Universidade Eduardo Mondlane visita Ciências

Amália Uamusse
GCIC

Este verão, a Faculdade de Ciências da ULisboa recebeu a visita da diretora da Faculdade de Ciências da Universidade Eduardo Mondlane, Amália Uamusse.

Durante três dias, os Departamentos de Química e Bioquímica, Biologia Animal, Biologia Vegetal, Geologia, Informática, Estatística e Investigação Operacional e Matemática, receberam a professora em reuniões departamentais onde apresentaram as suas competências, estrutura, objetivos e deram a conhecer os respetivos centros de investigação.

Esta é a segunda vez que a professora visita Ciências. Em 2011 esteve presente nas comemorações do centenário da FCUL.

O protocolo de colaboração entre as duas faculdades que pressupôs a “conceção e desenvolvimento de formação pós-graduada nas áreas de Química, Mar, Ambiente, Matemática e Informática”, havia sido assinado em dezembro de 2010.

“Após a assinatura do protocolo, foram criados grupos de trabalho com três membros da FCUL e três membros da Faculdade de Ciências da Universidade Eduardo Mondlane. Nessa altura, ficou definido que o nosso protocolo cobria a formação avançada e as pós-graduações. Foi nesse sentido que o grupo de trabalho atuou, definindo quais as necessidades dentro das áreas da Química, da Matemática e Biologia e de que forma Ciências poderia ajudar-nos. Desenvolveram-se planos curriculares e identificaram-se as áreas em que seria necessário receber docentes em Moçambique”, explicou Amália Uamusse.

A atual vinda à Faculdade de Ciências da ULisboa, teve por objetivo “identificar formas de operacionalizar este protocolo em termos de financiamento, encontrar apoio para o desenvolvimento da formação avançada e aprofundar cenários de investigação conjunta. Para além da possibilidade do uso de laboratórios, seria interessante que Ciências recebesse investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade Eduardo Mondlane, e também docentes para frequentar formações”.

José Guerreiro, professor do Departamento de Biologia Animal de Ciências, refere a este propósito que “foram identificadas novas áreas de cooperação científica de interesse para ambas as instituições e em áreas consideradas estratégicas”.

Campus de Ciências
Fonte: GCIC
Legenda: Amália Uamusse também visitou laboratórios e espaços de aulas

Alguns professores de Ciências têm já desenvolvido trabalhos conjuntos com esta instituição. A pós-graduação de Biologia Aquática e Ecossistemas Costeiros é uma das formações que tem recebido o apoio de docentes do Departamento de Biologia de Ciências.

Rita Zilhão, professora do Departamento de Biologia Vegetal, lecionou naquela instituição um curso intensivo de Biologia Molecular, em 2013. Neste momento, a docente foi indicada como membro da equipa portuguesa responsável pela montagem do Laboratório de Biotecnologia do Departamento de Ciências Biológicas da Faculdade de Ciências da Universidade Eduardo Mondlane. Em Portugal, aguarda a possibilidade de receber dois alunos daquela Faculdade para o mestrado em Biologia Molecular e Genética.

“Julgo de grande importância podermos contribuir para a formação dos quadros nacionais, atuais e futuros, de um país que se encontra em franca progressão e que está muito aberto à nossa participação no seu desenvolvimento. A colaboração na área da Biologia Molecular responde às necessidades atuais da Universidade e do país pois trata-se de uma área do conhecimento que está na base de muitas outras ciências e atividades, todas elas capazes de gerar emprego”, reforçou a professora de Ciências.

Perspetiva-se que a ligação entre as duas instituições continue a ser fomentada. Em 2015, dois alunos daquele país vão ser recebidos no Departamento de Química e Bioquímica de Ciências.

Para a professora daquela instituição, esta visita revelou-se produtiva já que, como explicou, “para além do encontro com os docentes e com os coordenadores dos centros, tive muito mais tempo para saber o que fazem os departamentos a nível da docência, os centros na sua investigação e ainda visitei diferentes laboratórios e espaços de aula, o que é bastante enriquecedor”.

João Cabral, professor do Departamento de Geologia de Ciências, foi um dos docentes da Faculdade que acompanhou esta visita tendo conversado com Amália Uamusse. O Departamento de Geologia tem muito interesse em colaborar com a Universidade Eduardo Mondlane, preferencialmente, na área dos recursos naturais, passando pelos recursos minerais,  hidrocarbonetos (petróleo e gás), águas subterrâneas, ambiente e riscos geológicos. “A cooperação é de grande interesse atendendo à abertura a novas atividades de docência e temáticas de investigação, bem como a eventuais cooperações com a indústria”, disse João Cabral justificando a declaração face ao “pleno desenvolvimento daquele país” e as “extraordinárias potencialidades no domínio da Geologia”.

Nesta altura, a Faculdade de Ciências da Universidade Eduardo Mondlane tem 13 licenciaturas (Biologia Aplicada, Biologia e Saúde, Ecologia e Conservação da Biodiversidade Terrestre, Biologia Aquática e Ecossistemas Costeiros, Física, Meteorologia, Química, Geologia, Cartografia e Pesquisa Geológica, Matemática, Estatística, Ciências Computacionais e Ciências Geográficas), cinco mestrados (Biologia Aquática e Ecossistemas Costeiros, Informática, Física, Química dos Recursos Naturais e Gestão dos Recursos Minerais) e um programa de doutoramento (Ciência e Tecnologia da Energia). No total, 3865 alunos frequentam a graduação em regime de licenciatura, 66 em mestrado e oito em doutoramento.

Raquel Salgueira Póvoas com Ana Subtil Simões, Gabinete de Comunicação, Imagem e Cultura
info.ciencias@fc.ul.pt
Flávio Gomes Oliveira a verificar se as armadilhas capturaram algum musaranho

Flávio Gomes Oliveira, doutorando do programa doutoral em Biologia e Ecologia das Alterações Globais, é um dos autores de um estudo publicado em outubro na Behavioral Ecology, cujos resultados integram a sua tese de doutoramento. Nesta entrevista o jovem investigador faz um balanço dos primeiros anos do doutoramento e deixa conselhos para quem quer seguir esta área.

Musaranho-de-dentes-brancos a ser devolvido à natureza

Um estudo realizado em Lisboa por um grupo de investigadores do CESAM, polo da Ciências ULisboa e da Universidade Adam Mickiewicz de Poznań, na Polónia, detetou diferenças substanciais no comportamento e metabolismo dos musaranhos-de-dentes-brancos que ocorrem na capital portuguesa, quando comparados com indivíduos provenientes de áreas naturais.

Emmanuelle Charpentier e a Jennifer Doudna

Este ano, o Prémio Nobel da Química foi atribuído às cientistas Emmanuelle Charpentier e Jennifer Doudna pelo "desenvolvimento de um método de edição do genoma", denominado CRISPR/Cas9. Leia o artigo da autoria de Lúcia Santos e Madalena Pinto, estudantes de doutoramento no polo da Faculdade do BioISI e Federico Herrera, professor do Departamento de Química e Bioquímica e investigador do BioISI.

Chuva intensa

Um estudo publicado na Nature Communications revela um aumento significativo da quantidade de humidade proveniente das regiões fornecedoras de água precipitável, água transportada até aos continentes pelos chamados rios atmosféricos (ARs).

Logotipo dos Prémios Científicos ULisboa/Caixa Geral de Depósitos 2019

A cerimónia de entrega dos Prémios Científicos ULisboa/CGD 2019 estava prevista para 20 de outubro, na Reitoria da ULisboa, mas face à evolução da pandemia da COVID-19 e na sequência da resolução do Conselho de Ministros emitida recentemente, a cerimónia será adiada para data a anunciar quando as condições de segurança estejam novamente reunidas. Das 30 distinções desta última edição, cinco são para professores e investigadores da Ciências ULisboa.

Roger Penrose, Reinhard Genzel e Andrea Ghez

O Prémio Nobel da Física 2020 distingue um dos teóricos mais distintos dos últimos 60 anos, o matemático e físico sir Roger Penrose e os astrónomos Reinhardt Genzel e Andrea Ghez, que revelaram a presença de um buraco negro extremamente massivo na região central da Via Láctea. Leia o artigo dos cientistas José Pedro Mimoso e Nelson Nunes, em colaboração com José Afonso e António Amorim.

Imagem abstrata

Ciências ULisboa integra a Rede de Inovação da Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM), cujo objetivo é promover a ponte entre a investigação produzida em ambiente académico e o contexto industrial e empresarial.

Logotipo Radar Tec Labs

Oitava rubrica Radar Tec Labs, dedicada às atividades do Centro de Inovação da Faculdade. A empresa em destaque é a QPLab.

Campus da Ciências ULisboa

Ciências ULisboa volta a preencher a totalidade das vagas, no âmbito da 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso (CNA) ao ensino superior: 1001 candidatos conseguiram colocação nas 13 licenciaturas e nos três mestrados integrados desta faculdade, 449 como 1.ª opção. O número de vagas aumentou na maioria dos cursos, assim como as notas dos últimos alunos colocados nesta 1ª fase.

Cidade

Melhorar o funcionamento e a otimização energética de edifícios e equipamentos, resolvendo algumas das suas limitações, é um dos objetivos do projeto “Self Assessment Towards Optimization of Building Energy (SATO)”, liderado pela Ciências ULisboa e que tem início marcado para o próximo mês de outubro. O projeto integra 16 parceiros europeus da academia e dos sectores público e empresarial e representa a primeira grande colaboração científica entre o LASIGE e o IDL.

Papéis, canetas e braços

Vários alunos da Ciências ULisboa, da Universidade do Algarve (Ualg) e da Faculdade de Medicina Dentária (FMD) da ULisboa apresentaram este verão projetos de iniciação à investigação, desenvolvidos no âmbito da iniciativa “Sê Investigador por Três Semanas!”, promovida pelo Centro de Estatística e Aplicações da Universidade de Lisboa (CEAUL), com o objetivo de cativar os jovens para esta atividade.

cabra-montês

Dezenas de cientistas, técnicos e vigilantes da natureza do ICNF - Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, bem como cidadãos uniram-se em prol do novo Livro Vermelho dos Mamíferos de Portugal continental. O objetivo é melhorar até 2021 o conhecimento destas espécies e dessa forma contribuir para o estabelecimento de medidas e ações de conservação.

Imagens de perfil de 19 cientistas

Entre março e julho deste ano, as redes sociais da Faculdade deram a conhecer 19 pessoas e histórias de investigação, no âmbito da iniciativa “O que faço aqui?”, disponível no site da Faculdade.

Pessoa com livros

"Neste momento tão dinâmico em que vivemos será importante pensar sobre aquilo que se pode ou não controlar e ir aprendendo a navegar perante a realidade que se apresenta a cada momento", escreve a psicólogia Andreia Santos.

Alunos e professoras no campus da Faculdade

O novo ano letivo começou esta semana e a Faculdade deu as boas-vindas aos alunos do Advanced Quantitative Methods on Health Care Innovation, cujas aulas online começaram esta terça-feira e se prolongam em Portugal até ao próximo dia 15 de outubro.

Estação de Extração de RNA

“Foi incrível perceber que numa adversidade, o ser humano tem a capacidade de se reinventar e criar novos projetos", diz Daniel Salvador, voluntário no CT Ciências ULisboa, entre maio e julho, licenciado e mestre pela Ciências ULisboa, atualmente estudante do 4.º ano do doutoramento em Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da ULisboa.

Criança em casa acompanhada pela presença de um adulto

Uma equipa de nove estudantes da ULisboa - LxUs -, supervisionados por Hugo Ferreira, professor do Departamento de Física e investigador do Instituto de Biofísica e Engenharia Biomédica da  Ciências ULisboa, ganhou o Translation Potential Runner-Up Award na 5.ª edição do SensUs Student Competition, 2.º lugar na categoria de potencial de translação, um prémio que valoriza a capacidade de criação de um modelo de negócio, viável e com qualidade.

Pormenor da visão artística da observação da "estrela bebé"

Pela primeira vez foi possível observar como é que uma “estrela bebé” adquire massa até chegar à sua massa final. Arcos de campo magnético ligam a “estrela bebé” ao disco circundante e a massa flui. Os resultados desta observação encontram-se publicados na revista Nature. O artigo resulta de uma colaboração no âmbito do GRAVITY, um instrumento desenvolvido por um consórcio internacional e do qual fazem parte cientistas do CENTRA, polo da Ciências ULisboa.

Marta Palma no CT Ciências ULisboa

“A maior aprendizagem é perceber que de facto existem pessoas maravilhosas, com uma enorme generosidade e grande sentido de voluntarismo e muito dinâmicas. E que trabalhando juntos, podemos de facto fazer a diferença”, diz Marta Palma, funcionária do Departamento de Biologia Animal e voluntária no Centro de Testes Ciências ULisboa.

Homem em banco de jardim, observando o rio

Andreia Santos, psicóloga do GApsi Ciências ULisboa, deixa um alerta: "o nível de cansaço sentido pelas pessoas a assistir a conferências, palestras através de um ecrã é superior ao de assistir ao mesmo de forma presencial".

Vanessa Mendonça

“Este prémio simboliza não só o reconhecimento do meu trabalho, mas também de toda a equipa que nele participou”, conta Vanessa Mendonça, segunda classificada pelo Prémio de Doutoramento em Ecologia - Fundação Amadeu Dias 2020. Vanessa Mendonça concluiu o mestrado e o doutoramento na Faculdade e atualmente é investigadora do MARE.

A SPECO anunciou recentemente os vencedores do Prémio de Doutoramento em Ecologia - Fundação Amadeu Dias 2020. José Ricardo Paula é o grande vencedor desta edição e irá apresentar o seu trabalho no 19.º Encontro Nacional de Ecologia, este ano associado às cerimónias dos 25 anos da SPECO, e que se realiza em dezembro, em Ponte de Lima.

Centro de Testes

Rita Loewenstein Simões, de 23 anos, é voluntária no Centro de Testes Ciências ULisboa, na estação Mix e Real-Time PCR, desde maio passado. Para esta jovem bióloga, formada na Faculdade, este trabalho tem um significado muito simples: ajudar. E foi exatamente isso que a motivou - saber que todas as horas que disponibilizasse fariam a diferença.

Informação eletrónica de rua: Keep your distance

Ganna Rozhnova trabalha em modelação epidemiológica na UMC Utrecht, na Holanda. A antiga aluna de doutoramento em Física Estatística da Faculdade, continua a colaborar com o BioISI e é a investigadora principal de um projeto da FCiências.ID, financiado no âmbito do Apoio especial a projetos Research 4 COVID-19.

Spinophorosaurus nigerensis

Uma inovação anatómica pode ser a chave na compreensão da evolução dos dinossáurios saurópodes. Os autores deste trabalho - Daniel Vidal, Pedro Mocho, Ainara Aberasturi, José Luis Sanz e Francisco Ortega - acreditam que parte do êxito evolutivo deste grupo de animais está relacionado com alterações na cintura pélvica e que esse fator contribuiu para os converter nos animais de maior porte da Terra.

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