Década de 1960

Um retrato da Zoologia

Evocações sobre Entomologia no Museu Bocage e na Faculdade

Galeria da fauna marinha (maioria tropical), anos 1950/1960

Galeria da fauna marinha (maioria tropical), anos 1950/1960

Imagem cedida por JAQ
José Alberto Quartau
José Alberto Quartau
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A história das minhas impressões da Faculdade, ao tempo ainda na Rua da Politécnica, quando se deu a minha iniciação entomológica no Museu Bocage, bem como a minha entrada como assistente na Zoologia, é uma viagem à marcante década de 60, com ênfase no período de 1965/1968, e também uma partilha de evocações sobre a nossa Faculdade desses tempos. Irei abordar três aspectos: o contexto geral desses tempos; um retrato da Zoologia na então Faculdade e no Museu Bocage; e os meus primeiros passos em Entomologia no Museu e na Faculdade.

O contexto geral desses tempos

Portugal era nessa década de 60 um país de contrastes, por um lado tristemente atrasado e pobre, de fortes constrangimentos de ordem política, isolado internacionalmente e ensombrado pela guerra colonial.

António Lobo Antunes, por exemplo, deixou-nos um retrato intimista desse ambiente sombrio, através de tocantes epístolas que escreveu a sua mulher, quando cumpria o serviço militar em Angola. Para quem tiver curiosidade, um must ler as suas “Cartas da Guerra: d´este viver aqui neste papel descripto” (Dom Quixote, 2005).

Sala dos Mamíferos (maioria africana), anos 1950/1960
Sala dos Mamíferos (maioria africana), anos 1950/1960
Imagem cedida por JAQ

 Por outro lado, eram também os tempos áureos da “nouvelle vague” de Godart e de Truffaut, do movimento hippie e do Maio de 68. E também dos Beatles e dos Rolling Stones, da música e da cultura libertária pop, que, por exemplo, a flamboyant Londres dos “swinging years of the sixties” nos exportava e de que era o epicentro.

Também na Biologia muita coisa acontecia lá fora. Apenas dois marcos. A Genética dava passos acelerados no sentido molecular, como mostrava o célebre livro de texto de James Watson “Molecular Biology of the Gene” (W.A. Benjamin, N.Y., 1965), aliás, que o professor José Pinto-Lopes nos recomendou nesse mesmo ano, ao dar-nos Genética na discilina de Biologia. Por outro lado, a Ecologia tornava-se definitivamente experimental, adoptando a modelação matemática. Era a ainda hoje celebrada obra “The Theory of Island Biogeography” (Princeton Univ. Press, 1967), da co-autoria do genial Robert MacArthur, infelizmente tão cedo desaparecido, e do não menos brilhante Edward O. Wilson, o entomologista que haveria mais tarde de criar o termo Biodiversidade e de continuar a agitar a respectiva bandeira ainda nos dias de hoje.

Mas a realidade intramuros era outra e, naturalmente, a questão recorrente (especialmente para nós os rapazes), era se estávamos a concluir uma licenciatura para depois andar aos tiros numa guerra colonial, o que não fazia qualquer sentido para mim. Esta toldada ambiência ficou ilustrada no nosso Livro dos Finalistas (1967), através das caricaturas feitas pelo Francisco Zambujal (grande cartoonista de futebol da altura), em que vários como eu fomos retratados com uma bazuca aos ombros.

Um retrato da Zologia na então Faculdade e no Museu Bocage

Na nossa Faculdade desses tempos, então ainda localizada na antiga Politécnica, a Zoologia e a Antropologia constituíam uma entidade híbrida, de grande interpenetração de espaços, estruturas e até atribuições. Por um lado, com a componente de ensino da Faculdade – o designado 3.º Grupo da 3.ª Secção das Ciências Histórico-Naturais - e, por outro, com a do Museu Bocage.

Vejamos em primeiro lugar o ensino. Em 1963, como aluno do 1.º ano, a nossa licenciatura era ainda a da reforma de 1930. Designava-se por Ciências Biológicas. Comportava apenas quatro anos, sem a oferta de quaisquer cadeiras optativas, estágio, ou qualquer especialização. Não haviam ainda mestrados.

A situação melhorou um pouco logo no ano seguinte (1964), com a promulgação de nova reformulação para cinco anos de escolaridade. Já incluía então um seminário final e esta nova licenciatura, designada por Biologia tout court, passava a dar o título profissional de biólogo.

Mas fora apenas uma reforma no papel. Faltavam laboratórios e equipamento condignos para uma Biologia moderna e experimental, como aliás há muito se fazia lá fora. Por outro lado, a nossa universidade continuava ainda sujeita ao modelo do controlo estatal, herdado de obsoleta matriz napoleónica.

Sentia-se, nestas circunstâncias, uma atmosfera de desconforto e de urgente necessidade de renovação. Foi como reacção, que na nossa Faculdade arrancou em 1967, ainda que subtil e timidamente, um movimento de reflexão sobre o que deveria mudar na universidade portuguesa. A iniciativa partiu de alguns docentes avant-garde e, naturalmente, à revelia da tutela. Eu próprio, um segundo assistente “débutant”, participei na comissão ad hoc coordenada pelo professor José Pinto-Lopes e intitulada “Relações Universidade-Instituições de Investigação”. Como resultado, produzi em 1969 um documento intitulado “Relações Faculdade de Ciências - Missão de Estudos Agronómicos do Ultramar". Esta Missão era um laboratório de investigação com sede na Tapada da Ajuda e onde trabalhei em Entomologia no ano 1967/1968.

Foram tempos inspiradores que vieram ao encontro das aspirações e necessidades há muito sentidas pelos académicos e alunos. Foi um movimento universitário espontâneo que certamente terá acelerado a chamada “reforma Veiga Simão de 1970”.

Laboratório de Fisiologia e, mais tarde, de Zoologia Sistemática, conhecida pelos alunos como a “sala esticadinha” (décadas de 1940/1960)
Laboratório de Fisiologia e, mais tarde, de Zoologia Sistemática, conhecida pelos alunos como a “sala esticadinha” (décadas de 1940/1960)
Imagem cedida por JAQ

Era então o corpo docente da Zoologia bastante reduzido  –  pouco mais de meia dúzia de docentes entre catedráticos e assistentes (não tínhamos professores extraordinários). Eram catedráticos: o professor Germano da Fonseca Sacarrão, um grande embriologista, então director da Faculdade e do Museu Bocage, e quem viria ter papel crucial na escolha do meu rumo; e o professor José Antunes Serra, um brilhante geneticista que havia precedido Sacarrão na direcção do Museu.

Por outro lado, eram assistentes: Carlos Alberto da Silva Almaça, que havia concluído o doutoramento em 1967 com uma moderna abordagem à taxonomia e evolução de peixes ciprinídeos de água doce (género Barbus), sendo já primeiro assistente; e, depois, quatro segundos assistentes, Lucinda do Carmo Conceição da Mata, Margarida da Serra Cardigos, Maria do Carmo Amaral de Lemos e Maria del Pilar Sottomayor de Castro Fernandes.

Curioso relembrar que no nosso Livro dos Finalistas (1967), para além do registo das nossas caricaturas, dedicámos versos em tom jocoso aos nossos professores, como era tradição na altura.

Duas palavras sobre o Museu Bocage e a Entomologia

No período em análise este Museu era, como já dissémos, um estabelecimento anexo à Universidade de Lisboa, compartilhando espaços com o Grupo da Zoologia e Antropologia (3.º Grupo da 3.ª Secção).

Havia desde o século XIX incorporado as colecções zoológicas da Academia das Ciências e fora oficialmente designado em 1905 como Museu Bocage, em honra do seu primeiro director, o professor José Vicente Barbosa du Bocage (1823-1907). Este notável naturalista teve papel primordial, ao ali dirigir, montar e ordenar as colecções do Museu. A ele se deve o estudo de muito material zoológico africano, especialmente de Angola, obtido pelos naturalistas-exploradores do século XIX, como José de Anchieta, Francisco Bayão, Serpa Pinto, Hermenegildo Capelo, Roberto Ivens ou Frederico Welwitsch. A José de Anchieta (1832-1897), por exemplo, se ficou a dever riquíssimo material zoológico angolano, depositado no Museu Bocage, especialmente de Aves, Répteis, Anfíbios e Insectos. Materiais obtidos com verdadeira paixão e inquebrantável esforço durante 33 anos pelos sertões de Angola, onde aliás faleceu e está sepultado (Caconda).

Deveras trágico é relembrar que todo este riquíssimo património se tenha perdido totalmente durante o terrível incêndio de 18 de Março 1978.

Na altura em que conheci os bastidores do Museu Bocage, em 1967, as imponentes galerias e salas de exposição eram ainda muito ao gosto da passada época vitoriana. Mantinham um espírito vincadamente colonial, com as vitrinas e salas repletas de exemplares na sua maioria tropicais e provenientes do Ultramar.

Também incontornável é não recordar os naturalistas de então. Em primeiro lugar, José de Almeida Fernandes, entomologista desde 1957 e com obra relevante sobre vários insectos do país (Ortópteros, Dermápteros e Dictiópteros). Foi ele quem metafórica e literalmente me abriu as portas da Entomologia e do Museu. Estou-lhe profundamente grato por isso. Recordo, depois, os naturalistas já falecidos. Luís Vieira Caldas Saldanha, a acabar então a sua tese de doutoramento, e, mais tarde, professor e investigador de grande prestígio em Biologia Marinha e em Oceanografia Biológica. A ele se deve também a reactivação e o reapetrechamento do Laboratório Marítimo da Guia, em Cascais. E também Maria Morais Nogueira, uma especialista em Pantópodes, um grupo marinho, bem como o então auxiliar de naturalista António Augusto Soares, na altura ainda não licenciado e mais tarde um ornitólogo consagrado.

Comparado com o que é hoje, o Museu Bocage tinha na altura uma surpreendente diversidade de funcionários de apoio, a saber: uma desenhadora, seis preparadores (alguns com funções bibliotecárias), um colector, um mecânico, dois artífices, quatro guardas de 1.ª classe e ainda cinco contínuos de 1.ª e 2.ª classes. Um verdadeiro luxo! Dadas as inter-relações estreitas com a componente de ensino (o 3.º Grupo da 3.ª Secção), muitos destes funcionários prestavam também apoio aos docentes e alunos, nomeadamente na colheita de material zoológico para as aulas e nas saídas de campo.

Exposição de Aves (anos 1950/1960)
Exposição de Aves (anos 1950/1960)
Imagem cedida por JAQ

Façamos agora uma breve referência à Entomologia. Desde finais do séc. XIX que pelo Museu passaram quatro ilustres naturalistas que trabalharam em Entomologia: Mattozo dos Santos (1849-1921), que ocupou a regência da Zoologia após a jubilação do professor Barboza du Bocage (1823-1907). Legou-nos trabalhos sobre Odonatos, Dermápteros e Lepidópteros com ocorrência em Portugal; Albert Girard (1860-1914), que nos deixou contribuições sobre os Insectos de Angola e das Berlengas, bem como dos Odonatos de Portugal continental; Carlos França (1877-1926), parasitologista de grande prestígio internacional devido às suas investigações sobre insectos ligados à saúde pública, nomeadamente os vectores do kala-azar (Phlebotomus). Entre diversas outras instituições, foi naturalista no Museu de 1919-1922 e muito justamente tem sido considerado o pioneiro da nossa Entomologia médica; Anthero de Seabra (1874-1952) estagiou ainda jovem no Museu de História Natural de Paris (1894-1897) e foi depois naturalista do Museu Bocage de 1918-1921, tendo trabalhado também em diversas outras instituições, nomeadamente no Museu Zoológico da Universidade de Coimbra. Reuniu até hoje talvez a mais completa colecção geral de insectos com ocorrência em Portugal, incluindo os de maior importância agrícola e florestal. Possivelmente terá sido o nosso maior entomologista de sempre.

Tinham de passar cerca de três décadas para que o Museu Bocage tivesse a partir de 1957 outro entomologista com actividade relevante, o naturalista Almeida Fernandes.

Os meus primeiros passos em Entomologia no Museu e na Faculdade

Tudo se passou em 1966 nas práticas de Zoologia Sistemática, uma disciplina do 3.º ano. As teóricas foram dadas por Carlos Almaça, ainda não doutorado, e as práticas por Maria del Pilar.

Naquele tempo faziam-se dissecções e seguíamos o compêndio de Ernst Matthes – Guia de Trabalhos Práticos de Zoologia (Atândida, Coimbra, 1959). O capítulo dos insectos constava da dissecção da barata oriental, que o livro sugeria ser de fácil obtenção nas padarias. Obviamente ainda não havia a ASAE! Ou porque era difícil obter elevado número de baratas, ou por qualquer razão freudiana, o certo é que nos deram não uma barata, mas um coleóptero aquático, cuja anatomia era naturalmente diferente da descrita por Matthes.

Parece que consegui desenvencilhar-me e interpretei minudências anatómicas, coisas como o papo, os cecos, os músculos aliformes, e outras coisas assim estranhas. Creio que foi especialmente por esta razão que Pilar me recomendou a Almeida Fernandes, naturalista do Museu como já vimos, e que há muito procurava alunos que pudesse iniciar nas artes da Entomologia.

O naturalista António Soares, logo após o incêndio de 18 de Março de 1978
O naturalista António Soares, logo após o incêndio de 18 de Março de 1978
Imagem cedida por JAQ

Foi assim que passei a frequentar os bastidores do Museu nas horas livres, mais tarde acompanhado pelo nosso colega Pedro Duarte Rodrigues, que também se revelara com inclinação para a Entomologia. Ali acabámos por realizar um verdadeiro estágio voluntário, sui generis, sob orientação de Almeida Fernandes, e que originou uma publicação científica em co-autoria no Boletim da Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais“ (Contribution à la connaissance des Cicadellidae du Portugal, 1969, vol. 12: 187-207).

Entretanto surgiu a oportunidade de trabalhar na Missão dos Estudos Agronómicos do Ultramar (organismo da Junta de Investigações do Ultramar), instalada na Tapada da Ajuda. Ali comecei de imediato a estudar os insectos com importância agrícola de Cabo Verde, de que resultou a descrição de duas novas espécies para a Ciência na revista Arquivos do Museu Bocage (Two new species of genus Batracomorphus Lewis from the Cape Verde Islands (Homoptera, Cicadellidae), 1968, vol 2 (1): 1-8.).

Caricatura
Caricatura do autor
Fonte Livro dos Finalistas, 1967

Finalmente, numa das minhas visitas à Faculdade no ano de 1968, encontrei casualmente o professor Sacarrão que, de forma súbita e inesperada, me convidou a meter os papéis para segundo assistente, certamente por reconhecer a minha já alguma experiência e gosto pela Entomologia. Apanhado de surpresa, agradeci e contei-lhe que já estava a trabalhar numa Missão da JIU, onde apreciava o que estava a fazer, pedindo-lhe uns dias para reflectir.  Porém, era difícil recusar convite tão inopinado como aliciante, pelo que acabei por concorrer, tendo sido, assim, que entrei para a nossa Faculdade.

Termino, usando a expressão já glosada por outros “contistas”: “Bom, era esta a história que tinha para vos contar. Muito obrigado por a terem partilhado comigo!”

Nota de redação: O autor não segue o atual Acordo Ortográfico.

José Alberto Quartau, professor do Departamento de Biologia Animal e investigador do cE3c do polo de Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
Representação de cinco estrelas e de braço humano

Os rankings “Times Higher Education (THE) World University Rankings 2024 by Subject”, “QS World University Rankings by Subject 2023” e “ShangaiRanking’s Global Ranking of Academic Subjects 2023” atribuem à ULisboa posições de destaque nas áreas de ensino e investigação da Faculdade.

Bombeiro e participante a apagar um fogo com extintor no campus

Em outubro, Ciências ULisboa organizou um conjunto de ações de sensibilização dedicadas à segurança no campus da Faculdade. A iniciativa “Ciências em Segurança”, promovida pela Associação de Estudantes, contou com a ajuda do Gabinete de Segurança, Saúde e Sustentabilidade  e do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa. 

Catarina Frazão Santos

O Conselho Europeu de Investigação atribui bolsa de arranque, no valor de 1,499,819.00 euros, a Catarina Frazão Santos, investigadora e docente no Departamento de Biologia Animal da Ciências ULisboa e investigadora integrada no Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, pelo seu projeto “Planeamento do Uso Sustentável do Oceano na Antártida num contexto de Alterações Ambientais Globais (PLAnT)”.

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"Este acontecimento é uma oportunidade para divulgar e celebrar a qualidade da investigação e da inovação desenvolvidas na Ciências ULisboa”, diz Margarida Santos-Reis, subdiretora da Faculdade para a área da investigação, a propósito da 5.ª edição do Dia da Investigação e Inovação.

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"A realização de determinadas funções biológicas é explicada como efeito de uma “computação natural” executada pelo organismo. O objetivo destes programas é, como bem exemplificado por este recente artigo de Joshua Bongard e Michel Levin, promover uma confluência entre biologia e engenharia", escreve Lorenzo Baravalle, investigador do Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa.

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Pegadas de dinossauros com 195 milhões de anos foram descobertas em Alvaiázere, no distrito de Leiria, sendo as mais antigas da Península Ibérica, segundo estudo publicado na revista científica Historical Biology. Carlos Neto de Carvalho, investigador do Instituto Dom Luiz, é um dos autores do trabalho.

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A 4.ª edição do acontecimento organizado pela Associação Portuguesa de Estudantes de Física (Physis), em colaboração com IA Ciências ULisboa e o Núcleo de Física e de Engenharia Física (NFEF) da Ciências ULisboa começou esta sexta-feira, dia 13 de outubro, no campus da Faculdade e termina este domingo, dia 15. Um dos pontos altos do programa é o debate “Há futuro na exploração espacial?”.

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A Ciências ULisboa conta com 26 investigadores colocados nos rankings “World’s Top 2% Scientists”, de acordo com o mais recente estudo publicado pela Elsevier, comprovando a relevância da sua produção científica.

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O Nobel da Química de 2023 foi atribuído conjuntamente a Moungi G. Bawendi, Louis E. Brus e Alexei I. Ekimov, pelo trabalho que levou à descoberta e ao desenvolvimento de pontos quânticos, nanopartículas tão minúsculas que o seu tamanho determina as suas propriedades, segundo comunicado oficial da Real Academia das Ciências da Suécia.

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A 2 de outubro de 2023 o Prémio Nobel da Fisiologia e Medicina foi atribuido a Katalin Karikó e Drew Weissman por descobertas biotecnológicas subjacentes à formulação das vacinas de mRNA (RNA mensageiro) para COVID-19. Em todo o mundo, mais de três mil milhões de pessoas receberam pelo menos duas doses destas vacinas (vacinas Comirnaty da Pfizer e Spikevax da Moderna). Em Portugal, cerca de sete milhões de pessoas receberam pelo menos três doses.

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O Nobel da Física de 2023 foi atribuído a três físicos europeus - Pierre Agostini, Ferenc Krausz e Anne L'Huillier -, a trabalhar nos EUA, Suécia e Alemanha. Reconhece os trabalhos pioneiros relativos à produção de luz decorrentes da interacção entre electrões e atómos foto-ionizados por laser, através da geração de um número elevado de harmónicas de ordem elevada que, em conjunto, e em condições de fase relativas adequadas (phase matching) podem dar origem a trens de impulsos luminosos com durações de ato-segundo (1 as = 10-18 s).

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Novo estudo publicado na revista Zoological Journal of the Linnean Society descreve um novo dinossáurio saurópode que viveu na Península Ibérica há 122 milhões de anos. Esta nova espécie de dinossáurio, apelidada de Garumbatitan morellensis, foi descrita a partir de restos descobertos em Morella (Castelló, Espanha) por uma equipa de paleontólogos portugueses e espanhóis e permitiu ampliar a diversidade de dinossáurios conhecida num dos melhores registos fósseis do Cretácico Inferior da Europa.

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Um novo estudo desenvolvido por investigadores da Ciências ULisboa e do Instituto Dom Luiz com a colaboração de parceiros em França (Mines Paris - PSL) e Luxemburgo (LIST), publicado na revista Progress in Photovoltaics: Research and Applications, explora o potencial em ambiente urbano de veículos solares em 100 cidades em cinco continentes.

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18 de setembro foi o primeiro dia de aulas para mais de 800 novos alunos matriculados nas licenciaturas da Ciências ULisboa na 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso. A sessão de boas-vindas aos novos alunos decorreu às 11h30, no auditório 3.2.14.

Luís Fernando Marques Mendes foi um biólogo inteiramente dedicado à Entomologia, desde que se licenciou em 1971 pela Ciências ULisboa. Faleceu na passada quinta-feira, 14 de setembro, após prolongada doença. A Faculdade lamenta o triste acontecimento, apresentando as condolências aos seus familiares, amigos e colegas.

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A descoberta de fósseis extremamente raros, que representam as primeiras evidências de peixes de águas profundas, atrasa a invasão da planície abissal em 80 milhões de anos. Estas descobertas foram publicadas este mês num novo estudo na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Grupo de pessoas

A 13ª Conferência Internacional SedNet - Continuum Sedimentar: aplicando uma abordagem de gestão integrada realizou-se na Ciências ULisboa, entre 5 a 9 de setembro. O programa intensivo de cinco dias começou com workshops sobre a gestão dos sedimentos a diferentes níveis, incluiu apresentações e uma visita de campo ao Porto de Lisboa e às dunas e praias de Cascais.

O Departamento de Matemática da Ciências ULisboa e o Museu Nacional de História da Ciência juntam-se numa homenagem que marca o centenário do nascimento do professor João Santos Guerreiro, a realizar no próximo dia 23 de setembro, entre as 14h00 e as 18h00, no Anfiteatro Manuel Valadares, no MUHNAC.

peixes

Os organismos estão a tornar-se mais pequenos através de uma combinação de substituição de espécies e mudanças dentro das espécies: trata-se da conclusão de um novo estudo publicado na revista Science, que analisou dados de todo o mundo dos últimos 60 anos e de diversas espécies de animais e plantas.

Filipe Rosas

​Filipe Rosas é o novo coordenador do Instituto Dom Luiz (IDL).

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Portugal obteve uma medalha de prata e três medalhas de bronze na 16.ª edição da International Earth Science Olympiad (IESO 2023), que assinala a 8.ª participação portuguesa. A SGP e a CNOG agradecem à Faculdade o apoio científico prestado no âmbito do programa de preparação da equipa portuguesa para a 16.ª edição da IESO.

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