Campanha oceanográfica

Falha Glória

Primeiro estudo completo e sistemático

Navio oceanográfico alemão Meteor

A estrutura profunda anómala da Falha Glória foi descrita por Luís Batista, recentemente doutorado em Geologia por Ciências ULisboa. A campanha oceanográfica M162 – GLORIA FLOW durou um mês

Imagem cedida por JCD

O sismo de maior magnitude instrumentalmente medido no Atlântico Norte, Europa e África, com magnitude 8.4 na escala de Richter teve origem na Falha Glória e aconteceu em 1941.

“Pela 1.ª vez foi possível realizar um estudo completo e sistemático ao longo de um segmento da fronteira de placas Açores/Gibraltar”, diz João C. Duarte, professor do Departamento de Geologia (DG) da Ciências ULisboa, investigador do Instituto Dom Luiz (IDL) e um dos membros da equipa portuguesa presente na campanha oceanográfica M162 – GLORIA FLOW, realizada no Oceano Atlântico, ao longo daquele segmento da fronteira de placas, mais conhecido como Falha Glória, e que terminou no passado domingo, 5 de abril.

“Nas várias amostras que recolhemos do fundo do mar encontrámos várias dezenas de depósitos que marcam eventos que podem corresponder a grandes sismos”, conta João C Duarte, adiantando que quando os grandes sismos ocorrem geram-se geralmente grandes deslizamentos de terra submarinos que deixam um depósito muito típico, denominado turbiditos, que podem ser datados e permitem inferir quando é que os grandes eventos sísmicos ocorreram ao longo da Falha Glória e dar uma ideia do seu período de recorrência. “Basicamente a técnica consiste em enfiar um tubo nos sedimentos usando uma espécie de grande agulha com três a cinco metros. Estes tubos são depois trazidos para a superfície e abertos ao meio. É isso que se vê nas fotografias”, explica João C. Duarte.

Investigadores tratam as amostras recolhidas do fundo do mar
“Nas várias amostras que recolhemos do fundo do mar encontrámos várias dezenas de depósitos que marcam eventos que podem corresponder a grandes sismos”, conta João C Duarte
Fonte Pedro Nogueira

O objetivo principal desta campanha oceanográfica, liderada por Christian Hensen do GEOMAR - Helmholtz-Zentrum für Ozeanforschung e financiada pela agência alemã German Science Foundation (DFG), é compreender os processos geológicos que medeiam a circulação de fluidos subterrâneos no oceano profundo, particularmente a compreensão das relações entre a circulação de fluidos e a sismicidade e as interações da geosfera/biosfera/hidrosfera.

O segmento oriental da fronteira de placas Açores/Gibraltar, a sudoeste da Península Ibérica tem sido alvo de numerosos estudos de Geologia e Geofísica Marinha, nomeadamente no que diz respeito a processos tectónicos geradores de grandes sismos e de tsunamis, como o de 1755 e o de 1969.

A Falha Glória é um segmento de cerca de 900 km menos conhecido e cuja estrutura profunda anómala foi descrita por cientistas portugueses e alemães, nomeadamente Luís Batista, geólogo no Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), recentemente doutorado em Geologia por Ciências ULisboa.

Luís Batista também participou nesta missão, juntamente com um dos seus orientadores de doutoramento Pedro Terrinha, professor no DG Ciências ULisboa, chefe da Divisão de Geologia e Georrecursos Marinhos no IPMA e responsável nesta missão pela equipa de hidroacústica, nomeadamenteo na descrição geológica das sondagens de gravidade.

Durante o decorrer da campanha foram usados um conjunto de técnicas de amostragem indireta e direta da crusta oceânica profunda, nomeadamente sistemas de acústicos de prospeção, medição de propriedades térmicas da crusta, captação de imagens de vídeo e amostragem de sedimentos e fluidos.

Os sistemas acústicos não são potencialmente nocivos para os mamíferos marinhos, ainda assim, houve um grupo que os observou durante as experiências. Simultaneamente foram recolhidas amostras dos sedimentos para o estudo da componente biológica, com o objetivo principal de relacionar os ambientes estudados com as comunidades de nematodes marinhos de vida livre associados a estes sedimentos de mar profundo.

Navio Meteor
“Pela 1.ª vez foi possível realizar um estudo completo e sistemático ao longo de um segmento da fronteira de placas Açores/Gibraltar”, diz João C. Duarte
Imagem cedida por JCD

Outro objetivo desta campanha passa também por investigar um segmento chave do rifte da Terceira, uma estrutura tectónica a Nordeste do planalto dos Açores, que constitui um dos segmentos do ponto triplo que separa as placas litosféricas americana, euroasiática e africana. A estrutura profunda desta área foi recentemente alvo de estudo por Luís Batista no seu doutoramento, que além de ter sido supervisionado por Pedro Terrinha também foi orientado por Christian Hübscher, professor da Universidade de Hamburgo, na Alemanha. Neste local foram encontradas evidências de atividade hidrotermal anómalas.

A campanha oceanográfica M162 – GLORIA FLOW começou a 5 de março. A bordo do navio oceanográfico alemão Meteor participaram outros cientistas portugueses, alemães e de outras nacionalidades, destaque para os restantes membros da equipa portuguesa: Helena Adão e katarzyna Sroczynska, investigadoras do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente na Universidade de Évora e Pedro Nogueira, professor da Universidade de Évora e investigador no Instituto de Ciências da Terra.

Durante um mês foi possível recolher muitas amostras do fundo do mar. Para a equipa portuguesa o balanço desta campanha é por isso bastante positivo já que vai possibilitar a realização de vários trabalhos a médio e longo prazo, nomeadamente a publicação de artigos, a apresentação de resultados em congressos, a submissão de projetos ou o desenvolvimento de novos trabalhos académicos.

Ana Subtil Simões, Área de Comunicação e Imagem Ciências ULisboa com DG Ciências Ulisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
Imagem de uma figura feminina

Cláudio Pina Fernandes, coordenador do GAPsi Ciências ULisboa, escreve sobre a complexidade das emoções e alerta: "é importante termos estratégias que nos permitam regulá-las".

Navio oceanográfico alemão Meteor

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Artigo de opinião realça a importância dos jornalistas confirmarem as suas fontes

“Um estudo isolado pode sempre, ser, apenas uma coincidência, uma imperfeição estatística, um acaso”, escreve Tiago Marques, professor do DBA Ciências ULisboa e investigador do CEAUL, num artigo que realça a importância dos jornalistas confirmarem as suas fontes.

Ciências ULisboa vai criar um Centro de Testes à COVID-19

Ciências ULisboa vai criar um Centro de Testes (CT) à COVID-19 no seu campus, no Campo Grande, em Lisboa. Os testes de despistagem à COVID-19 deverão começar daqui a duas semanas consistindo, numa primeira fase, em cerca de 100 análises diárias, estando  também previsto a sequenciação e o rastreamento epidemiológico.

Imagem com um ponto de interrogação

Andreia Santos, psicóloga no GAPsi Ciências ULisboa, escreve sobre os diálogos internos que se manifestam numa sensação de urgência, insuficiência e falta de controlo, que são reflexo de um sentimento de culpa. Conheça algumas dicas que podem ajudar a lidar com estas dúvidas, que são tão comuns como naturais.

Imagem gráfica da rubrica Radar Tec Labs

Terceira rubrica Radar Tec Labs, dedicada às atividades do Centro de Inovação da Faculdade. A empresa em destaque é a Vawlt Technologies.

Imagem gráfica do projeto "O que faço aqui?"

Rodrigo Amaro e Silva, Patrícia Jordão, Sérgio Chozas, Ana Cristina Pires e Miguel Inácio são os primeiros entrevistados no âmbito do projeto “O que faço aqui?”, lançado recentemente nas redes sociais e no site da Faculdade.

Composição fotográfica alusiva à missão da Faculdade

“Portugal pode por isso estar certo de que, nesta época de crise, toda a comunidade da Ciências Ulisboa beneficia de um ambiente de trabalho seguro e sustentável, que não compromete a qualidade da sua missão”, escreve Pedro Almeida, subdiretor da Faculdade.

Tec Labs - Centro de Inovação Ciências ULisboa

No Tec Labs – Centro de Inovação e incubadora da Ciências ULisboa são várias as empresas, spin-off, proto-company e startups a trabalhar para encontrar soluções que ajudem doentes, profissionais, unidades hospitalares e autoridades governamentais nesta “luta”, que só poderá ser vencida pelo esforço conjunto.

Skype, Zoom e Houseparty são boas apostas para combinar eventos sociais

"Socializar por meio de momentos lúdicos, rir e partilhar ideias sobre novos projetos são excelentes formas de dirigir a nossa atenção para além da preocupação. Ajuda-nos a colocar o foco da nossa energia ao serviço daquilo que nos faz bem e sentirmo-nos ligados", escreve a psicóloga Andreia Santos.

Mapa

O Centro de Física Teórica e Computacional da Ciências ULisboa participa no desenvolvimento do mapa de risco de propagação da COVID-19 por contágio comunitário em Portugal, um projeto coordenado pelas Universitat Rovira i Virgili, em Tarragona, e Universidad de Zaragoza, em Zaragoza, ambas em Espanha e que em Portugal tem como parceiros a NOS, a Data Science Portuguese Association e a Closer Consulting.

Grupo de investigadores do HIT-CF Europe

Cerca de 502 pessoas com mutações raras de fibrose quística (FQ) foram recrutadas pelo projeto inovador HIT-CF Europe, financiado pela União Europeia através do Horizonte 2020 e que conta com a participação de Margarida Amaral, professora do Departamento de Química e Bioquímica da Ciências ULisboa, coordenadora do Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas (BioISI) e líder do grupo português neste consórcio.

Medicamentos

Ao longo dos últimos dias, vários colegas da Ciências ULisboa e de outras faculdades entraram em contacto com Manuel Carmo Gomes, professor do Departamento de Biologia Vegetal, manifestando disponibilidade para contribuir com o seu conhecimento e meios no auxílio à análise dos dados, modelação e projeção do futuro da epidemia.

O Conselho Pedagógico da Ciências ULisboa preparou um conjunto de orientações relacionadas com as ferramentas de apoio ao ensino à distância, disponíveis no site da Faculdade e que visam ajudar os professores, investigadores e alunos durante este período de tempo sem aulas presenciais, uma medida implementada no âmbito do Plano de Contingência em Ciências COVID-19.

Imagem gráfica associada ao Plano de Contingência em Ciências COVID-19

A Direção da Ciências ULisboa determinou um conjunto de medidas que pretendem contribuir para a contenção da propagação do novo coronavírus e que vigoram até ao próximo dia 27 de março, podendo ser ajustadas conforme a necessidade e a evolução da situação.

Reunião de arranque do Colégio POLAR2E

O POLAR2E tem como objetivo criar sinergias em áreas como as ciências da criosfera, a modelação climática, a ecologia de ambientes extremos, a deteção remota, a construção em ambientes extremos, a astrobiologia e a engenharia aeroespacial dentro da Universidade.

Grupo de campus ambassadors da Jerónimo Martins, de diferentes faculdades de todo o país

No ano letivo de 2019/2020, todos os estudantes da Faculdade com interesse e dúvidas quanto aos Young Talent Programmes da Jerónimo Martins (JM) poderão contactar Catarina Bernardo, por email ou via LinkedIn! A aluna finalista de Biologia da Faculdade está disponível para responder a dúvidas sobre as várias oportunidades da JM para jovens universitários.

Imagem gráfica da rubrica Radar Tec Labs

Segunda rubrica Radar Tec Labs, dedicada às atividades do Centro de Inovação da Faculdade. A empresa em destaque é a UpHill.

Na sequência das orientações da Direção-Geral da Saúde e procurando evitar desta forma alarmismos desnecessários, sem descurar uma atuação prudente e responsável, Ciências ULisboa elaborou o Plano de Contingência em Ciências COVID-19.

Primeira reunião do IDEA-FAST

Tiago Guerreiro, professor do DI e investigador do LASIGE Ciências ULisboa, participa no IDEA-FAST, um projeto inovador na área da saúde digital, com um orçamento de 42 milhões de euros.

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“O CEAUL tem pessoas com uma contribuição notável para a Estatística em Portugal”, escreve o investigador Tiago Marques, a propósito do último congresso da Sociedade Portuguesa de Estatística.

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Que espécies encontrarão os cadetes do NRP Sagres? Que informação se esconde na cor do mar? Estas são algumas das questões a que o CIRCULARES, um projeto de ciência cidadã irá responder durante a viagem de circum-navegação, que deverá terminar em janeiro de 2021.

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Ana Rita Carlos, investigadora no polo da Faculdade do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c) e antiga aluna da Ciências ULisboa, é uma das quatro jovens cientistas portuguesas premiadas na 16ª edição das Medalhas de Honra L’Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência, com um estudo sobre os mecanismos que desencadeiam as distrofias musculares congénitas.

José Cabrita Freitas e João Pinto Coelho integram o grupo de trabalho dedicado ao encandeamento por <i>laser</i> no visível, efeitos e proteção

José Cabrita Freitas e João Pinto Coelho, investigadores do Departamento de Física e do Laboratory of Optics, Lasers and Systems da Ciências ULisboa, foram distinguidos com o Scientific Achievement Award e com o SET Panel Excellence Award, pelo Conselho de Ciência e Tecnologia da NATO.

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Mais de 500 pessoas inscreveram-se no Encontro Nacional sobre Investigação em Alterações Climáticas, uma iniciativa organizada pela Ciências ULisboa em parceria com o IDL e a CML, no âmbito da Lisboa Capital Verde Europeia 2020. O acontecimento visa debater a melhor investigação em alterações climáticas que é realizada em Portugal. O programa integra oito sessões temáticas e uma sessão de posters, com 47 trabalhos.

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