Entrevista com… João Lin Yun

“Um crime na Teia Universitária”

João Lin Yun
João Lin Yun

É professor de Física na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, instituição de ensino onde também se licenciou e alcançou o grau de mestre. Para além do ensino e da investigação, João Lin Yun gosta das “ciências das letras” e é escritor.

O gosto pela escrita acompanha-o desde cedo, hoje guarda na memória os poemas e textos que escrevera em jovem. Não há um estilo que o defina mas “levar o leitor a refletir sobre a vida e o mundo” é a bússola que o guia nas suas viagens pelo mundo da escrita.

O último livro publicado, “Um crime na Teia Universitária”, é um reflexo destas coordenadas: a obra destina-se “a qualquer pessoa que goste de ler um romance e que tenha interesse pelo que se passa nos bastidores do mundo universitário, incluindo o tema da espionagem científica e crítica social”.

De entre as restantes obras por si escritas, esta é a primeira de ficção, envolta em imaginação e humor. A próxima apresentação do livro acontece dia 12 de dezembro, pelas 21h00 na livraria “Ler Devagar” (Lx Factory). A obra, editada pela Chiado Editora, pode ser adquirida na livraria Escolar Editora, situada no edifício C5 da FCUL ou noutra loja de livros.

Na entrevista a seguir apresentada, fique a saber mais sobre João Lin Yun e porque é a obra “Um crime na Teia Universitária” uma “história de amor pela ciência”. O seu percurso pode ainda ser conhecido através do seu perfil.

FCUL – Quem é o João Lin Yun professor e investigador?

João Lin Yun (JLY) - Sou em primeiro lugar professor. Se há coisa que me preenche e realiza é contribuir para a formação dos jovens e ver o brilho nos olhos deles quando percebem as matérias! Lamentavelmente, a qualidade pedagógica é muito pouco valorizada na carreira de um docente universitário. Claro que também gosto muito da atividade de investigação. Procurar responder a questões científicas novas, alcançar descobertas, sejam elas grandes ou pequenas, dá muito gosto e considero-me privilegiado por poder participar na aventura que é a descoberta científica no domínio da Astrofísica.

FCUL – E quem é o João Lin Yun escritor?

JLY - Ultimamente, revejo-me cada vez mais na escrita. Sempre gostei de escrever, até tenho poemas e textos do tempo em que era jovem. Escrever permite-me criar um mundo ficcional, com mais ou menos semelhanças com a realidade, e mergulhar nele, vivendo nele nem que seja enquanto escrevo ou leio posteriormente o resultado. Escrever é também uma forma de intervenção social e uma forma de tentar contribuir para um mundo melhor.

FCUL - Para si, qual é o resultado da equação “ciências + escrever =”?

JLY - Aquilo para o qual nasci.

FCUL – Complete a afirmação “A ciência e a escrita para mim são…”.
JLY -
Duas excelentes formas de manifestar criatividade.

FCUL – Como surgiu a oportunidade de desenvolver esta obra? E como surgiu a história?

JLY - Comecei a escrever esta obra em 2005 e era inicialmente para ser um ensaio. Terminei-a este ano e é maioritariamente uma obra de ficção, um romance onde a ação e os personagens têm a ver com o mundo universitário. Com ela, descobri a minha capacidade de escrever ficção, já que antes a maior parte do que tinha escrito era texto científico. A história foi tomando forma na minha cabeça, inspirada pela minha vivência pessoal, como aliás acontece com qualquer escritor. Contudo, eu não me considero um romancista. Apenas descobri que sou capaz de escrever romances com ação interessante, com narrativa que faz sentido, que prende o leitor, com personagens elaboradas, que possuem densidade psicológica. Mas sendo a minha primeira incursão na ficção, penso agora que deveria ter desenvolvido mais o enredo e a extensão do romance, que embora me pareça de qualidade, é um pouco curto em quantidade. Acho que isto é ainda consequência de eu ter escrito até aqui sobretudo textos científicos, onde ser conciso é importante, e portanto onde me habituei a dizer as coisas em poucas palavras.

FCUL – Esta é a sua primeira obra?
JLY -
É a minha primeira obra maioritariamente de ficção. Mas tenho outros livros, uns de problemas de Física e Química para o ensino secundário e outros de divulgação científica.

FCUL – A quem se destina?
JLY -
Destina-se a qualquer pessoa que goste de ler um romance e que tenha interesse pelo que se passa nos bastidores do mundo universitário, incluindo o tema da espionagem científica e crítica social. Mais especificamente, interessa certamente a todos os intervenientes deste mundo, isto é, professores, investigadores, alunos e funcionários do mundo universitário. Já o público em geral poderá beneficiar desfrutando de um par de horas de prazer de leitura e ficar a par de aspetos pouco conhecidos do dia a dia universitário.

FCUL – É este o estilo que o define e preenche enquanto escritor?
JLY -
Não sei se tenho um estilo que me defina. Sei que os temas de crítica social, conhecimento da natureza humana, do funcionamento do cérebro humano, me são muito caros. Talvez devido ao meu gosto pelo ensino, quando escrevo, tento aproveitar para ensinar alguma coisa científica, algo que sempre fiz em todos os livros que escrevi e também faço neste livro. Outra coisa que gosto de fazer é levar o leitor a refletir um pouco sobre a vida e o mundo.

FCUL – O que o fascina na escrita?
JLY -
Quando escrevo, há alturas em que as ideias e o material fluem de forma tão espontânea que me surpreendo com o resultado! É como se os personagens tomassem as rédeas e dissessem: “quero dizer isto e fazer isto!” E eu limito-me a obedecer-lhes! Quando isso acontece, por vezes acabo por concluir que possuo aspetos de mim que desconhecia. E isso é muito valioso! Porque para além do conhecimento do mundo externo, é muito importante conhecermo-nos a nós próprios. Aliás poderá vir a ser a única coisa que salvará a humanidade de ameaças presentes e futuras.

FCUL – O que distingue este livro dos demais?
JLY -
Em relação aos meus outros livros, distingue-se por ser a minha primeira incursão na ficção, com bastante imaginação e humor. Em relação aos demais livros em geral, penso não existir nenhum onde o tema que trato seja abordado da forma que faço, com referência à espionagem científica e às lutas internas nas universidades entre figuras típicas deste meio.

FCUL – De que forma este livro “é também uma história de amor pela ciência”?
JLY -
Alguém disse que quando gostamos de alguém, desejamos que essa pessoa cresça e se realize. Creio que é bem patente o gosto pela ciência e a dedicação pelo seu desenvolvimento e progresso de alguns dos personagens do livro. E que mais é o amor senão gosto e dedicação? Penso que enquanto lê este livro, o leitor “sente” que está presente esse amor pela ciência e por quem se pauta pela honestidade e autenticidade que ela representa.

FCUL – Há projetos futuros traçados?
JLY -
Muitos (risos)! Desde a possibilidade de uma sequela deste livro até outros livros de divulgação científica cujos títulos até já tenho na cabeça! Mas o segredo é a alma do negócio e tudo vai depender da inspiração e das condições externas. Como estou envolvido num projeto científico que quero executar, no futuro próximo se para o ano me derem a licença sabática que me prometeram, não irei escrever nenhum livro, pois desejo completar esse projeto científico que tem estado parado por falta de tempo e por não ter condições para o realizar enquanto estou aqui. Mas, se não puder realizar esse projeto, então voltarei a minha atenção de novo para a escrita ficcional.

Raquel Salgueira Póvoas, Gabinete de Comunicação, Imagem e Cultura da FCUL
info.ciencias@fc.ul.pt
Logotipo da ACL

Cristina Branquinho e Isabel Trigo foram eleitas em 2023 respetivamente sócias correspondentes nacionais da Classe de Ciências -  Ciências Biológicas e Ciências da Terra e do Espaço – da Academia das Ciências de Lisboa (ACL).

O projeto EDUCOAST, promovido pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera, desenvolve programas educacionais para diversos níveis de ensino e para profissionais, na área das geociências costeiras e marinhas, tendo como base o trabalho de campo e as práticas experimentais.

Conceção artística do telescópio espacial Euclid no espaço

A missão espacial Euclid da Agência Espacial Europeia (ESA) irá penetrar nos últimos 10 mil milhões de anos de história do Universo para tentar compreender pela primeira vez o que está a acelerar a expansão do Universo. O lançamento do telescópio espacial Euclid está previsto para 1 de julho. O telescópio vai observar durante seis anos mais de um terço do céu. A participação portuguesa na missão Euclid é coordenada pelo Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço.

João Pedro e Vera no laboratório

Ciências ULisboa integrou recentemente o projeto “Autonomia 21”, um projeto da Associação Pais 21 cujo objetivo é integrar jovens com Trissomia 21 no mercado de trabalho. O dinamizador desta ideia na Faculdade foi Federico Herrera, professor do DQB e investigador do BioISI. No âmbito deste projeto, Ciências ULisboa recebeu dois jovens que estão neste momento a estagiar num dos laboratórios da Faculdade.

José Pedro Granadeiro e Rui Rebelo

A expedição Selvagens 50 organizada pelo Instituto das Florestas e Conservação da Natureza da Madeira reuniu cerca de 40 especialistas de diversas instituições, entre os quais se incluem os professores do Departamento de Biologia Animal da Ciências ULisboa, José Pedro Granadeiro (aves marinhas) e Rui Rebelo (répteis terrestres).

Conceção artística de um exoplaneta semelhante a Vénus, em órbita da sua estrela

Uma equipa de investigadores escolheu um planeta a 106 anos-luz, com 1,37 vezes o diâmetro da Terra, descoberto em 2022, para apresentar a primeira simulação a três dimensões do clima de um planeta de tipo rochoso com as características que atualmente conhecemos em Vénus.

Grupo de alunos e professores

A 9.ª edição da final nacional das Olimpíadas Portuguesas da Geologia decorreu nos dias 3 e 4 de junho, no Centro Ciência Viva de Estremoz / Pólo de Estremoz da Universidade de Évora, com a participação de 25 estudantes vindos de diversas regiões do País, incluindo uma delegação dos Açores (São Roque do Pico).

Rádão

O professor do DQB Ciências ULisboa e investigador do BioISI Ciências ULisboa é o primeiro autor de um novo artigo publicado no jornal Physical Chemistry – Chemical Physics da Royal Society of Chemistry, onde foram estudados diferentes compostos de rádon e xénon - dois gases nobres – e onde as suas propriedades energéticas e de ligação química foram analisadas.

Fundo do oceano

Ricardo Melo, professor do Departamento de Biologia Vegetal da Ciências ULisboa e investigador do MARE, integra o júri do Prémio Mário Ruivo – Gerações Oceânicas. As candidaturas da 3.ª edição deste prémio decorrem até 31 de julho.

Carlos Nieto de Castro

Carlos Nieto de Castro chegou à Faculdade em 1982 com a missão de criar uma escola de Termodinâmica e Processos de Transporte. Em abril de 2019 jubilou-se. Ainda assim, o seu trabalho enquanto investigador continua: todos os dias úteis chega à Faculdade pelas 8h30/9h00. Conheça o percurso do cientista.

3 alunos numa mesa, na semana da sustentabilidade

Neste Dia Mundial do Ambiente recordamos a Semana da Sustentabilidade, organizada por núcleos de estudantes da Faculdade, com o apoio da Associação de Estudantes e do Laboratório Vivo para a Sustentabilidade.

José Guerreiro, docente do Departamento de Biologia Animal e investigador do MARE, iniciou funções esta quinta-feira, dia 1 de junho, como presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Miguel Miranda e a plateia

O professor e geofísico Jorge Miguel Miranda deu a sua última aula na passada sexta-feira, e despediu-se do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, laboratório do Estado que presidiu nos últimos dez anos.

pessoas numa sala com computadores

Esta segunda-feira, dia 29 de maio, Ciências ULisboa recebeu a visita de Oksana Zholnovych, ministra da Política Social da Ucrânia, e Miguel Fontes, secretário de Estado do Trabalho. Os governantes visitaram uma turma durante uma ação de formação do programa UPskill, com o intuito de ficar a conhecer melhor este projeto.

12 finalistas do 3 MT

Patrícia Chaves foi distinguida com o segundo lugar, na primeira edição da competição 3MT – Três Minutos de Tese dinamizada pela Universidade de Lisboa. O pódio ficou completo com Catarina Botelho, em primeiro lugar, e Matteo Pisano, em terceiro lugar, ambos do Instituto Superior Técnico. Os nossos parabéns aos vencedores e a todos os finalistas!

Auditório com pessoas

Ciências ULisboa está de parabéns! 100% dos seus ciclos de estudos avaliados no segundo ciclo de avaliação (2017-2022) foram acreditados sem condições, pelo período máximo (seis anos), pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES).

Grupo de pessoas

Entre os dias 13 e 17 de março deste ano realizou-se a excursão geológica de campo na Bacia Lusitânica (bacia sedimentar mesozóica na região centro-oeste de Portugal), a pedido da SHELL e organizada pela empresa GeoLogica (Portugal), do geólogo Pedro Barreto, antigo aluno de Geologia da Faculdade.

Jorge Miguel Miranda

No próximo dia 26 de maio, pelas 11h00, terá lugar no Grande Auditório da Faculdade a cerimónia de jubilação de Jorge Miguel Miranda, professor do Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia na Ciências ULisboa, investigador do Instituto Dom Luís (IDL) e presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

oceano

José Guerreiro, professor do Departamento de Biologia Animal da Ciências ULisboa e investigador do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE), foi nomeado perito da World Ocean Assessment III junto da Division for Ocean Affairs and the Law of the Sea (DOALOS) – ONU.

Médicos avaliam funções respiratórias de bébe

Carlos Farinha, professor do Departamento de Química e Bioquímica da Ciências ULisboa e investigador principal do grupo de investigação em Fibrose Quística do Instituto de Biossistemas & Ciências Integrativas, foi distinguido com um financiamento de 220 mil USD (€ 204.100,57), pela associação Emily’s Entourage.

Filipa Rocha

A estudante de doutoramento na Ciências ULisboa e professora assistente no IST desenvolveu um sistema que utiliza blocos tangíveis para promover a aprendizagem digital inclusiva para crianças com deficiência visual, ensinando assim literacia digital e eliminando barreiras educativas.

cérebro

O primeiro grande modelo de Inteligência Artificial generativa para a língua portuguesa, para cada uma das variantes, do Brasil e de Portugal, gratuito, em código aberto e com acesso universal está disponível desde este mês e tem 900 milhões de parâmetros. "Trata-se de um marco histórico muito importante na preparação tecnológica da língua portuguesa para a era digital", diz António Branco, professor do DI Ciências ULisboa.

Joaquim Alvez Gaspar

Encontra a resposta a esta pergunta na exposição final do projeto Medea-Chart - As Cartas Náuticas Medievais e Renascentistas: origem, uso e evolução, inaugurada a 18 de maio, no Instituto Hidrográfico e em exibição até setembro deste ano. Joaquim Alves Gaspar, investigador principal do projeto, efetuou uma visita guiada à exposição.

Grande auditório com pessoas

A ULisboa é uma das melhores universidades portuguesas, segundo o portal Research.com, com 131 cientistas entre os mais influentes, dos quais 29 dizem respeito a investigadores, cujo trabalho tem sido realizado na Faculdade e nas suas unidades de investigação.

Rosto de Patrícia Chaves

Patrícia Chaves, atualmente no 3.º ano de doutoramento em Ciências ULisboa, está entre os 12 finalistas da primeira edição da competição Três Minutos de Tese – 3MT ULisboa. A final tem lugar a 30 de maio, às 18h30, no Museu Nacional de História Natural e da Ciência da ULisboa. Patrícia Chaves está atualmente no 3.º ano do programa de doutoramento Biologia e Ecologia das Alterações Globais.

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