Susana Martins e Vanessa Ribeiro tentaram despertar o interesse pelas ciências em alunos de várias idades com experiências práticas
Susana Martins e Vanessa Ribeiro começaram por pensar em fazer uma palestra inspiradora durante a visita à Escola Internacional de Torres Vedras, mas acabaram por ocupar todo o dia de 25 de novembro com diagnósticos de urina, microscópios que ajudam a distinguir glóbulos brancos e vermelhos, larvas de peixinhos e embriões de galinhas e ratinhos. Apesar da mudança de planos, as duas investigadoras da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (Ciências ULisboa) não têm dúvidas de que o esforço compensou: “Como tínhamos de lidar com idades muito diferentes, achámos que deveríamos levar algo mais prático, porque tanto as crianças como os adolescentes gostam de meter as mãos na massa”, responde Susana Martins.
A visita à Escola Internacional de Torres Vedras foi organizada tendo em conta a participação na Semana da Ciência e da Tecnologia que percorreu o país inteiro com diferentes ações de sensibilização no País. Susana Martins e Vanessa Ribeiro são ambas investigadoras do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (CE3C) e coordenaram a equipa de alunos e investigadores de Ciências ULisboa que assumiram a missão de despertar a curiosidade e o espírito científico junto de turmas que iam da pré-primária até ao último ano do secundário.

Além de Vanessa e Susana, a representação de Ciências ULisboa e do CE3C contou com o contributo de Ana Mafalda Alves, Bárbara Araújo, Érica Mocho, João Garcia, e Mariana Duarte. Seguramente que todos estes investigadores do CE3C conhecem bem a importância de usar um detergente na hora de lavar as mãos – e essa foi apenas uma das várias experiências que levadas a cabo pelo septeto de Ciências ULisboa para captar a atenção nos vários escalões etários.
As experiências permitiram comparar lavagens com água e lavagens com sabão, além da higienização com álcool. Até pode haver humanos que não tenham uma noção muito precisa, mas fungos e bactérias já “sabem” bem o que lhes acontece em cada um destes cenários: “Tínhamos o intuito de mostrar que não se consegue lavar bem as mãos só com água”, sublinha Vanessa Ribeiro. A lição da higiene serve apenas de exemplo entre múltiplas experiências que ajudam a conhecer as diferentes lógicas da natureza ou o que está por trás de alguns cenários do dia-a-dia. Em qualquer desses casos, o objetivo era sempre o mesmo:“Acho que conseguimos gerar naqueles alunos o bichinho da ciência e da curiosidade em geral!”, explica Susana Martins.

Até a mais corriqueira das atividades pode servir de rampa de lançamento para o engenho: “Por vezes, é de pessoas que ainda não têm muitos conhecimentos ou informação que vêm as ideias mais criativas”, acrescenta Vanessa Ribeiro. Enquanto alunos da pré-primária e do primeiro ciclo do ensino básico se entretiveram a recriar células em plasticina, as turmas de segundo e terceiro ciclos já puderam lidar com algumas atividades comparáveis às que se encontram em laboratórios científicos. Para os alunos do secundário, já houve o vislumbre sobre o que acontece em laboratórios como o CE3C. “Também é muito importante mostrar o que faz um cientista no dia-a-dia”, refere Susana Martins.
O espírito científico serviu de objetivo maior, mas os sete investigadores não se esqueceram também de dar a conhecer o que se aprende em Ciências ULisboa. “Estamos disponíveis para mais atividades deste género. É muito importante fazer chegar a ciência aos mais novos. Não se trata apenas de educar. Há também o objetivo de mostrar todo o potencial que a ciência pode ter nas vidas destas crianças e jovens”, conclui Susana Martins.

























