Artigo na Lancet Infectious Diseases

Vacina e infeção prévia por SARS-CoV-2 conferem proteção duradoura contra a Omicron BA.5

Comentários dos cientistas Luis Graça, Manuel Carmo Gomes e João Malato

ilustração SARS-CoV-2

Pormenor da ilustração SARS-CoV-2

Helena Pinheiro, iMM

Este trabalho foi realizado no iMM e pela DGS, em colaboração com investigadores do Centro de Estatística e Aplicações da ULisboa, da Ciências ULisboa e Los Alamos National Laboratory (EUA). Este trabalho foi financiado pelo programa Horizon 2020 Research and Innovation da União Europeia, pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e pelo National Institute of Health (EUA).

Um novo estudo liderado por Luís Graça, investigador principal Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (iMM) e professor catedrático da Faculdade de Medicina da ULisboa, e por Manuel Carmo Gomes, professor associado com agregação da Ciências ULisboa, ambos membros da Comissão Técnica de Vacinação contra a COVID-19 (CTVC) da Direção Geral de Saúde (DGS), publicado em janeiro na revista científica Lancet Infectious Diseases, mostra que a proteção conferida pela imunidade híbrida contra a subvariante de SARS-CoV-2 Omicron BA.5, obtida pela infeção de pessoas vacinadas, mantém-se até pelo menos oito meses após a primeira infeção.

Este estudo segue-se aos resultados publicados em setembro pelos mesmos investigadores na revista científica New England Journal of Medicine onde mostraram, através do estudo da população portuguesa largamente vacinada, que a infeção pelas primeiras subvariantes Omicron de SARS-CoV-2, em circulação em janeiro e fevereiro de 2022, conferia proteção considerável para a subvariante Omicron BA.5, que circula em Portugal desde junho e que continua a ser a variante predominante em muitos países. No entanto, a estabilidade da proteção conferida pela chamada imunidade híbrida, a imunidade conferida pela combinação da vacinação e infeção, não era ainda conhecida.

“Em setembro, tínhamos observado que a infeção pelas primeiras subvariantes Omicron conferia uma proteção para a subvariante BA.5 cerca de quatro vezes superior a pessoas vacinadas que não foram infetadas em nenhuma ocasião, mostrando a importância da imunidade híbrida para a proteção contra novas infeções. Agora mostramos que essa proteção conferida pela vacinação em conjunto com as infeções prévias é estável e mantém-se até pelo menos oito meses após a primeira infeção”, explica Luís Graça

À semelhança do estudo anterior, os investigadores usaram o registo dos casos de COVID-19 a nível nacional até setembro de 2022, especialmente completo devido à obrigatoriedade legal de registar todos os casos de infeção por SARS-CoV-2 para ter acesso a baixa médica nos dias de isolamento obrigatório.

“Usámos o registo nacional de casos de COVID-19 para obter a informação de todos os casos de infeções por SARS-CoV-2 na população com mais de 12 anos residente em Portugal. Os dados da população portuguesa permitem-nos concluir sobre a imunidade híbrida porque a vacinação abrangia já 98% da população estudada no final de 2021. A variante do vírus de cada infeção foi determinada tendo em conta a data da infeção e a variante dominante nessa altura”, explica Manuel Carmo Gomes.

“Com estes dados, calculamos o risco relativo de reinfeção ao longo do tempo em pessoas vacinadas com infeções prévias pelas primeiras subvariantes Omicron de SARS-CoV-2, o que nos permite concluir sobre o nível de proteção contra uma reinfeção. Percebemos que a proteção se mantém elevada oito meses após o contacto com o vírus”, explica João Malato, primeiro autor do estudo, a propósito dos cálculos efetuados.

“A proteção conferida pela imunidade híbrida é inicialmente de cerca de 90%, reduzindo-se ao fim de cinco meses para cerca de 70%, e mostrando uma tendência para estabilizar num valor de cerca de 65% ao fim de oito meses, por comparação com a proteção em pessoas vacinadas e não infetadas. Estes resultados mostram que a imunidade híbrida conferida pela infeção por subvariantes anteriores de SARS-CoV-2 em pessoas vacinadas é bastante estável”, acrescenta Luís Graça sobre a proteção conferida pela imunidade híbrida.

Este estudo mostra que a infeção por subvariantes anteriores do vírus SARS-CoV-2, que causa COVID-19, tem a capacidade de conferir proteção adicional comparando com a proteção conferida pela vacinação apenas e que esta proteção é estável.

O artigo “Stability of hybrid versus vaccine immunity against BA.5 infection over 8 months” é assinado por João Malato, Ruy M Ribeiro, Eugénia Fernandes, Pedro P Leite, Pedro Casaca, Carlos Antunes, Válter R Fonseca, Manuel Carmo Gomes e Luís Graça.

Comunicação iMM com GJ Ciências ULisboa e Divisão de Comunicação e Relações Públicas da DGS
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
Pormenor da radiogaláxia gigante MGTC J095959.63+024608.6, detetada com o radiotelescópio MeerKAT

A descoberta de duas novas galáxias gigantes na emissão no rádio sugere que muitas mais destas estruturas impressionantes estarão prestes a revelar-se, segundo um estudo internacional que contou com a colaboração do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço.

Agregação amilóide na doença de Alzheimer e mecanismos neuronais de proteção

“Estou muito grato por este reconhecimento que nos impele a fazer mais e melhor”, conta Cláudio M. Gomes, a propósito da menção honrosa que recebeu no âmbito dos Prémios Científicos Universidade de Lisboa/Caixa Geral de Depósitos 2019.

Reunião de coconstrução das Rotas da Caravana AgroEcológica no Instituto Politécnico de Viseu, em janeiro de 2020

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Jorge Buescu, professor do Departamento de Matemática da Ciências ULisboa, é vice-presidente da European Mathematical Society (EMS). É a primeira vez que um português é eleito vice-presidente da EMS. O mandato de Jorge Buescu começa em janeiro deste ano e termina no final de 2024.

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A redução de oxigénio nos oceanos é o fator com mais impacto negativo nos organismos marinhos. Esta é a principal conclusão de um estudo publicado na revista Nature Ecology and Evolution, liderado por membros do Laboratório Marítimo da Guia do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, polo da Ciências ULisboa, segundo comunicado de imprensa emitido esta segunda-feira.

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Professores, investigadores e alunos da Ciências ULisboa estão a estudar e desenvolver novos ambientes de programação inclusiva para crianças no LASIGE.

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2020 é um ano que ficará para a história por muitas razões relacionadas com a pandemia, mas também pelos avanços registados na ciência que estuda os fotões, particularmente na fotónica linear e não linear e cujos estudos foram publicados na Nature, Nature Photonics e Science e contaram com a colaboração teórica de Vladimir Konotop, professor do Departamento de Física e investigador do Centro de Física Teórica e Computacional da Ciências ULisboa.

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O livro “Alterações Climáticas Desafios para Portugal depois do Acordo de Paris” pretende mostrar a diversidade temática associada ao problema das alterações climáticas, e fornecer ao leitor interessado uma fonte acessível e em português, que lhe permita ficar a par dos desenvolvimentos mais recentes nas diferentes áreas abordadas.

Telhados fotovoltaicos

Definir um modelo genérico de laboratório vivo para as universidades - Living Lab Universitário -, adaptável ao resto da sociedade, é o grande objetivo do projeto europeu TR @ NSNET, que junta em consórcio a Ciências ULisboa, a Universidade da Beira Interior, a Université Toulouse III Paul Sabatier (UT3), a Université de La Rochelle, ambas em França e a Universidad Politecnica de Madrid, em Espanha.

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No ano letivo 2020/2021, todos os estudantes da Ciências ULisboa que tenham interesse e dúvidas sobre as carreiras da União Europeia poderão contactar Beatriz Rocha por email eucareers.fcul@gmail.com ou via Instagram! A aluna da Ciências ULisboa do 2.º ano de Biologia está disponível para aconselhar e explicar todo o processo de recrutamento na UE.

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“Weak tides during Cryogenian glaciations” da autoria de J. A. Mattias Green, Hannah S. Davies, João C. Duarte, Jessica R. Creveling e Christopher Scotese foi publicado esta sexta-feira, 4 de dezembro, na revista científica Nature Communications.

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Em Portugal a ULisboa continua a liderar o US News 2021 Best Global Universities Rankings. Na edição de 2021 foram avaliadas 1748 instituições.  "Não é com certeza estranho a esta subida o empenho de todos os que trabalham na nossa Faculdade em particular durante este ano pejado de tantas dificuldades”, comenta Pedro Almeida, subdiretor da Ciências ULisboa.

Pedro Castro

Pedro Castro desenvolve modelos e algoritmos com base em programação linear inteira mista. O investigador no DEIO e CMAFcIO Ciências ULisboa é um dos vencedores do Prémio Científico ULisboa/CGD 2019.

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Investigadores do LASIGE Ciências ULisboa e da Universidade de Londre apontam várias vantagens para a utilização do Twitter como fonte de notícias e alertas de cibersegurança, descritas num artigo realizado no âmbito do projeto DiSIEM, destacado como uma história de sucesso pela Comissão Europeia.

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