Por Ricardo Almendra (CEGOT - Centre of Studies on Geography and Spatial Planning & Department of Geography and Tourism, Faculty of Arts and Humanities of the University of Coimbra).
Abstract: O excesso de mortalidade e morbilidade durante o inverno é um fenómeno comum aos países europeus apresentando, no entanto, importantes desigualdades espaciais. Evidência científica refere que a sazonalidade da mortalidade advém dos impactos de temperaturas adversas na saúde. A vulnerabilidade ao frio resulta de um vasto conjunto de fatores biológicos, epidemiológicos, socioeconómicos e comportamentais e traduz-se em impactos significativos para a saúde, sendo fundamental medir as variações sazonais das doenças e compreender os fatores que explicam a desigualdade espacial da vulnerabilidade ao frio. Pretende-se assim analisar e quantificar o impacto do desconforto térmico associado ao frio e caracterizar os fatores que contribuem para o aumento da vulnerabilidade ao frio em Portugal. Verificou-se que, em Portugal, a vulnerabilidade ao frio está associada às condições habitacionais e socioeconómicos da área de residência. Na Área Metropolitana de Lisboa a mortalidade aumenta significativamente quando a temperatura do ar é inferior a 16,5ºC e que 5,7% dos óbitos foram estatisticamente associados ao impacto do frio.
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