Dictum et factum

Paulo Silva

Paulo Silva

ACI Ciências

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O último Dictum et factum de 2016 é com Paulo Silva, técnico superior do Departamento de Física de Ciências.

Quando era criança já sabia que profissão gostaria de ter no futuro?

Paulo Silva (PS) - Tive, como todas as crianças, sonhos de vir a ter uma atividade profissional extraordinária (mergulhador, astronauta…) ou outras, mais normais, mas que me parecia serem valorizadas pelas pessoas à minha volta. Relativamente cedo apercebi-me que tinha mais pendor e maior interesse por áreas científicas e fui orientando os meus estudos essencialmente para as áreas da Química. Acabei por deixar a Química e vim para cá, para a FCUL, estudar Física. Acho que se pode concluir que a resposta à questão é não…

Como surgiu a hipótese de trabalhar em Ciências?

PS -Estava a trabalhar como professor no Instituto Politécnico de Beja mas com um contrato a termo certo que estava a terminar. Por essa altura a FCUL abriu um concurso para técnico superior, para prestar serviço no Departamento de Física. As funções designadas para esse posto de trabalho eram-me bastante familiares já que envolviam essencialmente a preparação e manutenção de laboratórios para aulas de física experimental. Tendo passado uma boa parte da minha vida profissional anterior precisamente dedicada ao ensino de física experimental (frequentemente sem qualquer apoio técnico), estava bastante consciente de como o técnico superior a contratar poderia dar uma boa contribuição. Era portanto um trabalho que achei que tinha condições para fazer. Isto, a juntar à vontade de pretender trabalhar na região de Lisboa e de ser uma instituição que conhecia bem, levou-me a concorrer. Acabei por ficar.

Qual foi o 1.º emprego?

PS - Fiz algumas coisas antes mas a primeira vez que tive um contrato de trabalho foi como professor da disciplina de Ciências Físico-Químicas do (então) curso unificado na (então) Escola Secundária da Falagueira.

Há quantos anos trabalha em Ciências?

PS - Há três anos.

O que começou por fazer quando aqui chegou?

PS - Vim trabalhar para os laboratórios de ensino do Departamento de Física e, apesar de já conhecer relativamente bem o ambiente, tive de fazer alguma adaptação às pessoas com quem ia trabalhar, bem como às rotinas já estabelecidas. Houve também um período inicial em que me dediquei a conhecer os equipamentos e as montagens experimentais mais usadas nas aulas.

E agora como é o seu dia-a-dia?

PS - Posso dizer que é bastante variado.

Manter os laboratórios a funcionar nos períodos letivos ocupa-me bastante tempo. Por um lado há uma razoável diversidade de unidades curriculares experimentais que usam equipamentos diferentes e ocupam os mesmos laboratórios, sendo necessária a sua permanente redistribuição pelos espaços, de modo a satisfazer as necessidades das várias unidades curriculares. Por outro lado, há sempre avarias e pequenos incidentes no decurso das atividades letivas a que é necessário dar resposta.

Ocupo-me ainda de fazer uma manutenção de primeira linha ao parque informático dos laboratórios.

Nos períodos não letivos há sempre equipamento que necessita de alguma manutenção ou de alguma reparação, há sempre consumíveis que é necessário repor e, com alguma frequência, é necessário adquirir novos equipamentos.

Há também tarefas de natureza um pouco complementar a que me dedico. Participo quase sempre nas atividades de divulgação em que o Departamento de Física intervém e, em virtude da atual organização da Faculdade, há um conjunto de tarefas que não são função de ninguém para as quais todos nós acabamos por dar alguma contribuição.

O que é que mais gosta de fazer na unidade onde está inserido?

PS - Gosto de colaborar no desenvolvimento de novas montagens experimentais ou na exploração de novos equipamentos quando estes são adquiridos. Ocasionalmente tenho oportunidade de interatuar com os estudantes, o que me dá também prazer. Gosto ainda de colaborar na organização das atividades de divulgação em que o Departamento de Física participa.

Há alguma coisa que não aprecia na sua rotina profissional?

PS - Há bastantes tarefas de natureza mais rotineira e que requerem menos criatividade… Claro que são fundamentais para manter as aulas a funcionar, pelo que não me custa fazê-las. Desagrada-me bastante mais testemunhar quotidianamente, nas minhas deambulações pelos laboratórios, a falta de zelo com que esses espaços são utilizados, por desconhecimento, por descuido ou por simples falta de civismo. Por outro lado, como em todas as instituições com a complexidade da FCUL, o trabalho de uma pessoa é muito interdependente do trabalho das restantes. Detesto quando me vejo impedido de fazer o meu trabalho convenientemente porque alguém não fez a sua parte.

Na sua opinião o melhor da Faculdade é…?

PS - A Faculdade é um espaço onde se produz e se transmite o conhecimento em áreas científicas de ponta. Evidentemente há outros aspetos na sua missão mas estes são os que mais valorizo e é bom trabalhar num local onde se vê o progresso científico a acontecer.

E o melhor da Administração Pública, o que é?

PS - O princípio de ter um estado que presta serviços aos cidadãos que o compõem. A realidade fica, por vezes, aquém deste princípio. Os serviços prestados poderiam ser mais diversificados e de melhor qualidade. Mas existem. E isso já é bom.

Se tivesse que escolher um adjetivo para o descrever, qual seria a palavra escolhida?

PS - Empenhado.

Porquê?

PS - Porque quando acredito no que estou a fazer, em particular ao nível profissional, ponho a minha energia e o melhor das minhas capacidades ao serviço dos objetivos a concretizar.

Ana Subtil Simões, Área de Comunicação e Imagem de Ciências
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
Ciências ULisboa e Milestone Consulting assinam protocolo

Ciências ULisboa e a Milestone Consulting assinaram recentemente um protocolo de cooperação para a atribuição de um Prémio para o Melhor Aluno do 1.º ano do Mestrado em Matemática.

Curso de campo do IFiT

O primeiro Curso de Campo do Projeto IFiT integrado no Programa Erasmus+ realiza-se entre 20 de maio e 2 de junho de 2019, em Aljezur, na Costa Vicentina. As candidaturas ao Student Project Week terminam a 4 de março.

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Cerca de 45 alunos do 11.º ano conheceram o Microscópio Eletrónico de Varrimento e participaram na palestra "Imagem Médica: Como a Física permite ver o interior do corpo humano".

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"Umas das primeiras etapas para o estabelecimento de limites é tomar consciência e reconhecer as suas próprias necessidades e sentimentos para que, de forma saudável possa cuidar delas nas relações", aconselha a psicóloga Andreia Santos.

Composição de uma imagem de Vénus obtida no infravermelho com a Via Láctea em fundo

A investigação liderada por Javier Peralta, da missão japonesa Akatsuki, teve a participação de Pedro Machado, professor do Departamento de Física de Ciências ULisboa e investigador do Instituto de Astrofísica e Ciência do Espaço.

O papel da alimentação na microbiota intestinal

"Tanto os probióticos como os prebióticos têm demonstrado melhorar os biomarcadores associados ao cancro colon retal e, relativamente à Síndrome do Intestino Irritável, a evidência refere que os probióticos têm um papel importante no alivio dos sintomas e qualidade de vida dos doentes", escreve a nutricionista Maria Inês Antunes.

Geocachers, cache e tritão-marmoreado-pigmeu

O geocaching é utilizado pela primeira vez como indicador para avaliar os serviços culturais prestados pelos ecossistemas. Inês Teixeira do Rosário, investigadora do cE3c, doutorada em Ecologia por Ciências ULisboa, é a primeira autora do artigo da Ecological Indicators.

Catarina Frazão Santos

A apresentação de Catarina Frazão Santos durante a ICES ASC 2018 valeu-lhe o Best Early Career Scientist Presentation Award. O tema da apresentação corresponde ao projeto de investigação por si coordenado e que termina em 2021.

Protosmia lusitanica

Sabia que em Portugal existe uma nova espécie de abelha? Chama-se Protosmia lusitanica e até agora apenas se conhece um único exemplar, uma fêmea coletada por Ana Gonçalves, na primavera de 2016, no Parque Natural do Vale do Guadiana, nas margens do Rio Vascão, em Mértola.

Susana Custódio preside à Comissão Executiva do ORFEUS - Observatories & Research Facilities for European Seismology, integrado no EPOS - European Plate Observing System.

Detalhe da função de onda calculada para a espécie ativa do catalisador

Nuno A. G. Bandeira modelou computacionalmente as propriedades eletroquímicas de óxidos de molibdénio. O investigador da Universidade de Lisboa pretende continuar a estudar moléculas originais e interessantes seja qual for a sua finalidade. “A tabela periódica ainda tem muito para nos dizer”, diz o cientista.

Floresta Laurissilva

Estudo de fósseis revela a extinção de uma árvore da família do chá que se encontrava presente há 1,3 milhões de anos na ilha da Madeira. Carlos A. Góis-Marques, aluno de doutoramento em Geologia, é um dos autores desta investigação.

Janela triangular

É o mecanismo mimético que nos permite interatuar uns com os outros, compreender os sentimentos dos amigos, e viver a compaixão e a empatia”, in Campus com Helder Coelho.

Livro aberto

Ao todo estão previstas sete sessões, com pelo menos um orador convidado. Em cada uma delas Dinis Pestana falará sobre livros que estejam relacionados com o tema em análise. O objetivo é conquistar leitores, sobretudo entre os estudantes universitários.

“Aceitar que por vezes se falha, que podemos não ter a aprovação dos outros e aceitar as consequências das tomadas de decisão, pode inicialmente ser mais desconfortável, mas acarreta consigo uma maior sensação de responsabilidade e liberdade na vida”, escreve na rubrica habitual a psicóloga do GAPsi, Andreia Santos.

Vista aérea da zona de cultivo no PermaLab, no campus de Ciências ULisboa

O primeiro estudo científico desenvolvido no PermaLab – um laboratório vivo de permacultura, situado no campus de Ciências ULisboa, será publicado no volume 212 da edição de março de 2019 do Journal of Cleaner Production, reforçando dessa forma a importância dos laboratórios vivos no contexto universitário.

“O desenvolvimento de uma missão astronómica espacial é uma aventura demorada, que, nos casos mais complexos, pode demorar mais de duas décadas. Com o Athena estamos envolvidos neste processo desde os primeiros passos, tendo ajudado a construir a proposta ‘vencedora’”, conta José Afonso, que lidera a participação portuguesa na missão Athena, prevista para 2031.

Projeto de Sismologia nas Escolas do Instituto Dom Luiz

Guilherme Weishar apresenta-nos o projeto de Sismologia nas Escolas do Instituto Dom Luiz e que tem uma componente de citizen science.

Wani na Indonésia

Objetivo da missão dos investigadores do IDL Ciências ULisboa e do IPMA?! Melhorar a caracterização do tsunami de 28 de setembro de 2018, de modo a desenvolver técnicas e programas de mitigação destes fenómenos naturais.

Ricardo Honório

Cernorium é o canal YouTube de Ricardo Honório, aluno do mestrado integrado em Engenharia Física de Ciências ULisboa. O projeto tem já disponível o primeiro episódio e é a “concretização de uma ideia antiga que procura aliar a paixão pela Física com algum humor.

Galeria da fauna marinha (maioria tropical), anos 1950/1960

Evocações sobre Entomologia no Museu Bocage e na Faculdade, pelo professor, cientista José Alberto Quartau. Versão abreviada da alocução proferida aquando do 35.º aniversário do Departamento de Biologia Animal de Ciências ULisboa, em 5 de junho de 2018.

Francisco Saldanha da Gama

Nesta fotolegenda destacamos uma passagem da entrevista com Francisco Saldanha da Gama, professor do Departamento de Estatística e Investigação Operacional e investigador do Centro de Matemática, Aplicações Fundamentais e Investigação Operacional de Ciências ULisboa, e que pode ser ouvida no canal YouTube e na área multimédia do site da Faculdade.

Lisboa

Ciências é uma das cinco instituições da ULisboa que integra o projeto ALHTOUR.

 Conselho Diretivo da ELRA

António Branco, professor do DI Ciências ULisboa, é o novo presidente da ELRA-European Language Resources Association, a principal associação científica europeia para o processamento da linguagem natural e uma das mais importantes associações a nível mundial nesta subárea da Inteligência Artificial.

Robô e criança

"Revendo as discussões nos últimos anos sobre a Inteligência Artificial (IA), a ideia da superinteligência (super-homem) e da frieza dos comportamentos dos agentes artificiais, quando comparados com os seres humanos, concluímos que o medo à IA só será ultrapassado com uma nova postura da IA, virada para a enfâse nos benefícios", escreve Helder Coelho, professor do DI Ciências ULisboa.

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