientador de doutoramento, o professor Miguel Centeno Brito, do Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia (DEGGE). Uma vez que me encaixava nas condições impostas para a candidatura, resolvi aceitar o desafio e levar a concurso uma proposta de investigação que está no cerne do meu doutoramento em Sistemas Sustentáveis de Energia (programa doutoral do MIT Portugal), a desenvolver em Ciências, no laboratório associado Instituto Dom Luiz (IDL).

Em que consiste o trabalho pelo qual foi distinguida?

SF - O trabalho consiste em validar experimentalmente o modelo numérico 3D de potencial solar (apelidado de “SOL”), desenvolvido por uma equipa de investigadores do DEGGE e que foi primeiramente testado recorrendo a um Modelo Digital da Superfície associado aos edifícios de Ciências. Ou seja, tendo em conta as características e o modo de funcionamento dos dispositivos usados para a produção de energia elétrica a partir da radiação vinda do sol (a energia fotovoltaica), e partindo de um exemplo real de painéis fotovoltaicos instalados num edifício em ambiente urbano, irei comparar a produção de energia estimada através do modelo numérico “SOL” com os dados experimentais medidos junto dos painéis fotovoltaicos reais. A análise irá decorrer, numa primeira fase, tendo como caso de estudo real o sistema fotovoltaico instalado na fachada do edifício Solar XXI, pertencente ao Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), localizado em Lisboa. Consoante os resultados obtidos, poderão ou não ser introduzidas melhorias no modelo, pretendendo-se, mais tarde, realizar o mesmo tipo de análise comparativa com sistemas reais instalados noutros locais do mundo.
 

Que importância considera ter para o contexto científico em que se insere?

SF - O modelo 3D com que vou trabalhar possui algumas publicações recentes em revistas científicas, pelo que a criação de um procedimento de validação experimental é essencial, uma vez que tal metodologia é inexistente entre os métodos com objetivos semelhantes e já desenvolvidos. A dificuldade na validação destas ferramentas cresce com a complexidade das mesmas, pelo que estando estabelecida irá possibilitar a comparação entre as ferramentas de cálculo de potencial solar em meio urbano e aferir quais as mais adequadas a determinados casos de estudo.

Como decorreu o trabalho de investigação?

SF - O plano de investigação tem sido pensado desde que comecei o meu doutoramento na FCUL em Dezembro de 2013, no entanto é agora que os trabalhos vão formalmente avançar.

Que aplicação prática tem ou terá este trabalho?

SF - Este trabalho de investigação irá focar a importância que as aplicações de energia fotovoltaica terão num futuro relativamente próximo (pois o custo dos painéis fotovoltaicos tem vindo a descer significativamente ao longo dos últimos anos), nomeadamente em ambiente urbano onde o consumo de eletricidade é elevado e varia ao longo dos dias e do ano. A validação de uma ferramenta como este modelo 3D, que permite estimar as zonas de uma cidade e dos edifícios onde o aproveitamento da energia solar será maior, ajudará ao planeamento urbano e de projetos, que deve ser progressivamente orientado com uma perspetiva ao uso tanto de telhados como das fachadas dos edifícios, de maneira a torná-los cada vez mais os produtores da energia que eles próprios necessitam e, assim, descentralizar a produção energética. Neste sentido, ao serem contabilizadas as fachadas dos edifícios para a produção - em vez de somente os telhados, como dita a solução convencional - há todo um valor acrescentado na medida em que a produção de energia solar se dará mais de acordo com o consumo: uma fachada virada a Este produz mais de manhã, uma fachada a Oeste produz mais à tarde.

O que o distingue dos restantes trabalhos da área?

SF - Finalmente, sendo este modelo numérico algo inovador, existem porém outros métodos com objetivos semelhantes, pelo que uma última etapa contempla a sua comparação como modelo “SOL” já validado.
A grande novidade neste modelo numérico é a sua capacidade de retratar o comportamento das sombras projetadas pelas envolventes à escala de uma cidade, fenómenos estes de extrema relevância que afetam dramaticamente a produção energética a partir do sol. Tais cálculos são feitos tendo em conta as características do clima e da morfologia dos edifícios e dos elementos existentes na área em estudo, assim como o movimento aparente do sol ao longo dos dias e do ano e o modo como os raios solares interagem com as diferentes superfícies – tudo isto, pois, traduzido numa linguagem de programação computacional. Dado que o comportamento da radiação solar é mais difícil de estimar no caso das superfícies verticais do que nas horizontais, o trabalho de validação do modelo numérico “SOL” será então feito através de sistemas fotovoltaicos instalados nas fachadas dos edifícios – o que é ainda relativamente difícil de encontrar, sendo o edifício Solar XXI um caso singular.
 

De que forma os ensinamentos adquiridos na FCUL foram/são importantes para o desenvolvimento deste trabalho?

SF - Os ensinamentos que adquiri em Ciências são relativos à minha formação no Mestrado Integrado em Engenharia da Energia e do Ambiente (MIEEA), do DEGGE. Assim que me comecei a interessar particularmente pela energia fotovoltaica encontrei sempre quem me ajudasse e esclarecesse, nomeadamente os professores e doutorandos/investigadores pertencentes ao grupo de investigação em Energia do DEGGE, com quem hoje tenho o prazer de trabalhar.

O curso em si transmitiu-me conhecimentos essenciais e as ferramentas base para as tarefas que atualmente tenho em mãos. Além disso, ter contacto com grupos de estudantes de Ciências (como o Energia nas Escolas, por exemplo) e organizar visitas ao Campus Solar e à central de mini-geração fotovoltaica nos telhados de Ciências, trouxeram-me um forte sentido de interação em equipa e um gosto por comunicação de ciência, também muito importante visto que o tema que me propus investigar está diretamente relacionado com o público em geral.

O que significa para si esta distinção?

SF - Estar entre os oito felizes distinguidos pelo Prémio de Estimulo à Investigação atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian significa não só o reconhecimento de uma ideia fascinante e inovadora, desenvolvida pela equipa que criou o modelo numérico com que irei trabalhar, como um sinal de que existe uma preocupação crescente face à necessidade de se investigarem soluções alternativas e descentralizadas para a produção de energia - o que para mim tem um valor especial uma vez que representa a ideia base do curso em que me formei. Por outro lado, no contexto atual, em que os apoios à investigação no nosso país têm vindo a diminuir, a quantia monetária inerente ao Prémio irá permitir-me uma maior flexibilidade em deslocações a outros centros de investigação em energia solar no estrangeiro, uma vez que o contacto multidisciplinar entre investigadores e profissionais (engenheiros, arquitetos, técnicos) é crucial quando se pretende criar uma ponte entre uma tecnologia de produção energética e as infraestruturas urbanas.

Raquel Salgueira Póvoas, Gabinete de Comunicação, Imagem e Cultura
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt

Quando Leibniz e Newton se enfrentaram no século XVII, sobre a origem do Cálculo, criaram um espaço para exercerem o contraditório, argumentando e criticando, em defesa dos seus argumentos. Esse exercício chama-se controvérsia (debate ou polémica), considerada por muitos como a máquina do progresso intelectual e prático. Cada um dos lados apresenta a sua explicação (causa) das suas razões, como factos (pro ou contra), e os quais sustentam e justificam a sua posição.

Ciências participou no Google Hashcode 2017. Das 12 equipas concorrentes, cinco resolveram corretamente os desafios de programação, numa maratona marcada, segundo os participantes, pela aquisição de competências e boa disposição.

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A 3.ª corrida de carros movidos a energia solar conta com a participação de 30 pilotos e dez carros construídos por alunos dos ensinos secundário e universitário.

“Estou a adorar a minha experiência académica. Ao estar no ramo da Matemática, consegui desenvolver algumas softskills, tais como a organização, a atenção ao detalhe, a capacidade para questionar e o rigor”, declara Diogo Ramalho, campeão nacional universitário de Taekwondo e aluno de Matemática de Ciências.

“Chocolate – do laboratório à fábrica” é uma das 159 palestras apresentadas por professores, cientistas a pedido das escolas secundárias.

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Uma circulação de vento entre o equador e os polos foi detetada em ambos os hemisférios de Vénus pela primeira vez, e poderá contribuir para explicar a superrotação da atmosfera deste planeta, segundo estudo liderado por Pedro Machado, investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaçoe professor do Departamento de Física de Ciências.

No filme “The man who knew infinity” (sobre a colaboração de Ramanujan com Hardy em Cambridge, Reino Unido) aborda-se a resolução de problemas e a discussão do recurso à intuição. O terreno da Matemática é o escolhido, tal como no problema de Kadinson-Singer (sem resolução durante 50 anos), e onde se trata da reconciliação da Física Quântica com a Matemática (Marcus, Spielman e Srivastava, 2015).

Filipe Duarte Santos foi designado presidente do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável (CNADS), segundo comunicado do Conselho de Ministros de 9 de março.

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Proteger a biodiversidade. Engane-se quem pensa que só os biólogos participam nesta árdua tarefa. 

Um estudo publicado na revista “Quaternary Science Reviews”, fruto de cinco anos de trabalho de investigadores portugueses e espanhóis, permitiu reconstruir a evolução da vegetação, paisagem e clima da ilha de São Miguel nos últimos 700 anos, através da análise dos sedimentos da Lagoa Azul.

A American Physical Society (APS) já anunciou a lista de homenageados pelo "Outstanding Referee Program" em 2017 e José Pedro Mimoso, professor do Departamento de Física e investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, é um deles.

As populações de várias espécies de anfíbios na Serra da Estrela estão a diminuir drasticamente, devido a uma infeção por uma nova estirpe de vírus, também já detetado noutras partes de Espanha e da Europa, segundo comunicado de imprensa emitido recentemente pelo cE3c – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais.

Durante o Green Day ocorrido esta segunda-feira no campus de Ciências foi apresentado o Ecokart Twin, o primeiro kart elétrico português de dois lugares.

“Pequenas ações fazem a diferença, não tenham medo de sair da zona de conforto”. João Paulo Silva, um dos membros do projeto Movetech Telemetry, “apaixonado pela natureza”, dedicado ao estudo da ecologia das aves dos meios agrícolas, nomeadamente em projetos de seguimento remoto de vida selvagem como o Lince ou a Águia Imperial, deixa este conselho aos jovens que se interessam por esta área da Biologia. Saiba mais sobre este cientista, antigo aluno de Ciências e coordenador da componente científica e de desenvolvimento de software do Movetech Telemetry.

João Paulo Silva, doutorado em Ecologia por Ciências, investigador do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos e do cE3c, é um dos membros da equipa do Movetech Telemetry, no âmbito do qual estão a ser desenvolvidos equipamentos ultraleves e de grande autonomia para monitorização eficaz da vida selvagem.

O mercado do processamento da língua natural (PLN), segmentado em codificação automatizada, análise de textos, reconhecimento de carateres óticos, resposta interativa em voz, reconhecimento de padrões e imagens, e analítica da voz, tenderá a aumentar muito nos próximos dez anos.

O “XV Encontro de Jovens Investigadores em Paleontologia (EJIP)” realiza-se de 19 a 22 de abril de 2017, na cidade de Pombal, um concelho cuja riqueza paleontológica é salientada pela comissão organizadora desta 15.ª edição. Carlos Marques da Silva e Mário Cachão, professores do Departamento de Geologia e investigadores do Instituto Dom Luiz, são oradores convidados do encontro, cujas inscrições decorrem até ao final de março.

“Este programa dá-nos acesso a artigos, livros e outros materiais propostos pelos nossos tutores que nos dão uma grande ajuda a compreender melhor o gigante mundo que é a Matemática”, diz Rodrigo Duarte, estudante de Ciências, galardoado com uma bolsa Novos Talentos em Matemática 2016/2017.

Anny Caroline Muniz, aluna do mestrado em Bioestatística de Ciências, participou no estudo “Perfil Tabágico dos Estudantes dos 2.º e 3.º ciclos das Escolas do ACES Arco Ribeirinho”, dos concelhos de Alcochete, Barreiro, Moita e Montijo, desenvolvendo igualmente um modelo matemático para a previsão do adolescente/tipo com maior probabilidade de começar a fumar precocemente.

Qual o principal fator que provocou o crescimento das regiões exteriores das galáxias elípticas na época mais recente do Universo? Esta pergunta motivou a investigação liderada por Fernando Buitrago, investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e professor convidado do Departamento de Física de Ciências, dando origem ao mais detalhado estudo publicado online em janeiro na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Jardim

O inquérito desenvolvido pelo cE3c - no âmbito do projeto europeu “Green Surge - Green Infrastructure and Urban Biodiversity for Sustainable Urban Development and the Green Economy” -, pode ser respondido até 15 de abril de 2017.

O Lisbon Green Hackathon 2017 acontece nos dias 11 e 12 de março. As inscrições terminam a 1 de março. No âmbito do evento estão previstas outras atividades, nomeadamente um ciclo de workshops, sessões de networking, debates e apresentações de startups.

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