Pedro Félix coordena projeto Newcumber

Os pepinos do mar

Investigadores do MARE Ciências ULisboa únicos atualmente a trabalhar a ecologia e aquacultura destes animais marinhos em Portugal

Pepino do mar

Os pepinos do mar cumprem uma importante função ecológica: reciclam a matéria orgânica dos sedimentos e redistribuem nutrientes

Seacucumber - Holothuria arguinensis

Os pepinos do mar são animais marinhos próximos das estrelas do mar e ouriços do mar e podem ser encontrados em quase todos os ecossistemas marinhos

Os pepinos do mar - espécies de equinodermes ainda muito desconhecidas - cumprem uma importante função ecológica: reciclam a matéria orgânica dos sedimentos e redistribuem nutrientes. O grupo de Pedro Félix, investigador do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE) e da Ciências ULisboa, é o único atualmente a trabalhar na ecologia e aquacultura de pepinos do mar em Portugal.

“Estas espécies são bastante suscetíveis à exploração excessiva e não regulamentada (captura fácil e recuperação lenta)”, diz Pedro Félix, cujo interesse pelos pepinos do mar surgiu com o reconhecimento de que a exploração de recurso centrada no Índico e Pacífico e posteriormente Mediterrâneo passou a ser um problema nacional, na medida em que o alto rendimento associado a este mercado levou ao interesse da sua exploração no Nordeste Atlântico. A depleção dos pepinos do mar tem impacte no fluxo energético dos ecossistemas marinhos.

Scripta manent. O que se escreve,fica, permanece.
"Mergulhar nos oceanos": reportagem da Rádio Renascença.

“Pelo facto de existir um fraco desenvolvimento científico acerca destes animais e ser um tema que requeria intervenção, este revelou-se um desafio que quisemos agarrar”, conta Pedro Félix, coordenador do projeto Newcumber, cofinanciado pelo Mar 2020 e por Portugal 2020 e pelo Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas. “É preciso regulamentar a pesca destes animais, coisa que não está feita. Estamos a recolher informação acerca da ecologia e biologia reprodutiva destas espécies para que se possa criar regulamentação específica informada e adequada”, esclarece Pedro Félix acrescentando ainda que também “é preciso fechar o ciclo destas espécies em cativeiro, ou seja, conseguir cultivar estes animais sem recurso a animais selvagens e encontrar meios para o cultivo sustentável”.

Pedro Félix concluiu o mestrado em Pescas e Aquacultura na Ciências ULisboa, é doutorado em Toxicologia pela TUDelft, na Holanda, e tem trabalhado em diversas componentes da ecologia e biologia de peixes e invertebrados, em Portugal e São Tomé e Príncipe, mas também na gestão de recursos pesqueiros através do desenvolvimento de estudos aplicados e interação com os vários agentes (comunidade piscatória, autoridades de gestão, entre outros).

A equipa Newcumber é diversa e multidisciplinar e inclui cientistas do MARE, do Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas (BioISI) e do Centro de Estatística e Aplicações da ULisboa (CEAUL). “A contribuição dos vários membros tem sido determinante para o desenvolvimento das várias atividades que vai desde a estatística ao cultivo de microalgas para a alimentação dos animais em cativeiro, passando pela bioquímica ou aquacultura”, conta Pedro Félix referindo ainda que o tema do projeto gerou interesse e motivação na comunidade de aquicultores e científica. Alguns ensaios de domesticação também superaram os objetivos do projeto. “Não estávamos à espera de chegar tão longe rapidamente, mas conseguimos reproduzir duas espécies artificialmente em cativeiro”, exemplifica.

Portugal tem pouco espaço útil para o cultivo extensivo de pepinos do mar. Os tanques de cultivo onde estas holotúrias podiam ser integradas com outras não têm as condições ideais para o efeito. O grupo de Pedro Félix pretende criar ferramentas para remediar situações de depleção de populações por sobrepesca ou perda de habitat, nomeadamente encontrar formas alternativas de cultivo sustentável.

“É importante desenvolver estas ferramentas porque as medidas de conservação não são sempre eficazes, principalmente no que diz respeito a espécies suscetíveis. Usando como exemplo casos de sobre-exploração e até extinções locais, devemos evitar chegar a esse ponto, espelhado nas espécies tropicais do Indo-Pacífico”, alerta Pedro Félix que pretende fazer deste tópico uma linha de investigação: “Precisamos de continuidade e de uma equipa fixa e especializada. Por isso, os próximos passos são a obtenção de financiamento. Há muito a fazer, quase tudo na verdade, e quanto mais respostas obtemos, mais perguntas e desafios surgem”.

 

 

Ana Subtil Simões, Área Comunicação e Imagem Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
Auditório com pessoas

Este ano, na 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao ensino superior concorreram aos 16 cursos da Faculdade 5086 candidatos, tendo sido colocados 872 novos alunos em Ciências ULisboa, 527 em 1.ª opção. Até 5 de setembro decorre a apresentação da candidatura à 2.ª fase. A sessão de boas-vindas aos novos alunos de 2023/2024 acontece no dia 18 de setembro.

abelha mumificada

Um novo estudo publicado na revista internacional Papers in Paleontology dá conta da descoberta de centenas de abelhas mumificadas no interior dos seus casulos, num novo sítio paleontológico descoberto no litoral de Odemira.

mural

Há um novo mural no campus da Faculdade, para apreciar junto à FCULresta, que celebra os dois anos corridos desde a primeira semente lançada. "Só em Portugal, inspirados também pela FCULresta, foram criados ou melhorados um total de 6 espaços verdes resilientes" escrevem os responsáveis pelo projeto, neste artigo de opinião sobre a minifloresta. 

ratinho ruivo

O ratinho-ruivo (Mus spretus) aprende a identificar que novos alimentos é seguro incluir na sua alimentação através do cheiro presente no hálito de outros ratinhos da sua espécie, segundo o artigo “Interaction time with conspecifics induces food preference or aversion in the wild Algerian mouse”, da autoria das cientistas Rita S. Andrade, Ana M. Cerveira, Maria da Luz Mathias e Susana A. M. Varela, publicado em agosto na revista Behavioural Processes.

vista de uma ilha para outra (Açores)

O Prémio Frederico Machado 2022-2023, o primeiro de índole científica a ser atribuído nos Açores, foi ganho pelas equipas lideradas por Mariana Andrade, aluna da Ciências ULisboa e investigadora do Instituto Dom Luiz (IDL), na área das Geociências, e por Pedro Afonso, investigador do Instituto de Investigação em Ciências do Mar da Universidade dos Açores (OKEANOS), na área das Ciências do Mar.

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O primeiro Relatório de Sustentabilidade da Ciências ULisboa resulta da monitorização e análise de um conjunto de atividades enquadradas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), entre 2019 e 2021.

banner do evento

A EUPVSEC 2023 realiza-se de 18 a 22 de setembro de 2023, no Centro de Congressos de Lisboa. João Serra, professor do Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia da Ciências ULisboa, foi novamente convidado a ser o chairman da maior e mais importante conferência europeia dedicada à energia fotovoltaica. 

copa das arvores vista de baixo

Já são conhecidos os três vencedores da edição de 2023 do Prémio de Doutoramento em Ecologia Fundação Amadeu Dias, um prémio da Sociedade Portuguesa de Ecologia (SPECO) e da Fundação Amadeu Dias que procura valorizar o trabalho de recém doutorados ao longo do seu programa doutoral. No pódio estão duas alumnae da Ciências ULisboa.

apresentação do livro

Foi concluído recentemente o projeto “Aqua – O uso eficiente da água nos jardins da idade moderna”, um trabalho interdisciplinar que cruza as áreas da História da Ciência, a Engenharia Hidráulica e a Arquitetura Paisagista.

uma rapariga e um rapaz

Todos os anos a Faculdade atribui diplomas e prémios de mérito académico aos seus estudantes, com o apoio de várias entidades e empresas, que valorizam a missão da Faculdade e que passa por investigar, ensinar e estimular a transferência do conhecimento e da inovação e a abertura à sociedade civil.

Exoplaneta e núvens

A Agência Espacial Europeia validou o desenho dos instrumentos científicos da missão Ariel, que conta com a participação do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço. A missão vai observar a composição química de mil planetas em órbita de outras estrelas, e transformar a compreensão sobre como se formam e evoluem os sistemas planetários.

foto de grupo

No passado dia 26 de julho o Tec Labs - Centro de Inovação recebeu a visita de uma comitiva de representantes da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, Brasil, com o objetivo de conhecer em profundidade o ecossistema de empreendedorismo e inovação nacional e os seus principais stakeholders.

árvores no campus da Faculdade

Ciências ULisboa vai implementar no ano letivo de 2023/2024 o projeto “Ciências em Harmonia”. Comprometida com o bem-estar da sua comunidade estudantil e a promoção de competências individuais e sociais dos seus estudantes, a Faculdade vai procurar dar resposta a uma preocupação: a do bem-estar no ensino superior, envolvendo toda a comunidade académica na celebração da diversidade e promoção de inclusão. As atividades têm início já em setembro e vão prolongar-se durante todo o ano letivo.

logotipo do CWTS

ranking de Leiden, que avalia a produção científica de instituições de ensino superior a nível mundial, posicionou a ULisboa na liderança da Península Ibérica, colocando-a na 28.ª posição na Europa e no 131.º lugar a nível mundial.

enguia

No dia 26 julho, pelas 16h00, decorrerá na Ciências ULisboa a sessão de encerramento do projeto “Livro Vermelho e Sistema Nacional de Informação dos Peixes Dulciaquícolas e Diádromos de Portugal Continental”. O novo Livro Vermelho revela que os peixes de água doce e migradores diádromos se encontram numa situação preocupante.

3 raparigas a apontarem para um ecrã num laboratório

Acontece este ano mais uma edição do “Ser Cientista”. A 8.ª edição do programa, que decorre entre os próximos dias 24 e 28 de julho, visa proporcionar aos alunos do ensino secundário uma aproximação à realidade da investigação científica, pela integração no dia-a-dia dos cientistas de diferentes áreas de Ciências.

António Costa, Elvira Fortunato e Salomé Pais

Salomé Pais foi galardoada com a Medalha de Mérito Científico 2023, durante o Encontro com a Ciência e a Tecnologia em Portugal, decorrido no início de julho em Aveiro. Para a professora catedrática aposentada do Departamento de Biologia Vegetal da Ciências ULisboa esta distinção “simboliza o reconhecimento de uma vida dedicada à ciência”.

imagem de divulgação da exposição Mirabilia

É hoje inaugurada a exposição Mirabilia “Coisas Admiráveis”, que decorre no âmbito das comemorações dos 10 anos da ULisboa e do Dia da Universidade de Lisboa. A exposição integra objetos “admiráveis” das 18 escolas da ULisboa, entre eles um telescópio utilizado por um equipa da Ciências ULisboa na campanha internacional de observação “Venus Twilight Experiment”.

costa maritima

Carlos Antunes, foi nomeado vogal de reconhecido mérito da Comissão de Domínio Público Marítimo, um órgão consultivo da Autoridade Marítima Nacional que estuda e emite pareceres sobre os assuntos relativos à utilização, manutenção e defesa do domínio público marítimo.

Šima Krtalić

Šima Krtalić, aluna de doutoramento da Ciências ULisboa, afiliada ao projeto Medea-Chart, ganhou recentemente a décima edição do prémio "Imago Mundi" 2023 da referida revista académica, destinado a homenagear o melhor artigo em História da Cartografia.

Várias pessoas num sala

Ciências ULisboa participou na 3.ª edição do roadshow EA-IDEIA - Estrutura de Acompanhamento da Investigação, Desenvolvimento, Experimentação e Inovação da Armada, organizado pela Marinha Portuguesa.

Pedro Machado

Pedro Machado, investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) e professor da Ciências ULisboa, foi homenageado pelo Grupo de Trabalho para a Nomenclatura de Pequenos Corpos (WGSBN) da União Astronómica Internacional (IAU), com a atribuição do seu nome a um asteroide, que tem quase três quilómetros de diâmetro e demora quatro anos e meio a dar uma volta ao Sol.

ave a voar em cima do mar

Um novo estudo internacional sobre a análise do risco de exposição ao plástico por aves marinhas identifica o Mediterrâneo como a região de maior risco a nível global. O artigo foi publicado na revista científica Nature Communications e conta com 18 cientistas portugueses, entre eles quatro investigadores da Ciências ULisboa.

foto dos tres finalistas

Filipa Rocha, estudante de doutoramento na Ciências ULisboa, alcançou o 2.º lugar do Prémio Jovens Inventores 2023, atribuído pelo Instituto Europeu de Patentes. O prémio corresponde a um valor pecuniário de dez mil euros. A cerimónia de entrega de prémios decorreu esta manhã, em Valência, Espanha.

fotografia de grupo

Foi assinado um protocolo de cooperação entre Ciências ULisboa, a FCiências.ID, o cE3c e a empresa dinamarquesa Copenhagen Infrastructure Partners, que visa a investigação e mitigação dos impactos da exploração eólica offshore ao largo da Figueira da Foz.

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